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57 Revista LOGOS, n. 12, 2005. ADITIVOS DOS ALIMENTOS RESUMO CARVALHO, Paulo Roberto de Professor de Química Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de São José do Rio Pardo atividade das bactérias e enzimas, ou Aditivos químicos têm a finalidade de melhorar os alimentos industrializados, tornando-os mais palatáveis e dando cor, aroma e textura. Seu excesso pode ser prejudicial à saúde. Os aditivos podem ser sintéticos ou naturais. Técnicas mais antigas de conservação de alimentos são a defumação e salga da carne e adição de açúcar em frutas. Antioxidantes retardam a oxidação e rancificação dos alimentos. Corantes melhoram a aparência, intensificando a cor natural, podendo ser naturais ou sintéticos. Acidulantes intensificam o gosto ácido, realçando o “flavor” dos alimentos. Sequestrantes atuam sobre os metais, inibindo a sua ação catalisadora, mantendo e realçando a integridade dos alimentos. Gomas aumentam a consistência dos alimentos, estabilizam, favorecem e mantêm as características físicas das soluções, emulsões e suspensões, melhorando a textura; podem ser naturais ou sintéticas. Flavorizantes intensificam ou modificam o seu “flavor” (integração da sensação de odor, gosto e textura). Edulcorantes acentuam a percepção do sabor doce. Umectantes mantêm o grau de umidade necessário ao produto. Anti-umectantes repelem a umidade nociva ao produto. Coadjuvantes referem-se às substancias, equipamentos e utensílios utilizados na elaboração e conservação do produto. Espumíferos e antiespumiferos atuam na tensão superficial interferindo na produção de espumas. Pasteurização é o processo de aquecimento para eliminar as bactérias do leite. A 20 graus negativos, cessa a proteínas que catalisam as reações químicas dos alimentos, técnica que evoluiu para a liofilização (desidratação de alimentos previamente congelados, cuja água transformada em gelo, evapora-se no vácuo). A desidratação consiste na retirada de toda água dos alimentos, para evitar a proliferação de bactérias, com a vantagem de reduzir o peso. A radiação é usada na conservação de cebolas e batatas e para deter o amadurecimento de papaias e mangas, sendo que o alimento irradiado não mantém a radiatividade, ela só passa por ele. O sabor é o resultado de informações da língua e do nariz A boca artificial foi inventada para ajudar nas pesquisas sobre o paladar humano. REVISÃO DE LITERATURA Aditivos químicos nos alimentos são substâncias inócuas ao homem, utilizadas para uma melhoria geral dos alimentos industrializados. São ingredientes adicionados intencionalmente aos alimentos, sem propósito de nutrir, mas com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenamento transporte ou manipulação Versão Teste de um alimento. No Brasil o poder aquisitivo da população, não estimula o mercado a grandes investimentos. Uma das mudanças recentes, neste mercado, foi o aumento crescente na demanda por alimentos com baixo teor de gordura e açúcar (dietético), o que tende a aumentar Revista LOGOS, n. 12, 2005. em todo o mercado mundial. Alguns exemplos básicos dos alimentos mais 58 interferem na reprodução; -EDTA causa anemia e descalcificação; consumidos são: leite, carnes, frutas, doces e bebidas. Os aditivos atingem todo o mundo, pois estão presentes em grande parte dos alimentos que são ingeridos todos os dias. As indústrias dispõem de um grande número de técnicas para conservar e aprimorar os alimentos que são importantes para garantir a disponibilidade destes. O papel dos aditivos químicos nos alimentos é torná-los mais palatáveis, recuperando seu valor nutritivo e suas qualidades sensoriais como cor, aroma, textura, etc. O excesso de aditivos pode causar vários problemas de saúde, em geral em pessoas mais sensíveis. Se por um lado os aditivos são bons para conservar, dar gosto etc, eles possuem seu lado que muitas vezes deixamos de lado. É vetado o uso de aditivos quando: houver evidência ou suspeita de que o mesmo possui toxidade atual ou potencial; interferir sensível e desfavoravelmente no valor nutritivo dos alimentos; induzir o consumo a um erro, engano ou confusão. Observe alguns males que excesso de aditivos podem causar à saúde: -Fosfolipídios causam colesterol e arteriosclerose; -Aromatizantes causam alergias, crescimento retardado de câncer; Sacarina causa câncer; -Nitritos e nitratos câncer de estômago e esôfago; -Ácido benzóico, polissorbados e umectantes causam alergias e distúrbios gastrointestinais; -Ácido fosfórico causa problema na bexiga; -Dióxido de enxofre causa redução do nível de vitamina B1 e mutações genéticas; -Corantes causam anemia, alergias, toxidade sobre fetos, podendo nascer crianças mal formadas; -Ácido cítrico causa cirrose hepática e descalcificação dos ossos; -BHT e BHA são tóxicos aos rins e fígado e -Caramelo causa convulsões quando preparado em desacordo. E não é só isso. Aqueles chicletes e balas dos quais você tanto gosta, nada mais são que goma arábica que é a cola de usar nos correio e fazer pipas. Sabe-se que os antibióticos prejudicam a flora intestinal, e causam mutações em algumas bactérias tornando-as imunes a certos medicamentos. Até algum tempo atrás, certas industrias utilizavam antibióticos como conservantes do leite. O objetivo da química é avaliar a composição química destes e verificar se os mesmos estão enquadrado dentro de certos padrões de qualidade. Os aditivos podem ser sintéticos ou naturais, sendo que os naturais são extraídos de urucum, casca de uva, beterraba e outros produtos que são consumidos como alimentos, não oferecendo riscos e podem ser perfeitamente compatíveis a seus equivalentes sintéticos, ocasionando uma grande economia para o Brasil devido à inferioridade de seu preço em relação aos sintéticos importados. Muito antes do que imaginamos o homem já utilizava técnicas para conservar seus alimentos, como por exemplo a defumação de carne, a adição de açúcar em frutas transformando-as em compotas, a salga de carnes entre outros. Hoje em dia as indústrias dispõem de várias técnicas para conservação dos alimentos, que são importantes para garantir disponibilidade Versão Teste destes, levando em conta que muitas pessoas vivem em centros urbanos, isso cria uma variedade maior ao longo do ano sem depender da safra. Alguns aditivos podem ser classificados quanto à função como oxidantes, aromatizantes, antioxidantes, corantes, preservativos,emulsificantes, edulcorantes, umectantes, antiumectantes, intensificadores de sabor, enzima e nutrientes. Revista LOGOS, n. 12, 2005. Antioxidantes Retardam o aparecimento de alteração oxidativa e rancificação nos alimentos. Enquanto espoliações microbianas são mais importantes, no que se refere à preservação de carboidratos e proteínas, oxidações, particularmente em presença de oxigênio do ar, são de suma importância na degradação de gordura ou de alimentos gordurosos. Essas oxidações provocam cheiro e sabor desagradáveis nas gorduras. Há quatro mecanismos segundo os quais um antioxidante pode funcionar: doação de hidrogênio pelo antioxidante; doação de elétrons pelo antioxidante; adição do lipídio ao anel aromático do antioxidante; formação de um complexo entre lipídio e o anel aromático do antioxidante. Conclui-se, pois, que, para evitar a oxidação, basta inativar a enzima ou eliminar o oxigênio. Na prática, a inativação das enzimas é às vezes prejudicial e a eliminação total do oxigênio é impossível, ficando, portanto evidenciada a importância dos antioxidantes dentro das devidas precauções. Corantes São substâncias que conferem e intensificam a cor natural dos alimentos para melhorar sua aparência a aceitação, podendo ser classificados como naturais, cuja origem é quase exclusivamente de vegetais, e sintéticos, subdivididos em categorias como: A - corantes que são aceitáveis para serem empregados em alimentos; B - corantes para os quais os dados de que dispõem não são totalmente suficientes para incluí-los na A; CI - dispõem de dados detalhados concernentes a ensaios em animais com relação a toxidade prolongada; CII - corantes acerca dos quais não existem praticamente dados referentes a toxidade prolongada; CIII - não dispõem de dados que indiquem a possibilidade de efeitos prejudiciais; D - não dispõem de dados sobre sua toxidade; 59 E - são prejudiciais e não devem ser usados nos alimentos. Acidulantes Capazes de comunicar ou intensificar o gosto acídulo dos alimentos. No processamento de alimentos são usados ácidos orgânicos tais como ácido cítrico e inorgânicos, como ácido fosfórico. Os sais desses ácidos, principalmente os sais de sódio, são utilizados para controle de pH e de gosto, assim como outras propriedades desejáveis no produto manufaturado. Na maioria dos casos a seleção do ácido é devida a sua habilidade de realçar o "flavor" do alimento. O ácido cítrico é utilizado no caso de refrigerantes de uva, o málico no de maçã e o fosfórico na cola. Os ácidos utilizados em tecnologia alimentar, especialmente enlatados, obedecem às regulamentações e padrões de pureza. Seqüestrantes Formam complexos químicos com íons metálicos. Auxiliam a estabelecer, manter e realçar a integridade de muitos alimentos. A maior parte deles é constituída por substâncias químicas que reagem com metais para formar complexos, cuja estabilidade depende do metal complexado, atuando assim no sentido de anular os efeitos do metal, que Versão Teste na maioria das vezes catalisa as reações que alteram a natureza do alimento. Com relação a alimentos manufaturados, suas propriedades, em função do estado de conservação, estão na maioria das vezes condicionadas à cor, "flavor" e textura que dependem da presença de seqüestrantes que atuam sobre os metais inibindo sua ação catalisadora. Uma das principais barreiras para o uso de seqüestrantes é a sua toxidade em relação ao consumidor. São registrados como seguros para uso em alimentos, podem ser considerados como aditivos intencionais. Considerações sobre Revista LOGOS, n. 12, 2005. o aspecto tóxico impossibilitam o uso de eficientes seqüestrantes. Goma É o material que pode ser dissolvido ou dispersado em água fria ou quente para dar soluções viscosas ou dispersões. Atualmente, gomas são usadas para uma variedade de objetivos como estabilizantes em relação à espuma de cerveja, clarificantes em vinhos. Gomas naturais são aquelas encontradas na natureza, tais como goma-arábica, alginatos, etc.; Gomas modificadas ou semi-sintéticas são substância químicas derivadas de produtos naturais, como celulose ou amido modificado; Goma sintética são sintetizados, tais como PVP (polivinilpirrolidina). Espessantes são substâncias químicas que aumentam a consistência dos alimentos. São hidrossolúveis e hidrofílicas, usadas para dispersar, estabilizar ou evitar sedimentação de substâncias em suspensão. A goma também pode ser espessante, substância capaz de aumentar nos alimentos a viscosidade de soluções, emulsões e suspensões. Agentes ativos de superfície Presentes na maioria dos alimentos naturais, se não em todos, desempenham importante papel nos processos de alimentos manipulados e auxiliam no seu metabolismo, convertendo-se em fonte de energia. A tecnologia moderna, utilizando surfactante, tem provocado quase uma revolução na preparação e no abastecimento de alimentos. Variedades de alimentos preparados são transportados a longas distâncias e são estocados por meses antes de serem ingeridos. O transporte de alimentos preparados não prejudica a qualidade do produto. Cientistas especializados na área têm conseguido significativos resultados no sentido de melhorar a qualidade e reduzir os 60 problemas de manipulação de alimentos perecíveis. Flavorizantes São substâncias químicas ou misturas acrescentadas a um alimento ou medicamento para suplementar ou modificar seu "flavor" próprio ou para mascarar o original. São necessários, pois alguns produtos perdem parte de seu sabor durante o processo de industrialização. "Flavor" é uma sensação complexa. É a integração da sensação de odor, gosto, textura etc. Há quatro gostos básicos: doce (açúcar), azedo (ácido), salgado (NaCl) e amargo (quinino). Edulcorantes São substâncias orgânicas artificiais, não glicídicas, capazes de conferir sabor doce aos alimentos. Substituem os açúcares com o objetivo de diminuir o valor calórico ou elaborar produtos destinados às pessoas que evitam o consumo de determinados açúcares. Os mais utilizados são: o aspartame e a sacarina. Podem ser naturais ou artificiais. Artificiais são adoçantes não calóricos que Versão Teste tiveram crescimento de consumo muito rápido no começo de 1960, no fabrico de bebidas e alimentos em geral com adoçantes não nutritivos. Sacarina sódica é um adoçante não calórico usado em muitas marcas de refrigerantes, produtos alimentícios e em medicina.Umectantes Substâncias que protegem os alimentos da perda de umidade em ambiente de baixa umidade relativa ou que facilita a dissolução de uma substância seca em meio aquoso. Anti-umectante Substância capaz de reduzir as características higroscópias dos alimentos e diminuir a tendência de adesão umas às Revista LOGOS, n. 12, 2005. outras das partículas individuais. Evitam a absorção de umidade e são utilizados em macarrões. Coadjuvantes São substâncias, incluindo os equipamentos e os utensílios utilizados na elaboração e conservação de um produto que não se consome por si só como ingrediente alimentar e que são empregados intencionalmente na elaboração de matérias-primas, alimentos ou seus ingrediente para obter uma finalidade tecnológica durante o tratamento ou fabricação. Os amidos modificados quimicamente não são considerados como aditivos alimentares devendo ser mencionados na lista de ingredientes como amidos modificados. Quando utilizados pela industria alimentar deverão obedecer às especificações. Polióis O conteúdo de umidade tem importante papel na textura dos alimentos. Perda de mais ou menos 1% de umidade fazem com que um produto seja aceitável ou não, sob vários aspectos, principalmente com relação ao sabor e aparência. Umectantes são substâncias capazes de evitar a perda da umidade dos alimentos. O valor umectante de polióis é usado principalmente em produtos de baixo conteúdo de umidade. Em ambos os alimentos de baixo e alto conteúdo de umidade, polióis podem também afetar a textura, gosto, etc., mas raramente é o poliol suficientemente acrescentado para exercer uma verdadeira ação higroscópica sobre um alimento de alto nível de umidade. Aprendendo a ler rótulos Aprenda a ler os rótulos. Os aditivos sempre aparecem em letras miúdas nas embalagens. No tamanho, elas se assemelham àquelas famosas letras 61 ilegíveis dos contratos leoninos. Mas você não precisa ter medo delas. As misteriosas siglas e palavras que parecem querer se esconder no rótulo são na verdade nomenclaturas técnicas para os aditivos, substâncias essenciais à manutenção do sabor e do cheiro do produto industrializado. Alguns aditivos também estimulam outros sentidos que auxiliam o paladar, como a visão e o tato. 1. Acidulantes: código H => comunicam ou intensificam o gosto ou sabor ácido aos produtos - acidificar o meio (coalhada) - atuar como conservante. São os H e mais alguma coisa. H.IV, por exemplo, identifica o ácido fumárico, usado em geléias de frutas. Além de conservar, acentuam o sabor ácido do produto. 2. Antioxidante: código A => Substâncias que retardam o aparecimento de alterações oxidativa nos alimentos impedindo que óleos e gorduras principalmente ricos em ácidos graxos insaturados se combinem com o oxigênio do ar tornando-se Versão Teste rançosos. Aparecem como A, seguido de um número romano. Exemplo: AXIX, terc-butil-hidroquinona, usado em gomas de mascar. Evitam que o produto se deteriore em contato com ar. 3. Aromatizantes e Flavorizantes: código F => Substâncias ou misturas de substâncias possuidoras de propriedades odoríferas ou sápidas capazes de conferir ou intensificar o aroma e ou sabor dos alimentos. Estes se classificam em: aroma natural; aroma natural reforçado, aroma reconstituído, aroma imitação e aroma artificial. São escritos por extenso, como aroma natural de alguma coisa, aroma reforçado, aroma reconstituído ou aroma imitação. Exemplo: aroma imitação de baunilha. Principais responsáveis pela percepção do paladar. 4. Conservadores: código P => Substâncias que impossibilitam ou retardam a deterioração microorgânica ou Revista LOGOS, n. 12, 2005. enzimática nos alimentos, ou seja, evitam processo de fermentação, acidificação e evidência de putrefação. Exemplos: ácido benzóico (P. I), ácido bórico (P. II), dióxido de enxofre e derivados (P.V), nitratos (P. VII), nitritos (P.VIII). São os P e mais alguma coisa: o P.IX, que significa propionato de cálcio, sódio e potássio, usado tanto em picles quanto em chocolates. Corantes: código C => substâncias que conferem ou intensificam a cor dos alimentos. Classificam-se em: corante orgânico natural (C. I), corantes orgânicos sintético artificial (C. II) e idêntico ao natural (C. III). 5. Edulcorantes: código D => substâncias orgânicas artificiais não glicídicas capazes de conferir sabor doce aos alimentos utilizados em produtos dietéticos. Ex: Sacarina (D. I) 0,05% = 300 vezes o efeito da sacarose, Ciclamato = 30 vezes o efeito da sacarose, Aspartame e outros. São grafados por extenso. Acentuam a percepção do sabor doce. São usados mesmo quando o açúcar faz parte da receita. 6. Estabilizantes: código ET => substâncias que favorecem e mantêm as características físicas das emulsões e suspensões. Promovem uma integração homogênea de ingredientes como óleo e água, aumentam a viscosidade dos ingredientes e evitam a formação de cristais (leite achocolatado, sorvetes, refrigerantes, sucos de frutas e outros.). Identificados pelas letras ET e mais alguma coisa. Por exemplo, o código ET.XXIX se refere ao tartarato de sódio, usado em queijos fundidos e requeijão. Ajudam a conservar o produto. 7. Espessantes: código EP => substâncias capazes de aumentar a viscosidade de soluções, emulsões e suspensões, melhorando a textura e a consistência (dar corpo) dos produtos como: sorvete, pudins, sopas, coberturas, etc. Têm como propriedades funcionais: 62 adesividade, agente de ligação, agente incorporador, moldagem, formador de gel, agente encapsulador, inibidor de cristalização e outros. Agrupam-se em: Polissacarídeos e Sais de fosfatos. 8. Umectantes: código U => substâncias capazes de evitar a perda de água ou umidade nos alimentos, pois possuem propriedades higroscópicas. São os “Us” e alguma coisa. Exemplo: sorbitol (U.II), usado em biscoitos e similares. Mantêm o grau de umidade necessário ao produto. 9. Antiumectantes: código AU => substâncias capazes de reduzir as capacidades higroscópicas dos alimentos. Impedem que as partículas se agrupem quando em contato com a água. São os AU e alguma coisa. Exemplo: sais de alumínio (AU.XI), usados em café solúvel e gelatinas. Repelem a umidade nociva ao produto. 10. Espumíferos: substâncias que influem Versão Teste na tensão superficial dos alimentos interferindo na produção de espumas com propósito de gerar espuma estável. 11. Anti-espumíferos: substâncias que modificam a tensão superficialdos alimentos. Evitam a formação de espuma em alimento durante seu processamento. Ex: óleos especiais e compostos sintéticos (silicone). História sobre o uso de aditivos nos alimentos Quando o navegador Amyr Klink atravessou o Atlântico Sul num pequeno barco, levou em sua bagagem 188 diferentes cardápios de alimentos desidratados — concentrados que só podem ser consumidos depois de misturados com água. A proeza de Klink chamou a atenção para essa técnica de processamento de alimentos, hoje popular entre campistas, que é uma amostra significativa da tendência do mundo moderno em valorizar alimentos mais Revista LOGOS, n. 12, 2005. sofisticados, mais nutritivos, mais práticos e mais atraentes. Legumes, frutas, leite e carne desidratados, base dos cardápios de Amyr Klink, preparados pela Nutrimental, empresa paranaense de alimentos desidratados, também estão na receita de uma centena de sopas prontas, gelatinas, cremes, enlatados e macarrão instantâneo. Esses produtos, que compõem o leque de opções rotineiras de uma moderna dona de casa, não estavam nem no cardápio dos sonhos de suas avós. E não somente eles. Atualmente, é possível fazer uma omelete com ovos em pó, ou, nos Estados Unidos, até com compostos de ovos, aves e gelatinas, os chamados egglites, embalados em cascas que imitam o original, sem o inconveniente das altas taxas de colesterol. Aliás, os obesos não precisam se preocupar com as limitações da dieta, pois dispõem de uma série de alimentos regados a adoçantes de baixas calorias. E agora já se pensa num substituto da gordura para sorvetes, margarinas e maioneses, a partir de proteínas encontradas no leite e na clara do ovo. Os suíços chegaram a inventar um chocolate que não se deforma com o calor e só derrete na boca. Para isso, usaram uma fórmula nova de dispersão das moléculas de água nas gorduras do chocolate. Como reza a cartilha do marketing, o que decide a criação dos produtos são o paladar e a necessidade do consumidor. Por isso, as cozinhas experimentais das grandes empresas alimentícias estão sempre abertas às sugestões das pesquisas de opinião. A Knorr, por exemplo, empresa da área de sopas, lançou vários tipos de caldos semiprontos, porque constatou que as donas de casa gostariam de um produto em que pudessem acrescentar um toque pessoal. Aliás, a tendência de valorizar o que parece natural, no mundo cada vez mais industrializado de hoje, levou fabricantes de iogurtes, cereais em flocos, chocolates, biscoitos etc, a enfatizar o lado 63 caseiro de seus produtos. É como se as receitas de antigamente pudessem ressuscitar sem o mesmo trabalho que exigiam. Uma outra tendência que também se nota na engenharia de alimentos é o aproveitamento de subprodutos, de que quase ninguém gosta, na fabricação de pratos mais nutritivos, oferecidos a baixo preço. Um exemplo, desenvolvido nos Estados Unidos, é a pasta de peixes, chamada surimi, que está sendo usada como acompanhamento de saladas. Também nos Estados Unidos se experimenta transformar os normalmente desprezados miúdos de boi numa proteína que depois de processada vira um lanche com gosto de banana. E, em todo o mundo, Versão Teste já se usam as propriedades nutritivas da soja na fabricação de óleos de cozinha, margarinas, “leite”, mistura para pães, biscoitos, flocos de cereais, salsichas, macarrão, maioneses, sorvetes, chocolates, patês e carne. Essas pesquisas mostram que as maravilhas que se podem conseguir no ramo da alimentação não significam apenas comodidade. Quanto mais bem aproveitados e melhor conservados os alimentos, maiores as possibilidades de abastecer, por exemplo, grandes conglomerados urbanos. Hoje, 40% da população mundial se concentra em áreas urbanas. Como garantir comida para tantas bocas? A resposta, segundo o engenheiro de alimentos Mauro Faber de Freitas Leitão, do Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos), em Campinas, está no prolongamento da vida útil dos alimentos. Para ele, “além de preservar e prolongar a qualidade dos produtos, a industrialização é uma forma de diminuir os riscos à saúde pública”. Estas técnicas, na verdade, não são novas. O primeiro caçador que salgou e defumou a carne de sua presa para conservá-la estava usando uma técnica que Revista LOGOS, n. 12, 2005. ainda hoje serve para derivados de carne. É claro que o caçador pré-histórico não sabia que o sal diminui a umidade necessária para a proliferação de bactérias. O confeiteiro francês Nicolas Appert (1750- 1841), que em 1809 descobriu que recipientes hermeticamente fechados conservam o alimento por mais tempo, também não entendia nada de bactérias. No entanto, encorajado pela recompensa de 12 mil francos prometida por Napoleão Bonaparte a quem descobrisse uma maneira de guardar as rações do exército em campanha, ele mergulhou seus jarros tampados em banho maria, descobrindo empiricamente que o calor conserva os alimentos por mais tempo. O grande mérito de Appert foi ter iniciado o armazenamento a vácuo e a esterilização, cinqüenta anos antes que as experiências de seu ilustre conterrâneo Louis Pasteur (1822-1895) permitissem o nascimento da microbiologia, ciência que abriu campo para todos os métodos atuais de conservação. A pasteurização, processo de aquecimento para eliminar as bactérias do leite, recebeu esse nome em homenagem ao cientista francês. Em 1824, portanto quinze anos depois das descobertas do confeiteiro Appert, duas latas de ervilhas e conserva de carne de carneiro foram deixadas pelo explorador inglês Sir William Edward Parry em algum lugar do Ártico e mais tarde resgatadas. Em 1911, ou seja, 87 anos depois, elas foram abertas e o conteúdo devidamente saboreado sem sobressaltos — ainda estavam em boas condições. As latas de Parry contaram com um importante aliado: o frio. Em temperaturas abaixo de 20 graus negativos, cessa a atividade das bactérias e enzimas, ou proteínas que catalisam as reações químicas dos alimentos. É a base dos congelados que junto com os freezers e fornos de microondas compõem a infra-estrutura das cozinhas 64 mais modernas. O gelo tem ainda a vantagem de manter os tecidos e impedir a dissolução dos alimentos. Mas, como todos os apreciadores da comodidade dos congelados sabem, a técnica precisa ser bem aplicada. Um resfriamento muito lento forma grandes cristais de gelo nointerior e principalmente no espaço entre as células. Ao ser descongelado, o produto imediatamente se deteriora. As empresas processadores de hortaliças, legumes, batatas e pratos prontos usam freezers gigantescos para congelamento por 30 segundos, numa média de 2 toneladas por Versão Teste hora. Nos últimos trinta anos, a técnica do congelamento evoluiu ainda mais. Surgiu a liofilização, um processo de desidratação de alimentos previamente congelados, cuja água, transformada em gelo, evapora-se sob vácuo. Assim tratados, os produtos quase não sofrem modificações. Eles são preparados em fatias com milímetros de espessura sobre bandejas empilhadas em carrinhos dentro de câmaras frigoríficas acopladas a bombas de vácuo. A temperatura abaixa até 40 graus negativos para elevar-se em seguida, gradativamente, até 20 graus. O processo já foi usado para camarões, carnes de aves e boi, ovos, café solúvel, frutas variadas, para serem misturados a cereais e cogumelos. A desidratação, usada nos cardápios de Amyr Klink e principalmente na fabricação de leite em pó e cereais para indústria, consiste na retirada de toda a água dos alimentos para evitar a proliferação de bactérias. Essa técnica tem a vantagem de reduzir o peso e o volume, o que facilita o transporte e armazenamento e também o manuseio. Além da liofilização, considerado um método caro, existem dois outros tipos de desidratação: em câmaras ou estufas de ar quente e por pulverização. Este último método é o mais comum. São usados grandes tambores onde o alimento Revista LOGOS, n. 12, 2005. líquido é pulverizado em gotas antes de receber um jato de ar quente e seco que serve para a evaporação de água. Ao sair dos tambores, o produto líquido se transformou em pó. Independentemente do método que se use para conservar os alimentos, estes nunca mantêm as características que tinham quando estavam frescos. Para conservar a aparência, entram em cena os aditivos, considerados os mais controvertidos componentes dos produtos industrializados. Conforme afirma a farmacêutica Marilene de Vuono Camargo Penteado, professora de Fiscalização de Alimentos na Universidade de São Paulo “os aditivos são um mal necessário, sem os quais os alimentos industrializados perderiam no sabor, no aroma e até na nutrição”. Segundo Marilene, se forem obedecidos os critérios dos organismos internacionais que fixam os tipos e quantidades de aditivos nos alimentos, não haverá perigo à saúde da população. O médico naturalista Mário Bontempo, consultor do Grupo Executivo de Proteção ao Consumidor (Procon), não é tão otimista. Para ele, a aprovação das pesquisas sobre aditivos nos organismos de saúde pública é influenciada pelas indústrias de alimentação. “A maior parte dos aditivos é perigosa”, afirma Bontempo. “Quando não têm efeitos tóxicos podem diminuir a resistência imunológica das pessoas”. Ele lembra também que muitos aditivos hoje proibidos por serem cancerígenos, como os corantes eritrosina e azul-brilhante, já estiveram na lista de ingredientes de produtos alimentícios. De qualquer modo, admitem defensores e críticos dos aditivos, o consumidor desconhece a existência desses ingredientes. Eles são assinalados pelos códigos indecifráveis nas fórmulas de todos os alimentos industrializados. Os aditivos são um bom exemplo 65 das possibilidades de industrialização de alimentos, mas também das indagações sobre as conseqüências que ela traz à saúde. Os naturalistas alertam contra a contaminação e também acusam o apelo consumista dos produtos industrializados. Seus defensores afirmam que eles são mais seguros do que os alimentos supostamente naturais. Para o bioquímico Franco Lajolo, Versão Teste do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, “a sociedade moderna tornou os alimentos industrializados inevitáveis. Cabe às empresas o controle apropriado de qualidade e, ao governo, a vigilância sobre esses alimentos. Mas cabe à população informar-se, em vista da participação desses alimentos na própria saúde”. A radiação nos alimentos Há trinta anos, o homem vem fazendo experiências com o objetivo de usar nos alimentos a mesma radiação já aproveitada pela Medicina nas câmaras de cobalto da radioterapia. Nesse caso, os alimentos é que são bombardeados pelos raios gama procedentes do cobalto 60 e do césio 137, e armazenados numa câmara de cimento blindada. A radiação produz mudanças químicas que alteram os processos normais das células vivas, o que inibe a brotação em batatas, cebolas e alhos, atrasa a maturação das frutas e acaba com as bactérias. O Centro de Energia Nuclear da Agricultura, em Piracicaba (SP), que trabalha com a irradiação de alimentos desde 1968 pôde conservar grãos de arroz, feijão e milho durante dez anos, além de dobrar o tempo de vida de frutas — mamão, abacate, laranja, pêssego e morango. A legislação internacional sobre irradiação de alimentos foi cautelosa até o início da década de 70. Em 1976, um comitê misto das Nações Unidas recomendou a aceitação incondicional de Revista LOGOS, n. 12, 2005. cinco alimentos irradiados: frango, mamão, batata, morango e trigo. Em 1981, o comitê garantiu que não há perigo de contaminação em alimentos irradiados com doses mínimas. A radiação passa através dos corpos. Portanto, um alimento irradiado não retém radioatividade. Mas, como tudo o que se refere à energia nuclear, a irradiação sofre restrições de médicos e grupos ecologistas. Eles afirmam que, embora não se tenha constatado nenhum efeito nocivo nos alimentos irradiados, as modificações químicas que eles sofrem ainda não foram totalmente estudadas. No Brasil, o método está sendo usado, ainda em pequena escala, no armazenamento de cebolas e batatas; foi testado para deter o amadurecimento de papaias e mangas, com o objetivo de preservá-las para exportação. O sabor O sabor é o resultado de informações da língua e do nariz. A língua é ótima, merece todo o respeito, mas não é dona da chave do sabor. Ela só consegue distinguir gostos básicos dos alimentos. Embora a percepção do gosto pela língua seja muito importante, são certas partículas gasosas, chamadas de voláteis, que fazem você perceber a variação sutil entre uma ervilha e um feijão. Ao se difundirem durante a mastigação pela cavidade que liga a boca ao nariz, os voláteisatingem células especializadas da mucosa do nariz, por onde passam todos os cheiros. Ali, em uma área de 1 centímetro quadrado, são desencadeados impulsos elétricos em direção ao cérebro. Eis o paladar. O odor É tão importante para o sabor que as indústrias de alimentos investem milhões nos chamados aromatizantes artificiais. Hoje já existem mais de dez mil aromatizantes — cada um o resultado da 66 combinação de duzentas a trezentas moléculas de substâncias diferentes. O aroma artificial de morango, que existe desde a década de 60, consumiu exatamente vinte anos de pesquisas. Versão Teste Algumas vezes os aromatizantes artificiais são muito mais caros que os naturais. O aroma artificial de baunilha é cerca de duzentas vezes mais caro que a baunilha natural. Apesar disso, a indústria prefere o aromatizante porque tem o odor dez vezes mais forte, garantindo um sabor muito mais acentuado de baunilha. A boca artificial A boca artificial foi inventada pela equipe do bioquímico Terry Acree, da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, para ajudar nas pesquisas sobre o paladar humano, com o objetivo de criar sabores artificiais. Ela simula o processo da mastigação e reproduz o mesmo ambiente que existe dentro da sua boca quando você come: a temperatura, o grau de acidez e até a lubrificação, com uma saliva artificial. Seu nome oficial é simulador retronasal de aromas. O que chamamos de sabor é a soma do que é percebido como gosto pela língua e como aroma pelo nariz. No mundo inteiro, grandes empresas e centros universitários de pesquisa estão empenhados em recriar os 5 000 sabores identificados na natureza. Já existem 2 000 disponíveis no mercado, reproduzíveis em laboratório. Alguns dos ingredientes usados para clonar sabores já vêm prontinhos da natureza. Outros têm que ser fabricados artificialmente, pois seria muito difícil, ou caro, utilizá-los em estado original. Nem todas as substâncias naturais, por sua vez, precisam ser originárias do produto cujo aroma ou gosto se quer reproduzir. Podem vir de outras fontes. O eugenol, uma substância existente no cravo-da-índia, ao sofrer uma oxidação, reação química Revista LOGOS, n. 12, 2005. simples que consiste em acrescentar oxigênio à composição da substância, vira vanilina, um componente do aroma da baunilha. Mas a vanilina não pode ser considerada um produto completamente artificial. Os técnicos apenas pegaram o que já existia na natureza e deram uma mexida, de leve. Artificiais, mesmo, são as substâncias inventadas em laboratório, como o aroma de fantasia conhecido por tutti-frutti ou o sabor da Coca-Cola. Embora o senso comum imagine que as coisas naturais são melhores do que as artificiais, na realidade nem sempre é assim. Há substâncias artificiais que não causam dano à saúde, e há naturais que são perigosíssimas. “Às vezes, é apenas uma questão de dosagem”, afirma o químico aromista Moisés Galano. “A noz-moscada, uma especiaria largamente usada na culinária em pequenas porções, se ingerida inteira pode até matar, porque possui muita miristicina, uma substância tóxica”. Outra confusão muito comum é a de nomenclatura. Aroma é a parte volátil, ou seja, os gases que se desprendem dos alimentos sólidos ou líquidos, sentidos pelo nosso nariz. Por isso a palavra é usada tanto na indústria de alimentos como na de perfumes, embora os perfumistas prefiram o termo fragrância. “O paladar sofre a influência de uma quantidade enorme de fatores”, esclarece Maria Aparecida Azevedo, do Laboratório de Análise Sensorial da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas. “Além do aroma, que é fundamental, também participam da formação do gosto a cor, a temperatura, a consistência e até mesmo aspectos emocionais associados a determinados alimentos”. Agora imagine que você é tão pequeno que consegue identificar cada molécula dos objetos ao seu redor, isto é, os tijolinhos que compõem tudo o que existe. Uma gota de água se apresentará 67 aos seus olhos como um mosaico enorme Versão Teste composto por unidades de dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Qualquer substância diluída nessa gotícula aparecerá para você como um tijolo diferente, misturado à estrutura do mosaico. Conseguiu imaginar? Pois é isso que acontece quando você mastiga um alimento. As moléculas responsáveis pelo sabor se diluem na água da saliva e flutuam como vapor até se prenderem na mucosa olfativa de seu nariz. Ali, células especializadas “enxergam” as moléculas e transferem para o cérebro a informação “sabor X”. As crianças sabem disso tudo empiricamente. Quando as mães as obrigam a comer uma verdura desagradável, elas apertam o nariz para não sentir o gosto. A biotecnologia é outra personagem decisiva na produção de aromas. No Laboratório de Bioquímica da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade de Campinas (Unicamp), um outro conjunto de pesquisadores chefiados pelos professores Gláucia Pastore e Young Park conseguiu isolar, em um grupo de 2 500 amostras, quatro cepas de leveduras, uma espécie de fungo usado para fermentar substâncias químicas e produzir aromas naturais. Um exemplo é o cheiro do queijo gorgonzola, que graças à ação das leveduras pode ser obtido em duas semanas de fermentação e acrescentado diretamente no produto final. Pelo método tradicional, é necessário esperar alguns meses até que o fungo habitualmente usado no processo complete sua ação sobre o queijo de modo a produzir o sabor desejado. “A mudança de patamar é só um começo”, diz a pesquisadora. “Nos próximos anos haverá um crescimento significativo dessa área no Brasil, como já ocorre no Japão e em alguns países europeus, pois se trata de um processo totalmente natural de obtenção aromática. A indústria de alimentos vai se Revista LOGOS, n. 12, 2005. sofisticar bastante”. A previsão deve ser levada a sério, considerando-se de onde partiu. A equipe chefiada por Young e Gláucia adquiriu experiência em biotecnologia alimentar desenvolvendo, há quase dois anos, um novo e badalado açúcar natural de baixa caloria, o New Sugar, produzido a partir da fermentação do açúcar comum. Adivinhe qual o agente catalisador desse processo. Sim, um fungo. Ele foi batizado com o nome científico de Aspergillus niger. Como o paladar e o olfato humanos não podem ser totalmente reproduzidosem toda a sua complexidade, aromistas profissionais, que além de possuir formação em química ganham a vida alugando o próprio nariz aos laboratórios, são contratados a peso de ouro pelas grandes empresas do ramo, como a americana IFF e as suíças Firmenich e Givaudan. Essas empresas, quase desconhecidas pelo grande público, são responsáveis por cerca de 80% de todos os produtos vendidos no Brasil que têm gosto e cheiro, de chicletes a sabonetes. O que explica a enorme diferença de sabores disponíveis no mercado é a maior ou menor fidelidade à composição química dos aromas. Enquanto na laranja do nosso exemplo eles eram sessenta, em outras frutas, como o morango, chegam a 850. O brasileiríssimo aroma de café torrado é mais complexo: há 1.500 moléculas no seu sabor. Quanto mais perto os cientistas conseguirem chegar da fabricação do cardápio completo das substâncias naturais, mais próximos estarão do sabor natural. “O aroma de banana possui cerca de 200 substâncias, mas pode-se reproduzi-lo com cinqüenta ou com 190”, afirma Milton Ferreira, diretor da divisão de aromas da Firmenich, com sede em São Paulo. “Depende do grau em que o cliente deseja se aproximar do sabor original da Versão Teste fruta, e de quanto pretende investir, pois há um 68 aumento proporcional no custo final do aroma”. Ele ainda adverte para outro desafio: “Não podemos nos esquecer da conservação. Os aromas devem ser capazes de suportar o fogo, o congelamento e a estocagem”. Tudo isso para depois sumir dentro da boca. A boca que mastiga, mastiga, mastiga e saboreia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEHMER, M. L. A. Tecnologia do leite. São Paulo: Nobel, 1978. BOBBIO, F. O. e BOBBIO P. A. Introducao a química dos alimentos Campinas (664.014 b 663). Fund. CARGIL, 1984. BOBBIO, P. 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