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Geopolitica para PRF

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2
CAPÍTULO 01
GEOPOLÍTICA DO TERRITÓRIO 
BRASILEIRO
-------------------------------------------------------------
BRASIL POLÍTICO: NAÇÃO E TERRITÓRIO
 “Em conjunto, o Brasil se apresenta em 
compacta massa territorial, limitada a leste por 
uma linha costeira extremamente regular, sem 
sinuosidades acentuadas nem endentações e, por 
isso, em geral, desfavorável à aproximação humana 
e à utilização nas comunicações marítimas; e a 
oeste, por territórios agrestes, de penetração e 
ocupação difíceis (e por isso, até hoje ainda, muito 
pouco habitado), estendidos ao longo das fraldas 
da Cordilheira dos Andes, e barrando assim as 
ligações com o litoral Pacífico do continente. 
O Brasil, embora ocupe longitudinalmente a 
maior parte do território sul-americano, volta-se 
inteiramente para o Atlântico”. 
Caio Prado Júnior. História Econômica do Brasil. Ed. 
Brasiliense, 2008.
 O processo de formação do território brasileiro, 
lento e irregular, é fruto de uma longa história de 
encontros de povos que aqui viviam e de outros 
que vieram a ocupá-lo ao longo dos anos. O Brasil 
foi assim uma construção, na qual os colonizadores 
portugueses se apropriaram de certas áreas, 
geralmente expulsando, às vezes escravizando, ou 
exterminando os índios que as ocupavam, e com o 
tempo expandiram o seu território e criaram neste 
novo mundo uma sociedade diferente, que um dia se 
tornou um Estado-nação “independente”.
 A gênese do Estado brasileiro encontra-se 
na colonização portuguesa da América. A expansão 
oficial, realizada por expedições militares a serviço de 
Portugal (desde o final do século XVI, e principalmente 
no século XVII), foi responsável pela conquista de uma 
vasta porção do atual território brasileiro. Entretanto, 
o território não é apenas uma continuação da América 
Portuguesa: a delimitação das fronteiras atuais, 
concluída apenas no início do século XX, envolveu 
diversos conflitos, negociações econômicas e acordos 
diplomáticos. Nos primeiros séculos de colonização, a 
ocupação portuguesa limitou-se ao litoral. A economia 
voltava-se para o mercado externo, com a produção 
de açúcar nas áreas próximas ao litoral. No interior 
a presença europeia praticamente limitava-se à vila 
de São Paulo e a um punhado de núcleos vizinhos. 
Inicialmente, os portugueses ampliaram suas terras 
incorporando áreas de domínio espanhol, ainda no 
período colonial. Diversos fatores contribuíram para o 
processo expansionista, que acabou por ultrapassar a 
linha de Tordesilhas.
ESTRUTURA POLÍTICA E 
ADMINISTRATIVA
 Nos séculos XVII e XVIII, expedições militares 
portuguesas avançaram ainda mais, instalando 
fortificações no alto curso do rio Amazonas e de seus 
afluentes, ao longo do Rio Guaporé e na margem 
esquerda do estuário platino. 
 As iniciativas da Coroa Portuguesa obedeciam 
a interesses estratégicos, na medida em que 
procuravam estabelecer limites à expansão espanhola 
na América. 
O PAPEL DA ESPANHA
 “A história do Brasil está ligada de duas 
maneiras à do Império Espanhol na América: 1. 
Madrid exerce, apoiada no direito, a sua soberania 
sobre tudo o que se encontra a Oeste do meridiano 
de Tordesilhas; 2. A união das duas coroas, que 
resulta da extinção da dinastia de Avis, reduz, 
consideravelmente, a liberdade de manobra de 
Portugal entre 1580 e 1640. 
 A penetração espanhola na América do Sul 
faz-se por Este: O império Inca, que se estendia do 
Equador ao Chile, passando pelo Peru, pela Bolívia e 
noroeste da Argentina, foi conquistado entre 1531 e 
1544. É preciso esperar por 1580 para que uma rota 
permanente seja aberta entre Potosí e o Rio da Prata, 
e que Buenos Aires seja definitivamente fundada. [...]
 [...] A União das duas coroas foi realizada 
em 1580. A Espanha não tem inveja da presença 
portuguesa no Brasil e tolera bem o contrabando que 
se exerce pela Prata em benefício dos portugueses. 
A ocupação do Recife pelos holandeses desagrada 
Madrid, mas não ameaça os eixos vitais da construção 
imperial” lembra apenas que seria loucura abrir 
ainda mais o continente para o Sul, por Buenos 
Aires. Em 1625, os espanhóis enviam uma frota para 
libertar Salvador, depois deixam os portugueses 
praticamente sós face à empresa holandesa”. 
CLAVAL, Paul. A Construção do Brasil: uma grande 
potência em emergência. Ed. Belim, 2004.
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3
 A fundação da Vila de São Vicente no litoral 
Paulista, em 1532, assinalou o início da colonização dos 
domínios portugueses na América, com a distribuição 
das primeiras sesmarias, inspiradas na legislação 
fundiária portuguesa do século XIV. 
 No território colonial, os sesmeiros eram 
homens da pequena nobreza, militares ou navegantes, 
que recebiam as suas glebas como recompensa por 
serviços prestados à Coroa. Ao tomarem posse das 
terras, ficavam obrigados apenas a fazê-las produzir em 
alguns anos (em geral cinco) e pagar o dízimo à Ordem 
de Cristo. 
 A extensão das sesmarias brasileiras girava em 
torno de 10 mil a 13 mil hectares. Assim, as sesmarias 
foram o embrião do modelo concentrador que ainda 
hoje permanece na estrutura agrária brasileira. 
 Entre 1534-1536, a Coroa portuguesa implantou 
o sistema político-administrativo das capitanias 
hereditárias. O território foi dividido em capitanias, lotes 
doados a quem tivesse capital para colonizá-los. Os 
detentores desses lotes, transmitidos de pai para filho, 
eram os capitães-donatários. Esse regime fragmentou 
a América Portuguesa em unidade autônomas e 
desarticuladas entre si.
ANTIGO MAPA DAS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS
NOVO MAPA DAS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS
 Em 2014, Jorge Cintra, do Instituto Histórico 
e Geográfico de São Paulo, divulgou um novo mapa 
das capitanias hereditárias, baseando-se em novas 
pesquisas que mostraram que os mapas anteriores das 
capitanias foram elaborados com base nos paralelos 
e não nos meridianos, o que muda a disposição das 
capitanias do extremo norte da América Portuguesa. 
 Em 1549, numa tentativa de reforçar sua 
presença e coordenar os esforços dos capitães-
donatários, a Coroa instalou um Governo Geral na 
recém-fundada cidade de Salvador. Mas, na verdade, 
Portugal sempre temeu a formação de um centro de 
poder unificado em suas colônias do Novo Mundo. 
 Em 1621, a América Portuguesa foi dividida em 
Estado do Brasil e Estado do Maranhão. Este segundo 
subordinado apenas à Coroa, destinava-se a garantir 
a defesa do litoral setentrional sujeito a ataques de 
franceses corsários. Em 1737, afastadas as ameaças 
francesas, a atenção da Coroa concentrou-se na 
consolidação da soberania sobre a bacia amazônica, 
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4
alterando-se o nome da entidade para Estado do 
Grão-Pará e Maranhão e transferindo-se a sede de 
São Luiz para Belém. 
 As fortificações erguidas pela Coroa 
confirmaram seu valor estratégico durante as 
negociações entre Portugal e a Espanha que levaram 
à assinatura do Tratado de Madri. Após muitas 
disputas entre Portugal e Espanha, os governantes 
decidiram aceitar o uti possidetis, um princípio do 
Direito romano pelo qual é considerado dono da terra 
aquele que realmente a ocupa. 
Fortificações na região amazônica.
 Em 1750 foi assinado o Tratado de Madri, 
pelo qual foi reconhecida a posse portuguesa da 
Amazônia e de outras regiões situadas além dos 
limites de Tordesilhas. 
ÁREA INCORPORADA PELO TRATADO DE MADRI
O território passou a ter aproximadamente 6.900.000 km².
 Em 1759, foram organizadas as Capitanias 
da Coroa, governadas por funcionários nomeados 
pelo rei. Com a independência do Brasil, essas áreas 
transformaram-se em províncias de um Império 
Unitário. 
 Após a independência, ocorrida em 1822, 
outras áreas se incorporaram ao território do Brasil. 
Essas áreas foram anexadas de países fronteiriços 
(como Bolívia, Paraguai e Peru), por meiode tratados 
bilaterais ou por arbitramento internacional1. 
 O Império foi responsável pela fixação de 
mais da metade da formação das fronteiras terrestres 
brasileiras. Os limites com o Uruguai, anexados por 
D. João VI em 1821, foram frutos de acordos de 1828, 
que reconheceram a independência do país. 
1Arbitramento Internacional: situação em que outros países são escolhidos para 
resolver as questões de fronteira. 
FORMAÇÃO DAS FRONTEIRA AO LONGO DA 
HISTÓRIA
As fronteiras com o Paraguai formaram-se a partir do conflito 
entre a Tríplice Aliança e o Paraguai, no fim da Guerra do 
Paraguai em 1870. 
 
Duque de Caxias e o ditador paraguaio Francisco Solano 
Lopes.
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5
A INDEPENDÊNCIA E A IDENTIDADE NACIONAL
 Com a Independência, nasceu um imenso 
império nos trópicos, comandados por D. Pedro I. 
A Constituição de 1824, imposta pelo imperador, 
consolidou o caráter hereditário e escravista desse 
império cuja capital era o Rio de Janeiro. 
Proclamação da República, Pedro Américo.
 Desde o início, a elite imperial dedicou-se à 
obra de produção e de uma identidade nacional. O 
IHGB (Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro), 
organizado em 1838 e presidido a partir de 1849 por 
D. Pedro II, reuniu arquitetos dessa obra. Escritores 
como Gonçalves Dias e José de Alencar elaboraram 
a mitologia romântica do índio. Naturalistas como o 
alemão Carl Von Martius dedicaram-se a descrever 
a flora brasileira. Intelectuais como Francisco de 
Varnhagen e Capistrano de Abreu começaram a gerar 
uma narrativa da história colonial, na qual a natureza 
ocupava lugar privilegiado.
 Ao mesmo tempo expedições científicas 
e artísticas percorreriam o país produzindo um 
paisagismo brasileiro. Os viajantes descreviam, 
desenhavam, gravavam e pintavam a paisagem 
tropical, os animais e as plantas, assim como os 
índios. 
O PERÍODO REPUBLICANO
 Desde a proclamação da República, em 1889, 
as províncias foram transformadas em estados. A 
Constituição republicana de 1891, organizou o país 
como Estado federal. Com isso, os estados, unidades 
da Federação, ganharam autonomia. 
 Ao longo da República, as mudanças nos 
limites político-administrativos das unidades da 
federação decorreram dos processos de criação 
de territórios federais e de desmembramentos de 
estados. 
 O Acre foi o primeiro território federal, criado 
em 1903. A política externa do início do período 
republicano foi marcada pela figura do Barão do 
Rio Branco, responsável pela delimitação de quase 
um terço da extensão das fronteiras terrestres. O 
principal feito do Barão do Rio Branco foi a solução 
para a Questão do Acre. Após inúmeras revoltas de 
seringueiros contra a empresa Bolivian Syndicate, um 
cartel estadunidense, Rio Branco iniciou negociações 
que culminaram na assinatura do Tratado de Petrópolis 
no ano de 1903. 
 Aos poucos, os territórios federais foram 
elevados a estados, outros foram extintos com a 
promulgação da Constituição de 1946, como é o 
caso de Ponta Porã, incorporado ao Mato Grosso 
(hoje Mato Grosso do Sul). Outros permaneceram até 
a Constituição de 1988, quando foram extintos e se 
transformaram em estados. 
 As sucessivas expansões territoriais, fizeram 
do Brasil o maior país da América Latina, seguido pela 
Argentina (2.776.889 km²), o Peru (1.285.216 km²), a 
Colômbia (1.138.9145 km²) e a Bolívia (1.098.518 km²). 
EXTENSÃO, LOCALIZAÇÃO E LIMITES
 Com 8.514.876,5 Km² de superfície, o Brasil 
é o quinto país do mundo em extensão territorial, 
sendo superado pela Rússia, Canadá, China e 
Estados Unidos. O território brasileiro corresponde a 
1,6% de toda a superfície terrestre, 5,7% das terras 
emersas, 20,8% da América e 47,3% da América 
do Sul. O território brasileiro atual tem 7.367 km de 
contorno marítimo e 15.719 km de fronteiras terrestres 
limitando-se com 10 países sul-americanos com 
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exceção de Chile e Equador. A maior fronteira é com 
a Bolívia (3.126 km) e a menor com o Suriname (593 
km). As últimas mudanças com relação as fronteiras 
do país aconteceram no fim do século XIX e no início 
do século XX, como as questões que envolviam os 
territórios do Acre, Palmas, Amapá e Pirara.
FRONTEIRAS ATUAIS
Fonte: IBGE. Disponível em http://www.ibge.com.br; 
THÉRY, Hervé.
 
 Esse processo de sucessivas expansões 
territoriais transformou o Brasil no maior país 
da América do Sul. Sua posição astronômica é 
determinada pela passagem de dois dos principais 
paralelos: a linha do Equador (0°) e o Trópico de 
Capricórnio (23°27´S). 
 A linha do Equador deixa 7% das terras 
brasileiras no hemisfério norte e o restante no hemisfério 
sul, cortando os estados do Pará, Amazonas, Amapá 
e Roraima; o Trópico de Capricórnio coloca 8% da 
superfície do país na zona subtropical e 92% das 
terras na zona intertropical, cortando os estados do 
Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Sua posição 
geográfica é amplamente favorável impedindo que 
haja áreas anecumênicas como altas montanhas, 
desertos e áreas predominantemente geladas.
Invasões Holandesas - Batalha dos Guararapes. Vitor 
Meirelles de Lima.
PONTOS EXTREMOS - O BRASIL VAI DO 
OIAPOQUE AO CHUÍ?
 A extensão latitudinal considerável tem como 
consequência principal a grande diversidade climato-
botânica e possibilidade de grande diversidade 
agrícola em nosso país.
 Por muito tempo acreditou-se que o ponto 
mais extremo ao norte do nosso território era o 
Oiapoque, no Amapá. Na realidade, o Monte Caburaí 
é a borda de um imenso planalto, com mais de 2000 m 
de altitude, que se estende ao longo da fronteira, com 
5º 16’ 20” norte, sendo o ponto mais setentrional do 
Brasil (Norte). Então o ditado correto seria: “O Brasil 
vai do Caburaí ao Chuí”.
O Monte Caburaí localiza-se 84,5 km mais ao norte 
que o Oiapoque. 
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7
EQUIDISTÂNCIA
 O Brasil é considerado um país equidistante, 
pois as distâncias entre o norte/sul (4.394,7km) 
e leste/oeste (4.319,4km) são praticamente as 
mesmas.
Fonte: IBGE
QUESTÕES CORRELATAS
(EXERCÍCIO COMENTADO)
• Comentário apenas em incorretas •
(IEMA-ES - Analista Ambiental-Geografia - 2007) 
O território brasileiro está localizado na porção 
oriental da América do Sul e possui uma extensão 
de cerca de 15.719 quilômetros de fronteiras 
terrestres, localizadas entre Uruguai, Argentina, 
Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, 
Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Todas essas 
delimitações e demarcações foram consolidadas 
ao longo do processo de ocupação colonial e da 
soberania do território como Estado-Nação. 
Tendo como base essa afirmação, julgue os itens 
que se seguem.
A maior parte das delimitações e demarcações 
fronteiriças do território brasileiro foram 
consolidadas no período colonial. No início do 
século XIX, a configuração do território nacional já 
estava concluída.
Gabarito: Item Errado
Comentário: A maior parte das fronteiras brasileiras 
foi delimitada no período imperial, e não no período 
colonial como destaca a questão. 
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8
QUESTÕES CORRELATAS
(IEMA-ES - Analista Ambiental-Geografia – 2007) 
O território brasileiro está localizado na porção 
oriental da América do Sul e possui uma extensão 
de cerca de 15.719 quilômetros de fronteiras 
terrestres, localizadas entre Uruguai, Argentina, 
Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, 
Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Todas essas 
delimitações e demarcações foram consolidadas 
ao longo do processo de ocupação colonial e da 
soberania do território como Estado-Nação. 
Tendo como base essa afirmação, julgue os itens 
que se seguem.
01. Entre os importantes rios brasileiros que fazem 
fronteira com países da América do Sul, destacam-seo Paraguai e o Paraná, ambos situados na região Sul 
do país.
Item Errado 
Comentário: Os rios em questão não estão no sul 
do país, apenas como o destacado na questão.
02. A expansão das fronteiras nacionais representou, 
para o Brasil, a anexação de distintos ecossistemas 
e de áreas de vocação produtiva, todas importantes 
para o desenvolvimento econômico nacional.
Item Correto
(PM - AC - Soldado - 2008) O Brasil é uma República 
federativa cuja organização político-administrativa 
comporta a existência de estados, municípios e o 
Distrito Federal. 
O território brasileiro foi conquistado pelos 
europeus no século XVI e colonizado por cerca de 
três séculos. Ele localiza-se, predominantemente, 
na área da Terra marcada pela tropicalidade. Os 
tipos de clima presentes no Brasil são o equatorial 
(Amazônia, norte de Mato Grosso e oeste do 
Maranhão), o tropical (centro do país, Roraima, 
partes do Piauí, Bahia e Minas Gerais), o tropical 
de altitude (partes mais elevadas do planalto 
Atlântico do Sudeste), o tropical úmido (litoral), o 
subtropical (parte de São Paulo e Região Sul) e o 
semiárido (interior do Nordeste).
O Brasil detém uma das mais ricas e variadas 
formações vegetais do planeta, que se relaciona aos 
diversos tipos de clima, relevos e solos existentes 
no país. Explorada de forma desordenada desde 
começos da colonização, essa vegetação pode 
ser dividida em vários grupos: Floresta Amazônica, 
Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal Mato-
Grossense, Cerrado, Campos, Mata de Araucária, 
Mata de Cocais, Mangue e Restinga.
A Floresta Amazônica é a floresta tropical de maior 
extensão remanescente no mundo, com cerca de 
5,5 milhões de km², dos quais algo em torno de 
60% encontram-se em território brasileiro. 
Originalmente, a Mata Atlântica recobria extensa 
faixa do litoral, do Rio Grande do Norte ao Rio 
Grande do Sul. No Nordeste, a devastação foi tão 
acentuada, desde a colonização, que praticamente 
só restou o nome Zona da Mata, onde ainda hoje 
se concentra o plantio de cana-de-açúcar.
Na defesa das florestas e do meio ambiente, em 
geral, setores da sociedade se mobilizam, muitas 
vezes em organizações não-governamentais 
(ONGs), para pressionar o poder público para 
que este também assuma a responsabilidade da 
preservação.
Tendo as informações acima como referência 
inicial e considerando aspectos relevantes da 
geografia brasileira, julgue os itens 03 e 04
03. A ausência de autonomia político-administrativa 
dos estados e dos municípios caracteriza o Brasil 
como Estado unitário, governado diretamente pelo 
Distrito Federal (Brasília).
Item Errado 
Comentário: Existe sim autonomia político-
administrativa dos estados.
04. O território brasileiro foi sendo ampliado desde 
o período colonial, ultrapassando-se os limites de 
Tordesilhas e, já na República, incorporando-se o 
Acre.
Item Correto
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9
(Diplomata - CESPE - IrBr - 2013) Acerca da 
configuração territorial da América portuguesa, 
julgue (C ou E) o próximo item.
05. O Tratado de Madri tinha como princípio principal, 
quanto à definição de fronteiras, o uti possidetis 
e como argumento subsidiário, aplicável à foz do 
Amazonas e ao Rio da Prata, o mare liberum. 
Item Errado 
Comentário: Os princípios que nortearam o 
Tratado de Madri foram o uti possidetis (o 
território pertencia a quem tivesse ocupado e 
povoado) e as fronteiras naturais (a fim de evitar 
a fragilidade dos tratados anteriores, procurou-
se estabelecer as fronteiras em locais que 
possibilitavam a demarcação. Ex: montanha, Rio, 
etc.) Não foi utilizado o princípio chamado de 
mare liberum.
(Diplomata - CESPE - IrBr - 2012) O Brasil, que 
sempre se caracterizou pela existência, em uma 
região ou em outra, de fronteira de povoamento, 
viu, com o processo de industrialização do campo, 
o aparecimento de fronteiras de modernização nas 
quais se verificaram profundas transformações 
socioespaciais. Ambos os tipos de fronteira 
suscitam novos centros de comercialização 
e beneficiamento de produção agrícola, de 
distribuição varejista e prestação de serviços ou, 
em muitos casos, de centros que já nascem como 
reservatórios de uma força de trabalho temporária.
R. L. Corrêa. Estudos sobre a rede urbana. Rio de Janeiro: 
Bertrand do Brasil, 2006, p. 323 (com adaptações).
Julgue (C ou E) os próximos itens, relativos à 
formação histórica do território brasileiro.
06. Mesmo após cinco séculos de ocupação e 
povoamento, a configuração atual do território 
brasileiro permanece conforme a implantação das 
capitanias hereditárias.
Item Errado 
Comentário: O território brasileiro mais que 
triplicou de tamanho em relação ao Tratado de 
Tordesilhas. 
07. Nos três primeiros séculos de colonização 
portuguesa no Brasil, a produção no território 
brasileiro era fundada na criação de um meio técnico 
mais dependente do trabalho direto e concreto do 
homem do que da incorporação de capital à natureza.
Item Correto
08. A colonização portuguesa no Brasil iniciou-se 
com a extração de metais preciosos e a consequente 
ocupação das denominadas áreas do sertão, 
afastadas do litoral atlântico.
Item Errado 
Comentário: A colonização brasileira iniciou-se 
no litoral, com o desenvolvimento do ciclo da 
cana-de-açúcar. 
No que se refere a fatores que contribuíram para a 
configuração do território da América portuguesa 
colonial, julgue (C ou E) o item a seguir.
09. A linha divisória entre Portugal e Espanha 
estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas não abrangia 
o Pacífico, mas apenas o Atlântico.
Item Correto
10. As capitanias hereditárias foram concedidas a 
militares portugueses, que recebiam as doações como 
reconhecimento por serviços prestados à Coroa, bem 
como para reforçar a defesa do território colonial e 
facilitar a sua exploração.
Item Errado 
Comentário: Após a expedição colonizadora 
de Martim Afonso, por parte de Portugal, este 
distribuiu terras para a produção agrícola, 
chamadas de Sesmarias, à pequena nobreza, à 
militares e à navegantes. Contudo, quando se fala 
de capitanias hereditárias, essas foram cedidas 
a cidadãos portugueses da pequena nobreza, 
sendo a primeira divisão política-administrativa 
no território, até então, colonial, por ter sido 
dividido em 15 capitanias no litoral, delimitadas 
por linhas paralelas.
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10
CAPÍTULO 02
GEOPOLÍTICA DO TERRITÓRIO 
BRASILEIRO
-------------------------------------------------------------
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO
DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA E SISTEMA 
DE GOVERNO
 Atualmente, a República Federativa do Brasil 
é formada por 26 estados, 1 Distrito Estadual e pelo 
Distrito Federal. Os estados, por sua vez, dividem-
se em municípios. Em 2017, existiam no país 5570 
municípios, sendo Minas Gerais com 853 municípios 
o estado com maior divisão e Roraima, com 15 
municípios o estado com menor fragmentação. 
 Os estados são as unidades de maior 
hierarquia na organização político-administrativa do 
país; a localidade que abriga a sede do governo é 
chamada da capital.
 Os municípios são as menores unidades 
políticas autônomas na federação brasileira. Na 
maioria dos casos apresentam áreas rurais e urbanas. 
Porém existem municípios 100% urbanizados. 
 O Distrito Federal é uma unidade federativa 
autônoma que sedia o governo federal, Brasília é a 
capital federal do Brasil. O Distrito Federal não se 
divide em municípios, e sim em regiões administrativas 
(RAs)
 Existe também o caso sui generis do 
Distrito Estadual de Fernando de Noronha, em 
Pernambuco. Este distrito possui natureza autárquica 
e vinculação ao Poder Executivo do estado, que 
acumula as atribuições e responsabilidades estaduais 
e municipais. É o único caso de distrito estadual 
existente em solo brasileiro. 
FERNANDO DE NORONHA
Segue exatamente sua descrição legal, segundo a 
Constituição Estadual de Pernambuco:Seção II - Do Distrito Estadual de Fernando de 
Noronha
Art. 96. O Arquipélago de Fernando de Noronha constitui 
região geoeconômica, social e cultural do Estado de 
Pernambuco, sob a forma de Distrito Estadual, dotado de 
estatuto próprio, com autonomia administrativa e financeira.
§1.º O Distrito Estadual de Fernando de Noronha será dirigido 
por um Administrador- Geral, nomeado pelo Governador do 
Estado, com prévia aprovação da Assembléia Legislativa.
§2.º Os cidadãos residentes no Arquipélago elegerão pelo 
voto direto e secreto, concomitantemente com as eleições 
de Governador do Estado, sete conselheiros, com mandato 
de quatro anos, para formação do Conselho Distrital, órgão 
que terá funções consultivas e de fiscalização, na forma da 
lei.
§3.º O Distrito Estadual de Fernando de Noronha deverá ser 
transformado em Município quando alcançar os requisitos 
e exigências mínimas, previstos em lei complementar 
estadual.
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11
ÁREA TOTAL DAS UNIDADES TERRITORIAIS DO 
BRASIL
 O Brasil é uma República federativa 
presidencialista. A República, proclamada em 
nosso país em 1889, é uma forma de governo na 
qual representantes eleitos pelo governo por tempo 
determinado. O presidencialismo é um regime 
político chefiado por um presidente da República, 
que acumula as funções de chefe de Estado e chefe 
de governo. O termo federativa indica que os estados 
estão unidos numa federação, mas mantêm relativa 
autonomia. No Brasil, o presidente da República é 
eleito por voto direto para um período de quatro anos, 
podendo ser reeleito para mais quatro anos. O mesmo 
acontece com os governadores dos estados e os 
prefeitos dos municípios. 
 A Constituição é a Lei Maior que rege a vida 
de um país, determinado, entre outros aspectos, a 
organização do Estado. De acordo com a Constituição 
Federal de 1988, existem três poderes da União, 
independentes e harmônicos entre si: o Executivo, o 
Legislativo e o Judiciário. 
Posse de Dias Tófoli, novo presidente do STF, ao lado de Carmén Lucia, 
ex-Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do presidente Michel 
Temer, Brasília, 12/09/2018.
 O primeiro encarrega-se da administração e do 
encaminhamento das políticas públicas; o Legislativo, 
constituído pelo Senado Federal e pela Câmara dos 
Deputados, elabora as leis do país; e o Judiciário, 
responsável pelo julgamento e pela solução de 
conflitos, é exercido em suas instâncias mais altas 
pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal 
de Justiça. Dos três poderes, é o único cujos titulares 
não são eleitos pela população. 
 O sistema político brasileiro é a democracia 
caracterizada, entre outros aspectos, pela garantia do 
direito de voto e pelo respeito aos direitos individuais 
e coletivos e às decisões dos cidadãos expressas 
nas eleições. Mas o país já conheceu períodos de 
autoritarismo, como ocorreu durante o Estado Novo 
(1937-1945) e a Ditadura Civil-Militar (1964-1985).
 O voto no Brasil é obrigatório para os indivíduos 
de 18 até 70 anos, e opcional para os analfabetos, os 
que têm mais de 70 anos ou estão na faixa dos 16 aos 
18 anos. 
 Segundo os levantamentos do Tribunal 
Superior Eleitoral, o número de eleitores superou 140 
milhões de eleitores no final de 2012, o que faz do 
Brasil uma das maiores democracias do mundo. Mas 
nem sempre foi assim. Durante o Império, existiu o 
chamado voto censitário, em que pessoas com baixa 
renda não tinham direito a eleger seus representantes. 
As mulheres só adquiriram o direito de votar em 1932, 
e os analfabetos em 1985. 
Primeira mulher a votar no Brasil, a mossoroense, Celina 
Guimarães Viana, em 1927, ação promovida pelo governador que 
autorizou o voto feminino mesmo sendo proibido.
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 Entre os fatores que reforçam a democracia 
brasileira no início do século XXI, estão o aumento do 
número de ONGs (Organização Não-Governamentais), 
de conselhos estaduais e municipais, movimentos 
sociais e outros órgãos que constituem importantes 
instrumentos e espaços de interação entre governo 
e a sociedade civil e da participação popular na vida 
política do país.
 Apesar disso, alguns fatores ainda dificultam 
o pleno exercício da cidadania dos brasileiros. Entre 
eles, destacam-se as desigualdades econômicas, os 
obstáculos à representação parlamentar de algumas 
minorias étnicas e socioculturais, a dificuldade de 
acesso da população mais pobre aos meios de 
comunicação e a exclusão de parte da população dos 
canais de participação e dos movimentos promovidos 
pela sociedade civil. 
REGIONALIZAÇÕES
 Regionalizar significa estabelecer regiões com 
base em critérios que considerem características 
históricas, culturais e socioeconômicas, que se 
inter-relacionem e, portanto, dão um caráter de 
individualidade à região, distinguindo-se das demais. 
É preciso ressaltar, no entanto, que as regiões 
não são imutáveis. Em função do dinamismo na 
transformação das paisagens e, portanto, das 
características do território, os seus limites e mesmo 
suas particularidades podem se alterar, conforme os 
processos históricos, as modificações nos padrões 
tecnológicos, os usos do território e os interesses 
do Estado e do poder econômico e, até mesmo, o 
deslocamento de contingentes populacionais. 
A DIVISÃO DO IBGE (MACRORREGIÕES)
 O IBGE é o órgão responsável pela elaboração 
da divisão regional ou regionalização oficial do território 
brasileiro, que é uma ordenação ou classificação que 
agrupa unidades com características semelhantes, a 
partir de determinados critérios. A primeira proposta 
de regionalização foi apresentada em 1913 e depois 
dela outras propostas surgiram tentando adaptar a 
divisão regional às novas condições econômicas, 
sociais e políticas do país. A atual regionalização é dos 
anos 70 com algumas adaptações na Constituição de 
1988. 
 No caso do IBGE, nascido nos anos 1940, 
sua primeira proposta foi elaborada em 1942. Nessa 
divisão, as unidades federadas foram agrupadas em 
macrorregiões.
 Em 1969 o IBGE considerou os novos 
conhecimentos adquiridos sobre o país e também 
as transformações ocorridas em função de 
desenvolvimento urbano e industrial. Foi elaborada 
uma nova proposta com base no conceito de regiões 
homogêneas, combinando aspectos naturais, sociais 
e econômicos e respeitando os limites dos estados. 
Por ela, o país está dividido em 5 macrorregiões. 
A atual regionalização é dos anos 70 com algumas 
adaptações na Constituição de 1988. 
REGIONALIZAÇÃO ATUAL
Fonte: IBGE, Anuário estatístico do Brasil 1999, p. 1-43.
 A região Sudeste agrupa os três estados mais 
populosos do país - São Paulo, Rio de Janeiro e Minas 
Gerais, além do Espírito Santo, que juntos apresentam 
uma população de 87.351.125 de habitantes. No 
Sudeste encontram-se a maior metrópole do país 
- São Paulo - e a capital mais antiga do país que 
também ocupa a posição de 2ª metrópole nacional – 
Rio de Janeiro.
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 A região Nordeste compreende 57.368.137 
milhões de habitantes e nove estados, onde temos 
entre eles a primeira capital colonial, Salvador, e onde 
podemos destacar ainda a presença de Fortaleza e 
Recife como Metrópoles Nacionais. 
 A região Sul é a menor região do país em 
extensão territorial abriga 29.654.815 de habitantes, 
onde temos nossas fronteiras com Argentina, Uruguai 
e Paraguai.
 A região Norte, com 17.925.678 de habitantes 
é a maior região em extensão territorial do país, 
abarcando territórios de 7 estados. 
 A região Centro-Oeste com 15.850.340 de 
habitantes, abarca os estados de Goiás, Mato Grosso, 
Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal, onde temos 
a capital do país - Brasília. 
REGIONALIZAÇÃO FUTURA?
Fonte: www.camara.gov.br
 O processo de desmembramento de estados 
é justificado pelo povoamentoe pela valorização das 
regiões interiores do país. A autonomia política e a 
instalação de administrações estaduais funcionam 
como fundamentos para o planejamento econômico e 
social. Mas a criação de novas unidades da federação 
também é uma resposta a demandas das elites 
regionais, que adquirem por essa via maior poder 
político, novos instrumentos de pressão sobre o 
governo central e uma rede de cargos políticos sobre 
os quais se armam máquinas eleitorais. Em abril de 
2010, a Câmara dos Deputados aprovou a realização 
de um plebiscito sobre a criação de dois novos 
estados: Carajás e Tapajós. A aprovação seria um 
grande golpe para o governo paraense, que perderia 
importante parte de sua arrecadação. A população do 
Pará não aceitou a mudança. 
DIVISÃO DO ESTADO DO PARÁ: COMO FICARIA?
Fonte: www.dignow.org
A DIVISÃO GEOECONÔMICA
 Há outra divisão regional do território brasileiro 
que não acompanha os limites estaduais, havendo 
estados que possuem parte do território em uma 
região e parte em outra. Trata-se da divisão elaborada 
em 1967 pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger. É uma 
classificação que considera a formação histórico-
econômica do Brasil e a recente modernização 
econômica, que se manifestou nos espaços urbano e 
rural, estabelecendo novas formas de relacionamento 
entre os lugares do território brasileiro e criando uma 
nova dinâmica no relacionamento entre a sociedade 
e a natureza. Assim, o oeste do Maranhão integra 
a Amazônia e o restante o Nordeste, com atuação, 
respectivamente, da SUDAM e da SUDENE. O Norte 
de Minas Gerais (Vale do Jequitinhonha) integra o 
Nordeste, com atuação da SUDENE e do BNB e o 
restante o Centro-Sul. O Norte do Mato Grosso e o 
Tocantins são amazônicos e o restante dos territórios 
integra a região Centro-Sul.
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AMAZÔNIA
 A Amazônia, imensa região que abrange 
o Norte e uma parte do centro do país, ainda é a 
região menos povoada do Brasil, embora nas últimas 
décadas venha passando por um intenso processo 
de povoamento. Durante vários séculos, permaneceu 
esquecida porque os colonizadores não encontraram 
na região quase nada de importante para explorar. 
 Até hoje, a Amazônia apresenta grandes vazios 
demográficos, áreas com baixíssimas densidades 
demográficas - às vezes, até menos de um habitante 
por quilômetro quadrado. Nela, encontramos os mais 
numerosos grupos indígenas, os habitantes originais 
de nosso país. Em todo caso, o povoamento vem 
avançando: em 1970, a densidade demográfica 
regional era de 0,9 hab/km² e, em 2008, já era de 
4hab/km², nos dias atuais ultrapassa os 5,5 hab/km². 
AMAZÔNIA LEGAL
CENTRO-SUL
 O Centro-Sul do país, que se desenvolveu 
economicamente depois do Nordeste, é uma região 
mais industrializada, onde se destacam cidades 
como Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, 
Rio e Janeiro e São Paulo. Tem como características 
relevantes: 
 • Maior densidade rodoferroviária. 
 • Melhores e maiores universidades.
 • Maiores cidades. 
NORDESTE
 • Graves problemas sociais (pobreza, fome, etc.).
 • Piores indicadores sociais do país.
 • Sub-Regiões com características diferentes.
SUB-REGIÕES NORDESTINAS
 • Zona da Mata: Ocupa a parte oriental da 
região Nordeste, área dominada pelo clima tropical 
úmido (quente e chuvoso). O índice pluviométrico 
é de aproximadamente 2.000 mm/ano e as médias 
térmicas variam entre 24ºC e 26º C. O ambiente quente 
e úmido favoreceu o desenvolvimento da floresta 
Tropical, mata exuberante e com grande diversidade 
de espécies. Originalmente a floresta ocupava grande 
parte dessa sub-região. A Zona da Mata apresenta-
se como a região mais importante do Nordeste do 
ponto de vista econômico. Nela concentram-se dois 
segmentos industriais: indústrias têxtil e alimentícia, 
agroindustriais (sobretudo usinas de açúcar e álcool) 
e indústrias extrativistas minerais. 
 Além das atividades industriais, na Zona 
da Mata desenvolvem-se importantes atividades 
econômicas ligadas ao meio rural, predominando os 
latifúndios monocultores de cana-de-açúcar, fumo 
e cacau, que atendem ao consumo industrial e ao 
comércio exterior.
Usina sucroalcooleira na Zona da Mata Alagoana.
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15
 • Agreste: Apresenta características naturais 
tanto da Zona da Mata como do Sertão, pois nos 
seus trechos mais úmidos desenvolve-se a floresta 
Tropical, enquanto nas áreas mais secas predomina a 
Caatinga.
 Nessa sub-região destacam-se as pequenas 
e médias propriedades rurais policultoras, que 
produzem principalmente mandioca, feijão, milho e 
hortaliças, além de criar gado para o fornecimento 
de leite e seus derivados. O desenvolvimento das 
atividades agropecuárias no Agreste contribuiu para o 
crescimento de cidades como Campina Grande (PB), 
Caruaru e Garanhuns (PE) Arapiraca (AL) e Feira de 
Santana (BA).
REGIÃO METROPOLITANA DO AGRESTE 
ALAGOANO
Fonte: Estado de Alagoas � Secretaria de Estado da 
Cultura - Superintendência de Identidade e Diversidade 
Cultural
 • Sertão: Compreende as áreas dominadas 
pelo clima semiárido, que apresenta temperaturas 
elevadas (entre 24ºC e 28º C) e duas estações bem 
definidas: uma seca outra chuvosa. O Sertão é a 
maior sub-região nordestina ocupando mais de 50% 
do território nordestino, chegando até o litoral, nos 
estados do Rio Grande do Norte e do Ceará. 
 A economia sertaneja baseia-se na 
agropecuária, atividade que sofre diretamente os 
impactos das condições climáticas, sobretudo na 
época das estiagens. Pecuária bovina e agricultura de 
subsistência são as principais atividades econômicas 
da área. 
 O Polígono das Secas compreende a área 
do Nordeste brasileiro reconhecida pela legislação 
como sujeita à repetidas crises de prolongamento das 
estiagens e, consequentemente, objeto de especiais 
providências do setor público. Constitui-se o Polígono 
das Secas de diferentes zonas geográficas, com 
distintos índices de aridez. Em algumas delas o 
balanço hídrico é acentuadamente negativo, onde 
somente se desenvolve a caatinga hiperxerófila sobre 
solos finos. Em outras, verifica-se balanço hídrico 
ligeiramente negativo, desenvolvendo-se a caatinga 
hipoxerófila. Existem também áreas no Polígono, 
de balanço hídrico positivo e presença de solos 
bem desenvolvidos. Contudo, na área delimitada 
pela poligonal, ocorrem, periodicamente, secas 
anômalas que se traduzem na maioria das vezes em 
grandes calamidades, ocasionando sérios danos à 
agropecuária nordestina e graves problemas sociais.
 O Polígono das Secas foi criado pela lei nº. 1348 
de 10-2-1951. Desde o império, o governo brasileiro 
adota uma postura de combate aos efeitos da seca, 
valendo-se da construção de açudes para represar 
os rios locais e, assim, conseguir reservatórios de 
água para tornar perenes os rios temporários. Em 
1909, foi criada a Inspetoria de Obras contra as Secas 
(IOCS) que mais tarde transformou-se em DNOCS 
(Departamento Nacional de Obras Contra a Seca).
POLÍGONO DAS SECAS
Fonte: INPE/Centro de Pesquisas da Universidade de São 
Paulo.
• Meio Norte: Formada pelos estados do Piauí e 
Maranhão, é uma área de transição entre o Sertão e 
a Amazônia. Os índices de pluviosidade são elevados 
na porção oeste e diminuem em direção ao leste e 
sul. Encerra a Zona dos Cocais, área de vegetação 
peculiar, caracterizada por extensos babaçuais. 
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Trabalho feminino da colheita de babaçu.
A REGIONALIZAÇÃO DE ACORDO COM O MEIO 
TÉCNICO-CIENTÍFICO-INFORMACIONALFonte: SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: 
território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro/São 
Paulo: Record, 2001.p.268.
 De acordo com o professor Milton Santos, no 
contexto da Terceira Revolução Industrial ou Revolução 
Técnico-Científica e do processo de globalização, 
aparece uma configuração espacial que pode ser 
denominada meio técnico-científico-informacional. 
Tendo em mente essa configuração, o professor Milton 
Santos apresentou essa proposta de regionalização 
para o território brasileiro que leva em consideração 
uma série de aspectos: a quantidade de recursos 
tecnológicos avançados (redes de telecomunicações 
e de energia, equipamentos de informática); o volume 
de atividades econômicas modernas na área financeira 
(bancos, bolsa de valores, financeiras), comercial 
(shoppings centers, empresas de comércio eletrônico) 
de serviços (provedores de acesso à Internet, agências 
de publicidade e consultorias), industriais (empresas 
que utilizam robôs e sistemas informatizados) e a 
situação da agropecuária em relação à mecanização 
e a integração a indústria. Milton Santos divide o 
território nacional em “quatro brasis”, considerando 
também o processo histórico de ocupação da área. 
AMAZÔNIA
A Amazônia é formada nessa regionalização pelos 
estados do Pará, Amapá, Roraima, Amazonas, Acre 
e Rondônia. É uma região de pequena densidade 
demográfica e poucos recursos tecnológicos. São 
raras as áreas destinadas à agricultura mecanizada e 
outras atividades modernas. Foi a última a ampliar sua 
mecanização, tanto na produção econômica quanto 
no próprio território. 
 
REGIÃO CONCENTRADA
Abrangendo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, 
Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande 
do Sul, é composta por um denso sistema de fluxos, 
em razão dos elevados índices de urbanização, 
por atividades comerciais intensas e alto padrão 
de consumo de muitas empresas e de parte da 
população. É o centro de tomada de decisões do 
território brasileiro, abrigando atividades modernas 
e globalizadas, como alguns setores financeiros e de 
serviços. 
Os maiores centros urbanos se tornaram polos de comércio e de 
serviços. Na foto, prédios com helipontos, na Vila Olímpia, em 
São Paulo.
REGIÃO NORDESTE
 Excetuando-se o período de grande 
desenvolvimento da economia canavieira (séculos XVI 
e XVII), de modo geral nela a circulação de pessoas, 
produtos, informação, dinheiro sempre foi precária, em 
razão da agricultura pouco intensiva e da urbanização 
irregular em alguns pontos do território sem falar é 
claro das relações sociais que aí se estabelecem.
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 A influência do fenômeno da globalização e a 
instalação do meio técnico-científico-informacional 
em certas manchas do território regional, como nas 
áreas irrigadas (o caso do vale do São Francisco), 
vão-se dar sobre um quadro socioespacial 
praticamente engessado. Essa situação abre a 
perspectiva de importantes fraturas na história social, 
com mudanças brutais dos papéis econômicos e 
políticos de grupos e pessoas e também lugares. 
Fonte: SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: 
território e sociedade no início do século XXI. Rio de 
Janeiro/São Paulo: Record, 2001.p.268. 
 Num bom pedaço do sertão nordestino, 
o cenário de pobreza está mudando. Numa área 
formada pelas zonas de cerrado de Maranhão, Piauí, 
Tocantins e Bahia, culturas de soja, milho e algodão 
cada vez mais se misturam à paisagem. Apelidada 
de MAPITOBA por alguns e BAMATOPI por outros, 
a região já responde por 10% da soja produzida no 
país e desponta como uma das maiores potências 
no agronegócio. Com 2 milhões de habitantes, esse 
pedaço de Brasil ainda apresenta um PIB modesto: 
6 bilhões de dólares, equivalente ao de Belém. 
Mas a geração de riqueza está se acelerando. Os 
produtores de grãos estabelecidos há mais tempo 
são migrantes do centro-sul do Brasil, em sua 
maioria gaúchos e paranaenses. 
Moderna produção de grãos em Uruçuí (PI). Fonte: www.
veja.com.br
REGIÃO CENTRO-OESTE
Nela estão presentes algumas características da 
modernização em função de uma agropecuária 
modernizada, marcadamente exportadora e com 
ampla utilização de insumos agrícolas, comercializados 
por grandes empresas multinacionais. É possível 
afirmar que o Centro-Oeste também está integrado à 
globalização.
QUESTÕES CORRELATAS
(COMENTADA) 
• Comentário apenas em incorretas •
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, afirmou 
que o desmatamento na Amazônia caiu 16% entre 
agosto de 2016 e julho de 2017. Segundo o ministro, 
os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas 
Espaciais (Inpe).
 
Internet: <https://g1.globo.com>.
Tendo o texto acima apenas como referência 
inicial, julgue o item que se segue.
Partes da Amazônia Legal em que o desmatamento 
ocorre com maior intensidade ficaram conhecidas 
como “arco do desmatamento”, em decorrência, 
principalmente, da atividade mineradora.
Gabarito: Item Errado
Comentário: A região que apresenta maiores índices 
de desmatamento é aquela onde a fronteira agrícola 
avança em direção à floresta, chamada de “Arco 
do Desmatamento”. Nos últimos anos, estudos 
constataram que a agricultura mecanizada e a pecuária 
são responsáveis por desflorestar a Amazônia com 
bastante agressividade. 
QUESTÕES CORRELATAS
(Analista Ministerial - CESPE - MPE/TO-2006) A 
organização territorial do Brasil pode ser descrita 
como um processo intenso e por vezes conflituoso. 
Acerca desse processo e dos aspectos econômicos 
a ele associados, julgue os itens a seguir.
01. O processo de formação territorial do Brasil inclui 
o aumento do número de municípios.
Item Correto
02. O avanço de fronteiras econômicas no interior do 
país causou a intensificação da ocupação da região 
Norte nos últimos tempos.
Item Correto
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https://g1.globo.com
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03. A estagnação econômica do Centro-Oeste foi um 
dos motivos para o desmembramento dos estados de 
Mato Grosso e Goiás e a criação dos estados de Mato 
Grosso do Sul e do Tocantins.
Item Errado 
Comentário: A região Centro-Oeste é hoje uma 
das que mais dinâmicas do país, mostrando 
que diferente da questão, a região não está 
estagnada. 
(INSS - Analista de Seguro Social � 2008) Acerca de 
economias regionais e blocos econômicos, julgue 
os itens 04 e 05
04. Classicamente, o Brasil possui apenas três 
macrorregiões econômicas, cada uma delas com 
características distintas devido a vários fatores, como 
história, desenvolvimento, população e economia.
Item correto
05. A região Centro-Sul é a macrorregião brasileira 
mais desenvolvida economicamente, apesar de se 
encontrar atrás de outras macrorregiões em termos 
de indicadores sociais.
Item Errado
Comentário: A região Centro-Sul é a que 
apresenta os melhores indicadores sociais do 
país.
(PM-CE - Soldado – 2008)
Considerando os mapas I e II, julgue os itens que se 
seguem, relativos à geografia do Brasil.
06. Os critérios utilizados para o estabelecimento das 
regiões, tanto no mapa I quanto no mapa II, baseiam-
se nos tipos de exploração econômica realizados em 
obediência ao planejamento regional dos governos 
federal e estadual.
Item Errado
Comentário: Os critérios utilizados nos mapas 
I e II são diferentes, o primeiro mapa destaca a 
classificação do IBGE, enquanto o segundo mapa 
destaca o mapa da proposta de Pedro Geiger. 
07. A região Norte, representada no mapa I, vem 
sofrendo grandes transformações decorrentes do 
avanço da fronteira econômica na região e dos 
investimentos em infraestrutura realizados pelo 
Estado.
Item Correto
(Professor de Geografia – IFRS – 2010 – IF/RS) A 
organização regional do país que ora se apresenta difere 
da que ainda está vigente. Verifica-se, de um lado, a fusão 
dasregiões Sul e Sudeste gerando o Centro-Sul que 
inclui ainda parte da antiga região Centro-Oeste. Esta, 
por outro lado, desaparece, parte repassando a integrar 
o Centro-Sul, parte a Amazônia. O desaparecimento da 
região Centro-Oeste foi viabilizado pela fragmentação 
político-administrativa que ali se verificou na década 
de 80, a qual reflete, por sua vez, processos mais 
acentuados de diferenciação socioeconômica do 
território. A Amazônia teve seu território ampliado, 
aproximando seus limites da denominada Amazônia 
Legal. Mas deve-se considerar que a regionalização 
aqui apresentada está apoiada em limites formais, isto 
é, político-administrativos. Se considerarmos outros 
limites que os estaduais, veremos, com certeza, que 
o Nordeste avança pelo Norte mineiro, fato que a 
SUDENE reconhece plenamente. Veremos também 
que os chapadões sedimentares do oeste baiano, 
que passam por intenso processo de modernização 
agrícola, poderão estar incluídos na região Centro-Sul 
do país e não no Nordeste. Mas estes e outros acertos, 
contudo, não afetam a base da organização regional do 
país em três grandes regiões. (CORRÊA: 2001, p.198).
Com relação a divisão regional do território 
brasileiro a partir de três grandes regiões 
geográficas, julgue as informações em relação a 
região Centro Sul.
08. Representa a principal região agropecuária do 
país, pela enorme variedade de sua produção assim 
como em relação ao valor e volume de sua base 
produtiva como o café, a cana-de-açúcar, a laranja e 
o leite, entre outros.
Item Correto
9. Região que apresenta grande fragmentação 
político-administrativa aliada à força política e à 
aparente união dos grupos dominantes tradicionais e 
emergentes, que tornam possível a venda da imagem 
do subdesenvolvimento regional. 
Item Errado 
Comentário: Na realidade é a área mais 
desenvolvida do país é a região Centro-Sul, onde 
destaca-se o Sul do país, como um símbolo de 
desenvolvimento regional.
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CAPÍTULO 03
GEOPOLÍTICA DO TERRITÓRIO 
BRASILEIRO
-------------------------------------------------------------
A DIVISÃO INTERREGIONAL DO 
TRABALHO NO BRASIL
 Para onde vai o capitalismo no Brasil? Esta 
questão será aqui abordada com a preocupação de 
verificar o impacto dos deslocamentos do capital 
sobre cenário inter-regional. Assim como as mudanças 
no mercado de trabalho no país. 
 A dinâmica regional brasileira, em função 
das mudanças que se processaram, em variadas 
dimensões da reprodução produtiva e social e das 
opções das políticas governamentais, durante os 
anos 90, tornou-se mais complexa, apresentando 
outra natureza, diferente daquela caracterizada pelos 
processos de concentração e de desconcentração 
regional que ocorreram no período 1930/85. 
 A partir deste momento, nota-se uma 
sofisticação e aprofundamento da divisão inter-
regional do trabalho no Brasil que ainda está por ser 
melhor determinada e apreendida
 Desde os anos 30, conhecemos um período de 
“complementaridade expansiva” entre as atividades 
econômicas das diversas porções do território 
nacional, que esteve vigente até meados da década 
de 1980. A partir daí tivemos inconsistentes surtos 
localizados de crescimento em algumas regiões e 
em alguns setores produtivos, ampliando ainda mais 
as heterogeneidades e assincronias nas decisões 
de investimento. Há hoje enormes disritmias e 
descompassos entre decisões públicas e privadas de 
inversão. Esse é um constrangimento fundamental, 
pois antes o Estado impunha sinalização, coordenava, 
regulava e procurava dar sintonia a essas decisões. 
Isso implicou enorme perda de capacidade de 
coordenação por parte do Estado e de indução do 
investimento privado. 
 A partir dos anos 1990 percebe-se no Brasil 
uma reestruturação produtiva e os investimentos 
anunciados/realizados após o Plano Real não 
determinaram uma trajetória de crescimento 
econômico, capaz de reduzir as disparidades 
socioeconômicas nos âmbitos inter e intra-regionais. 
 De um lado, houve perda de dinamismo 
econômico de algumas especializações regionais, que 
reduziram seu potencial de empuxe e arraste inter-
setorial e de desenvolvimento regional (sendo que, 
na maioria dos casos, já se apresentavam bastante 
reduzidos durante o processo de desconcentração 
industrial). Por outro lado, algumas mudanças intra-
setoriais/regionais foram importantes, como no caso 
dos setores automobilístico, têxtil, calçadista e de 
frigoríficos. 
 Porém, estes movimentos não engendraram 
mudanças muito importantes na configuração da 
dinâmica regional 
brasileira, permanecendo esta caracterizada pela 
presença de uma região que é o núcleo central 
da acumulação de capital do país (Estado de São 
Paulo); e de diversas sub-regiões no interior das 
cinco macrorregiões brasileiras, denominadas aqui de 
especializações regionais , responsáveis por grande 
parte do dinamismo econômico de parcela da região 
em que estão instaladas. 
 O ponto de partida diz respeito à inflexão 
estratégica, no início dos anos de 1990, representada 
pela política de abertura da economia como alternativa 
ao modelo de “crescimento” para dentro que se tinha 
como esgotado depois de meio século de relativo 
sucesso. O novo caminho foi em boa medida imposto 
pelas circunstâncias mundiais. Porém, representou 
também uma opção interna, assumida pelo governo 
e pela elite econômica. O conceito de “integração 
competitiva”, elaborado no âmbito do BNDES no final 
dos anos de 1980, forneceu a base intelectual para a 
mudança de rumo. 
 Tendo em vista esse processo, que constituiu 
o pano de fundo para a análise a ser desenvolvida, 
a questão dos itinerários do capital será examinada 
em dois níveis. Em primeiro lugar, tratarei dos 
deslocamentos que se têm verificado em função 
de fatores primordialmente econômicos, ou seja, 
as mudanças na divisão inter-regional do trabalho 
associadas à dinâmica do mercado. Em segundo lugar, 
abordarei as mudanças induzidas ou condicionadas 
por fatores institucionais. 
 Ao se investigar as mudanças no sistema 
econômico brasileiro - encarado como um complexo 
de regiões relativamente articuladas em um mercado 
nacional -, convém distinguir entre tendências de 
mudança que já se observavam no antigo contexto 
semi-autárquico (na década de 1980 e mesmo antes) 
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20
e transformações derivadas propriamente da abertura 
dos anos de 1990. 
 A industrialização do Brasil tomou corpo a 
partir dos anos 1930, com a interligação de mercados 
regionais até então bastante isolados uns dos outros 
em um mercado nacional protegido da concorrência 
externa. Deu-se um processo de concentração 
industrial que abafou aos poucos o parque industrial 
preexistente em diversas partes do país.
 O Brasil entrou às cegas no mundo global, que 
promoveu a intensificação dos fluxos internacionais 
de capitais nos mercados financeiros e a abertura das 
economias nacionais ao comércio. Na América Latina, 
os projetos de industrialização protegida deram lugar a 
ajustes destinados a integrar as economias nacionais 
a nova realidade global. O período neoliberal que se 
inicia nos anos 90 na América Latina, marca o período 
de redemocratização no Brasil e marca a chegada de 
Fernando Collor de Melo ao poder, seguido de Itamar 
Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula 
da Silva e Dilma Roussef, seguida por Michel Temer. 
Dilma Roussef, primeira mulher presidente do Brasil.
 No início dos anos 90 foi implementado no 
Brasil o Programa Nacional de Desestatização com 
grande participação de capitais estrangeiros. Esse 
processo teve seu ápice nas duas gestões FHC (1995-
2002). A ideia é que a privatização ocorra quando uma 
estatal não está mais gerando os lucros exigidos para 
competir no mercado com outras empresas do mesmo 
ramo ou quando ela passa por grandes dificuldades 
financeiras.
 NoBrasil, durante os anos 1990, foram 
vendidas cerca de 100 empresas públicas dos mais 
variados setores para a iniciativa privada, dentre as 
quais se destacam os setores das telecomunicações 
(Embratel), energia (Light), mineração e siderurgia 
(Vale do Rio Doce), entre outras. 
 De uma maneira geral, a privatização de 
empresas públicas é um tema controverso e que 
divide opiniões. Especialistas do setor econômico 
avaliam que o poder público ganha na medida em que 
evita os gastos destinados aos investimentos dessas 
empresas, ao mesmo tempo, há um incremento 
nas receitas com arrecadação dos tributos gerados 
quando se tornam privadas. Além disso, a empresa 
pode vir a ser mais competitiva no mercado, em 
função de sua desburocratização, o que provoca mais 
rapidez na produtividade e maior eficiência da gestão. 
 Outros analistas, no entanto, indicam que as 
privatizações podem reduzir o número de postos de 
trabalho, bem como a autonomia do país em setores 
estratégicos do seu desenvolvimento. Na medida em 
que se desfaz de suas empresas, pode comprometer 
sua capacidade de gestão em qualquer aspecto 
da economia, tanto na definição dos limites dos 
empreendimentos econômicos quanto na capacidade 
de interferir no setor quando necessário. 
BRASIL E SÉCULO XXI
 Nos primeiros anos do século XXI foram 
efetuados diversos ajustes na economia do país. 
Parte dessas medidas de estabilização possibilitaram 
um crescimento econômico que se traduziu em 
controle da inflação, crescimento do PIB, queda do 
desemprego urbano e forte saldo comercial. Medidas 
como austeridade fiscal, regime cambial baseado 
em câmbio livre e um superávit primário forte foram 
medidas adotadas pelo Brasil, baseados no receituário 
do Consenso de Washington.
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS (1996-2012)
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21
QUESTÕES CORRELATAS
(COMENTADA)
Desde 2007, os produtos básicos sinalizam uma 
estabilização no quantum importado, apresentando 
pequena variação entre as quantidades máxima 
e mínima em cada ano. Por sua vez, os produtos 
semimanufaturados, após período de estabilidade, 
começam a mostrar tendência de crescimento.
Enquanto isso, as quantidades importadas de 
produtos manufaturados tiveram crescimento 
contínuo e foram fortemente aceleradas nos 
dois últimos anos, impulsionadas pela demanda 
doméstica e pela forte valorização do real.
(http://www.aeb.org.br/userfiles/file/AEB%20%20Radiografia%20 
Com%C3%A9rcio%20Exterior%20Brasil.pdf. Adaptado)
Apesar da posição do Brasil na Nova Divisão 
Internacional do Trabalho, o país ainda mantém a 
dependência na importação de produtos de alto valor 
agregado.
Gabarito: Item Correto
Comentário: A grande produção de commodities nos 
últimos anos, somado aos reduzidos investimentos em 
tecnologia e a desindustrialização em curso no Brasil, 
faz com que o país tenha uma grande dependência 
de importação de produtos de alto valor agregado, 
sobretudo dos Estados Unidos, China e União 
Europeia. 
QUESTÕES CORRELATAS 
• Comentário apenas em incorretas •
(Agente de Inteligência - ABIN - CESPE 2018) Com 
referência à divisão inter-regional do trabalho e da 
produção no Brasil, julgue os itens a seguir. 
01. A Zona Franca de Manaus é uma concentração 
industrial que, apesar de distar dos grandes centros 
urbanos e consumidores do centro-sul do país, se 
articula a praticamente todo o território nacional, 
ilustrando o processo de privatização do território por 
meio do uso privado de recursos públicos. 
Item Correto
02. A partir da reestruturação produtiva do território 
brasileiro, imposta pela globalização, três das 
principais metrópoles nacionais, São Paulo, Rio 
de Janeiro e Brasília, passaram a ter relações de 
complementariedade e de cooperação: enquanto São 
Paulo emergiu como potência industrial e o Rio de 
Janeiro expandiu a sua relevância econômica, Brasília 
se consolidou como o centro político do território. 
Item Errado 
Comentário: A questão apresenta que São 
Paulo, Rio de Janeiro e Brasília só conseguiram 
os respectivos aspectos (São Paulo = potência 
industrial; Rio de Janeiro expandiu a sua 
relevância econômica, Brasília = centro político 
do território.) APÓS a globalização, quando na 
realidade, ocorreu ANTES da globalização.
03. Com a globalização e as exigências do mercado 
global, todo o território nacional se inseriu em dinâmicas 
de competição internacional ligadas à exportação de 
produtos agropecuários e industriais ou nas atividades 
de suporte ao circuito superior e inferior da economia, 
gerando ciclos de desenvolvimento econômico. 
Item Errado
04. As atividades corporativas de empresas nacionais 
e internacionais (produção, circulação, distribuição e 
consumo) integram partes expressivas do território 
brasileiro, por meio de redes de infraestruturas, de 
informação e comunicação.
Item Correto 
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http://www.aeb.org.br/userfiles/file/AEB Radiografia 
22
(Professor de Geografia – SP/VUNESP 2007) No 
decorrer dos 50 anos que separam a organização 
do espaço apresentada no mapa 1 para a observada 
no mapa 2 ocorreram importantes transformações. 
(Hervé Théry e Neli Aparecida de Mello. Atlas do Brasil)
A partir da análise dos mapas julgue os itens 
subsequentes.
05. A criação de novos centros econômicos no interior 
do país reduziu a centralidade do Sudeste e possibilitou 
uma integração mais harmônica do espaço nacional.
Item Errado 
Comentário: Apesar de uma redistribuição das 
atividades econômicas, o Sudeste não perdeu a 
centralidade. 
06. Os espaços que haviam sido organizados pelos 
antigos ciclos econômicos foram praticamente 
abandonados para a formação de novos espaços.
Item Errado 
Comentário: Os espaços organizados no passado 
da formação econômica brasileira ainda são os 
grandes centros do país.
07. A ampliação das redes de infraestrutura nos 
setores de energia, transportes e comunicações 
integraram os antigos espaços aos novos que foram 
se organizando, apesar das deficiências.
Item Correto
08. O principal fator desencadeador da integração 
nacional foi o processo migratório fortemente 
incrementado pelos nordestinos que se dispersaram 
pelas regiões ao longo do tempo.
Item Errado 
Comentário: O processo migratório 
nordestino não é considerado o principal fator 
desencadeador dessa integração. 
09. Vários fatores econômicos possibilitaram a 
integração nacional ao mesmo tempo que eliminaram 
dos antigos espaços as heranças históricas do 
período colonial.
Item Errado 
Comentário: As diferenças históricas ainda 
existem no cenário inter-regional e intra-regional.
10. As conexões estabelecidas entre a Amazônia 
desde os anos 1940 e as outras áreas do país, faz 
parte de um quadro geopolítico para a região, onde se 
prevê o crescimento do comércio.
Item Errado 
Comentário: A Amazônia de fato só foi “inserida” 
dentro da geopolítica brasileira a partir de 
conexões e de infraestrutura a partir dos anos 50, 
com a criação da SPVEA.
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23
CAPÍTULO 04
GEOPOLÍTICA DO TERRITÓRIO 
BRASILEIRO
-------------------------------------------------------------
A ESTRUTURA URBANA BRASILEIRA E 
AS GRANDES METRÓPOLES
 A intensa urbanização que vem ocorrendo 
no Brasil, especialmente a partir de 1950, tem sido 
acompanhada por um processo de metropolização 
que, segundo IPEA (2010) consiste em um processo 
de integração de território a partir de uma cidade-
núcleo, configurando um território ampliado, em que 
se compartilha um conjunto de funções de interesse 
comum. Ou seja, trata-se de �uma ocupação urbana 
contínua, que ultrapassa os limites físicos dos 
municípios�.
 É um equívoco comum, em livros, revistas 
e outras publicações, confundir urbanização com 
crescimento urbano, na realidade dois processos 
interligados, mas distintos.
 O crescimentourbano consiste na expansão 
das cidades e pode existir sem que, necessariamente, 
haja urbanização. Esta só ocorre quando o crescimento 
urbano é superior ao rural, ou seja, quando há 
migrações rural-urbanas e a população das cidades 
aumenta proporcionalmente em relação à do campo. 
Em alguns países desenvolvidos, como o Reino Unido, 
a urbanização já cessou, passando a haver apenas um 
limitado crescimento urbano, que decorre, em parte, 
do crescimento natural da população das cidades 
e, em parte, da imigração. Nesse país, a população 
urbana já chegou aos 92% do total e prevalece uma 
situação estável entre a cidade e o campo, com visível 
diminuição da migração rural-urbana, que, por vezes, 
chega a ser inferior à migração urbano-rural.
 A urbanização, portanto, tem limite, ponto 
final, ao passo que o crescimento das cidades 
pode continuar indefinidamente. Um bom exemplo 
é Cingapura, Estado-Nação com uma única cidade 
é sem meio rural. Logo, sua população urbana é 
de 100%; existe crescimento urbano, crescimento 
da população da cidade e também renovação 
urbana (com construção de obras), mas não existe 
urbanização, visto que não há migrações do campo 
para a cidade.
 Dessa forma, é errado falar em urbanização no 
Brasil durante a época colonial, quando ocorreu na 
verdade um crescimento de cidades, pois a população 
rural cresceu tanto quanto a urbana, e às vezes até 
mais. A urbanização só começou a existir de fato 
quando a indústria se tornou o setor mais dinâmico 
da economia, o que só aconteceu no século XX.
 Quando a economia nacional foi dominada 
pelas atividades primárias de exportação, como o 
açúcar (séculos XVI e XVII), a mineração (século XVIII), 
o café (de meados do século XIX até início do século 
XX) e outras, a população urbana permaneceu mais 
ou menos estável, representando de 6% a 8% do 
total. Isso é facilmente explicado pela predominância 
da força de trabalho no setor primário, pela quase 
inexistência do setor secundário (indústrias) e pela 
pequena necessidade de mão-de-obra no setor 
terciário (principalmente comércio e administração).
 a industrialização, verificou-se uma 
urbanização intensa, ocorrendo aumento proporcional 
dos empregos no setor secundário e no terciário 
(bancos, comércio, escolas, seguros, etc.). A 
percentagem da população urbana sobre o total da 
população brasileira passou de cerca de 16% em 
1920 para 31% em 1940, 45% em 1960 e cerca de 
80% em 2010. Veja o gráfico abaixo.
Fonte: IBGE* 
 (*)o gráfico representa a aceleração da 
urbanização brasileira. O critério para definir 
população urbana é político-administrativo: “Trata-se 
os moradores de cidades (sedes de município) ou de 
vilas (sedes de distritos)”. É evidente que esse não é 
o melhor critério, pois é comum certas aglomerações 
pequenas e voltadas para atividades agrárias serem 
classificadas como vilas ou até como cidades. Mas, 
mesmo que se altere esse critério e se adote outro - o 
de considerar como urbanas apenas as populações de 
cidades com mais de 20 mil habitantes, por exemplo 
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24
-, ainda se verificará uma urbanização intensa, pois 
as grandes e as médias cidades vêm crescendo bem 
mais que as pequenas.
 Afirma-se comumente que a urbanização 
brasileira não é decorrência direta da industrialização, 
pois esta não gera empregos em número suficiente 
para atender ao grande êxodo rural e provoca, 
assim, desemprego e subemprego em grande 
escala nas cidades. De fato, quando comparamos a 
urbanização do Brasil com a que ocorreu nos países 
capitalistas desenvolvidos na época da Revolução 
Industrial, verificamos que aqui o setor secundário 
absorveu menos mão-de-obra. E também que o setor 
terciário se tornou hipertrofiado, pouco capitalizado 
e com atividades de pequeno porte que podem 
ser classificadas como subemprego. Isso se aplica 
ao grande número de vendedores ambulantes, 
empregadas domésticas, guardadores e lavadores de 
carros nas ruas, etc.
 Em parte, isso se explica, porque, como vimos, 
a industrialização brasileira é do tipo tardia, tendo se 
iniciado apenas no final do século XIX e mediante 
importação de tecnologia e máquinas dos países 
desenvolvidos.
 Essa tecnologia, geralmente poupadora de 
mão-de-obra, foi desenvolvida em países em que o 
crescimento demográfico há muito tempo declinou, 
paralelamente à urbanização que ocorreu no século 
XIX (no caso do Reino Unido, desde meados do 
século XVIII). No Brasil, assim como em outros países 
de industrialização tardia, essa tecnologia importada 
agravou o problema do desemprego e do subemprego, 
já que o declínio das taxas de natalidade é bem mais 
recente e menos acentuado que nos países em que 
ela foi elaborada.
 Mas, se no setor industrial ocorre essa 
modernização rápida mediante tecnologia importada, 
no setor terciário verifica-se o contrário: como 
grande parte dos capitais concentra-se na indústria, 
as atividades terciárias funcionam com pouco 
capital e muita mão-de-obra. Isso explica o número 
excessivamente grande (quando comparado aos 
países desenvolvidos) de pequenos estabelecimentos 
comerciais, de ambulantes e autônomos, de pequenas 
oficinas, de guardadores ou lavadores de carros nas 
ruas, etc. Ou seja, nos países líderes da Revolução 
Industrial, essas atividades são geralmente exercidas 
por grandes empresas capitalistas, ao passo que 
no Brasil, por causa da carência de capitais, muitas 
vezes são realizadas por pequenas firmas ou por 
trabalhadores autônomos, que utilizam muito trabalho 
e poucas máquinas.
 É evidente que também existem grandes 
empresas capitalistas no setor terciário brasileiro - 
como os bancos, empresas de seguros, firmas de 
publicidade, cadeias de supermercados, etc., cujo 
número vem mesmo crescendo nos últimos anos 
-, mas a proporção de pequenas empresas e de 
trabalhadores autônomos ainda é muito grande. 
Esse setor terciário hipertrofiado e geralmente 
descapitalizado ajusta-se muito bem às necessidades 
do setor industrial. As pequenas empresas comerciais 
e os vendedores ambulantes comercializam 
produtos fabricados por firmas modernas (roupas, 
calçados, perfumes, canetas, eletrodomésticos e até 
automóveis). As pequenas oficinas e os lavadores 
de carros fazem um serviço de conservação que, 
nos países desenvolvidos, é realizado por grandes 
empresas. O elevado número de empregadas 
domésticas compensa a baixa mecanização das 
atividades nas residências. Além disso, o grande 
número de subempregados e desempregados 
constitui um volumoso exército de reserva para as 
empresas capitalistas, que pode ser aproveitado nos 
períodos de expansão econômica e contribui para 
manter baixos os níveis salariais, pelo excesso de 
oferta de força de trabalho.
 Dessa forma, a urbanização brasileira 
decorre, de fato, do tipo de industrialização que aqui 
existe - tardia, típica do capitalismo dependente 
ou “selvagem”. Logo, também é uma urbanização 
“selvagem”, com setor terciário hipertrofiado, muito 
desemprego e subemprego.
REGIÕES METROPOLITANAS
 A intensa urbanização que vem ocorrendo 
no Brasil, especialmente a partir de 1950, tem sido 
acompanhada por um processo de metropolização, 
isto é, concentração demográfica nas metrópoles 
(cidades com mais de 1 milhão de habitantes) e 
formação de áreas ou regiões metropolitanas. Isso 
significa que as grandes cidades, principalmente 
as metrópoles, geralmente têm crescido a um ritmo 
superior ao das pequenas e médias cidades.
 Assim, quando somamos a população das 
dez principais metrópoles do país - São Paulo, Rio 
de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, 
Recife, Porto Alegre, Curitiba, Brasília e Belém - com 
a das cidades que pertencem às suas respectivas 
áreas metropolitanas, verificamos que, em 1950, elas 
reuniam por volta de 18% da população nacional; 
em 1970, esse número subiu para 26% e, em 2005, 
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para cerca de 32% da população total do Brasil. E, se 
incluirmos as outras cidades ou aglomerados urbanos 
que já ultrapassaram um milhão de habitantes em 
2005 - Manaus, Goiânia, Baixada Santista, Grande 
Vitória e região metropolitana de Campinas -, veremos 
que a percentagem da população brasileira que vive 
em metrópoles já supera os 35% do total.
 Com o crescimento acelerado das grandes 
cidades e com os processos de conurbação que 
nelas frequentemente ocorrem, certos problemas 
urbanos - como os transportes, abastecimento de 
água, esgotos, uso do solo - não devem mais ser 
tratados isoladamente em cada cidade vizinha, mas 
em conjunto. 
 Daí surgiu, em uma lei federal de 1973, a 
definição de áreas ou regiões metropolitanas: Conjunto 
de municípios contíguos [vizinhos ou espacialmente 
interligados] e integrados socioeconomicamente 
a uma cidade central, com serviços públicos e 
infraestrutura comuns.
 Essas regiões metropolitanas foram estudadas 
e definidas pelo IBGE nos anos 1970 e depois incluídas 
na Constituição de 1988, que as tirou da esfera federal 
e deu autonomia aos estados para estabelecerem 
as suas áreas metropolitanas. No início eram nove, 
que juntamente com Brasília ainda são as principais 
regiões metropolitanas do país (veja quadro na página 
seguinte), não obstante o surgimento recente de 
várias outras em alguns estados. 
PRINCIPAIS REGIÕES METROPOLITANAS
 Em 2005 já existiam 27 regiões metropolitanas, 
e esse número tende a aumentar cada vez mais, 
pois existe ainda um processo de urbanização e 
um crescimento horizontal das cidades, o que, com 
frequência, origina conurbações. Hoje o número de 
regiões metropolitanas é bem maior que no início dos 
anos 2000, chegando em 2018 em um total de 73 
regiões metropolitanas no Brasil.
 A criação de uma região metropolitana não 
se presta a uma finalidade meramente estatística; 
o principal objetivo é a viabilização de sistemas de 
gestão de funções públicas de interesse comum dos 
municípios abrangidos. Além disso, não possuem 
personalidade jurídica própria, nem os cidadãos 
elegem representantes para a gestão metropolitana.
 Assim, cada região metropolitana possui um 
planejamento integrado de seu desenvolvimento 
urbano, que é elaborado por um conselho deliberativo 
nomeado pelo governo de cada estado, com o auxílio 
de um conselho consultivo formado por representantes 
de cada município integrante da região. Procura-se, 
desse modo, tratar de forma global certos problemas 
que afetam o conjunto da área metropolitana e que, 
antes, ficavam a cargo apenas, das prefeituras de 
cada município.
 
 Contudo, esse conselho não é um poder 
independente e à margem dos poderes locais dos 
municípios. É apenas uma ação coordenada do 
estado com os municípios da região, que continuam 
exercendo com independência todas as suas funções 
no plano municipal.
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26
REDE URBANA
Como vimos, a urbanização brasileira só começou 
no momento em que a indústria se tornou o setor 
mais importante da economia nacional. Assim, 
representa um dos aspectos da passagem de uma 
economia agroexportadora para uma economia 
urbano-industrial, o que só ocorreu no século XX e se 
intensificou a partir de 1950. 
 Essa transformação do Brasil, que deixou de 
ser um país agrário e rural para tornar-se um país 
urbano e industrial, embora ainda subdesenvolvido, 
apresenta outros aspectos. Por exemplo: as camadas 
sociais dos fazendeiros e grandes comerciantes 
exportadores deixaram de ser dominantes 
politicamente, perderam parte da sua influência 
sobre o governo em favor dos industriais, banqueiros, 
empresários das comunicações (televisão, jornais, 
rádios, revistas) e até mesmo, pelo menos antes das 
privatizações, diretores de grandes empresas estatais.
 Enfim, o meio rural não mais produz para o 
mercado externo, independente das cidades, como 
era regra geral até o fim do século XIX, mas em função 
do meio urbano.
HIERARQUIA URBANA
 Além de passar a comandar o meio rural que 
lhe é vizinho (ou, às vezes, até aqueles bem distantes, 
como é o caso das metrópoles), as cidades também 
estabelecem entre si uma rede hierarquizada, um 
sistema de relações econômicas e sociais em que 
umas se subordinam a outras. 
 Existem milhares de cidades ou municípios 
(pois toda cidade, no Brasil, é sede de um município), 
geralmente classificadas em pequenas, médias ou 
grandes, embora existam diferenças dentro de cada 
uma dessas categorias. As cidades pequenas ou 
locais são aquelas com até 100 mil habitantes; as 
médias têm de 100 a 500 mil; e as grandes, mais de 
500 mil habitantes.
 As cidades pequenas, que existem em grande 
número (milhares), dependem das médias (que existem 
em número menor, algumas centenas) ou das grandes; 
as cidades médias, por sua vez, subordinam-se às 
grandes e estas às metrópoles. Em outras palavras, 
a modernização do país, resultante do crescimento 
da economia urbano-industrial, produziu uma divisão 
territorial do trabalho, uma verdadeira rede na qual 
existe uma subordinação do campo à cidade, bem 
como das cidades menores às maiores.
AS DUAS METRÓPOLES GLOBAIS
 No topo do sistema integrado de cidades, 
situam-se as duas metrópoles globais do país: 
São Paulo e Rio de Janeiro (foto a seguir). Eram 
consideradas, até há alguns anos, como metrópoles 
nacionais, mas o IBGE produziu uma nova 
classificação na qual elas foram alçadas ao nível 
de metrópoles globais em virtude da influência que 
exercem sobre áreas além do território nacional. Elas 
polarizam todo o território brasileiro e, mais além, 
exercem forte influência sobre parte da América do 
Sul e até da África, comandando praticamente a vida 
econômica e social da nação com suas indústrias, 
universidades e centros de pesquisas científicas 
e tecnológicas, bancos, bolsas de valores, mídia, 
grandes estabelecimentos comerciais, etc. Elas são 
polarizadas apenas pelas maiores metrópoles globais 
do mundo: Nova York, Londres, Tóquio e outras.
v
Vista parcial de São Paulo
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27
 Como essas metrópoles se localizam mais 
ou menos próximas (em relação às dimensões do 
território brasileiro), ligadas pela via Dutra, em torno 
da qual existe uma área intensamente urbanizada, 
onde estão cidades como São José dos Campos, 
Taubaté, Lorena e Volta Redonda, entre outras, 
convencionou-se nos últimos anos que ali se formou 
uma megalópole ou uma região urbana global. De fato, 
essa área superurbanizada, que vai de São Paulo até 
o Rio de Janeiro e que abrange cerca de 47 000 km2 
(0,6% do território nacional), abriga cerca de 22% da 
população total do país, mais de 50% dos automóveis 
e da produção industrial do Brasil.
METRÓPOLES NACIONAIS
Logo abaixo das metrópoles globais e acima de todas 
as outras cidades, surgem sete metrópoles nacionais 
- grandes cidades que, de uma forma ou de outra, 
polarizam praticamente todo o território nacional: 
Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, 
Recife, Fortaleza e Brasília.
METRÓPOLES E CENTROS REGIONAIS
 Nessa escala hierárquica da rede urbana 
brasileira aparecem em seguida quatro metrópoles 
regionais, cidades que polarizam uma imensa 
região: Belém, Manaus, Goiânia e Campinas. Depois 
temos os centros regionais, que, geralmente, são 
polarizados por uma metrópole regional (além das 
nacionais e globais) e, por sua vez, polarizam uma boa 
parte da região comandada pela metrópole regional. 
Esses centros regionais são muito diversificados, 
com variados tamanhos e equipamentos: o IBGE 
reconhece 68 deles. Como exemplos de centros 
regionais, podemos citar São Luís, Maceió, João 
Pessoa, Londrina, Cuiabá, Ribeirão Preto, Santos, 
Florianópolis e inúmeras outras cidades.
PROBLEMAS SOCIAIS URBANOS
 O processo de urbanização do Brasil, fruto 
de uma industrialização tardia, realizada em um país 
de capitalismo dependente,

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