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ANA BEATRIZ CAMPOS 1 CIRURGIA II (DR. MARÇAL) – 1ª AULA BLOCO 1 Resposta endócrino e metabólica ao trauma (REMIT). • É um conjunto de reações que vão acontecer, tanto metabólicas (imunes), como endócrinas, que vão acontecer quando a gente tiver uma lesão no organismo, no sentido de tentar preserva-lo. • Tenta a sobrevida do organismo. • Qualquer agressão externa ao organismo vai provocar essa resposta, com o intuito de preservar a vida. • Fundamental para aumentar a probabilidade de sobrevivência. Tudo é feito para manter a vida. • Resposta coordenada objetivando: → Manutenção do fluxo sanguíneo e do O2 – principalmente para os órgãos vitais (cérebro e coração). → Mobilização de substrato energético – principalmente glicose. • A REMIT corresponde a 2 fases: → Catabólica – fase inicial, justamente onde vai acontecer o consumo do seu substrato, da sua reserva, naquele momento. → Anabólica – dividida em mais 2 (inicial e tardia), que é justamente quando o organismo passou pelo período de lesão do trauma. • Ela tanto pode ser benéfica quanto maléfica, acarretando mais prejuízo ainda ao organismo e está justamente relacionada à reserva fisiológica e ao agravo submetido ao indivíduo. Pacientes mais idosos, que já tem alguma comorbidade, essa resposta metabólica pode ser demasiada, o organismo promover mais reações do que benefício para o mesmo. • Então, essa resposta metabólica a gente precisa entender quando precisa diminuir essa cascata metabólica. FASE CATABÓLICA • Fase inicial do organismo. • Responsável pelo anabolismo, pela quebra de glicose. • Nesta fase, tudo é feito para a produção de energia, principalmente de glicose. • Orquestrada pelo eixo hipotálamo-hipofisário (SNC), que é justamente onde vai tá a cascata, caracterizada pelo balanço nitrogenado negativo. BALANÇO NITROGENATO NEGATIVO → Quantidade maior de proteínas consumidas do que as que estão sendo produzidas, geralmente por gliconeogênese. • Principais hormônios: → Cortisol e ACTH. → Catecolaminas. → Glucagon. → ADH. → Aldosterona. → Insulina. ❖ CORTISOL: • É o principal hormônio da resposta metabólica ao trauma. • Ele é orquestrado pelo ACTH. • É um hormônio catabólico, vai justamente entrar na estimulação da gliconeogênese hepática (principal reserva que a gente tem). • Proteólise muscular, onde vai justamente aumentar o balanço nitrogenado negativo. • Estímulo à lipólise – produção principalmente para gliconeogênese hepática • A principal função do cortisol é a formentação da glicose, através da gliconeogênese hepática. • O cortisol vai justamente aumentar a glicose. • O aumento da glicose vai ser importante para o SNC e para as fibras cardíacas. ❖ CATECOLAMINAS – EPINEFRINAS: • Vai ser um potencializador do cortisol. • Vai provocar vasoconstricção – que vai promover o suporte sanguíneo e nutricional para os órgãos vitais. • Estímulo à glicogenólise hepática e a lipólise formando o catabolismo. ❖ GLUCAGON: • Estimula a gliconeogênese e inibe a síntese de glicogênio. • Tem a função de ser permissível ao cortisol, ele aumenta a “mesma coisa” do cortisol. • Quanto mais alto esse hormônio, vai inibir a insulina e potencializar o cortisol • Atividade lipolítica – liberação de ácidos graxos livres e glicerol pelo tecido adiposo. ❖ ADH (hormônio diurético): • Reabsorção de H2O pelos túbulos coletores – manter nível pressórico para poder manter a nutrição e carrear O2 para as células. • Sua principal função é manter o volume. ANA BEATRIZ CAMPOS 2 CIRURGIA II (DR. MARÇAL) – 1ª AULA BLOCO 1 • Oligúria funcional, edema. • Pode permanecer elevado por 1 semana. • Por isso, que quando um paciente tá internado em UTI ele fica anasarcado, ele diminui a diurese. Como vai ter a quebra de proteínas, o líquido vai para o 3ª espaço por conta da diminuição da pressão coloidosmótica. Os poros abrem, ficam mais permissíveis e o líquido vai para o 3ª espaço, por isso diminui a pressão. Muitos pacientes vão ter ascite, derrame pleural e edema na pele. • Por isso, que tem o hormônio diurético para que o pouco líquido que resta não perder pela urina. Então, é uma oligúria funcional, esse edema. • Quando começa a ter uma diurese, um balanço hídrico negativo, significa que o paciente está passando da fase catabólica do trauma. Quando o paciente diminui edema, é uma resposta boa. ❖ ALDOSTERONA: • A função da aldosterona é reter sódio e, consequentemente, reter água também. Por isso a aldosterona é importante, para manter o Ph (mantém a função elétrica dos nervos). • Lesão tecidual = balanço K+ positivo. • Manutenção do volume intravascular (+Na+, -K+, H+). Tem muito K+ dentro da célula, então, quando a célula ta nesse trauma vai ter muitas lesões nessas células e o K+ precisa ser excretado. ❖ INSULINA: • Principal hormônio anabolizante, armazenando glicose e ácidos graxos. • Secreção reduzida pelas catecolaminas. • Hormônios gonadais e tireoidianos. • Meia vida reduzida. • Ação periférica bloqueada. • É um vilão nesse momento, pois, a insulina é um hormônio anabólico, armazena glicose justamente pensando no futuro. Então, nesse momento, pelo cortisol e glucagon, vai provocar a diminuição dele. ❖ CITOSINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS: • Fator de necrose tumoral (TFN), promove: - Caquexia. - Anorexia. Níveis elevados estão relacionados a eventos graves que podem levar ao óbito. • Interleucina-1 (aumento da temperatura, pois a febre no início é boa, ajuda na ativação enzimática, ativa macrófagos). • Interleucina-6. • Interlecuina-8. FASE ANABÓLICA INICIAL FASE ANABÓLICA TARDIA • Quando limitada: BENÉFICA. → Disponibiliza glicose (tecidos nobres). → Mantém fluxo sanguíneo; → Disponibiliza aminoácidos para a cicatrização. → Retém líquido sem alterar a osmolaridade para tentar manter o nível pressórico. → Inflamação local (defesa). • Quando exacerbada: MALÉFICA. → Hipercatabolismo proteico. → Intolerância periférica à glicose. Começa com uma vasoconstricção muito acentuada que provoca necrose. → Isquemia renal e intestinal. ANA BEATRIZ CAMPOS 3 CIRURGIA II (DR. MARÇAL) – 1ª AULA BLOCO 1 → Imunodepressão e apoptose. É justamente aí onde a gente tem que entrar e fazer um aporte calórico ou, o paciente está com alteração, perdendo muito líquido, entra com diurético para diminuir a quantidade de líquido, etc. → SIRS (síndrome da resposta inflamatória sistêmica): Tudo isso mostra que o organismo está perdendo a “batalha”. Quando tem infecção associada, já se chama de sepse, então, quando o paciente está com taquicardia, febre, já entra com atb para impedir que evolua para um choque séptico.
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