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Eicosanoides: São os mediadores químicos do processo inflamatório, derivados/formados pela cascata do ácido araquidônico: São esses mediadores que os fármacos anti-inflamatórios combatem Prostaglandinas Prostaciclinas Leucotrienos Tromboxano Também tem função fisiológica. fora do processo inflamatório. Anti-inflamatórios Esteroidais (AIEs): São os corticoides São produzidos (os endógenos) na glândula adrenal, que se divide em duas regiões: medula da adrenal e córtex da adrenal Medula: onde são produzidas catecolaminas (adrenalina/epinefrina e norepinefrina) Córtex: subdividido em três zonas (histologicamente diferentes): 1. Zona reticulada: a mais interna, onde se produzem hormônios esteroides sexuais (estrógenos e andrógenos) 2. Zona fasciculada: a intermediária, onde se produzem os glicocorticoides (cortisol) 3. Zona glomerulosa: zona mais externa, produz os mineralocorticoides (aldosterona) A produção é estimulada por um eixo de via endócrina, chamado eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal. Hipotálamo: produz um hormônio chamado CLH (hormônio liberador de corticotrofina) → esse hormônio sai do hipotálamo e vai para a hipófise. Hipófise: o hormônio CLH estimula a produção do hormônio ACTH O ACTH sai da hipófise e chega ao córtex da adrenal (não na medula), onde estimula a produção das respectivas zonas. Esses hormônios se espalham pelo corpo Os glicocorticoides (cortisol) se espalham por todos os sistemas orgânicos e chegam até a hipófise e hipotálamo, bloqueando a liberação do CRH e do ACTH. Ou seja, o cortisol, exerce sob o hipotálamo e hipófise o feed back negativo. Anti-inflamatórios Anti-inflamatórios @white.lauu É um mecanismo de controle, se não, a adrenal iria ficar sendo estimulada o tempo todo, e hormônios não tem que ficar sendo produzidos o tempo inteiro. Efeitos dos glicocorticoides: Agentes hiperglicemiantes: aumentam os níveis de glicose no sangue, pois inibem a insulina (impedindo que a glicose entre na célula) → tendência a diabetes Aumentam o catabolismo de proteínas: ou seja, quebram as proteínas, que são a última classe de biomoléculas que são quebradas para obter energia. Eles as quebram para que se liberem aminoácidos. Assim, processos de cicatrização, que precisam de proteína para ocorrer, se prejudicam. O principal tecido afetado é o muscular, já que tem maior quantidade de proteínas. Potencializam a lipólise (quebra de gordura): porém, é a lipólise de gordura periférica (perna, panturrilha, braço, peito) mobilizando-a para o fígado. Uma hora, o fígado não da conta de tanta gordura e proteína chegando, assim, acumulasse na região abdominal. (gera o abdômen abaulado) Efeito de mineralocorticoides: pode ser também que o glicocorticoide que está tomando tome essa forma (pois as moléculas são muito parecidas). O principal mineralocorticoide é a aldosterona, e assim, os receptores dela são ocupados, gerando: − Retenção de sódio (e líquido) − Hipertensão − Redução na absorção intestinal de cálcio − Hipercalciúria (perda de cálcio na urina) − Pacientes costumam ficar com um aspecto “inchado” Efeitos dos glicocorticoides nos sistemas: Tem efeitos em TODOS os sistemas orgânicos: − Secreção pancreática: é o suco pancreático (não insulina e nem glucagon) − Aumenta a produção de FA- fosfatasse alcalina: essa é uma enzima envolvida no metabolismo de lipídeos, e com o uso dessas drogas, as gorduras periféricas são mobilizadas ao fígado (lipólise), por isso, necessita de mais enzimas dessa sendo produzidas. − Engordamento: Além da retenção de líquidos, o engordamento no uso desses remédios deve-se também á polifagia e polidipsia − Ocorre o aumento de reabsorção óssea junto da redução de formação de matriz óssea: Quem faz a reabsorção óssea é o osteoclasto, portanto, eles estão mais ativos, e os osteoblastos, que fazem a matriz óssea, são inibidos, assim o osso vai ficando mais fraco. O cálcio é tirando do osso e não é resposto, levando a um quadro de osteoporose. Dificulta a cicatrização (pelo catabolismo de proteína) Hiperqueratose (a parte da queratina não se desprende da pele, dando a impressão de que é uma “caspa”), de forma que as camadas da pele não conseguem se renovar Atrofia as glândulas sebáceas que lubrificam os pelos (gera pelos opacos) e o folículo piloso, ou seja, quando o pelo cai, não nasce novos, gerando alopecia Hiperpigmentação Gera uma estética feia, isso pode acontecer, mas não é todo animal que fica assim. Reduz a secreção de diversos hormônios liberados do hipotálamo e hipófise (hormônios hipofisários) Cortisol faz um feed back negativo. Quando fazemos tratamento com corticoide exógeno (que tomamos) os níveis de corticoides na circulação ficam mais altos, gerando também o feed back negativo, assim como ocorre no fisiológico. − Ocorre a atrofia de adrenal, e ela para de produzir, visto que ela reconhece que já tem altos níveis na circulação e não precisa fazer mais. − Por isso, ao parar a terapia com corticoide, tem que haver o desmame (diminuindo doses, até que a concentração na circulação diminua e a adrenal receba estímulos para que retorne a sua produção). Farmacocinética São drogas em que a sua base é o colesterol. → O cortisol é uma molécula de colesterol com algumas modificações, assim como a aldosterona é. Ou seja, já é um lipídio, e por isso são muito lipossolúveis, explicando por que tem ação em TODOS os tecidos, já que consegue adentrar em todos A biotransformação ocorre no fígado, tendo as reações de fase 1 e as de fase 2 (redução das duplas ligações e grupos cetônicos ou conjugação com o ácido glicurônico). Cortisona e prednisona: são pró-drogas, que precisam ser ativadas no fígado (ativadas pelas vias metabólicas hepáticas: redução em hidrocortisona e prednisolona) A eliminação é pelos rins (a maior parte) ou pela bile (pequena parcela) Administração oral É indicado que um cão pré diabético tome corticoide?: o que é melhor? tomar o corticoide e curar o processo inflamatório que está o deteriorando ou gerar um processo maior de diabetes que pode haver um tratamento depois? Efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores: Ou seja, são os efeitos buscados ao tomar um corticoide e um fármaco dessa classe (O imunossupressor é apenas as vezes: transplantado, doença autoimune, por exemplo) A linfopenia (diminuição de linfócitos, tanto em linfócito B quanto no T). Ocorre uma fuga dos linfócitos da circulação para os tecidos linfoides. Efeito anti-inflamatório: ocorre pela inibição da enzima COX e fosfolipase A2: sem elas não se geram os eicosanoides (mediadores químicos da inflamação). Cascata do ácido araquidônico: Quando há uma lesão, essa cascata aumenta. 1. A enzima fosfolipase A2 age sobre os fosfolipídios das membranas das células, produzindo o ácido araquidônico 2. O ácido araquidônico sofre ação das enzima COX ou LOX. 3. Quando a LOX age, forma o produto: leucotrienos 4. Quando a COX age sobre ele, leva a produção de tromboxanos, prostaglandinas e PG2 (prostaciclinas) (o grupo desses três se chama eicosanoides, mediadores químicos do processo inflamatório) 5. Os glicocorticoides bloqueiam a síntese da fosfolipase A2 e da COX, as duas principais enzimas do processo. Além disso, induzem a produção de lipomodulina 1, uma proteína que se liga a fosfolipase A2 e bloqueia a ação dela. 6. Ou seja, são dois mecanismos que impedem a ação da fosfolipase A2 - Impedindo a síntese - Induz produção de lipomodulina 1 – se liga na Fosfolipase A2 e a bloqueia. Por isso são drogas tão potentes contra a inflamação, pois acabam com o efeito desde a cascata. A classificação dos glicocorticoides: A classificação é feita através de dois critérios: potência e meia vida Por isso, são divididos em 3 grupos: 1. Corticoidesde alta potência: Dexametasona e betametasona 2. Corticoides de potência intermediária: Deflazacort, metilprednisolona, triancinolona 3. Corticoides de baixa potência: Hidrocortisona, prednisona, predinisolona Algumas produzem o efeito colateral (indesejado) de mineralocorticoide, que altera o metabolismo de sódio e retenção de água. Quanto mais potente o corticoide, menos ação mineralocorticoide ela tem (inversamente proporcionais). Usos: A reposição de glicocorticoides é em casos de insuficiência adrenal (quando sozinha ela não é suficiente) Indicações terapêuticas: Os corticoides têm ação em todos os sistemas orgânicos, portanto, não é uma classe farmacológica para se usar de qualquer forma. Como se deve usar: Deve-se usar sempre a menor dose terapêutica (ou seja, a menor quantidade necessária para haver efeito). E durante o menor tempo possível (quando mais tempo, maiores as chances de causar atrofia da adrenal). Devem ser aplicados apenas quando os AINEs (anti-inflamatórios não esteroidais) são ineficazes Para fins imunossupressores, a dose é no mínimo 2 vezes maior que a dose anti-inflamatória. A dose anti-inflamatória é no mínimo 10 vezes maior que a dose fisiológica (ou seja, os níveis normais de adrenais produzidos por dia) Efeitos adversos mais observáveis em administrações crônicas ou em doses altas (doses maciças de glicocorticoides) O animal podem ficar mais suscetível a infecções (pois essas drogas mechem com células de defesa) Pode ficar hiperglicêmico e com resistência insulínica (que as vezes é revertida com o desmame) Atrofia e fraqueza muscular (pelo catabolismo de proteínas) Osteoporose (degradação da matriz óssea) Hepatotoxidade (pela mobilização de gordura e metabolização das drogas), gerando lesões no fígado Outros efeitos adversos: Iatrogênicos: quando o erro é feito por si mesmo, na dosagem., tempo de uso, criando uma concentração e quadro de hiperadrenocorticismo Síndrome de Cushing: conjunto de sinais clínicos que surgem pelo uso errado de glicocorticoides. → efeito cara de lua, abdômen abaulado, deposição de gordura nas costas (corcunda). → ocorre em indivíduos pré dispostos, com outras síndromes, com sensibilidade ao corticoide. Pro trombótico: isso ocorre pois desequilibra a ação de tromboxanos e prostaciclinas Síndrome de privação de corticoide: Quando está fazendo uso prolongado e do nada ele para., sem realizar o desmame, como por exemplo, quando por conta própria o tutor suspende o uso → A adrenal já estava parada, e não havia produção nela, ao suspender o uso repentinamente, o organismo fica totalmente sem corticoide, o que gera um desbalanço sistêmico, já que ela é essencial em processos fisiológicos. AINE Anti-inflamatório não esteroidal Essa classe de fármacos age inibindo as COX, e não afetam a Fosfolipase A2 Temos três tipos de COX: Cox 1: constitutiva ou fisiológica (produz os eicosanoides) Cox 2: induzida ou patológica (essa COX aumenta de 10 a 80 vezes quando está em um processo inflamatório, em um período de 2 a 12 horas) Cox 3: também é constitutiva e com funções fisiológicas. Muito atual, portanto, não há muitas informações, mas: farmacologicamente tem alta expressão no encéfalo (SNC) e controla processos relacionados a dor e febre. Farmacologicamente está no SNC. É o alvo de ações de drogas como paracetamol e dipirona. São excelentes analgésicos e antitérmicos. Cascata do ácido araquidônico: Indicações: Em casos de inflamação para conter a formação de edemas, vermelhidão (eritemas) e dor. Efeito anti carcinogênico: não destrói o câncer, mas essa é uma doença inflamatória, portanto, os AINEs agem na dor, liberação de mediadores químicos, destruição de tecidos etc. Antiplaquetário: AS (aspirina – ácido acetil salicílico). Efeitos adversos: Os 2 principais sistemas afetados com o uso crônico dos AINEs são: sistema digestório e urinário. Por isso, não se pode usar AINE de forma crônica, já que pode gerar graves lesões nesse trato. − Para minimizar os efeitos gastrointestinais: usar um omeprazol. Antagonistas H2 (ranitidina): bons para prevenir úlceras em nível duodenal, mas a nível gástricos não (que são as mais comuns), por isso utilizasse-se mais um inibidor da bomba de prótons (omeprazol). Algumas prostaglandinas, de maneira fisiológica, fazem vasodilatação nas arteríolas renais: favorecem o trabalho adequado dos rins. Porém, quando se toma um AINE, bloqueia-se a produção dos eicosanoides, inclusive as prostaglandinas, e o efeito de vasodilatação não ocorre, prejudicando a função renal. Alguns animais têm fatores predisponentes para maiores chances de manifestar esses sinais renais, como aqueles que têm: Hipovolemia Hipotensão arterial Idosos (rins não funcionam na capacidade máxima) Ascite (acúmulo de líquido) Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) alterações hepáticas (cirrose) Associação de AINEs: NUNCA associar dois AINEs., já que isso potencializa efeitos colaterais., e nunca associar um AINE e um corticoide. A única associação de dois AINEs que pode: inibidor de COX 3 com outro AINE, temporariamente, (3-4 dias no máximo). Contraindicações dos AINES: AINE que mais causa alergia: dipirona Classificação dos AINEs: Coluna 1: AINEs que inibem COX 1 e 2 (mas inibe mais a COX 1) Coluna 2: inibem COX 1 e 2 em proporções semelhantes Coluna 3: Inibem COX 1 e 2 (preferencial pela COX 2) Coluna 4: (são os Coxibes) COX 2 seletivos: só atuam em COX 2 e não tem efeito significativo em COX 1 Coluna 5: ação dual → inibem a enzima COX 1 e 2 e a LOX Inibidores de COX 3: agem sob COX 3 → dipirona/paracetamol Drogas: Meloxican: Preferencial COX 2 (bloqueia até 90% das COX 2 do organismo e até 43% das COX 1) Ação analgésica e anti-inflamatória (aguda e crônica) Pode ocorrer administração crônica em gatos → é o melhor para uso de longo prazo (até 2 semanas). Ácido acetil salicílico: ASS (aspirina): AINE padrão ouro: foi o primeiro a ser descoberto e comercializado. Inibe de 10 a 100 vezes mais a Cox 1 do que a Cox 2 → muito importante: Hemorragia: Cox 1 é a principal responsável pela formação dos tromboxanos, agentes de agregação plaquetária. Ou seja, ao inibir a Cox 1, essa droga está inibindo a produção de tromboxanos, perdendo a função de agregação plaquetária, assim, o sangue fica mais “fino” e com menos componentes sólidos, propenso a hemorragias. Cuidado com gatos: o ASS é conjugado com o ácido gluconico, feito pela enzima glicuroniltransferase (reação de fase 2 no fígado). Porém, gatos tem baixas concentrações dessa enzima, portanto, não metabolizam essa droga de maneira correta, podendo causar intoxicação. 1 2 3 4 5 Ibuprofeno: Utilizado em bovinos em casos de: endotoxemia (alterações da microbiota intestinal), mastite e pós operatórios. Em cães e gatos tem uma longa meia vida e causa intensos efeitos adversos no trato gastrointestinal e renal Flurbiprofeno: somente em via tópica somo colírio para tratar cataratas e glaucomas (em grandes e pequenos animais, já que a absorção é mínima). Carprofeno: Seletivo para COX 2 (129 x mais seletivo para COX 2 do que para 1) Por isso, (COX 2= patológica), gera menores ocorrências de lesão gástrica e renal, já que se agisse em COX 1 (fisiológica, bloquearia sua ação que é essencial nas funções fisiológicas do organismo. Utilizado em cães em gatos, porém, para gatos é uma dose única, já que eles têm a metabolização, que gera meia vida variável de 9 a 49h. Se precisar fazer outro tratamento, deve-se usar outro princípio ativo. Útil em inflamações, dores agudas e crônicas Cetoprofeno: Ação DUAL Bloqueia COX 1 e 2 e LOX Droga muito potente tanto na ação celular (inflamação causada pelas células) quantopelas alterações vasculares Boa biodisponibilidade em gatos e cães: inflamações, dores, pós operatório. (ótimo para gatos) Usadas em equinos em inflamações e dores Coxibes: Seletivos Cox 2 Os melhores na ação anti-inflamatória, analgésica, antitérmico e com menos efeitos adversos gástricos Porém, são muito caros, por isso primeiro indicamos o meloxican Previcox: utilizado bastante em cães → 380% mais seletivos para COX 2 do que para COX 1, ou seja, age principalmente na COX patológica. Trocoxil: absorvido de maneira muito boa no alimento, portanto, pode ir à ração. Meia vida longa, ou seja, pode dar um comprimido a cada 24horas Dipirona (metamizol): Proibida no EAU, Japão, Canadá e outros 17 países da união europeia. Ela é proibida pois causa discrasias sanguíneas (alterações nos componentes celulares do sangue): as células de defesa com granulo param de ser produzidas e todas as células da medula óssea (vermelhas e brancas) param também. Concluíram que esses efeitos são uma predisposição que ocorre principalmente em asiáticos e muito brancos Associamos também com Escopolamina e Adifenina Inibe COX 3 Serve em equinos para tratamento de cólica Cães e gatos: dor aguda e crônica Gato espuma tomando pois o sabor é muito amargo Antipirético e analgésico Paracetamol: Age em COX 3 Excelente antitérmico (já que essa COX age sobre o SNC, onde se regula o centro de controle de temperatura). Porém, tem uma característica para qualquer espécie: Bastante hepatóxico, principalmente para gatos. Deve-se evitar → hepatite aguda fulminantes, e morte, já que é metabolizado com o ácido gluconico → gera formação de metahemoglobina, ou seja, uma hemoglobina que não carrega O2, gerando uma cianose, além de vômitos, anorexia, edemas, coma, morte e salivação Recomenda se a administração de acetilcisteína nesses casos, já que fornece uma fonte de glicuronídeos que vão ajudar na associação com o ácido gluconico (porém, nem sempre é muito eficaz e nem capaz de reverter o caso)
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