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Introdução - Fraqueza muscular ● REGRA Quanto mais perto da placa motora for a lesão, mais diminuído estará o reflexo tendinoso. Para descobrir se a lesão está no 1º neurônio ou no 2º neurônio fazer SEMPRE o reflexo de Babinski. ● Reflexo de Babinski positivo: A lesão está no primeiro neurônio. No exame físico, o hálux aponta para cima. - A presença do reflexo (extensão do hálux) é uma reação normal em crianças até 1 ano de idade. Em adultos indica lesão neurológica. DERMATOMIOSITE ● Miopatia inflamatória ● Autoimune e sistêmica ● Juvenil VS Adulto - Juvenil (calcinose e SEM paraneoplasias) - Adulto (paraneoplasias associadas) Miosite (lesão muscular é variável) + lesão cutânea* Dermatomiosite Pode ser: - Amiopática É também denominada DM sem miosite, termo usado para descrever casos com lesões cutâneas típicas e patognomônicas, sem sintomas ou alterações laboratoriais que evidenciem envolvimento dos músculos. - Hipomiopática Epidemiologia/Etiologia - Rara e de etiologia desconhecida - Mulheres (2M:1H) - Mais comum no adulto, quarta e quinta década de vida Fisiopatologia Interação genética + ambiental Infiltração linfocitária muscular e perivascular Presença de auto-anticorpos miosite específicos Papel do linfócito B Manifestações clínicas Se manifestar FRAQUEZA - Fraqueza muscular proximal simétrica - Insidiosa (de 3 a 6 meses de evolução) - Acamado - Disfagia alta - Lesões cutâneas (obrigatório) Os pacientes referem dificuldade para realizar tarefas diárias como se levantar de uma cadeira, carregar objetos, pentear os cabelos. A musculatura flexora do pescoço pode estar afetada e causar dificuldade de levantar a cabeça do travesseiro. Em alguns casos pode ser relatada a disfagia secundária a disfunção esofágica, com episódios de engasgo até com a própria saliva e fraqueza respiratória levando o paciente a aspirar se não for colocada sonda nasoenteral. Manifestações cutâneas Patognomônico de dermatomiosite: ● Gottron (dedos) - pápulas de Gottron ● Heliótropo (pálpebra) Outros: - Rash em V - Sinal do xale ● Olhar mão do paciente - Hipertrofia de cutículas - Telangiectasias periungueal - Calcinose - Úlceras e vasculites (pior prognóstico) - Fenômeno de Raynaud Flashcard Qual é a miopatia inflamatória mais associada a paraneoplasia? Dermatomiosite Associação paraneoplásica - Aparece nos primeiro 5 anos de doença - Dosagem do Anti p155/140 ↑ - Adulto - Idade tardia ao diagnóstico - Rastreamento Exames complementares ● Biópsia cutânea ● Eletroneuromiografia ● Enzimas musculares ● Ressonância muscular ● Biópsia muscular (padrão ouro) - infiltrado T CD4 perimisial, perivascular e atrofia perifascicular ● Autoanticorpos miosite específicos - FAN - Anti-Jo1 (mais chance de pneumopatia intersticial) - Anti-Mi2 (dermatomiosite clássica) - Anti-MDA5 (dermatomiosite amiopática) - Anti-p155 e p140 (síndrome paraneoplásica) Tratamento Corticóide Imunoglobulina Imunossupressor: DMARD sintético Medicação biológica: Rituximabe (destrói linfócito B) CASO CLÍNICO MIASTENIA GRAVIS ● Definição MI - músculo ASTENIA - fraqueza GRAVIS - grave Miastenia gravis = Fraqueza muscular grave - Doença autoimune que afeta a Junção neuromuscular (JNM) Subgrupos Miastenia Gravis → Anti-ACHr (80%) Miastenia Gravis → Anti-MUSK (5%) Miastenia Gravis → Soronegativa (5%) Fisiopatologia A acetilcolina é liberada na fenda sináptica e vão existir anticorpos contra a ACh. Desta forma, a ACh não consegue ativar os receptores e não ocorre a contração muscular. ● 80 - 85% dos pacientes = anticorpos direcionados contra AChr do músculo esquelético. ● 5 - 10% dos pacientes = anticorpos direcionados contra MUSK do músculo esquelético. Epidemiologia Doença rara 5-10 pessoas a cada 100.000 habitantes Pode ocorrer em qualquer idade mas tem um padrão bimodal. 2 picos: - Mulher jovem (20 - 30 anos) - Homem mais velho (40 - 60 anos) Quadro clínico Fraqueza muscular flutuante Fatigabilidade Pior no final do dia Piora após atividade física Sintomas ● FRAQUEZA OCULAR ASSIMÉTRICA (50%) Ptose e diplopia Metade evolui para doença generalizada ● FRAQUEZA PROXIMAL DOS MEMBROS Dificuldade para elevar os braços, levantar da cadeira… ● FRAQUEZA FACIAL E BULBAR (15%) Disartria Disfonia Disfagia ● No ANTI-MUSK (5 - 10%) Fraqueza predomina em musculatura BULBAR Sem comprometimento ocular Fraqueza em pescoço e ombros ‘DROP HEAD’ Anti-AChR Anti-Musk 80 - 85% dos casos 5 - 10% dos casos Atrofia infrequente Atrofia é mais frequente Fraqueza ocular, membros e bulbar Fraqueza bulbar, pescoço e ombro Relacionado a timoma Sem relação com timoma Responde a Piridostigmina Responde mal a Piridostigmina Fraqueza respiratória variável Fraqueza respiratória proeminente Liga complemento IgG4 que não liga complemento ● OLHOS ● PESCOÇO ● Drop head Crise miastênica Causas: - Infecção - Estresse cirúrgico - Gravidez e puerpério - Desmama ou descontinuação de medicamento - Altas doses de corticóide - Outras medicações Sinais de alerta para crise miastênica - Dispneia - Taquipneia - Taquicardia - Dessaturação Uso de musculatura acessória Respiração abdominal paradoxal - Disfagia espontânea - Engasgo com teste do copo d’água - Sustenta pescoço flexionado por < 30 segundos - Não consegue contar até 15, após inspiração profunda Diagnóstico ● Exame neurológico - Ptose fatigável - Diplopia após versão ocular lateral - Piora da força após contração muscular repetida Teste do gelo Anticolinesterásico Impedem a degradação da ACh na fenda sináptica. - Neostigmina - Edrofônio Eletroneuromiografia Padrão decrescente do potencial de ação. Tomografia de tórax - Sempre pedir!!! O timo pode estar envolvido Tratamento Inibidores de acetilcolinesterase ● Piridostigmina Drogas imunossupressoras podem ser usados: - Corticóide - Azatioprina Na crise miastênica - Plasmaferese (limpeza do plasma - os anticorpos que atacam o receptor da ACh são ‘lavados/trocados’) - Imunoglobulina (2g/kg/3-5dias) Tratamento cirúrgico - Timectomia CASO CLÍNICO
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