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Lilian Ferrari AULA 4 – CLÍNICA MÉDICA (12/3) NEONATOS (CONTINUAÇÃO) SISTEMA PULMONAR PNEUMONIA POR RHODOCOCCUS EQUI Afecção pulmonar mais grave em potros – porque é transmissível por secreções nasais, aerossóis, doença endêmica que se instala e fica no haras. Infecção nas primeiras semanas de vida – quando o animal entra em contato com as bactérias acontece nas primeiras semanas de vida. Nas primeiras semanas de vida o neonato faz muito coprofagia comendo fezes das mães (povoar microbiota intestinal), passando 10 dias a 1 mês isso já é preocupante. O R. Equi é endêmica em haras, na terra, no meio do esterco, mas nem todos animais tem problema pela imunidade do animal. O animal quando se infesta nas primeiras semanas de vida ela fica latente. E na faixa etária de 2 a 4 meses, é a fase da desmama, logo depois a imunidade deste neonato cai pelo estresse da desmama, assim essas bactérias acabam sendo oportunistas e se multiplicam afetando os pulmões deste animal. SC graves – 2 a 4 meses de idade É feito acompanhamento com US em neonatos até 2-4 meses de idade, podendo detectar precocemente sinais da doença. Os sinais clínicos: tosse, apatia, diminui mamada, no desmame come pouco, escore corporal ruim. Microrganismos contaminante de solo, enzoótico nos haras Infecção por via alimentar ou respiratória – através de ingestão de ração do chão, coprofagia, tosse, espirros, etc; Porque só potros? Nunca se vê adultos, pela questão da imunidade e resistência quando ficam adultos. Rhodococcus = Tuberculose humana Abscessos pulmonares caseosos – degeneração de tecidos, isso compromete área pulmonar viável para fazer ventilação. História: potros com idade de 2 a 4 meses – sinais de doença respiratória ou digestiva (diarréia) e óbito de potros por R. equi em anos anteriores Sintomas: depressão, hiporexia e febre, estado geral pode estar bom. Diagnóstico: tosse improdutiva, dispnéia (reflexo de tosse positivo), estertoração sibilante, secreções na traquéia. Lavado traqueal (manda para cultura), hemograma, leucocitose e fibrinogênio (>1000mg/dl) *murmúrio vesicular – som normal do pulmão; O melhor para diagnosticar é dosar fibrinogênio e o US; Tratamento: antibióticos por períodos prolongados – 2 a 3 meses; tem que ser com antibiótico específico; isolar o animal, fazer assepsia do local; Rifampicina e eritromicina associados (5mg/kg e 25mg/kg respectivamente, VO a cada 8 horas). Hoje se sabe que eritromicina causa muita hemólise e a longo prazo pode causar supressão medular, portanto não se usa mais, trocando por azitromicina. Outro utilizado era toltramizina no entanto não se acha mais. Azitromicina 3 a 4 mg por kg. Tratamento suporte e AINES (carprofeno, flunixim meglumine); DMSO somente em animais muito graves; Preventivo – plasma hiperimune em regiões endêmicas; Lilian Ferrari *Animal fica comprometido para performance de atleta; SISTEMA DIGESTÓRIO DIARRÉIAS Trata-se de uma afecção bastante comum nos potros e muitas vezes autolimitante (animal pode se curar sozinho); Agentes parasitários – Strongyloides westeri – os pequenos estrongilos, vermes cilíndricos pequenos, fazem nódulo na artéria mesentérica cranial, são perigosos. Os demais causam obstrução, anemia, diarréia. Se a mãe é vermifugada no terço final da gestação eles tem uma boa proteção. Mas caso precise fazer vermifugação antes fazer OPG; Bacterianos – Salmonella, Escherichia e Clostridium perfringes Vírus – Rotavírus e Coronavírus Importante: manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico dos potros; *Lembrar da diarréia do cio do potro – amarela pastosa, que suja o rabo, mas não muda o comportamento do potro, e em torno de 3-4 dias a diarréia cessa. Não se sabe motivo, fisiológico. - A diarréia causa perda de líquidos/ eletrólitos, hipotensão causada pela perda do equilíbrio hidroeletrolítico, deve repor o fluido. Histórico: diarréia e queda de apetite (quanto de diarréia? Pastosa ou liquida em jatos? Coloração? Cheiro forte?) Sintomas: diarréia fétida ou não, fezes de cores alteradas e muito liquidas, glúteos sem pelos e avermelhados. Diagnóstico: identificar afecção sistêmica ou doença localizada no sistema digestório – septicemias e pneumonias – diarréias SC: alterações de temperatura, TPC, taquicardia, desidratação Importante: sangue para hematologia, coprocultura bacteriológica e coproparasitológico. *Infecções brandas ou verminóticas costuma não ter aumento de temperatura; Tratamento: Fundamental a manutenção da hidratação através da fluidoterapia – soro glicofisiológico; Manutenção da ingestão de leite Antibióticos – somente com confirmação de existência de infecção bacteriana (preferencialmente fazer uma coprocultura) – sulfa + trimetropim; Uso de AINE; Agentes adsorventes e protetores de mucosas como o Salicilato de Bismuto, Caulim, Pectina e o Carvão ativado. Lilian Ferrari *Carvão ativado = ao passar pelo trato intestinal ele sequestra as bactérias do trato digestório e sai com ele na sua eliminação. No entanto, isto vale para bactérias boas e ruins. Então para repor esta microbiota pode ser usado probióticos. Passar o carvão ativado, e depois de 2-3 horas dar probiótico. Probiótico natural – suco de fezes; fezes de animal saudável, dilui em liquido, coar e passar na sonda – é rico em microbiota; SISTEMA NERVOSO SÍNDROME DE ASFIXIA NEONATAL (SÍNDROME DE DESAJUSTAMENTO NEONATAL) Causas indeterminadas desta asfixia ou baixa oxigenação cerebral dos neonatos Partos distócicos e demorados, aspiração de líquidos placentários, anormalidades placentárias e aspiração de mecônio Fatores culminam na diminuição ou inibição da oxigenação do sistema nervoso central, hemorragia, edema e necrose tecidual; História: potro moribundo e sem reflexos após o nascimento, além de distocia em alguns casos Sintomas: amplamente variável na dependência do grau das lesões nervosas. Depressão, decúbito, perda da relação com a mãe. Diagnóstico: ao exame clínico – potro deprimido sem a maioria dos reflexos normais (sucção, hipotonia, perturbação nervosa) Respiração dificultosa, rigidez espástica dos membros, tremores e até convulsões; Tratamento: cuidados intensivos para a manutenção das funções vitais Fluidoterapia, oxigenação e termoterapia Administração de DMSO (dimetilsulfóxido) – 0,5 a 1,0 mg/kg a 10% em solução de glicose, IV lento; Prognóstico reservado a ruim; TÉTANO Principalmente cotos umbilicais não curados ou curados indevidamente Animal apresenta rigidez muscular e protusão da terceira pálpebra Depressão respiratória grave e morte Tratamento com soro antitetânico, altas doses de penicilina e relaxantes musculares, silencio e conforto para o animal *Diafragma rígido dificultando a respiração; __________________________PARTE 2 ISOERITRÓLISE NEONATAL Resultado da ingestão de alantoanticorpos no colostro da mãe e subsequente perda de hemácias tanto intra quanto extravascular. Potro fraco – baixo teor de oxigênio sanguíneo. Ao exame clínico: mucosas e soro profundamente ictéricos. Transfusão imediata (de preferência que o animal tenha algum grau de parentesco) ou óbito do neonato. Suporte DISTROFIA MUSCULAR NUTRICIONAL (DOENÇA DO MÚSCULO BRANCO) - rara ETIOLOGIA Provavelmente causada por deficiência dietética de Vit E e/ou selênio na égua. Duas formas de doença: Forma fulminante: morte rápida por arritmias decorrentes da degeneração miocárdica ou colapso circulatório por exaustão. Lilian Ferrari Forma subaguda: acomete mais gravemente a musculatura respiratória – atáxicos e sem coordenação devido a fraqueza muscular esquelética. Etiologia: Disfagia – resultado da degeneração dos músculos da língua e da faringe e quase sempre é o primeiro sinal clínico. Incapacidade de deglutir – pneumonia por aspiração. Fisiopatologia:Envolve falta de Se – radicais livres Glutadiona – peroxidase reduz os hidroperóxidos dos lipídios em álcool, enquanto a vit E inativa os radicais livres. Diminuição Vit E e Se resultam em lesão da membrana e por fim em morte celular Aumento do CK , AST e desidrogenase láctica (LDH) em 75% dos casos Tratamento: Basicamente reposição de Vit E e Se DOENÇA HEPÁTICA E ENCEFALOPATIA HEPÁTICA Etiologia: Pode resultar em sinais neurológicos, incluindo convulsões, ataxia e depressão Geralmente associada ao aumento nas concentrações séricas de enzimas hepáticas, amônia e ácidos biliares. Em neonatos – mais comum ser sequelas de SEPTICEMIA A doença hepática primária é rara – resultado de administração de Sulfato ferroso e infecção por Bacillus piliformis (doença de Tyzzer) Etiologia: Rara em potros mais velhos Pode ser decorrente de hepatite bacteriana ascendente ou desvio portossistêmico Bioquímica sérica: lesão hepática – aumento das concentrações séricas de amônia, ácidos biliares e enzimas hepáticas; Tratamento: anticonvulsivantes, antibioticoterapia, proteção hepática;
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