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Microbiologia - Virologia (patogênese viral)

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Microbiologia e Imunologia​ 
Virologia (2° parte) 
(​Patogênese viral) 
 
Glossário ​:  
“- ​Patógeno​: agente infeccioso capaz de           
causar doenças. 
- ​Patologia​: estudo da natureza e das             
modificações produzidas por doenças no         
organismo. 
- ​Patogênese​: etapas envolvidas no         
desenvolvimento de uma doença (portas de           
entrada, disseminação, infecção e       
transmissão). 
- ​Patogenicidade​: capacidade do agente de           
infectar o hospedeiro e causar doença. 
- ​Virulência​: pode ser usado como sinônimo             
de patogênico. 
→ Fatores virais relevantes para o sucesso da               
infecção: 
● Inóculo viral​: concentração de vírus 
● Sítio de entrada (tropismo)​: depende da           
acessibilidade física da célula, susceptibilidade         
(presença de receptores) e da permissividade           
(condições de replicação). 
● Defesa local do hospedeiro​: a infecção só             
será iniciada em caso de falha na resposta imune ou                   
de não reconhecimento das partículas virais.  
obs.​: a susceptibilidade a uma infecção depende do               
potencial genético, fatores de nutrição, estado           
imune, estresse, gravidez, idade... 
 
- ​Patogenia​: é determinada pela combinação           
entre os efeitos diretos e indiretos da             
replicação viral e as respostas do hospedeiro             
à infecção. 
Para que o vírus se mantenha vivo ele               
precisa ser transmitido, e isso pode ocorrer             
de duas formas: 
- ​Transmissão horizontal​: contato, veículo,         
vetores 
- ​Transmissão congênita​: através da         
placenta ou na hora do parto.” 
 
 
Patogênese da infecção viral 
Representa as fases de ataque ao           
hospedeiro, sendo dividida nas seguintes         
etapas: 
Fases de penetração Disseminação Período de               
incubação Ciclo infeccioso Sintomatologia 
● Fase de penetração​: etapa em que o             
vírus ​adentra o organismo do         
hospedeiro através das portas de         
entrada (pele, via respiratória, tubo         
digestivo, trato genitourinário e       
conjuntiva ocular). 
- Pele​: composta por queratinócitos que         
constituem uma rígida e impermeável         
barreira à entrada de vírus. Desse modo, a               
penetração na epiderme gera uma replicação           
limitada ao local de entrada. Já na             
penetração na derme ou nos tecidos           
adjacentes, os vírus podem chegar aos           
vasos sanguíneos, tecidos linfáticos e         
células do sistema nervoso, tendo assim, a             
disseminação. 
- Via respiratória​: é a porta de entrada mais               
comum. A infecção viral pode ser restrita ao               
epitélio do trato respiratório ou pode se             
disseminar pelo corpo. Ademais, possui         
como mecanismo de defesa o Muco, Células             
epiteliais ciliadas, Macrófagos alveolares,       
anticorpos IgA. 
- Trato gastrointestinal​: possui como       
mecanismos de defesa a mucosa ácida do             
estômago, a alcalinidade do intestino, a           
presença dos sais biliares. 
- Trato genitourinário​: normalmente é       
protegido por barreiras fisiológicas e pelo pH             
ácido do muco. 
- Conjuntiva ocular​: é constantemente lavada         
pela secreção ocular e pelo movimento das             
pálpebras . Na maioria dos casos a infecção               
não se dissemina, resultando em         
conjuntivite. 
 
● Disseminação​: uma vez dentro do         
corpo, a infecção pode ser ​localizada           
(disseminação pelo epitélio e       
contenção pela estrutura do tecido e           
sistema imune), ou pode ser         
Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista (2021) 
Microbiologia e Imunologia​ 
disseminada​, que se dá pelas vias           
linfáticas, sanguínea ou nervosa, se         
espalhando para os demais tecidos         
ocasionando uma ​viremia​. 
- Vias linfáticas​: os vírus que entram nos             
capilares são transportados para os         
linfonodos, onde são apresentados aos         
macrófagos, os quais o destroem e iniciam             
as respostas imunes. 
- Via sanguínea​: pode ser de duas formas -               
ativa​, através da replicação do vírus, ou             
passiva​, através da introdução das partículas           
virais no sangue, sem que ocorra replicação             
no sítio de entrada. 
- Via nervosa​: muitos vírus se disseminam a             
partir do sítio primário de infecção entrando             
nas terminações nervosas. Assim, para         
alguns vírus (raiva, HSV, VZV) a           
disseminação nervosa é característica da         
patogênese, no entanto, para outros vírus           
(Poliovírus, Reovirus) a invasão do SNC é             
uma infecção não frequente da replicação           
normal com disseminação hematogênica. 
 
● Período de incubação​: variável de         
acordo com a afinidade viral pela sua             
porta de entrada. Vírus associados ao           
trato respiratório e digestivo têm seu           
período de incubação que dura cerca de             
3 a 10 dias, já os de disseminação               
nervosa tem seu período de incubação           
em torno de 20 dias. Existem também             
os chamados vírus lentos, com período           
de incubação superior a 15 anos. 
● Ciclo infeccioso​: durante o ciclo         
infeccioso viral, toda a maquinaria da           
célula hospedeira é utilizada com a           
finalidade de fabricar capsídeos para         
englobar os genomas virais, que irão           
formar novos vírus. Sendo assim, a           
replicação pode resultar em um dos           
dois tipos de infecção: 
- Infecção lítica​: resulta na destruição da           
célula-alvo por conta do acúmulo de           
componentes virais no espaço intracelular.         
Esse acúmulo pode romper a estrutura ou             
prejudicar o funcionamento da célula,         
causando a morte celular. Por conta disso,             
tem-se os sinais e sintomas das maiorias             
das doenças virais. Isso ocorre por conta da               
inibição da síntese de macromoléculas         
induzidas pelo vírus. ​Então, é a morte das               
células infectadas que resulta nos sintomas           
da doença​. 
- Infecção persistente/não-lítica​: ocorre     
quando o vírus é liberado da célula por               
exocitose ou brotamento a partir da           
membrana plasmática. Isso faz com que a             
célula não morra, o que provoca uma             
infecção crônica devido a ausência de           
sintomas e à produção de quantidades           
significativas de conteúdo viral ao decorrer           
do tempo. Esse tipo de infecção pode             
provocar também uma infecção latente, que           
ocorre quando o vírus persiste numa forma             
não infecciosa com períodos intermitentes         
de reativação. Ex.: Herpes 
- Vírus oncogênico​: o vírus estimula o           
crescimento celular de forma descontrolada,         
provocando uma transformação ou       
imortalização da célula​. 
No ciclo infeccioso, tem-se os ​efeitos           
celulares da infecção​, que são: 
- Morte celular​: como dito anteriormente,         
decorre da inibição da síntese de           
macromoléculas (proteínas celulares),     
contudo, a síntese de moléculas virais ainda             
continua. 
- Fusão de células infectadas por vírus​: ocorre             
como resultado de alterações na membrana           
celular, devido a inserção de proteínas virais             
na mesma. 
- Transformações malignas​: caracterizada por       
crescimento irrestrito, sobrevida prolongada       
e alterações morfológicas, como áreas         
focais de células arredondadas e         
empilhadas. 
Mecanismos de defesa do       
hospedeiro 
As defesas do organismo contra os           
vírus caracteriza-se de duas categorias:         
resposta inata​, sendomais inespecífica, na           
qual por meio da liberação de ​interferon-1​,             
ocorre a ação das ​células NK​, tipos             
diferenciados de linfócitos da imunidade         
Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista (2021) 
Microbiologia e Imunologia​ 
inata, que atacam as células infectadas. Já             
as ​respostas adquiridas são mediadas por           
Linfócitos T citotóxicos (CD8) e ​IgA           
(sintetizada pelos linfócitos B diferenciados         
em plasmócitos) ​IgM ​e ​IgG​. A IgA confere               
proteção contra vírus que penetram pela           
mucosa respiratória e gastrintestinal,       
enquanto IgM e IgG protegem contra vírus             
que penetram no sangue ou são           
disseminados por ele. 
Interferons​: inibem o crescimento viral por           
bloquearem a tradução de proteínas virais. Eles não               
exercem efeito direto sobre as partículas virais             
extracelulares e nem penetram nas células. Eles             
atuam ligando-se a um receptor específico da             
superfície celular, sinalizando para que haja a síntese               
de proteínas antivirais. 
Células NK​: matam as células infectadas por             
secreção de perforinas e granzimas, ocasionando a             
apoptose da mesma. 
Mecanismos virais para a evasão do           
sistema imune 
● Variação antigênica​: ​alteração da       
configuração antigênica, mascarando a       
sua afinidade aos mecanismos de         
defesa do hospedeiro. Essa variação         
antigênica se dá por comandos do           
próprio genoma viral. Ex.: influenza, HIV. 
● Inibição do processamento do       
antígeno​: ​inibição de seu       
reconhecimento por anticorpos. Ex.:       
Herpes simples 
● Infecção de células imunocompetentes​:       
quando os vírus atacam e destroem as             
células de defesa do hospedeiro,         
provocando uma imunossupressão     
severa. Ex.: HIV. 
 
 
 
 
Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista (2021)

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