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Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com 2 CAPÍTULO 01 GEOPOLÍTICA DO TERRITÓRIO BRASILEIRO ------------------------------------------------------------- BRASIL POLÍTICO: NAÇÃO E TERRITÓRIO “Em conjunto, o Brasil se apresenta em compacta massa territorial, limitada a leste por uma linha costeira extremamente regular, sem sinuosidades acentuadas nem endentações e, por isso, em geral, desfavorável à aproximação humana e à utilização nas comunicações marítimas; e a oeste, por territórios agrestes, de penetração e ocupação difíceis (e por isso, até hoje ainda, muito pouco habitado), estendidos ao longo das fraldas da Cordilheira dos Andes, e barrando assim as ligações com o litoral Pacífico do continente. O Brasil, embora ocupe longitudinalmente a maior parte do território sul-americano, volta-se inteiramente para o Atlântico”. Caio Prado Júnior. História Econômica do Brasil. Ed. Brasiliense, 2008. O processo de formação do território brasileiro, lento e irregular, é fruto de uma longa história de encontros de povos que aqui viviam e de outros que vieram a ocupá-lo ao longo dos anos. O Brasil foi assim uma construção, na qual os colonizadores portugueses se apropriaram de certas áreas, geralmente expulsando, às vezes escravizando, ou exterminando os índios que as ocupavam, e com o tempo expandiram o seu território e criaram neste novo mundo uma sociedade diferente, que um dia se tornou um Estado-nação “independente”. A gênese do Estado brasileiro encontra-se na colonização portuguesa da América. A expansão oficial, realizada por expedições militares a serviço de Portugal (desde o final do século XVI, e principalmente no século XVII), foi responsável pela conquista de uma vasta porção do atual território brasileiro. Entretanto, o território não é apenas uma continuação da América Portuguesa: a delimitação das fronteiras atuais, concluída apenas no início do século XX, envolveu diversos conflitos, negociações econômicas e acordos diplomáticos. Nos primeiros séculos de colonização, a ocupação portuguesa limitou-se ao litoral. A economia voltava-se para o mercado externo, com a produção de açúcar nas áreas próximas ao litoral. No interior a presença europeia praticamente limitava-se à vila de São Paulo e a um punhado de núcleos vizinhos. Inicialmente, os portugueses ampliaram suas terras incorporando áreas de domínio espanhol, ainda no período colonial. Diversos fatores contribuíram para o processo expansionista, que acabou por ultrapassar a linha de Tordesilhas. ESTRUTURA POLÍTICA E ADMINISTRATIVA Nos séculos XVII e XVIII, expedições militares portuguesas avançaram ainda mais, instalando fortificações no alto curso do rio Amazonas e de seus afluentes, ao longo do Rio Guaporé e na margem esquerda do estuário platino. As iniciativas da Coroa Portuguesa obedeciam a interesses estratégicos, na medida em que procuravam estabelecer limites à expansão espanhola na América. O PAPEL DA ESPANHA “A história do Brasil está ligada de duas maneiras à do Império Espanhol na América: 1. Madrid exerce, apoiada no direito, a sua soberania sobre tudo o que se encontra a Oeste do meridiano de Tordesilhas; 2. A união das duas coroas, que resulta da extinção da dinastia de Avis, reduz, consideravelmente, a liberdade de manobra de Portugal entre 1580 e 1640. A penetração espanhola na América do Sul faz-se por Este: O império Inca, que se estendia do Equador ao Chile, passando pelo Peru, pela Bolívia e noroeste da Argentina, foi conquistado entre 1531 e 1544. É preciso esperar por 1580 para que uma rota permanente seja aberta entre Potosí e o Rio da Prata, e que Buenos Aires seja definitivamente fundada. [...] [...] A União das duas coroas foi realizada em 1580. A Espanha não tem inveja da presença portuguesa no Brasil e tolera bem o contrabando que se exerce pela Prata em benefício dos portugueses. A ocupação do Recife pelos holandeses desagrada Madrid, mas não ameaça os eixos vitais da construção imperial” lembra apenas que seria loucura abrir ainda mais o continente para o Sul, por Buenos Aires. Em 1625, os espanhóis enviam uma frota para libertar Salvador, depois deixam os portugueses praticamente sós face à empresa holandesa”. CLAVAL, Paul. A Construção do Brasil: uma grande potência em emergência. Ed. Belim, 2004. Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 3 A fundação da Vila de São Vicente no litoral Paulista, em 1532, assinalou o início da colonização dos domínios portugueses na América, com a distribuição das primeiras sesmarias, inspiradas na legislação fundiária portuguesa do século XIV. No território colonial, os sesmeiros eram homens da pequena nobreza, militares ou navegantes, que recebiam as suas glebas como recompensa por serviços prestados à Coroa. Ao tomarem posse das terras, ficavam obrigados apenas a fazê-las produzir em alguns anos (em geral cinco) e pagar o dízimo à Ordem de Cristo. A extensão das sesmarias brasileiras girava em torno de 10 mil a 13 mil hectares. Assim, as sesmarias foram o embrião do modelo concentrador que ainda hoje permanece na estrutura agrária brasileira. Entre 1534-1536, a Coroa portuguesa implantou o sistema político-administrativo das capitanias hereditárias. O território foi dividido em capitanias, lotes doados a quem tivesse capital para colonizá-los. Os detentores desses lotes, transmitidos de pai para filho, eram os capitães-donatários. Esse regime fragmentou a América Portuguesa em unidade autônomas e desarticuladas entre si. ANTIGO MAPA DAS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS NOVO MAPA DAS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS Em 2014, Jorge Cintra, do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, divulgou um novo mapa das capitanias hereditárias, baseando-se em novas pesquisas que mostraram que os mapas anteriores das capitanias foram elaborados com base nos paralelos e não nos meridianos, o que muda a disposição das capitanias do extremo norte da América Portuguesa. Em 1549, numa tentativa de reforçar sua presença e coordenar os esforços dos capitães- donatários, a Coroa instalou um Governo Geral na recém-fundada cidade de Salvador. Mas, na verdade, Portugal sempre temeu a formação de um centro de poder unificado em suas colônias do Novo Mundo. Em 1621, a América Portuguesa foi dividida em Estado do Brasil e Estado do Maranhão. Este segundo subordinado apenas à Coroa, destinava-se a garantir a defesa do litoral setentrional sujeito a ataques de franceses corsários. Em 1737, afastadas as ameaças francesas, a atenção da Coroa concentrou-se na consolidação da soberania sobre a bacia amazônica, Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 4 alterando-se o nome da entidade para Estado do Grão-Pará e Maranhão e transferindo-se a sede de São Luiz para Belém. As fortificações erguidas pela Coroa confirmaram seu valor estratégico durante as negociações entre Portugal e a Espanha que levaram à assinatura do Tratado de Madri. Após muitas disputas entre Portugal e Espanha, os governantes decidiram aceitar o uti possidetis, um princípio do Direito romano pelo qual é considerado dono da terra aquele que realmente a ocupa. Fortificações na região amazônica. Em 1750 foi assinado o Tratado de Madri, pelo qual foi reconhecida a posse portuguesa da Amazônia e de outras regiões situadas além dos limites de Tordesilhas. ÁREA INCORPORADA PELO TRATADO DE MADRI O território passou a ter aproximadamente 6.900.000 km². Em 1759, foram organizadas as Capitanias da Coroa, governadas por funcionários nomeados pelo rei. Com a independência do Brasil, essas áreas transformaram-se em províncias de um Império Unitário. Após a independência, ocorrida em 1822, outras áreas se incorporaram ao território do Brasil. Essas áreas foram anexadas de países fronteiriços (como Bolívia, Paraguai e Peru), por meiode tratados bilaterais ou por arbitramento internacional1. O Império foi responsável pela fixação de mais da metade da formação das fronteiras terrestres brasileiras. Os limites com o Uruguai, anexados por D. João VI em 1821, foram frutos de acordos de 1828, que reconheceram a independência do país. 1Arbitramento Internacional: situação em que outros países são escolhidos para resolver as questões de fronteira. FORMAÇÃO DAS FRONTEIRA AO LONGO DA HISTÓRIA As fronteiras com o Paraguai formaram-se a partir do conflito entre a Tríplice Aliança e o Paraguai, no fim da Guerra do Paraguai em 1870. Duque de Caxias e o ditador paraguaio Francisco Solano Lopes. Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 5 A INDEPENDÊNCIA E A IDENTIDADE NACIONAL Com a Independência, nasceu um imenso império nos trópicos, comandados por D. Pedro I. A Constituição de 1824, imposta pelo imperador, consolidou o caráter hereditário e escravista desse império cuja capital era o Rio de Janeiro. Proclamação da República, Pedro Américo. Desde o início, a elite imperial dedicou-se à obra de produção e de uma identidade nacional. O IHGB (Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro), organizado em 1838 e presidido a partir de 1849 por D. Pedro II, reuniu arquitetos dessa obra. Escritores como Gonçalves Dias e José de Alencar elaboraram a mitologia romântica do índio. Naturalistas como o alemão Carl Von Martius dedicaram-se a descrever a flora brasileira. Intelectuais como Francisco de Varnhagen e Capistrano de Abreu começaram a gerar uma narrativa da história colonial, na qual a natureza ocupava lugar privilegiado. Ao mesmo tempo expedições científicas e artísticas percorreriam o país produzindo um paisagismo brasileiro. Os viajantes descreviam, desenhavam, gravavam e pintavam a paisagem tropical, os animais e as plantas, assim como os índios. O PERÍODO REPUBLICANO Desde a proclamação da República, em 1889, as províncias foram transformadas em estados. A Constituição republicana de 1891, organizou o país como Estado federal. Com isso, os estados, unidades da Federação, ganharam autonomia. Ao longo da República, as mudanças nos limites político-administrativos das unidades da federação decorreram dos processos de criação de territórios federais e de desmembramentos de estados. O Acre foi o primeiro território federal, criado em 1903. A política externa do início do período republicano foi marcada pela figura do Barão do Rio Branco, responsável pela delimitação de quase um terço da extensão das fronteiras terrestres. O principal feito do Barão do Rio Branco foi a solução para a Questão do Acre. Após inúmeras revoltas de seringueiros contra a empresa Bolivian Syndicate, um cartel estadunidense, Rio Branco iniciou negociações que culminaram na assinatura do Tratado de Petrópolis no ano de 1903. Aos poucos, os territórios federais foram elevados a estados, outros foram extintos com a promulgação da Constituição de 1946, como é o caso de Ponta Porã, incorporado ao Mato Grosso (hoje Mato Grosso do Sul). Outros permaneceram até a Constituição de 1988, quando foram extintos e se transformaram em estados. As sucessivas expansões territoriais, fizeram do Brasil o maior país da América Latina, seguido pela Argentina (2.776.889 km²), o Peru (1.285.216 km²), a Colômbia (1.138.9145 km²) e a Bolívia (1.098.518 km²). EXTENSÃO, LOCALIZAÇÃO E LIMITES Com 8.514.876,5 Km² de superfície, o Brasil é o quinto país do mundo em extensão territorial, sendo superado pela Rússia, Canadá, China e Estados Unidos. O território brasileiro corresponde a 1,6% de toda a superfície terrestre, 5,7% das terras emersas, 20,8% da América e 47,3% da América do Sul. O território brasileiro atual tem 7.367 km de contorno marítimo e 15.719 km de fronteiras terrestres limitando-se com 10 países sul-americanos com Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 6 exceção de Chile e Equador. A maior fronteira é com a Bolívia (3.126 km) e a menor com o Suriname (593 km). As últimas mudanças com relação as fronteiras do país aconteceram no fim do século XIX e no início do século XX, como as questões que envolviam os territórios do Acre, Palmas, Amapá e Pirara. FRONTEIRAS ATUAIS Fonte: IBGE. Disponível em http://www.ibge.com.br; THÉRY, Hervé. Esse processo de sucessivas expansões territoriais transformou o Brasil no maior país da América do Sul. Sua posição astronômica é determinada pela passagem de dois dos principais paralelos: a linha do Equador (0°) e o Trópico de Capricórnio (23°27´S). A linha do Equador deixa 7% das terras brasileiras no hemisfério norte e o restante no hemisfério sul, cortando os estados do Pará, Amazonas, Amapá e Roraima; o Trópico de Capricórnio coloca 8% da superfície do país na zona subtropical e 92% das terras na zona intertropical, cortando os estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Sua posição geográfica é amplamente favorável impedindo que haja áreas anecumênicas como altas montanhas, desertos e áreas predominantemente geladas. Invasões Holandesas - Batalha dos Guararapes. Vitor Meirelles de Lima. PONTOS EXTREMOS - O BRASIL VAI DO OIAPOQUE AO CHUÍ? A extensão latitudinal considerável tem como consequência principal a grande diversidade climato- botânica e possibilidade de grande diversidade agrícola em nosso país. Por muito tempo acreditou-se que o ponto mais extremo ao norte do nosso território era o Oiapoque, no Amapá. Na realidade, o Monte Caburaí é a borda de um imenso planalto, com mais de 2000 m de altitude, que se estende ao longo da fronteira, com 5º 16’ 20” norte, sendo o ponto mais setentrional do Brasil (Norte). Então o ditado correto seria: “O Brasil vai do Caburaí ao Chuí”. O Monte Caburaí localiza-se 84,5 km mais ao norte que o Oiapoque. Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 7 EQUIDISTÂNCIA O Brasil é considerado um país equidistante, pois as distâncias entre o norte/sul (4.394,7km) e leste/oeste (4.319,4km) são praticamente as mesmas. Fonte: IBGE QUESTÕES CORRELATAS (EXERCÍCIO COMENTADO) • Comentário apenas em incorretas • (IEMA-ES - Analista Ambiental-Geografia - 2007) O território brasileiro está localizado na porção oriental da América do Sul e possui uma extensão de cerca de 15.719 quilômetros de fronteiras terrestres, localizadas entre Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Todas essas delimitações e demarcações foram consolidadas ao longo do processo de ocupação colonial e da soberania do território como Estado-Nação. Tendo como base essa afirmação, julgue os itens que se seguem. A maior parte das delimitações e demarcações fronteiriças do território brasileiro foram consolidadas no período colonial. No início do século XIX, a configuração do território nacional já estava concluída. Gabarito: Item Errado Comentário: A maior parte das fronteiras brasileiras foi delimitada no período imperial, e não no período colonial como destaca a questão. Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 8 QUESTÕES CORRELATAS (IEMA-ES - Analista Ambiental-Geografia – 2007) O território brasileiro está localizado na porção oriental da América do Sul e possui uma extensão de cerca de 15.719 quilômetros de fronteiras terrestres, localizadas entre Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Todas essas delimitações e demarcações foram consolidadas ao longo do processo de ocupação colonial e da soberania do território como Estado-Nação. Tendo como base essa afirmação, julgue os itens que se seguem. 01. Entre os importantes rios brasileiros que fazem fronteira com países da América do Sul, destacam-seo Paraguai e o Paraná, ambos situados na região Sul do país. Item Errado Comentário: Os rios em questão não estão no sul do país, apenas como o destacado na questão. 02. A expansão das fronteiras nacionais representou, para o Brasil, a anexação de distintos ecossistemas e de áreas de vocação produtiva, todas importantes para o desenvolvimento econômico nacional. Item Correto (PM - AC - Soldado - 2008) O Brasil é uma República federativa cuja organização político-administrativa comporta a existência de estados, municípios e o Distrito Federal. O território brasileiro foi conquistado pelos europeus no século XVI e colonizado por cerca de três séculos. Ele localiza-se, predominantemente, na área da Terra marcada pela tropicalidade. Os tipos de clima presentes no Brasil são o equatorial (Amazônia, norte de Mato Grosso e oeste do Maranhão), o tropical (centro do país, Roraima, partes do Piauí, Bahia e Minas Gerais), o tropical de altitude (partes mais elevadas do planalto Atlântico do Sudeste), o tropical úmido (litoral), o subtropical (parte de São Paulo e Região Sul) e o semiárido (interior do Nordeste). O Brasil detém uma das mais ricas e variadas formações vegetais do planeta, que se relaciona aos diversos tipos de clima, relevos e solos existentes no país. Explorada de forma desordenada desde começos da colonização, essa vegetação pode ser dividida em vários grupos: Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal Mato- Grossense, Cerrado, Campos, Mata de Araucária, Mata de Cocais, Mangue e Restinga. A Floresta Amazônica é a floresta tropical de maior extensão remanescente no mundo, com cerca de 5,5 milhões de km², dos quais algo em torno de 60% encontram-se em território brasileiro. Originalmente, a Mata Atlântica recobria extensa faixa do litoral, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. No Nordeste, a devastação foi tão acentuada, desde a colonização, que praticamente só restou o nome Zona da Mata, onde ainda hoje se concentra o plantio de cana-de-açúcar. Na defesa das florestas e do meio ambiente, em geral, setores da sociedade se mobilizam, muitas vezes em organizações não-governamentais (ONGs), para pressionar o poder público para que este também assuma a responsabilidade da preservação. Tendo as informações acima como referência inicial e considerando aspectos relevantes da geografia brasileira, julgue os itens 03 e 04 03. A ausência de autonomia político-administrativa dos estados e dos municípios caracteriza o Brasil como Estado unitário, governado diretamente pelo Distrito Federal (Brasília). Item Errado Comentário: Existe sim autonomia político- administrativa dos estados. 04. O território brasileiro foi sendo ampliado desde o período colonial, ultrapassando-se os limites de Tordesilhas e, já na República, incorporando-se o Acre. Item Correto Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 9 (Diplomata - CESPE - IrBr - 2013) Acerca da configuração territorial da América portuguesa, julgue (C ou E) o próximo item. 05. O Tratado de Madri tinha como princípio principal, quanto à definição de fronteiras, o uti possidetis e como argumento subsidiário, aplicável à foz do Amazonas e ao Rio da Prata, o mare liberum. Item Errado Comentário: Os princípios que nortearam o Tratado de Madri foram o uti possidetis (o território pertencia a quem tivesse ocupado e povoado) e as fronteiras naturais (a fim de evitar a fragilidade dos tratados anteriores, procurou- se estabelecer as fronteiras em locais que possibilitavam a demarcação. Ex: montanha, Rio, etc.) Não foi utilizado o princípio chamado de mare liberum. (Diplomata - CESPE - IrBr - 2012) O Brasil, que sempre se caracterizou pela existência, em uma região ou em outra, de fronteira de povoamento, viu, com o processo de industrialização do campo, o aparecimento de fronteiras de modernização nas quais se verificaram profundas transformações socioespaciais. Ambos os tipos de fronteira suscitam novos centros de comercialização e beneficiamento de produção agrícola, de distribuição varejista e prestação de serviços ou, em muitos casos, de centros que já nascem como reservatórios de uma força de trabalho temporária. R. L. Corrêa. Estudos sobre a rede urbana. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 2006, p. 323 (com adaptações). Julgue (C ou E) os próximos itens, relativos à formação histórica do território brasileiro. 06. Mesmo após cinco séculos de ocupação e povoamento, a configuração atual do território brasileiro permanece conforme a implantação das capitanias hereditárias. Item Errado Comentário: O território brasileiro mais que triplicou de tamanho em relação ao Tratado de Tordesilhas. 07. Nos três primeiros séculos de colonização portuguesa no Brasil, a produção no território brasileiro era fundada na criação de um meio técnico mais dependente do trabalho direto e concreto do homem do que da incorporação de capital à natureza. Item Correto 08. A colonização portuguesa no Brasil iniciou-se com a extração de metais preciosos e a consequente ocupação das denominadas áreas do sertão, afastadas do litoral atlântico. Item Errado Comentário: A colonização brasileira iniciou-se no litoral, com o desenvolvimento do ciclo da cana-de-açúcar. No que se refere a fatores que contribuíram para a configuração do território da América portuguesa colonial, julgue (C ou E) o item a seguir. 09. A linha divisória entre Portugal e Espanha estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas não abrangia o Pacífico, mas apenas o Atlântico. Item Correto 10. As capitanias hereditárias foram concedidas a militares portugueses, que recebiam as doações como reconhecimento por serviços prestados à Coroa, bem como para reforçar a defesa do território colonial e facilitar a sua exploração. Item Errado Comentário: Após a expedição colonizadora de Martim Afonso, por parte de Portugal, este distribuiu terras para a produção agrícola, chamadas de Sesmarias, à pequena nobreza, à militares e à navegantes. Contudo, quando se fala de capitanias hereditárias, essas foram cedidas a cidadãos portugueses da pequena nobreza, sendo a primeira divisão política-administrativa no território, até então, colonial, por ter sido dividido em 15 capitanias no litoral, delimitadas por linhas paralelas. Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 10 CAPÍTULO 02 GEOPOLÍTICA DO TERRITÓRIO BRASILEIRO ------------------------------------------------------------- ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA E SISTEMA DE GOVERNO Atualmente, a República Federativa do Brasil é formada por 26 estados, 1 Distrito Estadual e pelo Distrito Federal. Os estados, por sua vez, dividem- se em municípios. Em 2017, existiam no país 5570 municípios, sendo Minas Gerais com 853 municípios o estado com maior divisão e Roraima, com 15 municípios o estado com menor fragmentação. Os estados são as unidades de maior hierarquia na organização político-administrativa do país; a localidade que abriga a sede do governo é chamada da capital. Os municípios são as menores unidades políticas autônomas na federação brasileira. Na maioria dos casos apresentam áreas rurais e urbanas. Porém existem municípios 100% urbanizados. O Distrito Federal é uma unidade federativa autônoma que sedia o governo federal, Brasília é a capital federal do Brasil. O Distrito Federal não se divide em municípios, e sim em regiões administrativas (RAs) Existe também o caso sui generis do Distrito Estadual de Fernando de Noronha, em Pernambuco. Este distrito possui natureza autárquica e vinculação ao Poder Executivo do estado, que acumula as atribuições e responsabilidades estaduais e municipais. É o único caso de distrito estadual existente em solo brasileiro. FERNANDO DE NORONHA Segue exatamente sua descrição legal, segundo a Constituição Estadual de Pernambuco:Seção II - Do Distrito Estadual de Fernando de Noronha Art. 96. O Arquipélago de Fernando de Noronha constitui região geoeconômica, social e cultural do Estado de Pernambuco, sob a forma de Distrito Estadual, dotado de estatuto próprio, com autonomia administrativa e financeira. §1.º O Distrito Estadual de Fernando de Noronha será dirigido por um Administrador- Geral, nomeado pelo Governador do Estado, com prévia aprovação da Assembléia Legislativa. §2.º Os cidadãos residentes no Arquipélago elegerão pelo voto direto e secreto, concomitantemente com as eleições de Governador do Estado, sete conselheiros, com mandato de quatro anos, para formação do Conselho Distrital, órgão que terá funções consultivas e de fiscalização, na forma da lei. §3.º O Distrito Estadual de Fernando de Noronha deverá ser transformado em Município quando alcançar os requisitos e exigências mínimas, previstos em lei complementar estadual. Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 11 ÁREA TOTAL DAS UNIDADES TERRITORIAIS DO BRASIL O Brasil é uma República federativa presidencialista. A República, proclamada em nosso país em 1889, é uma forma de governo na qual representantes eleitos pelo governo por tempo determinado. O presidencialismo é um regime político chefiado por um presidente da República, que acumula as funções de chefe de Estado e chefe de governo. O termo federativa indica que os estados estão unidos numa federação, mas mantêm relativa autonomia. No Brasil, o presidente da República é eleito por voto direto para um período de quatro anos, podendo ser reeleito para mais quatro anos. O mesmo acontece com os governadores dos estados e os prefeitos dos municípios. A Constituição é a Lei Maior que rege a vida de um país, determinado, entre outros aspectos, a organização do Estado. De acordo com a Constituição Federal de 1988, existem três poderes da União, independentes e harmônicos entre si: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Posse de Dias Tófoli, novo presidente do STF, ao lado de Carmén Lucia, ex-Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do presidente Michel Temer, Brasília, 12/09/2018. O primeiro encarrega-se da administração e do encaminhamento das políticas públicas; o Legislativo, constituído pelo Senado Federal e pela Câmara dos Deputados, elabora as leis do país; e o Judiciário, responsável pelo julgamento e pela solução de conflitos, é exercido em suas instâncias mais altas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça. Dos três poderes, é o único cujos titulares não são eleitos pela população. O sistema político brasileiro é a democracia caracterizada, entre outros aspectos, pela garantia do direito de voto e pelo respeito aos direitos individuais e coletivos e às decisões dos cidadãos expressas nas eleições. Mas o país já conheceu períodos de autoritarismo, como ocorreu durante o Estado Novo (1937-1945) e a Ditadura Civil-Militar (1964-1985). O voto no Brasil é obrigatório para os indivíduos de 18 até 70 anos, e opcional para os analfabetos, os que têm mais de 70 anos ou estão na faixa dos 16 aos 18 anos. Segundo os levantamentos do Tribunal Superior Eleitoral, o número de eleitores superou 140 milhões de eleitores no final de 2012, o que faz do Brasil uma das maiores democracias do mundo. Mas nem sempre foi assim. Durante o Império, existiu o chamado voto censitário, em que pessoas com baixa renda não tinham direito a eleger seus representantes. As mulheres só adquiriram o direito de votar em 1932, e os analfabetos em 1985. Primeira mulher a votar no Brasil, a mossoroense, Celina Guimarães Viana, em 1927, ação promovida pelo governador que autorizou o voto feminino mesmo sendo proibido. Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 12 Entre os fatores que reforçam a democracia brasileira no início do século XXI, estão o aumento do número de ONGs (Organização Não-Governamentais), de conselhos estaduais e municipais, movimentos sociais e outros órgãos que constituem importantes instrumentos e espaços de interação entre governo e a sociedade civil e da participação popular na vida política do país. Apesar disso, alguns fatores ainda dificultam o pleno exercício da cidadania dos brasileiros. Entre eles, destacam-se as desigualdades econômicas, os obstáculos à representação parlamentar de algumas minorias étnicas e socioculturais, a dificuldade de acesso da população mais pobre aos meios de comunicação e a exclusão de parte da população dos canais de participação e dos movimentos promovidos pela sociedade civil. REGIONALIZAÇÕES Regionalizar significa estabelecer regiões com base em critérios que considerem características históricas, culturais e socioeconômicas, que se inter-relacionem e, portanto, dão um caráter de individualidade à região, distinguindo-se das demais. É preciso ressaltar, no entanto, que as regiões não são imutáveis. Em função do dinamismo na transformação das paisagens e, portanto, das características do território, os seus limites e mesmo suas particularidades podem se alterar, conforme os processos históricos, as modificações nos padrões tecnológicos, os usos do território e os interesses do Estado e do poder econômico e, até mesmo, o deslocamento de contingentes populacionais. A DIVISÃO DO IBGE (MACRORREGIÕES) O IBGE é o órgão responsável pela elaboração da divisão regional ou regionalização oficial do território brasileiro, que é uma ordenação ou classificação que agrupa unidades com características semelhantes, a partir de determinados critérios. A primeira proposta de regionalização foi apresentada em 1913 e depois dela outras propostas surgiram tentando adaptar a divisão regional às novas condições econômicas, sociais e políticas do país. A atual regionalização é dos anos 70 com algumas adaptações na Constituição de 1988. No caso do IBGE, nascido nos anos 1940, sua primeira proposta foi elaborada em 1942. Nessa divisão, as unidades federadas foram agrupadas em macrorregiões. Em 1969 o IBGE considerou os novos conhecimentos adquiridos sobre o país e também as transformações ocorridas em função de desenvolvimento urbano e industrial. Foi elaborada uma nova proposta com base no conceito de regiões homogêneas, combinando aspectos naturais, sociais e econômicos e respeitando os limites dos estados. Por ela, o país está dividido em 5 macrorregiões. A atual regionalização é dos anos 70 com algumas adaptações na Constituição de 1988. REGIONALIZAÇÃO ATUAL Fonte: IBGE, Anuário estatístico do Brasil 1999, p. 1-43. A região Sudeste agrupa os três estados mais populosos do país - São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além do Espírito Santo, que juntos apresentam uma população de 87.351.125 de habitantes. No Sudeste encontram-se a maior metrópole do país - São Paulo - e a capital mais antiga do país que também ocupa a posição de 2ª metrópole nacional – Rio de Janeiro. Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 13 A região Nordeste compreende 57.368.137 milhões de habitantes e nove estados, onde temos entre eles a primeira capital colonial, Salvador, e onde podemos destacar ainda a presença de Fortaleza e Recife como Metrópoles Nacionais. A região Sul é a menor região do país em extensão territorial abriga 29.654.815 de habitantes, onde temos nossas fronteiras com Argentina, Uruguai e Paraguai. A região Norte, com 17.925.678 de habitantes é a maior região em extensão territorial do país, abarcando territórios de 7 estados. A região Centro-Oeste com 15.850.340 de habitantes, abarca os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal, onde temos a capital do país - Brasília. REGIONALIZAÇÃO FUTURA? Fonte: www.camara.gov.br O processo de desmembramento de estados é justificado pelo povoamentoe pela valorização das regiões interiores do país. A autonomia política e a instalação de administrações estaduais funcionam como fundamentos para o planejamento econômico e social. Mas a criação de novas unidades da federação também é uma resposta a demandas das elites regionais, que adquirem por essa via maior poder político, novos instrumentos de pressão sobre o governo central e uma rede de cargos políticos sobre os quais se armam máquinas eleitorais. Em abril de 2010, a Câmara dos Deputados aprovou a realização de um plebiscito sobre a criação de dois novos estados: Carajás e Tapajós. A aprovação seria um grande golpe para o governo paraense, que perderia importante parte de sua arrecadação. A população do Pará não aceitou a mudança. DIVISÃO DO ESTADO DO PARÁ: COMO FICARIA? Fonte: www.dignow.org A DIVISÃO GEOECONÔMICA Há outra divisão regional do território brasileiro que não acompanha os limites estaduais, havendo estados que possuem parte do território em uma região e parte em outra. Trata-se da divisão elaborada em 1967 pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger. É uma classificação que considera a formação histórico- econômica do Brasil e a recente modernização econômica, que se manifestou nos espaços urbano e rural, estabelecendo novas formas de relacionamento entre os lugares do território brasileiro e criando uma nova dinâmica no relacionamento entre a sociedade e a natureza. Assim, o oeste do Maranhão integra a Amazônia e o restante o Nordeste, com atuação, respectivamente, da SUDAM e da SUDENE. O Norte de Minas Gerais (Vale do Jequitinhonha) integra o Nordeste, com atuação da SUDENE e do BNB e o restante o Centro-Sul. O Norte do Mato Grosso e o Tocantins são amazônicos e o restante dos territórios integra a região Centro-Sul. Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 14 AMAZÔNIA A Amazônia, imensa região que abrange o Norte e uma parte do centro do país, ainda é a região menos povoada do Brasil, embora nas últimas décadas venha passando por um intenso processo de povoamento. Durante vários séculos, permaneceu esquecida porque os colonizadores não encontraram na região quase nada de importante para explorar. Até hoje, a Amazônia apresenta grandes vazios demográficos, áreas com baixíssimas densidades demográficas - às vezes, até menos de um habitante por quilômetro quadrado. Nela, encontramos os mais numerosos grupos indígenas, os habitantes originais de nosso país. Em todo caso, o povoamento vem avançando: em 1970, a densidade demográfica regional era de 0,9 hab/km² e, em 2008, já era de 4hab/km², nos dias atuais ultrapassa os 5,5 hab/km². AMAZÔNIA LEGAL CENTRO-SUL O Centro-Sul do país, que se desenvolveu economicamente depois do Nordeste, é uma região mais industrializada, onde se destacam cidades como Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Rio e Janeiro e São Paulo. Tem como características relevantes: • Maior densidade rodoferroviária. • Melhores e maiores universidades. • Maiores cidades. NORDESTE • Graves problemas sociais (pobreza, fome, etc.). • Piores indicadores sociais do país. • Sub-Regiões com características diferentes. SUB-REGIÕES NORDESTINAS • Zona da Mata: Ocupa a parte oriental da região Nordeste, área dominada pelo clima tropical úmido (quente e chuvoso). O índice pluviométrico é de aproximadamente 2.000 mm/ano e as médias térmicas variam entre 24ºC e 26º C. O ambiente quente e úmido favoreceu o desenvolvimento da floresta Tropical, mata exuberante e com grande diversidade de espécies. Originalmente a floresta ocupava grande parte dessa sub-região. A Zona da Mata apresenta- se como a região mais importante do Nordeste do ponto de vista econômico. Nela concentram-se dois segmentos industriais: indústrias têxtil e alimentícia, agroindustriais (sobretudo usinas de açúcar e álcool) e indústrias extrativistas minerais. Além das atividades industriais, na Zona da Mata desenvolvem-se importantes atividades econômicas ligadas ao meio rural, predominando os latifúndios monocultores de cana-de-açúcar, fumo e cacau, que atendem ao consumo industrial e ao comércio exterior. Usina sucroalcooleira na Zona da Mata Alagoana. Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjC0L_L9fjXAhVEGZAKHYc3A9oQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fruralpecuaria.com.br%2Fnoticia%2Faprovada-criacao-de-frente-parlamentar-em-defesa-da-amazonia-legal.html&psig=AOvVaw2Kbk9s8vhZWkDNxjkwGZQp&ust=1512770925633455 15 • Agreste: Apresenta características naturais tanto da Zona da Mata como do Sertão, pois nos seus trechos mais úmidos desenvolve-se a floresta Tropical, enquanto nas áreas mais secas predomina a Caatinga. Nessa sub-região destacam-se as pequenas e médias propriedades rurais policultoras, que produzem principalmente mandioca, feijão, milho e hortaliças, além de criar gado para o fornecimento de leite e seus derivados. O desenvolvimento das atividades agropecuárias no Agreste contribuiu para o crescimento de cidades como Campina Grande (PB), Caruaru e Garanhuns (PE) Arapiraca (AL) e Feira de Santana (BA). REGIÃO METROPOLITANA DO AGRESTE ALAGOANO Fonte: Estado de Alagoas � Secretaria de Estado da Cultura - Superintendência de Identidade e Diversidade Cultural • Sertão: Compreende as áreas dominadas pelo clima semiárido, que apresenta temperaturas elevadas (entre 24ºC e 28º C) e duas estações bem definidas: uma seca outra chuvosa. O Sertão é a maior sub-região nordestina ocupando mais de 50% do território nordestino, chegando até o litoral, nos estados do Rio Grande do Norte e do Ceará. A economia sertaneja baseia-se na agropecuária, atividade que sofre diretamente os impactos das condições climáticas, sobretudo na época das estiagens. Pecuária bovina e agricultura de subsistência são as principais atividades econômicas da área. O Polígono das Secas compreende a área do Nordeste brasileiro reconhecida pela legislação como sujeita à repetidas crises de prolongamento das estiagens e, consequentemente, objeto de especiais providências do setor público. Constitui-se o Polígono das Secas de diferentes zonas geográficas, com distintos índices de aridez. Em algumas delas o balanço hídrico é acentuadamente negativo, onde somente se desenvolve a caatinga hiperxerófila sobre solos finos. Em outras, verifica-se balanço hídrico ligeiramente negativo, desenvolvendo-se a caatinga hipoxerófila. Existem também áreas no Polígono, de balanço hídrico positivo e presença de solos bem desenvolvidos. Contudo, na área delimitada pela poligonal, ocorrem, periodicamente, secas anômalas que se traduzem na maioria das vezes em grandes calamidades, ocasionando sérios danos à agropecuária nordestina e graves problemas sociais. O Polígono das Secas foi criado pela lei nº. 1348 de 10-2-1951. Desde o império, o governo brasileiro adota uma postura de combate aos efeitos da seca, valendo-se da construção de açudes para represar os rios locais e, assim, conseguir reservatórios de água para tornar perenes os rios temporários. Em 1909, foi criada a Inspetoria de Obras contra as Secas (IOCS) que mais tarde transformou-se em DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca). POLÍGONO DAS SECAS Fonte: INPE/Centro de Pesquisas da Universidade de São Paulo. • Meio Norte: Formada pelos estados do Piauí e Maranhão, é uma área de transição entre o Sertão e a Amazônia. Os índices de pluviosidade são elevados na porção oeste e diminuem em direção ao leste e sul. Encerra a Zona dos Cocais, área de vegetação peculiar, caracterizada por extensos babaçuais. Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 16 Trabalho feminino da colheita de babaçu. A REGIONALIZAÇÃO DE ACORDO COM O MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO-INFORMACIONALFonte: SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2001.p.268. De acordo com o professor Milton Santos, no contexto da Terceira Revolução Industrial ou Revolução Técnico-Científica e do processo de globalização, aparece uma configuração espacial que pode ser denominada meio técnico-científico-informacional. Tendo em mente essa configuração, o professor Milton Santos apresentou essa proposta de regionalização para o território brasileiro que leva em consideração uma série de aspectos: a quantidade de recursos tecnológicos avançados (redes de telecomunicações e de energia, equipamentos de informática); o volume de atividades econômicas modernas na área financeira (bancos, bolsa de valores, financeiras), comercial (shoppings centers, empresas de comércio eletrônico) de serviços (provedores de acesso à Internet, agências de publicidade e consultorias), industriais (empresas que utilizam robôs e sistemas informatizados) e a situação da agropecuária em relação à mecanização e a integração a indústria. Milton Santos divide o território nacional em “quatro brasis”, considerando também o processo histórico de ocupação da área. AMAZÔNIA A Amazônia é formada nessa regionalização pelos estados do Pará, Amapá, Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia. É uma região de pequena densidade demográfica e poucos recursos tecnológicos. São raras as áreas destinadas à agricultura mecanizada e outras atividades modernas. Foi a última a ampliar sua mecanização, tanto na produção econômica quanto no próprio território. REGIÃO CONCENTRADA Abrangendo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é composta por um denso sistema de fluxos, em razão dos elevados índices de urbanização, por atividades comerciais intensas e alto padrão de consumo de muitas empresas e de parte da população. É o centro de tomada de decisões do território brasileiro, abrigando atividades modernas e globalizadas, como alguns setores financeiros e de serviços. Os maiores centros urbanos se tornaram polos de comércio e de serviços. Na foto, prédios com helipontos, na Vila Olímpia, em São Paulo. REGIÃO NORDESTE Excetuando-se o período de grande desenvolvimento da economia canavieira (séculos XVI e XVII), de modo geral nela a circulação de pessoas, produtos, informação, dinheiro sempre foi precária, em razão da agricultura pouco intensiva e da urbanização irregular em alguns pontos do território sem falar é claro das relações sociais que aí se estabelecem. Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 17 A influência do fenômeno da globalização e a instalação do meio técnico-científico-informacional em certas manchas do território regional, como nas áreas irrigadas (o caso do vale do São Francisco), vão-se dar sobre um quadro socioespacial praticamente engessado. Essa situação abre a perspectiva de importantes fraturas na história social, com mudanças brutais dos papéis econômicos e políticos de grupos e pessoas e também lugares. Fonte: SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2001.p.268. Num bom pedaço do sertão nordestino, o cenário de pobreza está mudando. Numa área formada pelas zonas de cerrado de Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, culturas de soja, milho e algodão cada vez mais se misturam à paisagem. Apelidada de MAPITOBA por alguns e BAMATOPI por outros, a região já responde por 10% da soja produzida no país e desponta como uma das maiores potências no agronegócio. Com 2 milhões de habitantes, esse pedaço de Brasil ainda apresenta um PIB modesto: 6 bilhões de dólares, equivalente ao de Belém. Mas a geração de riqueza está se acelerando. Os produtores de grãos estabelecidos há mais tempo são migrantes do centro-sul do Brasil, em sua maioria gaúchos e paranaenses. Moderna produção de grãos em Uruçuí (PI). Fonte: www. veja.com.br REGIÃO CENTRO-OESTE Nela estão presentes algumas características da modernização em função de uma agropecuária modernizada, marcadamente exportadora e com ampla utilização de insumos agrícolas, comercializados por grandes empresas multinacionais. É possível afirmar que o Centro-Oeste também está integrado à globalização. QUESTÕES CORRELATAS (COMENTADA) • Comentário apenas em incorretas • O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, afirmou que o desmatamento na Amazônia caiu 16% entre agosto de 2016 e julho de 2017. Segundo o ministro, os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Internet: <https://g1.globo.com>. Tendo o texto acima apenas como referência inicial, julgue o item que se segue. Partes da Amazônia Legal em que o desmatamento ocorre com maior intensidade ficaram conhecidas como “arco do desmatamento”, em decorrência, principalmente, da atividade mineradora. Gabarito: Item Errado Comentário: A região que apresenta maiores índices de desmatamento é aquela onde a fronteira agrícola avança em direção à floresta, chamada de “Arco do Desmatamento”. Nos últimos anos, estudos constataram que a agricultura mecanizada e a pecuária são responsáveis por desflorestar a Amazônia com bastante agressividade. QUESTÕES CORRELATAS (Analista Ministerial - CESPE - MPE/TO-2006) A organização territorial do Brasil pode ser descrita como um processo intenso e por vezes conflituoso. Acerca desse processo e dos aspectos econômicos a ele associados, julgue os itens a seguir. 01. O processo de formação territorial do Brasil inclui o aumento do número de municípios. Item Correto 02. O avanço de fronteiras econômicas no interior do país causou a intensificação da ocupação da região Norte nos últimos tempos. Item Correto Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com https://g1.globo.com 18 03. A estagnação econômica do Centro-Oeste foi um dos motivos para o desmembramento dos estados de Mato Grosso e Goiás e a criação dos estados de Mato Grosso do Sul e do Tocantins. Item Errado Comentário: A região Centro-Oeste é hoje uma das que mais dinâmicas do país, mostrando que diferente da questão, a região não está estagnada. (INSS - Analista de Seguro Social � 2008) Acerca de economias regionais e blocos econômicos, julgue os itens 04 e 05 04. Classicamente, o Brasil possui apenas três macrorregiões econômicas, cada uma delas com características distintas devido a vários fatores, como história, desenvolvimento, população e economia. Item correto 05. A região Centro-Sul é a macrorregião brasileira mais desenvolvida economicamente, apesar de se encontrar atrás de outras macrorregiões em termos de indicadores sociais. Item Errado Comentário: A região Centro-Sul é a que apresenta os melhores indicadores sociais do país. (PM-CE - Soldado – 2008) Considerando os mapas I e II, julgue os itens que se seguem, relativos à geografia do Brasil. 06. Os critérios utilizados para o estabelecimento das regiões, tanto no mapa I quanto no mapa II, baseiam- se nos tipos de exploração econômica realizados em obediência ao planejamento regional dos governos federal e estadual. Item Errado Comentário: Os critérios utilizados nos mapas I e II são diferentes, o primeiro mapa destaca a classificação do IBGE, enquanto o segundo mapa destaca o mapa da proposta de Pedro Geiger. 07. A região Norte, representada no mapa I, vem sofrendo grandes transformações decorrentes do avanço da fronteira econômica na região e dos investimentos em infraestrutura realizados pelo Estado. Item Correto (Professor de Geografia – IFRS – 2010 – IF/RS) A organização regional do país que ora se apresenta difere da que ainda está vigente. Verifica-se, de um lado, a fusão dasregiões Sul e Sudeste gerando o Centro-Sul que inclui ainda parte da antiga região Centro-Oeste. Esta, por outro lado, desaparece, parte repassando a integrar o Centro-Sul, parte a Amazônia. O desaparecimento da região Centro-Oeste foi viabilizado pela fragmentação político-administrativa que ali se verificou na década de 80, a qual reflete, por sua vez, processos mais acentuados de diferenciação socioeconômica do território. A Amazônia teve seu território ampliado, aproximando seus limites da denominada Amazônia Legal. Mas deve-se considerar que a regionalização aqui apresentada está apoiada em limites formais, isto é, político-administrativos. Se considerarmos outros limites que os estaduais, veremos, com certeza, que o Nordeste avança pelo Norte mineiro, fato que a SUDENE reconhece plenamente. Veremos também que os chapadões sedimentares do oeste baiano, que passam por intenso processo de modernização agrícola, poderão estar incluídos na região Centro-Sul do país e não no Nordeste. Mas estes e outros acertos, contudo, não afetam a base da organização regional do país em três grandes regiões. (CORRÊA: 2001, p.198). Com relação a divisão regional do território brasileiro a partir de três grandes regiões geográficas, julgue as informações em relação a região Centro Sul. 08. Representa a principal região agropecuária do país, pela enorme variedade de sua produção assim como em relação ao valor e volume de sua base produtiva como o café, a cana-de-açúcar, a laranja e o leite, entre outros. Item Correto 9. Região que apresenta grande fragmentação político-administrativa aliada à força política e à aparente união dos grupos dominantes tradicionais e emergentes, que tornam possível a venda da imagem do subdesenvolvimento regional. Item Errado Comentário: Na realidade é a área mais desenvolvida do país é a região Centro-Sul, onde destaca-se o Sul do país, como um símbolo de desenvolvimento regional. Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 19 CAPÍTULO 03 GEOPOLÍTICA DO TERRITÓRIO BRASILEIRO ------------------------------------------------------------- A DIVISÃO INTERREGIONAL DO TRABALHO NO BRASIL Para onde vai o capitalismo no Brasil? Esta questão será aqui abordada com a preocupação de verificar o impacto dos deslocamentos do capital sobre cenário inter-regional. Assim como as mudanças no mercado de trabalho no país. A dinâmica regional brasileira, em função das mudanças que se processaram, em variadas dimensões da reprodução produtiva e social e das opções das políticas governamentais, durante os anos 90, tornou-se mais complexa, apresentando outra natureza, diferente daquela caracterizada pelos processos de concentração e de desconcentração regional que ocorreram no período 1930/85. A partir deste momento, nota-se uma sofisticação e aprofundamento da divisão inter- regional do trabalho no Brasil que ainda está por ser melhor determinada e apreendida Desde os anos 30, conhecemos um período de “complementaridade expansiva” entre as atividades econômicas das diversas porções do território nacional, que esteve vigente até meados da década de 1980. A partir daí tivemos inconsistentes surtos localizados de crescimento em algumas regiões e em alguns setores produtivos, ampliando ainda mais as heterogeneidades e assincronias nas decisões de investimento. Há hoje enormes disritmias e descompassos entre decisões públicas e privadas de inversão. Esse é um constrangimento fundamental, pois antes o Estado impunha sinalização, coordenava, regulava e procurava dar sintonia a essas decisões. Isso implicou enorme perda de capacidade de coordenação por parte do Estado e de indução do investimento privado. A partir dos anos 1990 percebe-se no Brasil uma reestruturação produtiva e os investimentos anunciados/realizados após o Plano Real não determinaram uma trajetória de crescimento econômico, capaz de reduzir as disparidades socioeconômicas nos âmbitos inter e intra-regionais. De um lado, houve perda de dinamismo econômico de algumas especializações regionais, que reduziram seu potencial de empuxe e arraste inter- setorial e de desenvolvimento regional (sendo que, na maioria dos casos, já se apresentavam bastante reduzidos durante o processo de desconcentração industrial). Por outro lado, algumas mudanças intra- setoriais/regionais foram importantes, como no caso dos setores automobilístico, têxtil, calçadista e de frigoríficos. Porém, estes movimentos não engendraram mudanças muito importantes na configuração da dinâmica regional brasileira, permanecendo esta caracterizada pela presença de uma região que é o núcleo central da acumulação de capital do país (Estado de São Paulo); e de diversas sub-regiões no interior das cinco macrorregiões brasileiras, denominadas aqui de especializações regionais , responsáveis por grande parte do dinamismo econômico de parcela da região em que estão instaladas. O ponto de partida diz respeito à inflexão estratégica, no início dos anos de 1990, representada pela política de abertura da economia como alternativa ao modelo de “crescimento” para dentro que se tinha como esgotado depois de meio século de relativo sucesso. O novo caminho foi em boa medida imposto pelas circunstâncias mundiais. Porém, representou também uma opção interna, assumida pelo governo e pela elite econômica. O conceito de “integração competitiva”, elaborado no âmbito do BNDES no final dos anos de 1980, forneceu a base intelectual para a mudança de rumo. Tendo em vista esse processo, que constituiu o pano de fundo para a análise a ser desenvolvida, a questão dos itinerários do capital será examinada em dois níveis. Em primeiro lugar, tratarei dos deslocamentos que se têm verificado em função de fatores primordialmente econômicos, ou seja, as mudanças na divisão inter-regional do trabalho associadas à dinâmica do mercado. Em segundo lugar, abordarei as mudanças induzidas ou condicionadas por fatores institucionais. Ao se investigar as mudanças no sistema econômico brasileiro - encarado como um complexo de regiões relativamente articuladas em um mercado nacional -, convém distinguir entre tendências de mudança que já se observavam no antigo contexto semi-autárquico (na década de 1980 e mesmo antes) Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 20 e transformações derivadas propriamente da abertura dos anos de 1990. A industrialização do Brasil tomou corpo a partir dos anos 1930, com a interligação de mercados regionais até então bastante isolados uns dos outros em um mercado nacional protegido da concorrência externa. Deu-se um processo de concentração industrial que abafou aos poucos o parque industrial preexistente em diversas partes do país. O Brasil entrou às cegas no mundo global, que promoveu a intensificação dos fluxos internacionais de capitais nos mercados financeiros e a abertura das economias nacionais ao comércio. Na América Latina, os projetos de industrialização protegida deram lugar a ajustes destinados a integrar as economias nacionais a nova realidade global. O período neoliberal que se inicia nos anos 90 na América Latina, marca o período de redemocratização no Brasil e marca a chegada de Fernando Collor de Melo ao poder, seguido de Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef, seguida por Michel Temer. Dilma Roussef, primeira mulher presidente do Brasil. No início dos anos 90 foi implementado no Brasil o Programa Nacional de Desestatização com grande participação de capitais estrangeiros. Esse processo teve seu ápice nas duas gestões FHC (1995- 2002). A ideia é que a privatização ocorra quando uma estatal não está mais gerando os lucros exigidos para competir no mercado com outras empresas do mesmo ramo ou quando ela passa por grandes dificuldades financeiras. NoBrasil, durante os anos 1990, foram vendidas cerca de 100 empresas públicas dos mais variados setores para a iniciativa privada, dentre as quais se destacam os setores das telecomunicações (Embratel), energia (Light), mineração e siderurgia (Vale do Rio Doce), entre outras. De uma maneira geral, a privatização de empresas públicas é um tema controverso e que divide opiniões. Especialistas do setor econômico avaliam que o poder público ganha na medida em que evita os gastos destinados aos investimentos dessas empresas, ao mesmo tempo, há um incremento nas receitas com arrecadação dos tributos gerados quando se tornam privadas. Além disso, a empresa pode vir a ser mais competitiva no mercado, em função de sua desburocratização, o que provoca mais rapidez na produtividade e maior eficiência da gestão. Outros analistas, no entanto, indicam que as privatizações podem reduzir o número de postos de trabalho, bem como a autonomia do país em setores estratégicos do seu desenvolvimento. Na medida em que se desfaz de suas empresas, pode comprometer sua capacidade de gestão em qualquer aspecto da economia, tanto na definição dos limites dos empreendimentos econômicos quanto na capacidade de interferir no setor quando necessário. BRASIL E SÉCULO XXI Nos primeiros anos do século XXI foram efetuados diversos ajustes na economia do país. Parte dessas medidas de estabilização possibilitaram um crescimento econômico que se traduziu em controle da inflação, crescimento do PIB, queda do desemprego urbano e forte saldo comercial. Medidas como austeridade fiscal, regime cambial baseado em câmbio livre e um superávit primário forte foram medidas adotadas pelo Brasil, baseados no receituário do Consenso de Washington. EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS (1996-2012) Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 21 QUESTÕES CORRELATAS (COMENTADA) Desde 2007, os produtos básicos sinalizam uma estabilização no quantum importado, apresentando pequena variação entre as quantidades máxima e mínima em cada ano. Por sua vez, os produtos semimanufaturados, após período de estabilidade, começam a mostrar tendência de crescimento. Enquanto isso, as quantidades importadas de produtos manufaturados tiveram crescimento contínuo e foram fortemente aceleradas nos dois últimos anos, impulsionadas pela demanda doméstica e pela forte valorização do real. (http://www.aeb.org.br/userfiles/file/AEB%20%20Radiografia%20 Com%C3%A9rcio%20Exterior%20Brasil.pdf. Adaptado) Apesar da posição do Brasil na Nova Divisão Internacional do Trabalho, o país ainda mantém a dependência na importação de produtos de alto valor agregado. Gabarito: Item Correto Comentário: A grande produção de commodities nos últimos anos, somado aos reduzidos investimentos em tecnologia e a desindustrialização em curso no Brasil, faz com que o país tenha uma grande dependência de importação de produtos de alto valor agregado, sobretudo dos Estados Unidos, China e União Europeia. QUESTÕES CORRELATAS • Comentário apenas em incorretas • (Agente de Inteligência - ABIN - CESPE 2018) Com referência à divisão inter-regional do trabalho e da produção no Brasil, julgue os itens a seguir. 01. A Zona Franca de Manaus é uma concentração industrial que, apesar de distar dos grandes centros urbanos e consumidores do centro-sul do país, se articula a praticamente todo o território nacional, ilustrando o processo de privatização do território por meio do uso privado de recursos públicos. Item Correto 02. A partir da reestruturação produtiva do território brasileiro, imposta pela globalização, três das principais metrópoles nacionais, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, passaram a ter relações de complementariedade e de cooperação: enquanto São Paulo emergiu como potência industrial e o Rio de Janeiro expandiu a sua relevância econômica, Brasília se consolidou como o centro político do território. Item Errado Comentário: A questão apresenta que São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília só conseguiram os respectivos aspectos (São Paulo = potência industrial; Rio de Janeiro expandiu a sua relevância econômica, Brasília = centro político do território.) APÓS a globalização, quando na realidade, ocorreu ANTES da globalização. 03. Com a globalização e as exigências do mercado global, todo o território nacional se inseriu em dinâmicas de competição internacional ligadas à exportação de produtos agropecuários e industriais ou nas atividades de suporte ao circuito superior e inferior da economia, gerando ciclos de desenvolvimento econômico. Item Errado 04. As atividades corporativas de empresas nacionais e internacionais (produção, circulação, distribuição e consumo) integram partes expressivas do território brasileiro, por meio de redes de infraestruturas, de informação e comunicação. Item Correto Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com http://www.aeb.org.br/userfiles/file/AEB Radiografia 22 (Professor de Geografia – SP/VUNESP 2007) No decorrer dos 50 anos que separam a organização do espaço apresentada no mapa 1 para a observada no mapa 2 ocorreram importantes transformações. (Hervé Théry e Neli Aparecida de Mello. Atlas do Brasil) A partir da análise dos mapas julgue os itens subsequentes. 05. A criação de novos centros econômicos no interior do país reduziu a centralidade do Sudeste e possibilitou uma integração mais harmônica do espaço nacional. Item Errado Comentário: Apesar de uma redistribuição das atividades econômicas, o Sudeste não perdeu a centralidade. 06. Os espaços que haviam sido organizados pelos antigos ciclos econômicos foram praticamente abandonados para a formação de novos espaços. Item Errado Comentário: Os espaços organizados no passado da formação econômica brasileira ainda são os grandes centros do país. 07. A ampliação das redes de infraestrutura nos setores de energia, transportes e comunicações integraram os antigos espaços aos novos que foram se organizando, apesar das deficiências. Item Correto 08. O principal fator desencadeador da integração nacional foi o processo migratório fortemente incrementado pelos nordestinos que se dispersaram pelas regiões ao longo do tempo. Item Errado Comentário: O processo migratório nordestino não é considerado o principal fator desencadeador dessa integração. 09. Vários fatores econômicos possibilitaram a integração nacional ao mesmo tempo que eliminaram dos antigos espaços as heranças históricas do período colonial. Item Errado Comentário: As diferenças históricas ainda existem no cenário inter-regional e intra-regional. 10. As conexões estabelecidas entre a Amazônia desde os anos 1940 e as outras áreas do país, faz parte de um quadro geopolítico para a região, onde se prevê o crescimento do comércio. Item Errado Comentário: A Amazônia de fato só foi “inserida” dentro da geopolítica brasileira a partir de conexões e de infraestrutura a partir dos anos 50, com a criação da SPVEA. Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 23 CAPÍTULO 04 GEOPOLÍTICA DO TERRITÓRIO BRASILEIRO ------------------------------------------------------------- A ESTRUTURA URBANA BRASILEIRA E AS GRANDES METRÓPOLES A intensa urbanização que vem ocorrendo no Brasil, especialmente a partir de 1950, tem sido acompanhada por um processo de metropolização que, segundo IPEA (2010) consiste em um processo de integração de território a partir de uma cidade- núcleo, configurando um território ampliado, em que se compartilha um conjunto de funções de interesse comum. Ou seja, trata-se de �uma ocupação urbana contínua, que ultrapassa os limites físicos dos municípios�. É um equívoco comum, em livros, revistas e outras publicações, confundir urbanização com crescimento urbano, na realidade dois processos interligados, mas distintos. O crescimentourbano consiste na expansão das cidades e pode existir sem que, necessariamente, haja urbanização. Esta só ocorre quando o crescimento urbano é superior ao rural, ou seja, quando há migrações rural-urbanas e a população das cidades aumenta proporcionalmente em relação à do campo. Em alguns países desenvolvidos, como o Reino Unido, a urbanização já cessou, passando a haver apenas um limitado crescimento urbano, que decorre, em parte, do crescimento natural da população das cidades e, em parte, da imigração. Nesse país, a população urbana já chegou aos 92% do total e prevalece uma situação estável entre a cidade e o campo, com visível diminuição da migração rural-urbana, que, por vezes, chega a ser inferior à migração urbano-rural. A urbanização, portanto, tem limite, ponto final, ao passo que o crescimento das cidades pode continuar indefinidamente. Um bom exemplo é Cingapura, Estado-Nação com uma única cidade é sem meio rural. Logo, sua população urbana é de 100%; existe crescimento urbano, crescimento da população da cidade e também renovação urbana (com construção de obras), mas não existe urbanização, visto que não há migrações do campo para a cidade. Dessa forma, é errado falar em urbanização no Brasil durante a época colonial, quando ocorreu na verdade um crescimento de cidades, pois a população rural cresceu tanto quanto a urbana, e às vezes até mais. A urbanização só começou a existir de fato quando a indústria se tornou o setor mais dinâmico da economia, o que só aconteceu no século XX. Quando a economia nacional foi dominada pelas atividades primárias de exportação, como o açúcar (séculos XVI e XVII), a mineração (século XVIII), o café (de meados do século XIX até início do século XX) e outras, a população urbana permaneceu mais ou menos estável, representando de 6% a 8% do total. Isso é facilmente explicado pela predominância da força de trabalho no setor primário, pela quase inexistência do setor secundário (indústrias) e pela pequena necessidade de mão-de-obra no setor terciário (principalmente comércio e administração). a industrialização, verificou-se uma urbanização intensa, ocorrendo aumento proporcional dos empregos no setor secundário e no terciário (bancos, comércio, escolas, seguros, etc.). A percentagem da população urbana sobre o total da população brasileira passou de cerca de 16% em 1920 para 31% em 1940, 45% em 1960 e cerca de 80% em 2010. Veja o gráfico abaixo. Fonte: IBGE* (*)o gráfico representa a aceleração da urbanização brasileira. O critério para definir população urbana é político-administrativo: “Trata-se os moradores de cidades (sedes de município) ou de vilas (sedes de distritos)”. É evidente que esse não é o melhor critério, pois é comum certas aglomerações pequenas e voltadas para atividades agrárias serem classificadas como vilas ou até como cidades. Mas, mesmo que se altere esse critério e se adote outro - o de considerar como urbanas apenas as populações de cidades com mais de 20 mil habitantes, por exemplo Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 24 -, ainda se verificará uma urbanização intensa, pois as grandes e as médias cidades vêm crescendo bem mais que as pequenas. Afirma-se comumente que a urbanização brasileira não é decorrência direta da industrialização, pois esta não gera empregos em número suficiente para atender ao grande êxodo rural e provoca, assim, desemprego e subemprego em grande escala nas cidades. De fato, quando comparamos a urbanização do Brasil com a que ocorreu nos países capitalistas desenvolvidos na época da Revolução Industrial, verificamos que aqui o setor secundário absorveu menos mão-de-obra. E também que o setor terciário se tornou hipertrofiado, pouco capitalizado e com atividades de pequeno porte que podem ser classificadas como subemprego. Isso se aplica ao grande número de vendedores ambulantes, empregadas domésticas, guardadores e lavadores de carros nas ruas, etc. Em parte, isso se explica, porque, como vimos, a industrialização brasileira é do tipo tardia, tendo se iniciado apenas no final do século XIX e mediante importação de tecnologia e máquinas dos países desenvolvidos. Essa tecnologia, geralmente poupadora de mão-de-obra, foi desenvolvida em países em que o crescimento demográfico há muito tempo declinou, paralelamente à urbanização que ocorreu no século XIX (no caso do Reino Unido, desde meados do século XVIII). No Brasil, assim como em outros países de industrialização tardia, essa tecnologia importada agravou o problema do desemprego e do subemprego, já que o declínio das taxas de natalidade é bem mais recente e menos acentuado que nos países em que ela foi elaborada. Mas, se no setor industrial ocorre essa modernização rápida mediante tecnologia importada, no setor terciário verifica-se o contrário: como grande parte dos capitais concentra-se na indústria, as atividades terciárias funcionam com pouco capital e muita mão-de-obra. Isso explica o número excessivamente grande (quando comparado aos países desenvolvidos) de pequenos estabelecimentos comerciais, de ambulantes e autônomos, de pequenas oficinas, de guardadores ou lavadores de carros nas ruas, etc. Ou seja, nos países líderes da Revolução Industrial, essas atividades são geralmente exercidas por grandes empresas capitalistas, ao passo que no Brasil, por causa da carência de capitais, muitas vezes são realizadas por pequenas firmas ou por trabalhadores autônomos, que utilizam muito trabalho e poucas máquinas. É evidente que também existem grandes empresas capitalistas no setor terciário brasileiro - como os bancos, empresas de seguros, firmas de publicidade, cadeias de supermercados, etc., cujo número vem mesmo crescendo nos últimos anos -, mas a proporção de pequenas empresas e de trabalhadores autônomos ainda é muito grande. Esse setor terciário hipertrofiado e geralmente descapitalizado ajusta-se muito bem às necessidades do setor industrial. As pequenas empresas comerciais e os vendedores ambulantes comercializam produtos fabricados por firmas modernas (roupas, calçados, perfumes, canetas, eletrodomésticos e até automóveis). As pequenas oficinas e os lavadores de carros fazem um serviço de conservação que, nos países desenvolvidos, é realizado por grandes empresas. O elevado número de empregadas domésticas compensa a baixa mecanização das atividades nas residências. Além disso, o grande número de subempregados e desempregados constitui um volumoso exército de reserva para as empresas capitalistas, que pode ser aproveitado nos períodos de expansão econômica e contribui para manter baixos os níveis salariais, pelo excesso de oferta de força de trabalho. Dessa forma, a urbanização brasileira decorre, de fato, do tipo de industrialização que aqui existe - tardia, típica do capitalismo dependente ou “selvagem”. Logo, também é uma urbanização “selvagem”, com setor terciário hipertrofiado, muito desemprego e subemprego. REGIÕES METROPOLITANAS A intensa urbanização que vem ocorrendo no Brasil, especialmente a partir de 1950, tem sido acompanhada por um processo de metropolização, isto é, concentração demográfica nas metrópoles (cidades com mais de 1 milhão de habitantes) e formação de áreas ou regiões metropolitanas. Isso significa que as grandes cidades, principalmente as metrópoles, geralmente têm crescido a um ritmo superior ao das pequenas e médias cidades. Assim, quando somamos a população das dez principais metrópoles do país - São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Brasília e Belém - com a das cidades que pertencem às suas respectivas áreas metropolitanas, verificamos que, em 1950, elas reuniam por volta de 18% da população nacional; em 1970, esse número subiu para 26% e, em 2005, Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com25 para cerca de 32% da população total do Brasil. E, se incluirmos as outras cidades ou aglomerados urbanos que já ultrapassaram um milhão de habitantes em 2005 - Manaus, Goiânia, Baixada Santista, Grande Vitória e região metropolitana de Campinas -, veremos que a percentagem da população brasileira que vive em metrópoles já supera os 35% do total. Com o crescimento acelerado das grandes cidades e com os processos de conurbação que nelas frequentemente ocorrem, certos problemas urbanos - como os transportes, abastecimento de água, esgotos, uso do solo - não devem mais ser tratados isoladamente em cada cidade vizinha, mas em conjunto. Daí surgiu, em uma lei federal de 1973, a definição de áreas ou regiões metropolitanas: Conjunto de municípios contíguos [vizinhos ou espacialmente interligados] e integrados socioeconomicamente a uma cidade central, com serviços públicos e infraestrutura comuns. Essas regiões metropolitanas foram estudadas e definidas pelo IBGE nos anos 1970 e depois incluídas na Constituição de 1988, que as tirou da esfera federal e deu autonomia aos estados para estabelecerem as suas áreas metropolitanas. No início eram nove, que juntamente com Brasília ainda são as principais regiões metropolitanas do país (veja quadro na página seguinte), não obstante o surgimento recente de várias outras em alguns estados. PRINCIPAIS REGIÕES METROPOLITANAS Em 2005 já existiam 27 regiões metropolitanas, e esse número tende a aumentar cada vez mais, pois existe ainda um processo de urbanização e um crescimento horizontal das cidades, o que, com frequência, origina conurbações. Hoje o número de regiões metropolitanas é bem maior que no início dos anos 2000, chegando em 2018 em um total de 73 regiões metropolitanas no Brasil. A criação de uma região metropolitana não se presta a uma finalidade meramente estatística; o principal objetivo é a viabilização de sistemas de gestão de funções públicas de interesse comum dos municípios abrangidos. Além disso, não possuem personalidade jurídica própria, nem os cidadãos elegem representantes para a gestão metropolitana. Assim, cada região metropolitana possui um planejamento integrado de seu desenvolvimento urbano, que é elaborado por um conselho deliberativo nomeado pelo governo de cada estado, com o auxílio de um conselho consultivo formado por representantes de cada município integrante da região. Procura-se, desse modo, tratar de forma global certos problemas que afetam o conjunto da área metropolitana e que, antes, ficavam a cargo apenas, das prefeituras de cada município. Contudo, esse conselho não é um poder independente e à margem dos poderes locais dos municípios. É apenas uma ação coordenada do estado com os municípios da região, que continuam exercendo com independência todas as suas funções no plano municipal. Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 26 REDE URBANA Como vimos, a urbanização brasileira só começou no momento em que a indústria se tornou o setor mais importante da economia nacional. Assim, representa um dos aspectos da passagem de uma economia agroexportadora para uma economia urbano-industrial, o que só ocorreu no século XX e se intensificou a partir de 1950. Essa transformação do Brasil, que deixou de ser um país agrário e rural para tornar-se um país urbano e industrial, embora ainda subdesenvolvido, apresenta outros aspectos. Por exemplo: as camadas sociais dos fazendeiros e grandes comerciantes exportadores deixaram de ser dominantes politicamente, perderam parte da sua influência sobre o governo em favor dos industriais, banqueiros, empresários das comunicações (televisão, jornais, rádios, revistas) e até mesmo, pelo menos antes das privatizações, diretores de grandes empresas estatais. Enfim, o meio rural não mais produz para o mercado externo, independente das cidades, como era regra geral até o fim do século XIX, mas em função do meio urbano. HIERARQUIA URBANA Além de passar a comandar o meio rural que lhe é vizinho (ou, às vezes, até aqueles bem distantes, como é o caso das metrópoles), as cidades também estabelecem entre si uma rede hierarquizada, um sistema de relações econômicas e sociais em que umas se subordinam a outras. Existem milhares de cidades ou municípios (pois toda cidade, no Brasil, é sede de um município), geralmente classificadas em pequenas, médias ou grandes, embora existam diferenças dentro de cada uma dessas categorias. As cidades pequenas ou locais são aquelas com até 100 mil habitantes; as médias têm de 100 a 500 mil; e as grandes, mais de 500 mil habitantes. As cidades pequenas, que existem em grande número (milhares), dependem das médias (que existem em número menor, algumas centenas) ou das grandes; as cidades médias, por sua vez, subordinam-se às grandes e estas às metrópoles. Em outras palavras, a modernização do país, resultante do crescimento da economia urbano-industrial, produziu uma divisão territorial do trabalho, uma verdadeira rede na qual existe uma subordinação do campo à cidade, bem como das cidades menores às maiores. AS DUAS METRÓPOLES GLOBAIS No topo do sistema integrado de cidades, situam-se as duas metrópoles globais do país: São Paulo e Rio de Janeiro (foto a seguir). Eram consideradas, até há alguns anos, como metrópoles nacionais, mas o IBGE produziu uma nova classificação na qual elas foram alçadas ao nível de metrópoles globais em virtude da influência que exercem sobre áreas além do território nacional. Elas polarizam todo o território brasileiro e, mais além, exercem forte influência sobre parte da América do Sul e até da África, comandando praticamente a vida econômica e social da nação com suas indústrias, universidades e centros de pesquisas científicas e tecnológicas, bancos, bolsas de valores, mídia, grandes estabelecimentos comerciais, etc. Elas são polarizadas apenas pelas maiores metrópoles globais do mundo: Nova York, Londres, Tóquio e outras. v Vista parcial de São Paulo Transaction: HP05615468732985 e-mail: failanmoreira@gmail.com http://www.quebrandoasbancas.com 27 Como essas metrópoles se localizam mais ou menos próximas (em relação às dimensões do território brasileiro), ligadas pela via Dutra, em torno da qual existe uma área intensamente urbanizada, onde estão cidades como São José dos Campos, Taubaté, Lorena e Volta Redonda, entre outras, convencionou-se nos últimos anos que ali se formou uma megalópole ou uma região urbana global. De fato, essa área superurbanizada, que vai de São Paulo até o Rio de Janeiro e que abrange cerca de 47 000 km2 (0,6% do território nacional), abriga cerca de 22% da população total do país, mais de 50% dos automóveis e da produção industrial do Brasil. METRÓPOLES NACIONAIS Logo abaixo das metrópoles globais e acima de todas as outras cidades, surgem sete metrópoles nacionais - grandes cidades que, de uma forma ou de outra, polarizam praticamente todo o território nacional: Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e Brasília. METRÓPOLES E CENTROS REGIONAIS Nessa escala hierárquica da rede urbana brasileira aparecem em seguida quatro metrópoles regionais, cidades que polarizam uma imensa região: Belém, Manaus, Goiânia e Campinas. Depois temos os centros regionais, que, geralmente, são polarizados por uma metrópole regional (além das nacionais e globais) e, por sua vez, polarizam uma boa parte da região comandada pela metrópole regional. Esses centros regionais são muito diversificados, com variados tamanhos e equipamentos: o IBGE reconhece 68 deles. Como exemplos de centros regionais, podemos citar São Luís, Maceió, João Pessoa, Londrina, Cuiabá, Ribeirão Preto, Santos, Florianópolis e inúmeras outras cidades. PROBLEMAS SOCIAIS URBANOS O processo de urbanização do Brasil, fruto de uma industrialização tardia, realizada em um país de capitalismo dependente,
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