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Recursos Terapêuticos Manuais

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Indaial – 2020
RecuRsos TeRapêuTicos 
Manuais
Prof. Eduardo Luiz Stapait
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Eduardo Luiz Stapait
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
S793r
 Stapait, Eduardo Luiz
 Recursos terapêuticos manuais. / Eduardo Luiz Stapait. – 
Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 193 p.; il
 ISBN 978-65-5663-096-0
1. Fisioterapia. – Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 615.82
III
apResenTação
Caro acadêmico, seja bem-vindo a disciplina de Recursos Terapêuticos 
Manuais! Nesta disciplina você entenderá como suas mãos poderão servir 
de ferramenta para o tratamento de diversas condições de saúde na prática 
clínica do fisioterapeuta. A partir de hoje você olhará para suas mãos de uma 
forma diferente, elas serão suas ferramentas de trabalho. Lembre-se, será 
com elas que, provavelmente, você avaliará e tratará o seu paciente. 
Os recursos manuais como ferramenta terapêutica são utilizados há 
milhares de anos por diferentes culturas, por isto, na Unidade 1 deste livro 
didático, você conhecerá a história deste recurso e a evolução do uso da mão 
como uma forma de cuidar da saúde. Além disto, conhecerá as principais 
técnicas manuais, como a fisioterapia iniciou com o uso dos recursos 
terapêuticos manuais e terá todo o suporte básico para a correta utilização 
das mãos no tratamento de pacientes.
Como estamos falando de uma disciplina que envolve práticas 
manuais, preparamos para você um conteúdo com diversas técnicas e com 
muitas figuras para você praticar no decorrer da disciplina, aproveite! Na 
Unidade 2 você conhecerá um dos recursos terapêuticos manuais mais 
utilizados, a massagem, saberá como aplicar e, mais importante, quando 
utilizar. Nesta Unidade, você também conhecerá sobre a drenagem linfática 
manual, um conteúdo com muita informação e detalhes da técnica foi 
disponibilizado para você.
Na Unidade 3 falaremos sobre a fisioterapia manipulativa, você 
conhecerá as principais técnicas de mobilização e manipulação para as 
diferentes regiões e estruturas do nosso corpo. Entenderá os efeitos destas 
técnicas e como realiza-las com segurança e efetividade, tudo de forma 
ilustrativa e com detalhes para você praticar as técnicas e aprimorar seus 
conhecimentos práticos na área.
Preparamos também, ao final de cada tópico, um resumo com as 
principais evidências científicas destas técnicas na prática clínica. Isso 
permitirá um uso mais eficiente e seguro das técnicas no seu dia a dia. 
Esperamos que nossos esforços na elaboração deste livro didático 
contribuam na construção do seu conhecimento e na sua evolução profissional. 
Uma ótima leitura e bons estudos!
Prof. Eduardo Luiz Stapait
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer teu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em tuas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela terás 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar teu crescimento.
Acesse o QR Code, que te levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para teu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nessa caminhada!
LEMBRETE
VII
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS DA TERAPIA MANUAL .......................... 1
TÓPICO 1 - PERPECTIVAS HISTÓRICAS ..........................................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 VISÃO GERAL SOBRE A HISTÓRIA DOS RECURSOS TERAPÊUTICOS MANUAIS .......3
3 EVOLUÇÃO DA PRÁTICA DA TERAPIA MANUAL ..................................................................5
4 RECURSOS TERAPÊUTICOS MANUAIS E FISIOTERAPIA ......................................................6
4.1 TERAPIA MANUAL COMO ESPECIALIDADE DO FISIOTERAPEUTA ...............................7
4.2 TÉCNICA VERSUS PACIENTE .......................................................................................................8
4.3 TERAPIA MANUAL VERSUS FISIOTERAPIA MANIPULATIVA ...........................................9
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................11
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................12
TÓPICO 2 - REQUISITOS ESSENCIAIS PARA PRÁTICA DA TERAPIA MANUAL .............13
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................13
2 CONCEITOS BÁSICOS DE MASSAGEM, MOBILIZAÇÃO E MANIPULAÇÃO ................13
2.1 MASSAGEM .....................................................................................................................................13
2.2 MOBILIZAÇÃO E MANIPULAÇÃO ...........................................................................................14
3 ASPECTOS ÉTICOS NA PRÁTICA DA TERAPIA MANUAL ...................................................17
4 ANATOMIA E TERAPIA MANUAL ................................................................................................18
5 A MÃO COMO FERRAMENTA DE TRABALHO .........................................................................23
5.1 PREPARAÇÃO DAS MÃOS PARA TERAPIA MANUAL ........................................................24
5.2 USO DE LUBRIFICANTES E ACESSÓRIOS ...............................................................................24
6 EQUIPAMENTOS AUXILIARES PARA PRÁTICA DA TERAPIA MANUAL ........................25
6.1 MACAS E MESAS............................................................................................................................25
6.2 CADEIRAS ........................................................................................................................................27
7 POSICIONAMENTO E CONFORTO DO PACIENTE .................................................................27
7.1 POSIÇÕES BÁSICAS PARA TRATAMENTO .............................................................................27
7.2 PRIVACIDADE DO PACIENTE....................................................................................................29
8 MECÂNICA CORPORAL DO TERAPEUTA ..................................................................................31
9 FATORES AMBIENTAIS QUE AUXILIAM NO TRATAMENTO .............................................33
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................34
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................37
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................38
TÓPICO 3 - MOVIMENTOS BÁSICOS NA TERAPIA MANUAL ...............................................39
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................39
2 MASSAGEM ..........................................................................................................................................39
2.1 DESLIZAMENTO ............................................................................................................................41
2.2 PRESSÃO ............................................................................................................................................42
2.3 PERCUSSÃO/TAPOTAGEM ..........................................................................................................45
2.4 VIBRAÇÃO .......................................................................................................................................47
2.5 FRICÇÕES .........................................................................................................................................47
3 MOBILIZAÇÃO E MANIPULAÇÃO ...............................................................................................49
suMáRio
VIII
3.1 GRAUS DE OSCILAÇÕES .............................................................................................................50
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................51
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................54
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................55
UNIDADE 2 - MANIPULAÇÃO DOS TECIDOS MOLES (MASSAGEM E DRENAGEM 
LINFÁTICA) ..............................................................................................................................................57
TÓPICO 1 - EFEITOS MECÂNICOS, FISIOLÓGICO E TERAPÊUTICOS DA MANIPULAÇÃO 
DO TECIDO MOLE ..................................................................................................................................59
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................59
2 EFEITOS MECÂNICOS ......................................................................................................................60
3 EFEITOS FISIOLÓGICOS .................................................................................................................60
3.1 EFEITOS NA DOR ...........................................................................................................................60
3.2 EFEITOS NA QUÍMICA CORPORAL ..........................................................................................61
3.3 RESPOSTA PARASSIMPÁTICA ............................................................................................61
3.4 NEUROMUSCULAR EXCITABILIDADE E O REFLEXO DE HOFFMAN ............................61
4 EFEITOS TERAPÊUTICOS E USO DA MASSAGEM ...................................................................61
5 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MASSAGEM TERAPÊUTICA .......................63
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................65
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................66
TÓPICO 2 - MASSAGEM GERAL .......................................................................................................67
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................67
2 SEQUÊNCIA E TÉCNICA PARA MASSAGEM.............................................................................68
2.1 SEQUÊNCIA DE MASSAGEM PARA MEMBROS INFERIORES ...........................................69
2.2 SEQUÊNCIA DE MASSAGEM PARA TRONCO POSTERIOR E PELVE ...............................75
2.3 SEQUÊNCIA DE MASSAGEM PARA TRONCO ANTERIOR .................................................79
2.4 SEQUÊNCIA DE MASSAGEM PARA CABEÇA E PESCOÇO ................................................80
2.5 SEQUÊNCIA DE MASSAGEM PARA MEMBROS SUPERIORES ...........................................83
3 EVIDÊNCIAS DO USO DA MASSAGEM NA PRÁTICA CLÍNICA ........................................86
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................87
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................88
TÓPICO 2 - DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL ..........................................................................89
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................89
2 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO ..........................................................89
3 DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL ..............................................................................................93
3.1 MANOBRAS ESPECIFICAS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL ...............................95
3.2 DRENAGEM LINFÁTICA PARA MEMBROS INFERIORES ...................................................97
3.3 DRENAGEM LINFÁTICA PARA MEMBROS SUPERIORES ................................................100
3.3 DRENAGEM LINFÁTICA DA CABEÇA E DO PESCOÇO ....................................................102
3.4 DRENAGEM LINFÁTICA DO TRONCO ................................................................................106
4 EVIDÊNCIAS DO USO DRENAGEM LINFÁTICA NA PRÁTICA CLÍNICA .....................106
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................107
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................113
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................114
UNIDADE 3 - FISIOTERAPIA MANIPULATIVA: MOBILIZAÇÃO E MANIPULAÇÃO .......115
TÓPICO 1 - EFEITOS FISIOLÓGICOS E TERAPÊUTICOS DA MOBILIZAÇÃO E 
MANIPULAÇÃO ...................................................................................................................................117
IX
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................117
2 EFEITOS FISIOLÓGICOS ................................................................................................................117
2.1 EFEITOS MECÂNICOS ................................................................................................................118
2.2 EFEITOS NEUROFISIOLÓGICOS ..............................................................................................119
3 INDICAÇÕESE CONTRAINDICAÇÕES DA MOBILIZAÇÃO E DA MANIPULAÇÃO .120
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................123
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................124
TÓPICO 2 - MOBILIZAÇÃO ARTICULAR E DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO .......125
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................125
2 TÉCNICAS DE MOBILIZAÇÃO ARTICULAR ...........................................................................128
2.1 SELEÇÃO E PROGRESSÃO DAS TÉCNICAS DE MOBILIZAÇÃO ARTICULAR ...........129
2.2 MOBILIZAÇÃO ARTICULAR POR REGIÕES ........................................................................130
2.2.1 Coluna Lombar ....................................................................................................................130
2.2.2 Coluna Torácica ....................................................................................................................134
2.2.3 Coluna Cervical .....................................................................................................................136
2.2.4 Quadril..........................................................................................................................................139
2.2.5 Joelho ......................................................................................................................................142
2.2.6 Tornozelo-pé ..........................................................................................................................144
2.2.7 Cintura escapular ..................................................................................................................148
2.2.8 Cotovelo e antebraço ............................................................................................................152
2.2.9 Punho e Mão ..........................................................................................................................154
2.3 EVIDÊNCIAS DO USO DA MOBILIZAÇÃO ARTICULAR NA PRÁTICA CLÍNICA ......156
3 MOBILIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO .......................................................156
3.1 AVALIAÇÃO DA TENSÃO NEURAL ADVERSA ...................................................................157
3.2 TÉCNICAS DE TRATAMENTO PARA O MEMBRO SUPERIOR ..........................................159
3.3 TÉCNICAS DE TRATAMENTO PARA O MEMBRO INFERIOR ..........................................160
3.4 EVIDÊNCIAS DO USO DA MOBILIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO NA 
PRÁTICA CLÍNICA ......................................................................................................................162
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................163
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................164
TÓPICO 3 - MANIPULAÇÃO ARTICULAR ...................................................................................165
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................165
2 TÉCNICAS DE MANIPULAÇÃO ARTICULAR .........................................................................165
2.1 MANIPULAÇÃO DA COLUNA CERVICAL ...........................................................................166
2.2 MANIPULAÇÃO DA COLUNA TORÁCICA ..........................................................................168
2.3 MANIPULAÇÃO DA COLUNA LOMBAR ..............................................................................169
3 EVIDÊNCIAS DO USO DA MOBILIZAÇÃO ARTICULAR NA PRÁTICA CLÍNICA ......169
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................170
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................174
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................175
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................177
X
1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS DA 
TERAPIA MANUAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• refletir acerca da história da terapia manual e os fatores contribuintes de 
sua evolução;
• distinguir a terapia manual da fisioterapia manipulativa;
• discutir os requisitos essenciais à prática adequada da terapia manual;
• definir as principais técnicas/manobras da terapia manual.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – PERPECTIVAS HISTÓRICAS
TÓPICO 2 – REQUISITOS ESSENCIAIS PARA PRÁTICA DA TERAPIA 
MANUAL 
TÓPICO 3 – MOVIMENTOS BÁSICOS NA TERAPIA MANUAL
Preparado para ampliar teus conhecimentos? Respire e vamos em 
frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverás 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
PERPECTIVAS HISTÓRICAS
1 INTRODUÇÃO
A mão é utilizada como uma ferramenta terapêutica há milhares 
de anos, em diferentes culturas ao redor do mundo. Diversos problemas 
musculoesqueléticos eram tratados com o uso de massagens, manipulações 
e mobilizações. Tenho certeza que em algum momento da sua vida você já a 
utilizou a sua mão para aliviar uma dor. Lembre-se de quando você bateu o seu 
braço em algum lugar, por exemplo, em uma mesa, o que você fez imediatamente 
e sem pensar? Provavelmente, você esfregou sua mão no local para aliviar a dor 
provocada pela batida. Essa intuição foi umas das propulsoras para o estudo dos 
efeitos terapêuticos do uso das mãos a milhares de anos. 
Interessante, não? Em breve, abordaremos a história do uso terapêutico 
das mãos e seu desenvolvimento no decorrer do tempo. Você saberá como nasceu 
a massoterapia, as manipulações vertebrais e como elas eram utilizadas em 
benefício do nosso corpo. Olharemos para o passado e entenderemos como está 
dividido o uso das mãos pelo fisioterapeuta atualmente. Tenho certeza que você 
ficará fascinado com a história por trás da terapia manual e todo o avanço que 
tivemos no decorrer do tempo. 
Além disso, conversaremos sobre o que precisamos para usar nossas 
mãos com eficiência no tratamento das principais disfunções do nosso corpo. 
Conheceremos as principais técnicas de terapia manual e os cuidados necessários 
para a utilização ética e eficiente das nossas mãos como uma ferramenta 
terapêutica. Você provavelmente já percebeu que esta unidade é importante para 
fundamentarmos nossos futuros estudos, portanto, divirta-se com a leitura! 
2 VISÃO GERAL SOBRE A HISTÓRIA DOS RECURSOS 
TERAPÊUTICOS MANUAIS
Estamos no século XXI, ou seja, passamos do ano 2000 d.C., então você 
pode imaginar que 2000 a.C. ocorreu há muito tempo. Foi aproximadamente 
nesta época (2000 a.C.) que os primeiros relatos sobre a massagem foram feitos 
por escrito na cultura chinesa (FRITZ, 2002; GOATS, 1994). Entretanto, somente 
em 500 a.C. a massagem começou a ser difundida nos textos do médico grego 
Hipócrates. Em seus textos, Hipócrates relatou a eficiência da massagem no 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS DA TERAPIA MANUAL
4
controle da dor, edema, espasmos musculares e outras afecções do sistema 
musculoesquelético. 
Junto à massagem, as técnicas de manipulação da coluna vertebral 
também obtiveram destaque dentre os médicos gregos, especificamente no livro 
de Hipócrates sobre as articulações (WITHINGTON, 1928 apud PETTMAN, 2007).Neste livro, as técnicas de manipulação da coluna vertebral foram escritas pela 
primeira vez, Hipócrates utilizou a manipulação para tratar os desvios da coluna 
vertebral (escoliose) associada a exercícios.
Obviamente, a comunicação entre as culturas não era tão eficiente como 
atualmente e, desta forma, o uso das mãos na cura de problemas de saúde foi 
desenvolvido em diferentes culturas e com diversas filosofias para explicar os 
efeitos das diferentes técnicas. Por isso, hoje você observa diversas nomenclaturas 
para o uso da massoterapia. 
Veja na tabela a seguir alguns exemplos e suas origens:
TABELA 1 – TÉCNICAS DE MASSOTERAPIA
Técnica Origem
Shiatsu
Do-in
Tui-na
Reflexologia
Medicina Oriental
Deha samvahana Medicina Ayurvédica – Índia
Shantala
Massagem Sueca
Cyriax
Medicina Ocidental
FONTE: Adaptado de Fritz (2002)
Apesar de atualmente utilizarmos as técnicas manuais no tratamento, a 
sobrevivência dessas técnicas no decorrer da história não foi fácil, somente por volta 
do século XIX é que as técnicas de massagem e manipulação vertebral passaram a 
ter uma boa aceitação na comunidade científica (DOMENICO, 2008; FRITZ, 2002). 
A massagem moderna teve sua principal influência no desenvolvimento de um 
sequenciamento de técnicas proposto por Per Henrik Ling em 1814. Ling desenvolveu 
um estilo de tratamento que envolvia massagem e exercícios terapêuticos, apesar 
de não ter formação médica, sua técnica foi reconhecida e disseminada pelo mundo 
e é conhecida atualmente como massagem clássica ou sueca. Seus ensinamentos 
servem como base para uma boa parte das técnicas de massagem desenvolvidas na 
atualidade (FRITZ, 2002; DOMENICO, 2008; GOATS, 1994).
As técnicas de manipulações vertebrais tiveram tempos difíceis no século 
XVI, foram utilizadas por médicos e cirurgiões, mas em virtude dos riscos 
envolvidos em doenças específicas daquele tempo, foram “esquecidas” por esses 
TÓPICO 1 | PERPECTIVAS HISTÓRICAS
5
profissionais. Tornaram-se comuns entre os curandeiros da época, conhecidos 
como bonesetters (ajustador de ossos). Já no século XIX, devido as observações 
de dois grandes médicos, Even Paget e Whaton Hood, a manipulação vertebral 
foi considerada segura na maioria das situações e voltou a ser utilizada na área 
médica. Dois grandes nomes são responsáveis pela popularização dessas técnicas 
nos tempos atuais, Andrew Taylor Still, fundador da osteopatia em 1874, e David 
Palmer, que criou a quiropraxia em 1897 (PETTMAN, 2007).
Neste subtópico, você percebeu que o percurso da terapia manual no 
decorrer dos tempos foi difícil. Contudo, apesar dessas dificuldades, o uso da mão 
na fisioterapia ainda permanece como um excelente recurso. Então, convidamos 
você para ler os próximos subtópicos e descobrir como foi a evolução da terapia 
manual e como ela é utilizada atualmente pelos fisioterapeutas. 
3 EVOLUÇÃO DA PRÁTICA DA TERAPIA MANUAL 
Conforme você observou no tópico anterior, a terapia manual se expandiu 
com suas diferentes filosofias e vertentes, quer seja na osteopatia, quiropraxia ou 
na massagem. A osteopatia evoluiu para uma profissão médica em alguns países, 
a quiropraxia continuou como uma alternativa aos tratamentos convencionais 
buscando seu espaço como tratamento das disfunções da coluna vertebral. Já a 
massagem foi utilizada principalmente pela enfermagem, para auxiliar no tratamento 
das disfunções musculoesqueléticas de soldados no século XIX (PETTMAN, 2007). 
Apesar de várias pessoas utilizarem as técnicas manuais, na história, 
algumas personalidades foram importantes para disseminar o uso das terapias 
manuais. Quatro enfermeiras (Lucy Robinson, Rosalind Paget, Elizabeth Manley, 
e Margaret Palmer) fundaram em 1894 a Society of Trained Masseuses. Essa 
sociedade foi fundamental para criação da fisioterapia pelo mundo e, em 1944, ela 
passou a ser chamada de Chartered Society of Physiotherapy (PETTMAN, 2007).
Outro expoente da época ajudou na disseminação da terapia manual, James 
Mennel publicou o seu livro Physical Treatment by Movement, Manipulation and 
Massage em 1917. Nesse livro, Mennel relatou a importância da avaliação detalhada 
antes de utilizar as técnicas de manipulação. Seu filho John McMillan Mennell e 
James Henry Cyriax foram incentivados com essa abordagem e dedicaram boa 
parte do seu tempo no estudo do processo de avaliação e sua relação com o uso 
das técnicas de terapia manual (PETTMAN, 2007; HUIJBREGTS, 2010).
Com a organização da fisioterapia e de diversas sociedades profissionais 
pelo mundo, aliada à evolução do conhecimento científico, as técnicas de 
terapia manual e seus efeitos passaram a ser estudadas com maior ênfase. Isso 
possibilitou uma evolução significativa no uso dessas técnicas e na criação de 
diferentes escolas de terapia manual. No quadro a seguir, é possível observar 
os principais nomes que contribuíram ou contribuem para a disseminação da 
terapia manual pelo mundo.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS DA TERAPIA MANUAL
6
QUADRO 1 – PESQUISADORES NA ÁREA DA TERAPIA MANUAL
Pesquisador País Contribuição
Freddy Kaltenborn Noruega Considerado o pai da terapia manual. Criador do Método Kaltenborn- Evjenth
Olaf Evjenth Noruega Criador do Método Kaltenborn- Evjenth
Gregory Peter Grieve 
(1918 -2001)
Grã-
Bretanha
Professor e incentivador da terapia manual. 
Autor do livro: Terapia manual moderna
Geoff Maitland (1924-
2010) Austrália Criador do Método Maitland
Stanley V Paris Nova Zelândia
Professor e incentivador da terapia 
manual.
Robin Mckenzie Nova Zelândia
Criador do Metódo Diagnóstico e 
Terapia Mecânica (MDT)
Brian Mulligan Nova Zelândia
Criador do Método Mobilização com 
Movimento
David Butler Austrália Pesquisador na área de neurodinâmica
Michael Shacklock Austrália Pesquisador na área de neurodinâmica
FONTE: Adaptado de Huijbregts (2010)
Atualmente, a terapia manual é considerada uma ferramenta valiosa no 
tratamento das principais disfunções musculoesqueléticas, nas próximas unidades 
você verá que ela é utilizada para aliviar rapidamente os sintomas dos pacientes, 
melhorar o movimento e a função. Além disso, você sabe o que é mais importante? 
Hoje, por meio do conhecimento científico, sabemos quando utilizar e quando 
não utilizar as técnicas manuais. Talvez essa seja a principal evolução da terapia 
manual, por muito tempo, na sua história mais recente dentro da fisioterapia, ela 
foi utilizada em quase todas as disfunções. Na prática clínica, esse período foi 
conhecido como hands on, ou seja, coloque as suas mãos para trabalhar. É fácil 
perceber que, talvez, nem todas as disfunções/pacientes se beneficiam das técnicas 
manuais. Fique tranquilo, nas próximas unidades falaremos mais sobre isso.
4 RECURSOS TERAPÊUTICOS MANUAIS E FISIOTERAPIA
 
Você percebeu que os recursos terapêuticos manuais são utilizados por 
diversos profissionais. Provavelmente, você já ouviu alguém comentando sobre 
um conhecido que faz uso da massagem e de técnicas de manipulações da coluna 
(famosos estalidos) para reduzir as dores da coluna. Aqui fica a dúvida: como 
podemos diferenciar a atuação do fisioterapeuta das demais profissões que 
utilizam a terapia manual? Será que existe diferença? 
TÓPICO 1 | PERPECTIVAS HISTÓRICAS
7
Neste tópico, tentaremos responder a essas perguntas, ou seja, 
verificaremos como a fisioterapia utiliza na sua prática clínica os recursos 
terapêuticos manuais e de que forma os conselhos de classes e as associações 
internacionais recomendam utilizar estas técnicas.
4.1 TERAPIA MANUAL COMO ESPECIALIDADE DO 
FISIOTERAPEUTA
É importante entendermos que a fisioterapia é uma profissão de nível 
superior regulamentada no Brasil. Para se tornar fisioterapeuta, você percorrerá 
um longo caminho, para ser mais exato, no mínimo 4000 horas durante cinco 
anos, esse é o mínimo exigido pelas diretrizes curriculares nacionais. Além disto, 
as atividades do fisioterapeuta estão regulamentadas pelo Conselho Federal de 
Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO),o conselho regulamenta e fiscaliza 
a nossa profissão. 
Portanto, a terapia manual torna-se somente mais uma técnica dentro do 
arsenal terapêutico do profissional. Com o conhecimento científico adquirido 
durante a sua formação, o fisioterapeuta saberá escolher as melhores técnicas 
para o tratamento e prevenção das disfunções do nosso corpo, que, em alguns 
casos, poderá ser a terapia manual. Esse simples fato nos mostra que as técnicas 
que veremos neste livro só deverão ser utilizadas se precedidas de uma avaliação 
detalhada do problema do paciente. Discutiremos isso no próximo subtópico.
Obviamente, após a formatura, nossa tendência é atuar de forma 
generalista, trabalhando nas mais diversas áreas da fisioterapia. É natural 
gostarmos de algumas áreas específicas no decorrer da nossa trajetória 
profissional e direcionarmos nossos estudos para essa área. Na área da terapia 
manual, temos duas especialidades regulamentadas pelo COFFITO no Brasil. 
Você lembra da osteopatia e da quiropraxia que falamos anteriormente? Por aqui, 
elas são especialidades do fisioterapeuta, diferente de outros países onde elas são 
consideradas profissões independentes.
Viste o site do COFFITO e conheça nossas especialidades. Disponível em: 
https://www.coffito.gov.br/.
DICAS
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS DA TERAPIA MANUAL
8
4.2 TÉCNICA VERSUS PACIENTE
Você lembra que falamos de um movimento chamado de hands on? Então, 
aqui vamos alertá-lo para um equívoco comum do fisioterapeuta que utiliza a 
terapia manual. Você provavelmente conhece aquela sensação que direciona nossas 
ações para o que gostamos de fazer, podemos chamar isso de hipótese favorita. Isso 
ocorre com frequência na prática clínica, se você acredita que a terapia manual é 
a melhor opção, tudo que você fizer será direcionado para utilizar essas técnicas.
Talvez essa seja uma das principais dificuldades na prática clínica do 
profissional de saúde, pois para oferecermos o melhor tratamento aos nossos 
pacientes, devemos deixar nossas preferências de lado e utilizarmos sempre o 
que há de mais eficiente no tratamento. Pode parecer fácil, mas nossa formação 
ainda é bastante tecnicista (JÚNIOR; PATRÍCIO, 2009). Assim, nossa tendência é 
sempre priorizarmos a técnica, normalmente a que temos segurança. Percebeu 
como é fácil direcionarmos nossas ações para a hipótese favorita?
A grande pergunta é como conseguimos fugir dessa situação? A resposta 
é relativamente simples, avaliação cinético-funcional. Devemos inverter a 
importância no nosso processo de trabalho, não importa a técnica e sim o que 
o paciente apresenta. Somente em uma avaliação detalhada você saberá o que o 
paciente apresenta, assim ficará fácil escolher o melhor tratamento, que poderá, 
em alguns casos, ser a sua técnica favorita. 
Não é tarefa fácil, mas é importante começarmos a pensar dessa forma 
durante nossa formação profissional. Além disso, a avaliação também não deve 
ser direcionada para a utilização da técnica. Uma dica: sua avaliação cinético-
funcional é que direcionará o seu tratamento e não sua técnica. Para entendermos 
melhor a posição da técnica dentro do processo de tratamento, podemos recorrer 
a figura proposta por (MAITLAND et al., 2007) que demonstra a importância 
relativa da técnica.
FIGURA 1 – RELAÇÃO ENTRE AVALIAÇÃO E TÉCNICA
FONTE: O autor
TÓPICO 1 | PERPECTIVAS HISTÓRICAS
9
4.3 TERAPIA MANUAL VERSUS FISIOTERAPIA MANIPULATIVA
Somente o fisioterapeuta pode utilizar recursos terapêuticos manuais 
no tratamento das disfunções? A resposta é: não! Temos diversos profissionais 
que utilizam a mão como forma terapêutica. Você provavelmente conhece um 
massoterapeuta que usa diversas técnicas de massagem para aliviar dores (como 
técnicas de relaxamento), uma esteticista que utiliza técnicas manuais com fins 
estéticos e até mesmo um fonoaudiólogo que utiliza técnicas manuais para 
auxiliar no uso correto do sistema estomatognático (sistema responsável pelas 
funções de sucção, mastigação, deglutição, fonoarticulação e respiração).
Na fisioterapia, utilizamos as mãos em diferentes áreas, para a maioria das áreas 
utilizamos o significado de terapia manual proposto pela American Physical Therapy 
Association (AMERICAN PHYSICAL THERAPY ASSOCIATION, 2001, p. 51):
Consiste em um grupo de movimentos habilidosos da mão, 
incluindo mas não limitado as mobilizações ou manipulações, usado 
por fisioterapeutas para mobilizar ou manipular tecidos moles e 
articulações com o objetivo de reduzir a dor; aumentar a amplitude 
de movimento; reduzir ou eliminar edemas, inflamações ou restrições 
de tecidos moles; induzir o relaxamento; melhorar a extensibilidade 
de tecidos contráteis ou não contráteis; e melhorar a função pulmonar.
Entre as técnicas encontramos a massagem, drenagem linfática manual, 
tração, mobilização/manipulação, mobilização neural, exercícios passivos para 
aumento da amplitude, entre outros (HUIJBREGTS, 2010). É fácil perceber que 
utilizamos a terapia manual e todas as áreas da fisioterapia, entretanto, seguindo 
uma definição da International Federation of Orthopaedic Manipulative Physical 
Therapy (IFOMPT) nas situação que envolvem as disfunções do sistema neuro-
músculo-esquelético utilizaremos o termo fisioterapia manipulativa, definida 
como “uma área especializada da fisioterapia para tratamento das disfunções 
neuro-músculo-esqueléticas, com base no raciocínio clínico, usando abordagens 
de tratamento altamente específicas, incluindo técnicas manuais e exercícios 
terapêuticos” (RUHSTOM, 2016, p. 7).
Neste livro didático, utilizaremos o termo “fisioterapia manipulativa” 
quando falarmos de mobilizações e manipulações articulares, e de técnicas 
manuais, tais como: massagem, liberação miofascial e tração para tratar os 
problemas ortopédicos do sistema neuro-músculo-esquelético. Já para as demais 
Não “encaixe” o seu paciente na técnica! A avaliação cinético-funcional é que 
mostrará se a técnica é a melhor opção para o problema do paciente.
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS DA TERAPIA MANUAL
10
técnicas, utilizaremos o termo recursos terapêuticos manuais. Essa nomenclatura 
é importante para diferenciar a atuação do fisioterapeuta dos demais profissionais, 
pois o termo “terapia manual” é genérico e utilizado por vários profissionais 
atualmente. Além disso, você colocará a técnica como fator secundário no 
processo de reabilitação e evitará a hipótese favorita.
Veja que interessante, você conheceu sobre o uso das mãos como recurso 
terapêutico e todo o seu caminho no decorrer da história. Além disso, você sabe 
que a fisioterapia utiliza os recursos terapêuticos manuais como uma ferramenta 
importante no tratamento das disfunções do nosso corpo nas diversas áreas 
de atuação. Espero que você tenha aproveitado as informações deste tópico. 
Nos próximos tópicos, conheceremos as bases para o correto uso dos recursos 
terapêuticos manuais.
Visite o site e conheça um pouco sobre a associação internacional IFOMT! 
Disponível em: http://www.ifompt.org/.
DICAS
Acadêmico, para finalizar este tópico, indicamos a leitura do artigo Evolução 
histórica da fisioterapia: da massagem ao reconhecimento profissional (1894-2010), disponível 
no link: http://portalatlanticaeditora.com.br/index.php/fisioterapiabrasil/article/view/944.
DICAS
11
Neste tópico, você aprendeu que:
• O uso da mão como forma terapêutica é antigo e os primeiros relatos feitos 
são anteriores a 2000 a.C.
• A massagem foi a técnica precursora da terapia manual e foi base para a 
consolidação da fisioterapia no mundo.
• A terapia manual abrange diversas técnicas que utilizam a mão como 
ferramenta terapêutica. Destacam-se entre elas, a massagem, as manipulações 
e as mobilizações.
• Mais importante que utilizar as técnicas é saber como e quando utilizá-las. 
• A IFOMT recomenda o uso do termo fisioterapia manipulativa e define 
de maneira mais abrangente e científica o uso das mãos no tratamento das 
disfunções neuro-músculo-esquelético.RESUMO DO TÓPICO 1
12
1 O uso das mãos como ferramenta terapêutica é antigo, entretanto, na 
história da massagem moderna, destaca-se a atuação de Per Henrik Ling. 
Apesar de não ter formação médica, Ling teve uma considerável influência 
no desenvolvimento das técnicas de massagem atualmente. Descreva o que 
diferenciou Ling na disseminação da sua técnica.
2 É comum na nossa prática termos algumas preferências por técnicas ou 
filosofias de tratamento, isso faz com que quase sempre, nossa escolha 
terapêutica seja direcionada para estas técnicas. Infelizmente, trabalhando 
desta forma, nem sempre obtemos resultados satisfatórios aos nossos pacientes. 
Ciente de que esta conduta pode prejudicar nosso raciocínio clínico, justifique: 
de que forma podemos evitar o uso de técnicas de tratamento baseado nas 
nossas preferências pessoais?
AUTOATIVIDADE
13
TÓPICO 2
REQUISITOS ESSENCIAIS PARA PRÁTICA DA TERAPIA MANUAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Para o uso correto dos recursos terapêuticos manuais, é necessário que 
você entenda alguns requisitos básicos para obter sucesso no seu tratamento. Você 
já imaginou a influência que o toque proporciona às pessoas? Diversas sensações 
podem ser desencadeadas quando tocamos alguém, e, obviamente, respostas 
serão geradas. Você usará sua mão como ferramenta terapêutica e deverá saber 
como utilizá-la com esse objetivo. Neste tópico, falaremos disso e quais as formas 
de utilizarmos nossa mão de maneira profissional e ética.
Você também entenderá a importância de conhecer o nosso corpo do ponto 
de vista anatômico, pois diversas estruturas anatômicas guiarão as técnicas. Do ponto 
de vista mecânico, você precisará saber como se posicionar para que a técnica seja 
realizada com segurança, efetividade e conforto para você e para o paciente. É claro que 
teremos algumas dicas relacionadas aos equipamentos que utilizamos e a influência 
do ambiente no tratamento. Divirta-se com a leitura deste tópico. Bons estudos!
2 CONCEITOS BÁSICOS DE MASSAGEM, MOBILIZAÇÃO E 
MANIPULAÇÃO
Ao realizar uma busca na internet sobre massagem ou mobilização/
manipulação você encontrará diferentes conceitos e diferentes técnicas sobre 
esses assuntos. Entender um pouco mais sobre os conceitos básicos das técnicas 
manuais, permitirá que você compreenda a diferença entre elas, o que auxiliará 
no processo de tomada de decisão clínica. 
2.1 MASSAGEM
A massagem terapêutica pode ser definida como a manipulação de tecido 
mole que envolve áreas de todo o corpo, buscando melhoras generalizadas na 
saúde, tais como: relaxamento, melhora do sono, redução de dores ou desconfortos 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS DA TERAPIA MANUAL
14
musculares (VICKERS; ZOLLMAN, 1999). Na prática moderna já não é mais 
considerada uma técnica simples ou um conjunto de técnicas. Você deve conhecer 
diferentes abordagens e nomes para técnicas de massagem, até mesmo nomes de 
técnicas iguais com aplicações um pouco diferentes por profissionais distintos. 
Se utilizarmos a definição proposta pela American Massage Therapy Association 
(AMTA) que a massagem é manipulação manual de tecidos moles que inclui 
apertar, causar movimento e/ou aplicar pressão no corpo, podemos observar que 
é uma técnica extremamente ampla (MOYER; ROUNDS; HANNUM, 2004).
Considerando a raiz da palavra massagem nas suas diferentes formas 
(grego, latina ou francesa) todos direcionam para tocar, manusear, apertar ou 
amassar. Essas variações vão de acordo com as definições anteriores, mostrando 
a abrangência da massagem (FRITZ, 2002). Atualmente, temos diversas técnicas 
que se popularizaram na prática clínica do fisioterapeuta, você já deve ter ouvido 
falar da liberação miofascial, da massagem clássica ou do Rolfing. Apesar das 
suas particularidades, todas envolvem a manipulação de tecidos moles.
Em virtude dessa abertura na sua definição, hoje, grande parte das técnicas 
de massagem são consideradas terapias alternativa/complementar ou conforme 
a nomenclatura do sistema único de saúde (SUS), terapia integrativa. No total 
são 29 terapias integrativas, veja, no quadro a seguir, a lista com as técnicas de 
massagem incluídas nessas terapias.
QUADRO 2 – PRÁTICAS INTEGRATIVAS E MASSAGENS NO SUS
Técnicas Integrativas do SUS relacionadas com a massagem terapêutica
Aromaterapia
Ayurveda
Reflexoterapia
Shantala
FONTE: Adaptado de Ministério da Saúde (2019)
2.2 MOBILIZAÇÃO E MANIPULAÇÃO
Você viu anteriormente que a mobilização e a manipulação são consideradas 
técnicas que pertencem a fisioterapia manipulativa. Agora, sua dúvida deve ser 
sobre qual é a diferença entre fisioterapia manipulativa e a osteopatia/quiropraxia 
que abordamos no primeiro tópico. Esse é um questionamento bastante frequente 
entre acadêmicos. Vamos lá, se levarmos em consideração os conceitos adotados 
por cada área, temos algumas diferenças, principalmente na forma de explicar 
o motivo de utilizarmos as técnicas e seus efeitos. Por exemplo, a quiropraxia 
utiliza o termo sub-luxação para classificar as alterações da coluna vertebral, já 
a osteopatia fala sobre o bloqueio do movimento em uma posição específica e 
na fisioterapia manipulativa é abordado a restrição do movimento e os efeitos 
neurofisiológicos associados. 
TÓPICO 2 | REQUISITOS ESSENCIAIS PARA PRÁTICA DA TERAPIA MANUAL
15
Ok, mas e com relação às técnicas? Para responder a isso, é importante 
buscarmos uma explicação feita por Grieve (1994), no seu clássico livro Moderna 
Terapia Manual da Coluna Vertebral. Ao explicar essa diferença, Grieve salienta que 
existem dois tipos de manipulações, a boa e a má. Obviamente, nossa busca sempre 
será pela primeira. Se você lembra dos relatos históricos da manipulação comentados 
no início deste livro, a manipulação foi descrita a.C. Portanto, é fácil entender que a 
diferença está na filosofia das áreas. Contudo, lembre-se que o conceito proposto pela 
IFOMT ressalta o uso da técnica com base no raciocínio clínico. 
A manipulação pode ser definida de diversas formas, se buscamos no 
dicionário on-line Michaelis (2015) encontraremos: “MED – Qualquer procedimento 
manual, como, por exemplo, toque, exame feito com os dedos, percepção pelo tato 
etc.”. Podemos considerar que é um termo geral para descrever qualquer técnica 
de movimento passivo de qualquer estrutura do nosso corpo. Entretanto, nesta 
unidade do livro, utilizaremos a definição proposta por Maitland et al. (2017), que 
define a manipulação “como uma técnica realizada em uma velocidade de tal 
forma que ocorra antes que a pessoa na qual ela é realizada seja capaz de evitar”. 
Você também encontrará o termo thrust ou HVLA (High Velocity, Low Amplitude) 
para descrever a manipulação. Ambos os termos relacionam a manipulação com 
uma técnica de pequena amplitude realizada com velocidade.
Já a mobilização é um movimento passivo que o paciente tem sempre a 
capacidade de evitar o movimento. Podemos mobilizar nossos pacientes de duas 
formas: uma mais especifica na articulação, envolvendo movimentos oscilatórios 
ou um estiramento sustentado (Figura 2) e outros mais globais com a finalidade 
de promover o movimento funcional de uma articulação (Figura 3), por exemplo, 
elevar o braço de um paciente dentro da sua amplitude de movimento fisiológica 
(MAITLAND et al., 2007).
FIGURA 2 – MOBILIZAÇÃO OSCILATÓRIA
FONTE: O autor
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS DA TERAPIA MANUAL
16
FIGURA 3 – MOBILIZAÇÃO GLOBAL
FONTE: O autor
Um aspecto importante dentro das técnicas de mobilização e manipulação 
é descrito por Maitland et al. (2007), de acordo com esses autores, o fisioterapeuta 
precisa ter a mente aberta para que possa modificar a técnica até atingir seu 
objetivo. Contudo, isso não quer dizer que a técnica não segue um princípio. A 
liberdade proposta por Maitland precisa vir acompanhada de responsabilidade, 
ou seja, é necessário que você conheça os movimentos fisiológicos e acessórios 
da articulação tratada, bem como a anatomia e biomecânica da região.Sem esses 
conhecimentos é impossível atingir os objetivos da execução técnica.
 
Outro fator importante no uso das técnicas de mobilização e manipulação 
é o grau de irritabilidade do paciente, conceito também definido por Maitland e 
com boa confiabilidade no uso da prática clínica. De acordo com esse conceito, a 
escolha da técnica (intensidade/velocidade) de mobilização/manipulação precisa 
ser selecionada com base no quadro de dor do paciente. Quanto mais dor ele 
sente ao realizar um movimento, mais cuidado devemos ter no uso da técnica, 
preferindo mobilizações com menor amplitude e menor velocidade (BARAKATT 
et al., 2009; MAITLAND et al., 2007).
Achou interessante os conceitos básicos para utilização da fisioterapia 
manipulativa? Saiba mais no capítulo Princípios das técnicas do livro Maitland Manipulação 
Vertebral.
DICAS
TÓPICO 2 | REQUISITOS ESSENCIAIS PARA PRÁTICA DA TERAPIA MANUAL
17
3 ASPECTOS ÉTICOS NA PRÁTICA DA TERAPIA MANUAL
Ao utilizar os recursos terapêuticos manuais ou a fisioterapia manipulativa 
na sua prática clínica, você realizará contato direto com a pele do paciente e, em 
alguns casos, o paciente pode estar despido parcialmente ou por completo. Assim, 
você deve conduzir seu tratamento com maior profissionalismo e respeitando a 
intimidade e a dignidade do paciente. A exposição de parte do corpo do paciente e 
o contato direto entre o paciente e o terapeuta, o toque inapropriado e a exposição 
desnecessária devem ser evitados a todo o momento (DOMENICO, 2008). Nosso 
código de ética define isso no Capítulo III, no Artigo 14, veja a seguir:
II- prestar assistência ao ser humano, respeitados a sua dignidade e os 
direitos humanos de modo a que a prioridade no atendimento obedeça 
a razões de urgência, independentemente de qualquer consideração 
relativa à raça, etnia, nacionalidade, credo sociopolítico, gênero, religião, 
cultura, condições sócios-econômicas, orientação sexual e qualquer 
outra forma de preconceito, sempre em defesa da vida;
III- respeitar o natural pudor e a intimidade do cliente/paciente/usuário;
IV- respeitar o princípio bioético de autonomia, beneficência e não 
maleficência do cliente/paciente/usuário de decidir sobre a sua pessoa 
e seu bem estar;
V- informar ao cliente/paciente/usuário quanto à consulta 
fisioterapêutica, diagnóstico e prognóstico fisioterapêuticos, objetivos 
do tratamento, condutas e procedimentos a serem adotados, 
esclarecendo-o ou o seu responsável legal.
VI- prestar assistência fisioterapêutica respeitando os princípios da 
bioética (COFFITO, 2013).
No item V listado, você observa que o fisioterapeuta deve informar ao 
paciente o que será feito com ele. Isso é extremamente importante no uso de 
técnicas manuais. Você deve informar o paciente e ter o consentimento dele para 
realização das técnicas. Vamos a alguns exemplos: mais para frente você saberá 
que a manipulação vertebral normalmente produz um estalido. Isso pode ser 
estranho para algumas pessoas, pois o estalido pode passar a sensação de algo 
sendo danificado. Você sabe que nada de errado acontecerá e, que o paciente não 
controlará durante o procedimento, pois você realizará uma técnica que o paciente 
não conseguirá inibir/bloquear, conforme explicação no tópico anterior. Pergunto: 
caso a manipulação vertebral da região cervical seja o tratamento mais indicado para 
um paciente com dor na região, e esse paciente não se sente bem com a sensação do 
estalido e relatou verbalmente que prefere não realizar o tratamento, você realiza a 
manipulação pensando nos benefícios da técnica ou muda sua conduta?
A resposta parece óbvia para a pergunta, mas nem sempre isso acontece 
na prática clínica. Com a certeza de que a técnica melhorará o paciente, 
muitos profissionais não informam o paciente e realizam a técnica sem o seu 
consentimento. É claro que você não irá fazer isso, correto?
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS DA TERAPIA MANUAL
18
O consentimento do paciente antes de realizar a técnica é fundamental para 
respeitar o desejo do paciente e para o sucesso do tratamento.
ATENCAO
Alguns cuidados podem ajudar na prática diária com o uso dessas técnicas. 
O simples fato de informar o paciente sobre o que vestir para o tratamento já auxilia 
no tratamento e na exposição desnecessária. Além disso, a utilização de padrões e 
explicações das necessidades para cobrir e despir regiões durante o tratamento são 
fundamentais para que o paciente fique confortável (DOMENICO, 2008). 
É claro que todos os preceitos éticos deverão ser seguidos também no uso 
dos recursos terapêuticos manuais e da fisioterapia manipulativa. Vale ressaltar a 
confidencialidade do tratamento e o respeito aos princípios bioéticos (Autonomia, 
Beneficência, Não Maleficência, Justiça). Assim, você não terá problemas com 
relação a isso na sua prática clínica.
Saiba mais sobre o código de ética do fisioterapeuta no link: https://www.
coffito.gov.br/nsite/?page_id=2346.
DICAS
4 ANATOMIA E TERAPIA MANUAL
Conhecer a anatomia é fundamental para a prática da terapia manual. É 
importante saber a relação entre as estruturas anatômicas. Por exemplo: quando 
for realizar uma técnica em um músculo, a profundidade dele direcionará sua 
pressão na realização da técnica e quanto mais profundo, maior a pressão. A 
anatomia de superfície destaca-se no uso das técnicas manuais, pois por meio 
dela você encontrará os pontos de referência da região. Obviamente, se você 
utilizar uma técnica em uma estrutura errada, você não atingirá o seu objetivo e 
poderá piorar a situação do seu paciente (DOMENICO, 2008). 
Portanto, para conseguir aplicar com segurança e efetividade as técnicas 
manuais é importante conhecer a anatomia palpatória. O recurso que possuímos 
na prática clínica é a palpação. Apesar de todos os avanços tecnológicos, a 
palpação continua sendo uma técnica importante para o processo de avaliação 
cinético-funcional. De maneira bem simples, o dicionário Michaelis (2015) 
TÓPICO 2 | REQUISITOS ESSENCIAIS PARA PRÁTICA DA TERAPIA MANUAL
19
define palpação como uma forma de exame clínico de certos órgãos por meio 
do tato. Para sermos mais específicos, podemos afirmar que durante o processo 
de palpação, além de auxiliar no exame, ela é indicada para localizar um ponto 
focal no nosso corpo, identificando sua estrutura e sua posição. Dessa forma, 
determinaremos a forma, tamanho, consistência, posição e mobilidade do tecido 
palpado (REICHERT, 2011; DOMENICO, 2008). 
Dentro do processo de palpação, alguns aspectos são importantes para 
definirmos a estrutura palpada. A técnica aplicada deve estar de acordo com o 
tecido investigado. Por exemplo, se você quer palpar o tecido nervoso periférico, 
provavelmente utilizará a região distal dos seus dedos e, em alguns casos, até a 
ponta da sua unha. Já para uma proeminência óssea, a ponta dos dedos deverá 
ser utilizada. Outro aspecto importante é a sensação esperada para cada tecido, 
no exemplo citado, a sensação na palpação do nervo periférico é de uma corda 
de violão, já para a proeminência óssea, você notará uma consistência rígida 
(REICHERT, 2011; KINSINGER; BYFIELD, 2008). 
Outro fator importante é o conhecimento da anatomia, Reichert (2011) 
afirma que você não poderá sentir o que você não conhece, dessa forma, conhecer 
as estruturas anatômicas principais será fundamental. É fácil imaginar que, se não 
soubermos a direção das fibras musculares, dificilmente aplicaremos a técnica na 
direção e com a precisão necessária para atingir o objetivo do tratamento, veja 
na figura a seguir um exemplo para essa situação. Para facilitar o seu estudo, 
acompanhe nos quadros as principais estruturas anatômicas para cada região do 
nosso corpo, eles foram divididos em referências ósseas e estruturas de tecido 
mole, entretanto, não há relação entre as estruturas. 
FIGURA 4 – IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO ANATÔMICO NA APLICAÇÃO DAS TÉCNICAS
FONTE: Clay e Pounds (2003, p. 133)
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS DATERAPIA MANUAL
20
QUADRO 3 – CABEÇA E PESCOÇO
Referências Ósseas Estruturas de Tecido Mole
Mandíbula Ligamento da nuca/Ligamento nucal
Ângulo da Mandíbula Esplênio da cabeça
Ossos frontais Músculos escalenos
Ossos temporais Linfonodos supraclaviculares
Occipital Veias jugulares
Protuberância occipital externa Artéria e pulso carotídeos
Processo mastoide Canal auditivo externo
Margem supra-orbitária Ouvido externo
Margem infra-orbitária Músculos faciais
Arco zigomático Músculos da mastigação
Processo transverso de C2
Processo espinhoso de C2-C7
FONTE: Adaptado de Domenico (2008)
QUADRO 4 – MEMBRO SUPERIOR
Referências Ósseas Estruturas de Tecido Mole
Acrômio Bursa subacromial
Processo coracoide Manguito rotador
Tuberosidade maior e menor Deltoide
Sulco bicipital Bíceps
Olécrano Tríceps
Fossa do olecrano Nervo medial
Epicôndilo medial e lateral Nervo ulnar
Cabeça do rádio Nervo radial
Linha articular umerorradial Extensores do punho
Processo estiloide do rádio Origem/tendão flexor comum
Borda posterior da ulna Origem/tendão extensor comum
Processo estiloide da ulna Ligamento colateral do rádio
Linha articular radiocarpal Licagmento colateral ulnar
Tubérculo dorsal do rádio Fossa cubital
Ossos do carpo Fossa radial
Ossos do metacarpo Artéria radial
Articulações metacarpofalângicas Tendões flexores
Falanges Artéria ulnar
Tendões extensores
Eminência tenar e hipoternar.
FONTE: Adaptado de Domenico (2008)
TÓPICO 2 | REQUISITOS ESSENCIAIS PARA PRÁTICA DA TERAPIA MANUAL
21
QUADRO 5 – TRONCO E PELVE
Referências Ósseas Estruturas de Tecido Mole
Acrômio Romboide
Ângulo do acrômio Supre-espinhal
Bordas escapulares Supra-espinhal
Espinha da escápula (nível de T3) Serrátil anterior
Ângulo inferior da escápula (nível de T8) Grande dorsal
Processos espinhosos (todos os níveis) Eretores da coluna
Costelas flutuantes Quadrado lombar
Sínfise púbica Músculos glúteos
Crista ilíaca Ligamento inguinal
Espinha ilíaca ântero-superorior (EIAS)
Espinha ilíaca póstero-superorior (EIPS)
Articulações sacroilíacas
Bordas do sacro
Tuberosidade isquiática
FONTE: Adaptado de Domenico (2008)
QUADRO 6 – MEMBRO INFERIOR
Referências Ósseas Estruturas de Tecido Mole
Trocânter maior Trígono femoral
Bordas patelares Nervo, artéria e veia femorais
Tubérculo adutor Bursa trocantérica
Côndilos femorais medial e lateral Nervo ciático
Epicôndilos femorais medial e lateral Músculo sartório
Platô tibial e linha articular do joelho Tendão infrapatelar
Tuberosidade da tíbia Músculos isquiotibais
Cabeça e colo da fíbula Tensor da fáscia lata
Maléolo lateral Trato iliotibial
Borda anterior da tíbia Pata de ganso
Maléolo medial Ligamento colateral medial e ligamento colateral lateral do joelho
Calcâneo Nervo fibular comum
Tubérculo/tróclea da fíbula Artéria poplítea
Metatarsos Fossa poplítea
Processo estiloide do quinto metatarso Músculo gastrocnêmicos
Cuboide Artéria tibial posterior
Tubérculo/tuberosidade navicular Tendão anterior
Sustentáculo do tálus Pulso dorsal do pé
Ossos sesamoide do pé Tendões fibulares
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS DA TERAPIA MANUAL
22
Ligamento colateral medial (deltoide)
Ligamento colateral lateral do tornozelo
Tendão do calcâneo
FONTE: Adaptado de Domenico (2008)
Para saber mais sobre anatomia palpatória, consulte a obra Anatomia Palpatória 
e Funcional, da autora Christy Cael.
DICAS
A palpação pode ser dividida em duas técnicas: palpação estática e 
palpação ativa. Na palpação estática, o paciente fica imóvel e o avaliador utiliza 
o contato manual para detectar estruturas, sua função é identificar estruturas 
dolorosas que possam ser indícios de disfunção na região. Já na palpação ativa, a 
avaliação acontece dentro da amplitude de movimento fisiológico do paciente e é 
utilizada para determinar a qualidade e quantidade do movimento (KINSINGER; 
BYFIELD, 2008). Além disso, durante a palpação, você poderá identificar 
estruturas básicas para confirmar a posição de outras estruturas com maior 
dificuldade de identificação. Veja na figura a seguir o exemplo para confirmar a 
posição do processo espinhoso de L4, a linha formada pela base da crista-ilíaca 
conectará ao processo espinhoso de L4. 
FIGURA 5 – CONFIRMAÇÃO DE ESTRUTURA PELA PALPAÇÃO
FONTE: Reichert (2011, p. 14)
Você percebeu que a anatomia e a identificação das estruturas são 
importantes para a utilização das técnicas manuais. Durante a graduação, o 
futuro fisioterapeuta desenvolve, no decorrer das atividades práticas do curso, o 
TÓPICO 2 | REQUISITOS ESSENCIAIS PARA PRÁTICA DA TERAPIA MANUAL
23
que podemos chamar de sensibilidade das mãos. Quanto mais prática mais fácil 
será para interpretar as informações da palpação e regular a pressão necessária 
para utilização dos recursos terapêuticos manuais e da fisioterapia manipulativa. 
Então, não perca tempo, comece a praticar hoje!
5 A MÃO COMO FERRAMENTA DE TRABALHO
Você utilizará suas mãos para o tratamento com os recursos terapêuticos 
manuais e a fisioterapia manipulativa. Assim, é evidente que uma atenção especial 
dever ser dada a essa ferramenta de trabalho. Primeiramente, é importante 
conhecermos as áreas da nossa mão. Na figura a seguir, você observará as regiões 
que poderão ser utilizadas na avaliação e tratamento. Além disso, você poderá 
utilizar as articulações dos dedos e o dorso da mão para aplicar algumas técnicas 
(DOMENICO, 2008).
FIGURA 6 – ÁREAS DA MÃO UTILIZADAS NOS RECURSOS TERAPÊUTICOS MANUAIS
FONTE: O autor
A ponta e a polpa dos dedos foram ilustradas somente no dedo indicador, mas 
servem para os demais dedos da mão.
IMPORTANT
E
As mãos ideais para a prática dos recursos terapêuticos manuais devem 
ser macias, quentes, flexíveis e secas. Você aprenderá com a prática que deverá 
relaxar as suas mãos durante a técnica. No início não será tarefa fácil, pois, 
intuitivamente, colocamos força desnecessária e utilizamos regiões erradas para 
aplicação da técnica. Fique tranquilo, com a prática você conseguirá relaxar e 
encontrará o ritmo e a pressão necessária para cada tipo de técnica (DOMENICO, 
2008; KINSINGER; BYFIELD, 2008).
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS DA TERAPIA MANUAL
24
5.1 PREPARAÇÃO DAS MÃOS PARA TERAPIA MANUAL
É evidente que a mão deverá estar higienizada e livre de lesões cutâneas ao 
aplicar as técnicas manuais. A partir de hoje você deverá cuidar dessa importante 
ferramenta de trabalho, manter a mão sempre limpa, com unhas curtas para 
evitar ferimentos ao paciente na aplicação das técnicas são requisitos básicos para 
o fisioterapeuta. O uso de hidrantes para as mãos, além de um cuidado extra 
ao realizar tarefas que envolvam uma sobrecarga maior das mãos passam a ser 
fundamental no dia a dia do fisioterapeuta. Algumas atividades domésticas e até 
esportivas, como a musculação, podem desencadear calos que são indesejáveis 
para os praticantes de técnicas manuais (DOMENICO, 2008).
Durante a aplicação das técnicas, é importante que você esteja relaxado. Em 
breve, você aprenderá que sua mão será, na maioria das situações, direcionada pela 
sua mecânica corporal e ela será o meio de transmissão do movimento para o corpo 
do paciente. Isso requer uma sensibilidade grande das mãos, pressões desnecessárias 
e a falta de mobilidade da região podem comprometer a efetividade do tratamento.
Cuide muito bem das suas mãos, ela será sua ferramenta de trabalho. A higiene 
e a saúde delas serão fundamentais para atingir os objetivos durante o tratamento.
IMPORTANT
E
5.2 USO DE LUBRIFICANTES E ACESSÓRIOS
No uso dos recursos terapêuticos manuais, o uso de meios deslizante se 
faz necessário para que o movimento das mãos fique facilitado e a técnica atinja 
o seu objetivo. Existe no mercado grande quantidade de produtos indicados 
para essa prática. É importante ficar atento aos compostos de cada produto, para 
evitar reações alérgicas do paciente e do fisioterapeuta. Procure sempre produtos 
neutros, sem componentes que possam gerar reações alérgicas, bem como sem 
fragrâncias, é difícilagradar todos os pacientes com as fragrâncias. É importante 
ressaltar que os lubrificantes são meios auxiliares na realização das técnicas, a sua 
mão é que proporcionará o efeito desejado (DOMENICO, 2008). 
Dentre os lubrificantes mais utilizados, destacam-se: talco, cremes, óleos 
e sabão. Cada qual possuem suas características e qualidades. O talco é mais 
interessante de ser utilizado quando buscamos maior atrito na técnica, algo mais 
difícil de conseguir com os demais lubrificantes. Com relação aos demais lubrificantes 
(cremes, óleos e sabão) o maior problema está na quantidade utilizada, pois uma 
quantidade excessiva pode dificultar o manuseio do tecido tratado. É importante 
ressaltar que o uso de lubrificante é mais comum nas técnicas de massagem (recursos 
terapêuticos manuais), nas mobilizações e manipulações (fisioterapia manipulativa) 
os lubrificantes são pouco utilizados (DOMENICO, 2008; FRITZ, 2002). 
TÓPICO 2 | REQUISITOS ESSENCIAIS PARA PRÁTICA DA TERAPIA MANUAL
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6 EQUIPAMENTOS AUXILIARES PARA PRÁTICA DA TERAPIA 
MANUAL
Apesar do seu corpo e da sua mão serem os equipamentos mais importantes 
para a prática da terapia manual, os equipamentos auxiliares como macas e cadeiras 
são fundamentais para a correta execução das técnicas. Esses equipamentos auxiliares 
são importantes para o conforto do paciente e a correta execução da técnica, além de 
garantir uma aplicação segura e confortável ao fisioterapeuta, evitando sobrecargas 
desnecessárias devido a postura incorretas durante a aplicação da técnica 
(DOMENICO, 2008; KINSINGER; BYFIELD, 2008; FRITZ, 2002).
 
6.1 MACAS E MESAS
As macas ou mesas são a primeira escolha da maioria dos fisioterapeutas, 
são diversos modelos de mesa disponíveis para comercialização. As mais 
comumente encontradas na prática clínica são as mesas fixas, elas possuem boa 
estabilidade e servem para uma grande parte dos tratamentos na fisioterapia. Suas 
desvantagens são a impossibilidade de transporte para atividades domiciliares e 
a falta de ajustes na altura (DOMENICO, 2008; FRITZ, 2002). 
FIGURA 7 – MACA FIXA
FONTE: Adaptado de Fritz (2002)
Algumas macas permitem o ajuste dos pés para regular a altura da 
maca. Isso é comum nas macas portáteis que são dobráveis e permitem realizar 
atendimentos fora do seu local fixo de trabalho. Na fisioterapia manipulativa, o 
ajuste da altura da maca é fundamental para a realização das técnicas. Entre as 
desvantagens destas macas está a estabilidade que é afetada pela sua construção 
em forma de mala e seu limite para suporte de peso. Dessa forma, ela requer 
maior atenção nos efeitos cumulativos do uso, para garantirmos a segurança na 
aplicação da técnica (DOMENICO, 2008; FRITZ, 2002). 
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FIGURA 8 – MACA PORTÁTIL COM REGULAGEM DE ALTURA
FONTE: Adaptado de Domenico (2008) 
Sem dúvida, a melhor opção para utilização tanto com recursos terapêuticos 
manuais quanto com a fisioterapia manipulativa é a maca hidráulica elétrica. 
Essa maca permite o ajuste de vários pontos o que facilita o posicionamento 
do paciente, por exemplo, ao posicionar o seu paciente em decúbito ventral, o 
antebraço pode ser posicionado individualmente com duas partes ajustáveis 
ao lado da maca. Obviamente, o ajuste de altura eletricamente é o fator mais 
importante para correta aplicação da técnica e conforto do fisioterapeuta. Existem 
diversos modelos disponíveis para comercialização que atendem as necessidades 
da prática clínica (DOMENICO, 2008).
FIGURA 9 – MACA HIDRÁULICA ELÉTRICA
FONTE: Adaptado de Domenico (2008)
Para facilitar sua escolha, veja, no quadro a seguir, quais características 
são importantes na escolha da sua maca. Lembre-se, ela auxiliará você na 
execução do tratamento e proporcionará conforto ao final de um dia de trabalho, 
o investimento em uma boa maca é necessário quem trabalhará com fisioterapia 
manipulativa.
QUADRO 7 – CARACTERÍSTICAS DE UMA MACA DE TRATAMENTO IDEAL
Operada eletricamente e com altura ajustada hidraulicamente.
Orifício para face.
Possibilidade de ajusta a mesa em diferentes angulações (parte superior e 
inferior).
Descanso ajustados para os braços.
Rolamento suave, acessórios retráteis com um mecanismo eficiente de travamento.
FONTE: Adaptado de Domenico (2008)
TÓPICO 2 | REQUISITOS ESSENCIAIS PARA PRÁTICA DA TERAPIA MANUAL
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6.2 CADEIRAS
Para as técnicas de recursos terapêuticos manuais, especialmente a 
massagem, a utilização de cadeiras é uma opção para os pacientes que tem 
difi culdade em permanecer em decúbito ventral ou para técnicas específi cas como 
a quick massage. Além disso, você encontrará dispositivos que se encaixam na maca 
para realizar a técnica sentado. 
FIGURA 10 – CADEIRA PORTÁTIL
FONTE: Adaptado de Domenico (2008)
7 POSICIONAMENTO E CONFORTO DO PACIENTE
Agora que você já conhece as macas e equipamentos que podem auxiliar 
a sua prática, é importante sabermos posicionarmos o nosso paciente de maneira 
confortável. Lembre-se, um paciente desconfortável não conseguirá relaxar e os 
objetivos do tratamento não serão alcançados. Para o correto posicionamento do 
paciente são necessários alguns dispositivos auxiliares, os mais utilizados são: 
travesseiros, rolos e triângulo/cunha de posicionamento. 
Pode não parecer, mas o conforto do paciente também está ligado a sua 
privacidade. A maior parte do tratamento e da avaliação envolvendo técnicas manuais 
requerem a exposição de partes do corpo. Dessa forma, é importante realizarmos a 
cobertura adequada das partes que não estão sendo tratadas para o melhor conforto 
do paciente. Veremos algumas dicas de como realizar a cobertura correta a seguir.
7.1 POSIÇÕES BÁSICAS PARA TRATAMENTO
Alguns padrões de posicionamento são indicados para melhorar o 
conforto do paciente, porém, apesar de haver um posicionamento lógico, é sempre 
importante ter o parecer do paciente com relação à posição e ao conforto. Em alguns 
casos, os sintomas podem aumentar nas posições padrões. Veja nas fi guras a seguir 
as posições indicadas e uso correto dos dispositivos para melhorar a posição.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS DA TERAPIA MANUAL
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FIGURA 11 – DECÚBITO DORSAL
FONTE: Adaptado de Braun e Simonson (2007)
FIGURA 12 – DECÚBITO VENTRAL
FONTE: Adaptado de Braun e Simonson (2007)
FIGURA 13 – DECÚBITO LATERAL
FONTE: Adaptado de Braun e Simonson (2007)
TÓPICO 2 | REQUISITOS ESSENCIAIS PARA PRÁTICA DA TERAPIA MANUAL
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7.2 PRIVACIDADE DO PACIENTE 
Ao utilizar os recursos terapêuticos manuais você precisará deixar 
exposto partes do corpo, para garantir a privacidade do paciente existem técnicas 
de cobertura. Elas servem para manter a privacidade e o senso de segurança e 
proporcionar/manter calor. É importante que o paciente seja coberto com material 
adequado, normalmente utilizamos um lençol. Lembre-se, não há nenhuma situação 
que o paciente ficará despido no tratamento, deve ficar descoberta somente a área 
que estiver sendo tratada (CLAY; POUND, 2003; DOMENICO, 2008; FRITZ, 2002).
 
Algumas técnicas de cobertura são utilizadas, a mais comum é a cobertura 
simples. Neste caso, é instruído a ficar na maca com um lençol embaixo e outro 
cobrindo o seu corpo. Nesse caso, o lençol é movido de acordo com a necessidade 
de tratamento. Além disso, é possível mudar a posição do paciente garantido a 
sua privacidade, veja uma técnica simples na Figura 18.
FIGURA 14 – COBERTURA SIMPLES EM DECÚBITO DORSAL
FONTE: Clay e Pounds (2008, p. 28)
FIGURA 15 – COBERTURA SIMPLES COM EXPOSIÇÃO DO TORÁX
FONTE: Clay e Pounds (2008, p. 28)
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS DA TERAPIA MANUAL
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FIGURA 16 – COBERTURA SIMPLES COM EXPOSIÇÃO DO MEMBRO INFERIOR
FONTE: Clay e Pounds (2008, p. 28)
FIGURA 17 – COBERTURA SIMPLES COM EXPOSIÇÃO DA COLUNA VERTEBRAL
FONTE: Clay e Pounds (2008, p. 29)
FIGURA 18 – MUDANÇA DE POSIÇÃO
FONTE: Clay e Pounds (2008, p. 29)
Você conheceu algumas técnicas de cobertura de pacientes, outrastécnicas 
também poderão ser utilizadas, bem como outros recursos. Alguns profissionais 
TÓPICO 2 | REQUISITOS ESSENCIAIS PARA PRÁTICA DA TERAPIA MANUAL
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fazem uso de aventais que também permitem manter a privacidade do paciente. 
Lembre-se, é importante manter a privacidade do paciente em qualquer situação, 
respeitando os preceitos éticos da nossa profissão.
O conforto do paciente é o primeiro passo para o sucesso do tratamento, 
preocupe-se em posicionar adequadamente o paciente e garantir a privacidade dele 
durante todo o tratamento.
ATENCAO
8 MECÂNICA CORPORAL DO TERAPEUTA
A utilização correta do seu corpo durante a aplicação das técnicas 
envolvendo os recursos terapêuticos manuais e da fisioterapia manipulativa é 
fundamental para o tratamento eficiente e para proteger o seu corpo. Ao final de 
um dia de trabalho, se você utilizou corretamente o seu corpo, provavelmente 
não sentirá cansaço ou dores pelo corpo.
O uso de uma maca adequada auxiliará adotar a mecânica corporal adequada. 
A altura da maca deve ser ajustada para que possa atingir a parte do corpo a ser 
tratada, além de garantir que a postura do fisioterapeuta seja efetiva para aplicação 
da técnica e do seu conforto físico (DOMENICO, 2008; BRAUN, SIMONSON, 2007). 
Provavelmente, durante uma sessão envolvendo a fisioterapia manipulativa, você 
realizará mais de uma técnica de tratamento, que poderá exigir alturas diferentes da 
maca. Percebeu a importância de uma maca com regulagem elétrica? 
Além do ajuste da altura da maca, sua postura será fundamental para 
a correta mecânica corporal. Um componente importante é o alinhamento 
adequado do corpo. Com isso, o esforço físico é distribuído de maneira uniforme 
por todo o corpo, permitindo um movimento eficiente e a correta realização da 
técnica (BRAUN; SIMONSON, 2007; FRITZ, 2002). Veja na Figura 19 a mecânica 
corporal adequada para a maioria das técnicas. Importante ressaltar que o 
direcionamento da força exigido pela técnica, comandará a posição do seu corpo. 
Se a técnica exigir uma força mais perpendicular, você deverá se aproximar da 
maca e diminuir a altura dela. 
Vamos passar algumas dicas para que você utilize o seu corpo adequadamente 
e a favor da técnica, você poderá ver nas demais figuras como utilizá-las:
• Use o peso do seu corpo para aplicar a força necessária à técnica.
• Transferir o peso do seu corpo por meio das articulações em uma linha 
relativamente reta.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS DA TERAPIA MANUAL
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FIGURA 20 – POSTURA SIMÉTRICA COM BASE 
ESTÁVEL
FONTE: Adaptado de Braun e Simonson (2007)
FIGURA 21 – POSTURA LATERAL COM BASE 
ESTÁVEL
FONTE: Adaptado de Braun e Simonson (2007)
• Controle o seu centro de gravidade com as pernas, aumente sua estabilidade 
com afastamento das pernas.
• Utilize dispositivos que podem facilitar e reduzir o seu esforço (bancos, cintas, 
entre outros) (BRAUN; SIMONSON, 2007; DOMENICO, 2008; FRITZ, 2002).
FIGURA 19 – MECÂNICA CORPORAL CORRETA
FONTE: Adaptado de Fritz (2002)
TÓPICO 2 | REQUISITOS ESSENCIAIS PARA PRÁTICA DA TERAPIA MANUAL
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FIGURA 22 – POSTURA SENTADA
FONTE: Adaptado de Braun e Simonson (2007)
Olhando as figuras, pode parecer fácil adotar essas posturas durante a 
prática clínica, mas, nas primeiras tentativas você terá um pouco de dificuldade, 
fique tranquilo. Com a prática é que adquirá maior consciência corporal e, após 
algum tempo, automaticamente você adotará essas posições na realização das 
técnicas. 
9 FATORES AMBIENTAIS QUE AUXILIAM NO TRATAMENTO 
Um fator importante no tratamento, especialmente, quando você estiver 
utilizando a massagem terapêutica é o ambiente. Alguns fatores são importantes 
para garantir um ambiente favorável ao tratamento, destacam-se: a temperatura 
da sala, a privacidade do paciente e a higiene do local. Muitas vezes, pensamos 
que um som ambiente e uma sala perfumada ajudará no conforto do paciente. 
Entretanto, ao atender uma diversidade de pessoas, nem sempre agradaremos 
a todos com a música escolhida e, principalmente, com a fragrância adotada no 
ambiente (BRAUN; SIMONSON, 2007; FRITZ, 2002).
Lembre-se, o ambiente deve ser adequado ao paciente e não ao 
fisioterapeuta. Mesmo sabendo que a temperatura ideal para o tratamento fica 
em torno de 22 a 24 °C, questione ao paciente se ele está confortável (BRAUN; 
SIMONSON, 2007). Outro fato importante é a organização da sala e higiene do 
local. Deixe seus equipamentos e acessórios organizados, desinfecte a maca entre 
os atendimentos com o produto adequado e higienize suas mãos constantemente. 
Caso utilize lubrificantes, é indicado o uso de lençol descartável para evitar 
absorção pela maca e desconforto nas trocas de posições do paciente.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS DA TERAPIA MANUAL
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LEIS DE FRYETTE: É HORA DE REPENSAR O MODELO?
Palmiro Torrrieri Junior
1 INTRODUÇÃO
Em 1986, quando iniciei minha formação em Osteopatia, um dos assuntos 
que mais me fascinava eram as LEIS DE FRYETTE. Baseie-me neste modelo 
durante anos, até que um dia, depois de ter feito um diagnóstico a partir destas 
leis, preparei-me para executar a manipulação corretiva. Por descuido, posicionei-
me de forma inadequada e manipulei tal paciente em FRS, como se estivesse 
tratando uma ERS. Quando me dei conta já o tinha manipulado. Resolvi colocá-lo 
em pé e refiz os testes. Surpresa!!!
A resposta foi excelente, o que me deixou muito curioso, uma vez que eu já 
sabia do meu “erro”. A partir daí inúmeros questionamentos passaram a fazer parte 
do meu raciocínio crítico. Pela primeira vez surgiu minha desconfiança em relação à 
confiabilidade dos diagnósticos baseados nestas leis, principalmente em relação à coluna 
lombar e torácica. Esta desconfiança aumentou a partir do momento que comecei a 
utilizar técnicas baseadas na resposta sintomática dos pacientes (Mulligan, Mckenzie), 
onde o que é mais importante é como o paciente responde aos reposicionamentos 
articulares ou exercícios repetidos. Mas afinal, o que são “as leis de Fryette”?
Em 1918 Fryette divulgou um modelo biomecânico, baseado nas 
possibilidades de acoplamento vertebral, cujos estudos partiram de uma coluna 
dissecada com uma ligeira compressão vertebral e publicou suas observações no 
seu livro “principles of osteopathic technic”. Baseado nestas leis, encontraríamos três 
tipos de disfunção: Tipo I, ou primeira Lei, também conhecida como NSR: uma 
disfunção em inclinação lateral e rotação contra-lateral.
A primeira lei postula que quando o sujeito está em pé com a coluna 
em posição neutra (sem flexão ou extensão), a inclinação para um lado será 
O texto a seguir foi escrito por um fisioterapeuta que atua com a fisioterapia 
manipulativa, inclusive como instrutor do método Mulligan no Brasil. Ele relata a sua 
experiência com a fisioterapia manipulativa e a necessidade de alinharmos nossa 
prática com a ciência. Podemos afirmar que é preciso quebrarmos nossas crenças para 
continuarmos evoluindo na nossa profissão. Boa leitura!
IMPORTANT
E
TÓPICO 2 | REQUISITOS ESSENCIAIS PARA PRÁTICA DA TERAPIA MANUAL
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acompanhada por rotação para o lado oposto. Já a segunda lei diz respeito às lesões 
não neutras e afirma que quando a coluna é flexionada ou estendida (não neutra) 
a inclinação para um lado será acompanhada por rotação para o mesmo lado. 
Por exemplo, se o sujeito flexiona a coluna, e inclina lateralmente para a direita, 
a rotação ocorrerá para a direita. Tipo II em extensão (ERS), onde encontraremos 
uma disfunção em extensão, inclinação lateral e rotação ipsilateral; a tipo II em 
flexão (FRS), com disfunção em flexão, inclinação lateral e rotação ipsilateral. 
Finalmente a terceira lei, a única que podemos dizer à luz do paradigma mecânico, 
que realmente funciona: quando introduzimos o movimento em um plano, isto 
irá reduzir o movimento nos outros dois.
Embora o próprio Fryette nunca tenha chamados suas propostas de leis, 
estas foram adotadas por inúmeras escolas de osteopatia dos EUA

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