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( 4 ) Folha de pagamento Os objetivos desta unidade são: • Apresentar as características principais do processo de folha de pagamento através da consolidação dos demais processos de departamento de pessoal. • Explicar os conceitos dos diversos aspectos que envol- vem a composição da remuneração-base dos Empregados. • Esclarecer sobre os diversos adicionais, proventos e descontos que devem circular por folha de pagamento da empresa. • Apresentar as características do pagamento do 13º salário. 82 Ro tin as d e p es so al 4.1 Folha de pagamento A folha de pagamento é o processo da área de recur- sos humanos normalmente executado pela subárea de depar- tamento de pessoal, que tem como principal objetivo conso- lidar todas as informações processadas dentro do mês, tais como férias, rescisões, horas extras, adicionais, afastamentos, adiantamentos, descontos e outros, a fim de apurar todos os valores a serem pagos aos Empregados, como líquido de salá- rios, e aos órgãos governamentais, como tributos. 4.1.1 Salários O Empregador deve efetuar o pagamento do líquido de salários apurado pela folha de pagamento aos Empregados até o 5º dia útil do mês subsequente ao vencido. Para a legislação traba- lhista, o sábado é considerado dia útil. Caso a empresa não traba- lhe aos sábados e a data de crédito limite recaia neste dia da sema- na, o pagamento deverá ser antecipado para sexta-feira, de acordo com o artigo 465 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Qualquer pagamento de salário não deve ter intervalo superior a 1 mês. 4.1.2 Remuneração Remuneração é a soma do salário contratual base do Empregado com as demais vantagens e outros adicionais rece- bidos pelo Empregado, em decorrência de suas atividades. O salário-base é sempre fixo e a remuneração, por ser composta de outros lançamentos, tende a ser normalmente variável, pois depende dos valores a serem atingidos na com- posição final do mês (horas extras, comissões etc.). Fo lh a de p ag am en to 83 4.1.3 Salário in natura Além do pagamento da remuneração-base ou dos adi- cionais, compreendem-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, o vestuário, a habitação, o transporte. Estas parcelas são denominadas salário in natura e assim se compreendem no salário em razão do fornecimento regular e habitual. Sendo assim, entende-se que todas as vezes que o Empregador fornecer ao Empregado utilidade ou parcela, não necessitando o Empregado, portanto, arcar com a referi- da despesa, esta utilidade fornecida, quando comprovada a sua habitualidade, será considerada salário in natura, incor- porando a remuneração-base do trabalhador. 4.1.4 Proteção ao salário A legislação trabalhista assegura ao trabalhador prote- ção ao salário em diversos aspectos: • O salário é irredutível. • Mesmo em caso de falência, o Empregador deverá arcar obrigatoriamente com os salários de seus Empregados (art. 449, CLT). • Em caso de litígio, por força de rescisão contratual, fica garantida ao Empregado, no mínimo, a quitação dos dias de trabalho (inquestionável) (art. 467, CLT). • O salário é impenhorável (salvo por ocasião de pen- são alimentícia). • O salário é irrenunciável. 4.1.5 Equiparação salarial Um trabalhador que exerce uma determinada função e que, entretanto, tem atribuições de um cargo superior pode pedir equiparação salarial. 84 Ro tin as d e p es so al Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor prestado ao mesmo Empregador, na mesma localidade, cor- responderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalida- de ou idade entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 anos (art. 461, CLT). Na falta de estipulação do salário ou não havendo prova sobre a importância ajustada, o Empregado terá direito a perceber salário igual ao daquele que, na mesma empresa, fizer serviço equivalente ou ao do que for habitualmente pago para serviço semelhante (art. 460, CLT). A equiparação salarial demanda uma série de requisitos: • Deve haver identidade de função: não se deve con- fundir função com cargo, já que há Empregados com o mesmo cargo e funções diferentes. Exemplo: os profes- sores universitários e primários têm o mesmo cargo, mas a função (atribuição) é diferente. • O serviço deve ser de igual valor: prestado com igual produtividade e a mesma perfeição técnica. • O serviço deve ser prestado ao mesmo Empregador, o que é conceituado pelo artigo 2º da CLT. • O serviço deve ser prestado na mesma locali- dade: compreende o mesmo município, já que as con- dições locais podem influir no desnivelamento da remuneração. • Não deve haver diferença do tempo de serviço entre os Empregados da mesma função superior a 2 anos; se o tempo de serviço na função for superior a 2 anos, impossibilita-se a equiparação. Tal situação se observa muito quando o Empregado, demitido da empresa, ingressa com ação trabalhista pleitean- Fo lh a de p ag am en to 85 do equiparação salarial com outro Empregado que trabalha ou que tenha trabalhado na empresa. No entanto, para fazer jus à equiparação salarial, é necessário que o Empregado e o respectivo trabalhador ao qual pede equiparação tenham exercido a mesma função simultaneamente, ou seja, tenham trabalhado ao mesmo tempo na empresa, conforme requisitos mencionados. Portanto, em caso de reclamação, ainda que haja idêntica fun- ção, igual valor no serviço prestado ao mesmo Empregador e mesma localidade, se não houve prestação de serviços simul- taneamente entre o reclamante e o equiparado, não há equi- paração salarial. Essa é uma das situações que gera a necessidade de se desenvolver um plano de cargos e salários para a empre- sa, estabelecendo requisitos e atribuindo valores para cada cargo, capaz de eliminar distorções e assegurar a equidade e a coerência interna e externa. 4.1.6 Recibo de pagamento O pagamento de salários efetuado deverá ser eviden- ciado mediante contrarrecibo, no qual serão discrimina- das para o Empregado todas as parcelas pagas. O objetivo é comprovar a relação de valores e referências que compu- seram o líquido final do Empregado. Além de discriminar os proventos e descontos que comporão o líquido salarial, o Empregador deverá também fazer constar em recibo de pagamento o valor final gerado através do cálculo de 8%, que representará o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na conta do Empregado. 4.1.7 Reajustes salariais A Medida Provisória n. 434/1994 estabeleceu que os salá- rios devessem ser corrigidos apenas uma vez ao ano de manei- 86 Ro tin as d e p es so al ra obrigatória, na data-base da categoria. Seria o famoso dissídio coletivo, cujas datas variam de segmento para segmento. 4.1.8 Saldo de salário O saldo de salário representa a quantidade de dias que o Empregado deverá receber por mês. Em caso de mês de admissão, mês de demissão ou mês em que o Empregado estará entrando ou retornando de férias ou afastamento, ele fará jus apenas ao salário proporcional, sendo a seguir descri- ta a fórmula de cálculo para apuração do valor devido. • Mensalista: dividir a remuneração mensal por 30 e multiplicar pelos dias trabalhados. • Diarista: considerar o valor do dia e multiplicar pelos dias trabalhados. • Horista: considerar o valor por hora e multiplicar pelas horas trabalhadas. 4.1.9 Salário e remuneração – principais definições • Salário: é o direito que o Empregado tem sobre o Empregador, ou seja, é a contraprestação a ser recebida pela jornada de trabalho. • Remuneração: por sua vez, é a soma do salá- rio devido pelo Empregador com os valores que o Empregado recebeadicionalmente em decorrência do contrato de trabalho, conforme mencionado. • Piso da categoria: representa a definição do valor mínimo de salário, após o acordo entre as classes patronais e a dos Empregados; é publicado por meio do dissídio coletivo da categoria. Fo lh a de p ag am en to 87 • Salário profissional: é o salário pago ao profissio- nal liberal de acordo com a sua contraprestação de ser- viço. Exemplo: advogados, médicos, contadores etc. • Salário in natura: este salário, embora não muito comentado, é muito importante, pois é por falta de conhecimento das empresas que este salário é pago de uma forma errada, causando muitas ações trabalhistas contra o Empregador. • Salário variável: é pago aos Empregados comissio- nistas, aos quais por força de contrato é previsto um percentual sobre as vendas realizadas. • Salário fixo: é o salário pago ao Empregado, sem sofrer qualquer variação. • Salário misto: é quando o Empregado recebe um salário fixo e um salário variável, ou seja, o Empregado tem um salário fixo, mas recebe um percentual sobre as vendas a título de comissão. 4.2 Adiantamento de salário O pagamento de adiantamento é feito no dia 15 ou 20 de cada mês, varia de empresa para empresa, e representa normalmente 40% do salário do funcionário. Esse valor é des- contado em folha de pagamento. Existem empresas que optam por não fornecer o adianta- mento. Embora seja uma prática muito comum, salvo por força de acordo coletivo, o adiantamento salarial não é obrigatório, como muitos imaginam, tratando-se, portanto, de uma práti- ca comum, mas de caráter liberal por parte dos Empregadores. 88 Ro tin as d e p es so al 4.3 Pró-labore É o salário que os sócios da empresa possuem por força de contrato. É pago somente para o sócio administrador. Este pagamento tem sua retenção para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) (11%) e, se for o caso, para o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), conforme tabela normal de retenção. 4.4 Adicionais Os adicionais são incorporados ao salário do Empregado, como previsto em legislação. Veremos a seguir quais são os principais adicionais. 4.4.1 Insalubridade É o adicional pago aos Empregados que exercem tra- balho em condições que podem causar danos à saúde, ou seja, em condições insalubres, acima dos limites de tolerân- cia caracterizados e classificados por meio de perícia realiza- da pelo médico do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). De acordo com a perícia, o trabalho insalubre poderá ser classificado em três graus diferentes: • risco mínimo: equivalente a 10% do salário mínimo; • risco médio: equivalente a 20% do salário mínimo; e • risco máximo: equivalente a 40% do salário mínimo. Fo lh a de p ag am en to 89 Algumas convenções determinam que a base de cál- culo para o adicional de insalubridade seja o da categoria, ou seja, em vez de se calcular a porcentagem sobre o salá- rio mínimo, deve-se verificar o piso salarial da categoria em questão e aplicar os mesmos percentuais. A atividade insalubre pode ter o seu grau diminuído com a utilização dos equipamentos individuais de proteção, concedidos pelo Empregador. 4.4.1.1 Profissões insalubres São muitas as atividades consideradas insalubres e nas Normas Regulamentadores (NR 15) serão encontradas várias delas, por exemplo: • operador em câmara de ar comprimido; • operador em câmara fria; • instrumentista; e • qualquer profissional que esteja exposto a agentes químicos ou biológicos que representem risco à saúde. 4.4.2 Periculosidade O adicional de periculosidade é determinado quando há atividade ou operação perigosa na forma da regulamentação aprovada pelo MTE. É aquela que por sua natureza ou método de trabalho implique o contato permanente com inflamáveis ou explosivos, em condições de riscos acentuados. O Empregado que trabalha em condições de periculo- sidade recebe um adicional de 30% sobre o salário efetivo, incidindo sobre o cálculo das horas extraordinárias. Os Empregados menores e estagiários de cursos de aprendizagem estão proibidos de atuarem em qualquer área perigosa. 90 Ro tin as d e p es so al 4.4.2.1 Profissões perigosas São muitas as atividades consideradas perigosas, por exemplo (NR 15): • motorista de veículo com carga perigosa; • Empregados de postos de combustível; • operador de caldeira; e • bombeiro. 4.4.3 Adicional noturno Quando o trabalhador exercer a atividade em um perí- odo noturno, as horas trabalhadas terão um acréscimo de, no mínimo, 20% sobre o valor acordado. 4.4.4 Horas extras São aquelas trabalhadas além da jornada contratual de cada Empregado. Assim, se a jornada for de 4, 6 ou 8 horas, as horas excedentes deverão ser pagas como extras. O valor da hora extra é de uma hora normal de traba- lho acrescido de, no mínimo, 50%. É importante consultar as convenções ou acordos coletivos porque esse percentual pode ser ampliado. Toda vez que um Empregado trabalhar além do seu horário determinado, ele terá direito de receber o excedente com acréscimo, salvo em situações em que haja estabelecido acordo de horário flexível, acordo de compensação de horas ou banco de horas homologado. 4.4.5 Descanso semanal remunerado – DSR Conforme Lei n. 605/1949, é vedado o trabalho em dias destinados a repouso. Todo trabalhador tem direito a repouso semanal, preferencialmente aos domingos. Dependendo da atividade da empresa, esta regra pode sofrer alterações, como nas seguintes situações: Fo lh a de p ag am en to 91 • hospitais; • restaurantes; e • supermercados. Estes estabelecimentos, por exemplo, têm autorização do MTE para realizar os seus trabalhos normais aos domingos. Todo Empregado tem direito a 24 horas consecutivas de descanso. Também são considerados DSRs os feriados civis e religiosos, nacionais e municipais. 4.5 Descontos Em todo o processo de folha de pagamento existem também os descontos, que se referem a tudo aquilo que foi adiantado durante o mês ao Empregado, a seguir você pode- rá verificar alguns. 4.5.1 Contribuição ao INSS É calculada mediante uma alíquota imposta pelo governo federal, a qual está passível de alterações. As alíquo- tas impostas atualmente são 8%, 9% e 11%. Os valores são Tome nota: feriados nacionais 1º de janeiro: Confraternização Universal 21 de abril: Tiradentes 1º de maio: Dia do Trabalho 7 de setembro: Independência do Brasil 12 de outubro: Nossa Senhora Aparecida 2 de novembro: Finados 15 de novembro: Proclamação da República 25 de dezembro: Natal Datas móveis: Paixão de Cristo e Corpus Christi 92 Ro tin as d e p es so al repassados à Previdência Social, juntamente com a parcela do Empregador. 4.5.2 IRRF Também é um desconto que aparece na folha de paga- mento. Este imposto é calculado mediante tabela progressiva da Receita Federal e é repassado aos cofres federais. 4.5.3 Vale-Transporte É um direito do trabalhador desde que comprovada- mente ele utilize veículos coletivos para deslocar-se de sua residência para o trabalho e vice-versa. É descontado em folha de pagamento sobre até 6% de seu salário. 4.5.4 Faltas injustificadas Caso o Empregado falte ao trabalho e não justifique, ele receberá o seu salário de uma forma proporcional aos dias trabalhados, tendo o desconto dos dias ausentes. 4.5.5 Descontos do DSR O artigo 11 do Decreto n. 27.048/1949 (BRASIL, 1949) menciona o seguinte: “perderá a remuneração do dia de repouso o trabalhador que, sem motivo justificado ou em virtude de punição disciplinar, não tiver trabalhado toda a semana, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho”.4.5.6 Contribuição sindical Cabe ao Empregador descontar do seu Empregado em folha de pagamento a contribuição sindical no mês de março de cada ano. Esta contribuição é devida aos respectivos sin- dicatos e é paga pelos Empregados no valor correspondente a um dia de trabalho. Fo lh a de p ag am en to 93 4.5.7 Contribuições confederativas e assistenciais Previstas na Constituição Federal de 1988 (art. 8º, inciso IV), estas contribuições só serão cobradas do Empregado con- forme acordo coletivo, ou seja, se no dissídio coletivo estiver constando a obrigatoriedade do pagamento. O pagamento destas contribuições é processado pela empresa após o desconto em folha de pagamento. Estas con- tribuições servem para custear as negociações entre os sindi- catos e a manutenção dos mesmos. 4.6 FGTS O depósito do FGTS é uma obrigação da empresa em todos os meses. O valor a ser depositado é de 8% sobre a remune- ração mensal do Empregado e deverá ser recolhido até o dia 7 de cada mês. O recolhimento é efetuado na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP) em conta vinculada dos Empregados. Importante ressaltar que o recolhimento do FGTS é uma obrigação do Empregador e não representa desconto em folha de pagamento do Empregado. 94 Ro tin as d e p es so al 4.7 Sindicato (pesquisa salarial) A pesquisa salarial é uma ferramenta da área de recursos humanos. Pode ser feita junto ao sindicato da cate- goria e deverá ser realizada antes mesmo da admissão do Empregado. Isso para que a empresa tenha informação pre- cisa do piso salarial a ser pago para o colaborador. Por meio desta pesquisa, há como a empresa saber os custos em relação ao registro do Empregado, como INSS, FGTS, férias, 13º salá- rio e IRRF, se for o caso. Por esse motivo, é importante que tal pesquisa seja feita com antecedência e muita atenção. 4.7.1 Dissídio coletivo O dissídio coletivo é determinado entre o sindicado dos Empregados e o sindicado patronal, ao qual pertencem as empresas. Este acordo tem uma data-base a ser realizado. 4.8 Apuração do 13º salário A gratificação natalina, mais conhecida como 13º salá- rio, foi criada pela Lei n. 4.090/1962 e regulamentada pelo Decreto n. 57.155/1965, que determina que todos os trabalha- dores tenham direito a uma gratificação anual. Essa gratificação corresponde a 1/12 de remuneração devida em dezembro. A fração igual ou superior a 15 dias de trabalho do mês será considerada como 1/12 para cálcu- lo da gratificação. Fo lh a de p ag am en to 95 Caso o contrato de trabalho seja extinto anteriormen- te ao mês de dezembro, essa gratificação será paga propor- cionalmente aos meses trabalhados. As faltas legais e justifi- cadas ao serviço não serão deduzidas no ato da quitação das verbas correspondentes ao 13º salário. 4.8.1 Pagamento/prazo/cálculos O pagamento do 13º salário é dividido em duas parce- las. Além do valor do último salário recebido pelo Empregado, serão integrados a esse pagamento todos os adicionais que o Empregado recebe habitualmente, como horas extras, adicio- nal noturno, prêmios etc. Todo Empregado que se desligar da empresa tem direi- to ao pagamento integral do 13º salário, sendo que este não poderá ser divido em duas parcelas, salvo já tenha sido paga a primeira parcela antes do desligamento. 4.8.2 1a parcela | adiantamento do 13º salário A primeira parcela do 13º salário poderá ser quitada entre os meses de fevereiro e novembro. O Empregador não tem a obrigatoriedade de executar esse pagamento a todos os seus Empregados em único mês, desde que obedeça à propor- cionalidade a que estes terão direito. O Empregado que deseja receber a primeira parcela juntamente com suas férias deverá fazer um pedido por escrito e entregá-lo ao departamento de pessoal até o último dia útil do mês de janeiro. O prazo máximo para o pagamento da primeira par- cela é 30 de novembro, devendo-se antecipá-lo quando a data não ocorrer em dia útil. 4.8.3 2a parcela | 13º salário integral A segunda parcela do 13º salário deverá ser paga no máxi- mo até o dia 20 de dezembro, observando-se que o pagamento deverá ser antecipado caso essa data não ocorra em dia útil. 96 Ro tin as d e p es so al No ato do pagamento da 2ª parcela do 13º salário, o valor de referência para o cálculo será o salário-base do mês de dezembro e, quando for o caso, deverá ser somada a esse valor a média de outros adicionais recebidos pelo Empregado, tais como hora extra, adicional noturno etc. Quando o pagamento integral do 13º salário for efetu- ado, será descontada a 1ª parcela, paga como adiantamento. 4.8.4 Ajuste de salário variável Para os Empregados que recebem salários variáveis, como comissão, é necessário fazer um complemento de paga- mento do 13º salário integral. O prazo para pagamento desse ajuste é até o dia 10 de janeiro do ano subsequente, se necessário for. 4.8.5 Afastamentos Ao Empregado que se afastou no ano-base do paga- mento do 13º salário, deverá ser feito um cálculo diferenciado, de acordo com a situação de afastamento. Tipos de afastamento: • Serviço militar: computa-se até o último dia trabalhado. • Auxílio-doença: consideram-se o período traba- lhado e mais os 15 primeiros dias do afastamento. • Acidente de trabalho: calcula-se o valor integral ao qual o Empregado terá direito e desconta-se o período de afastamento pelo INSS. • Auxílio-maternidade: os cálculos serão idênticos ao do caso de auxílio-doença. Fo lh a de p ag am en to 97 4.9 Atualizações no sistema de folha de pagamento Todo sistema de folha de pagamento precisa de para- metrizações, que influenciam diretamente no seu cálculo (nas provisões de férias e 13º salário, na apuração dos encargos sociais a serem recolhidos etc). Dentre as parametrizações que influenciam diretamente nestes aspectos, podemos citar: • Cadastro e revisão de todas as verbas ou eventos da folha de pagamento e suas incidências de encargos (INSS, FGTS, Imposto de Renda), além de incidências sobre outros eventos (pensão alimentícia, faltas etc.). • Cadastro dos feriados nacionais e municipais para apuração do DSR. • Revisão dos cálculos de provisões de férias e 13º salário e de incidências dos valores variáveis (horas extras, adicionais noturnos, insalubridade, periculosi- dade etc.) sobre as provisões, bem como a correta con- tagem dos avos mensais. • Alteração das tabelas de INSS, salário-família e Imposto de Renda. • Cadastro dos funcionários com estabilidade de emprego (acidente de trabalho, Cipeiros, licença- -maternidade, dirigente sindical etc.). • Verificação da Convenção Coletiva de traba- lho da(s) respectiva(s) entidade(s) sindical(ais) e das 98 Ro tin as d e p es so al abrangências como: percentuais de horas extras em escala (50%, 65%, 80%, 100%) e pisos salariais. • Garantias de emprego (além das previstas em lei). 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Acesso em: mar. 2014. BRASIL. NR 15 – Atividades e operações insalubres. Brasília, 1978. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/ data/files/FF8080812DF396CA012E0017BB3208E8/NR-15%20 (atualizada_2011).pdf>. Acesso em: mar. 2014. Fo lh a de p ag am en to 99 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988. Disponível em: <http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: mar. 2014. BRASIL. Medida Provisória n. 434, de 27 de fevereiro de 1994. Dispõe sobre o Programa de Estabilização Econômica, o Sis- tema Monetário Nacional, institui a Unidade Real de Valor (URV) e dá outras providências. Diário Oficial da União, Bra- sília, 28 fev. 1994. Disponível em: <http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/mpv/1990-1995/434.htm>. Acesso em: mar. 2014. FERRARI, I.; NASCIMENTO, A. M.; MARTINS FILHO, I. G. da S. História do trabalho, do direito do trabalho e da Justi- ça do Trabalho. São Paulo: LTr, 2005. NASCIMENTO, A. M. Teoria geral do direito do trabalho. São Paulo: LTr, 1998. PEREIRA DA SILVA, L. de P. Principiologia do direito do trabalho. São Paulo: LTr, 1999. RODRIGUEZ, A. P. Princípios de direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2002. http://www.caixa.gov.br/ http://www.mte.gov.br http://www.mpas.gov.br/ http://www.receita.fazenda.gov.br
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