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DIREITO PENAL I - PLANO DE AULA 05 - TEORIA DO CRIME (1ª PARTE)

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PLANO DE AULA
DIREITO PENAL I
UNIDADE IV
1. Introdução
a. 
2. Parte teórica
Unidade III -Teoria do CRIME
TEORIA DO CRIME
 
1. Conceito de Crime
 
a. Material - é toda ação ou omissão humana que lesa ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos penalmente tutelados. 
b. Legal - é a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção (art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal); considera-se infração penal tudo aquilo que o legislador descrever como tal, pouco importando o seu conteúdo, sem levar em conta sai essência ou lesividade material afronta o princípio constitucional da dignidade humana. 
c. Analítico – Busca estabelecer os elementos estruturais do crime, propiciar a correta e mais justa decisão sobre a infração penal do seu autor, fazendo com que o julgador ou intérprete desenvolva o seu raciocínio em etapas. Sob esse ângulo, crime é todo fato típico e ilícito, devendo-se observar, em primeiro lugar, a tipicidade de conduta. 
· Concepção bipartida - nessa concepção a culpabilidade não integra o seu conceito, sendo crime apenas o fato típico e ilícito (ou antijurídico) 
Obs.: é de preferência da doutrina o uso do termo ilicitude e não antijurídico, uma vez que o crime, embora contrário à Lei Penal, não deixa de ser um fato jurídico. 
· Concepção tripartida – São elementos do crime: a culpabilidade, a ilicitude e o fato típico. 
2. Sujeitos do Crime
 
1. Ativo - é a pessoa que realiza direta ou indiretamente a conduta criminosa.
 
· Pessoa jurídica como sujeito ativo de crimes
· Teoria da ficção jurídica (Savigny)
· Teoria da realidade (Otto)
· Posição constitucional - art. 225, §3º 
· STJ e STF são favoráveis a 2ª corrente
 
1. Passivo - é o titular do bem jurídico protegido pela lei penal violada por meio da conduta criminosa.
 
· Divide-se em duas espécies
· Mediato ou indireto - o Estado
· Imediato ou direto - é o titular do bem jurídico especificamente tutelado pela lei penal.
· Indeterminado (crimes vagos) - ente destituído de personalidade jurídica - coletividade.
 
3. Objeto do crime
 
· É o bem ou objeto contra o qual se dirige a conduta criminosa.
· Objeto jurídico: é o bem jurídico, isto é, o interesse ou valor protegido pela norma penal.
· Objeto material: é a pessoa ou coisa que suporta a conduta criminosa.
 
4. Classificação do crime
 
1. Quanto ao sujeito
0. Comum ou geral
É aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa. 
0. Próprio ou especial
Exige do sujeito ativo uma qualidade especial. Ex.: crime de corrupção passiva (praticado por funcionário público) 
0. De mão própria
Apenas o sujeito indicado no tipo penal pode praticar o crime. Ex.: art. 124, do CP. 
 
1. Quanto a estrutura da conduta
0. Simples
Que amolda em um único tipo penal. Ex.: caso do furto (CP, at. 155) 
0. Complexo
Aquele que resulta da união/junção de dois ou mais tipos penais. Ex.: crime de roubo (CP, art. 157) = fusão entre furto e ameaça (no caso de ser praticado com emprego de grava ameaça – CP, art. 147) 
 
1. Quanto a relação entre a conduta e o resultado naturalístico
0. Materiais ou causais
Tem em seu interior a conduta e o resultado naturalístico, sendo a ocorrência deste último necessária para consumação. Ex.: caso de homicídio – CP, art. 121 -, a conduta é “matar alguém” e o resultado naturalístico ocorrem com o falecimento da vítima, operando-se com ele a consumação. 
 
0. Formais, de consumação antecipada ou de resultado cortado
Contém em seu bojo a conduta e o resultado naturalístico, mas este último é desnecessário para a consumação.
0. De mera conduta ou simples atividade 
O tipo penal descreve a conduta sem um resultado naturalístico. Ex.: ato obsceno.
 
1. Quanto ao momento consumativo
0. Instantâneo
Aquele cuja consumação se verifica em um determinado momento determinado, sem continuidade no tempo.	
0. Permanente
Cuja a consumação se prolonga no tempo, por vontade do agente. Ex.: sequestro e cárcere privado. 
0. Instantâneo de efeitos permanentes
São aqueles cujos efeitos subsistem após a consumação, independente da vontade do agente. Ex.: bigamia (CP, art. 235) 
0. A prazo 
a consumação exige a fluência de determinado prazo. Ex.: lesão corporal grave (CP, art. 129, §1°, I) 
 
1. Quanto ao número de agentes
0. Unissubjetivos ou de concurso eventual
São praticados por um único agente. Admitem, entretanto, o concurso de pessoas. 
0. Plurissubjetivos ou de concurso necessário.
São aqueles em que o tipo penal reclama a pluralidade de agentes, que podem ser coautores ou participantes, imputáveis ou não, conhecidos ou desconhecidos, e inclusive pessoas em relações às quais já foi extinta a punibilidade. 
1. Quanto ao grau de intensidade do resultado
0. Dano ou lesão
São aqueles cuja consumação somente se produz com efetiva lesão do bem jurídico. Ex.: crime de homicídio. 
0. Perigo
São aqueles que se consumam com a mera exposição do bem jurídico penalmente tutelado a uma situação de perigo, ou seja, basta a probabilidade de dano. 
· Abstrato
Consumam-se com a prática de conduta, automaticamente. Não se exige a comprovação da produção de situação de perigo. Ao contrário, há presunção absoluta (iuris et de iure) de que determinadas condutas acarretam perigo a bens jurídicos. Ex.: tráfico de drogas (Lei 11.343/2006, art. 33, caput) 
· Concreto
Consumam-se com a efetiva comprovação, no caso concreto, da ocorrência da situação de perigo. Ex.: crime de perigo a vida ou saúde de outrem (CP, art. 132) 
 
· Individual
Atintem uma pessoa ou um número determinado de pessoas, tal como perigo de contágio venéreo (CP, art. 130)
 
· Coletivo
Atingem um número indeterminado de pessoas.
· Atual
Perigo está ocorrendo, como no caso de abandono de incapaz (CP, art. 133)
 
· Iminente
O Perigo estás prestes a ocorrer. 
1. Quanto ao número de atos executórios
0. Unissubsistentes 
São aqueles cuja conduta se revela mediante um único ato de execução, capaz de por si só produzir consumação, tal como crimes contra a honra praticados com emprego de palavra. Não admitem tentativa. 
0. Plurissubsistentes
São aqueles cuja conduta se exterioriza por meio de dois ou mais atos, os quais devem somar-se para produzir a consumação. É o caso do crime de homicídio praticado por diversos golpes de faca. É possível a tentativa em virtude da pluralidade dos atos executórios.
 
a. Quanto a forma pela qual é praticada a conduta
· Comissivos ou de ação
São praticados mediante uma conduta, um fazer, tal como se dá o roubo, homicídio etc.
· Omissivos ou de omissão
São cometidos por meio de uma conduta negativa, uma inação, de um não fazer.
· Próprios
A omissão está contida no tipo penal, ou seja, a descrição da conduta prevê a realização do crime por meio de uma conduta negativa. Não há previsão legal do dever jurídico de agir, de forma que o crime pode ser praticado por qualquer pessoa que se encontre na posição indicada pelo tipo penal. Nesses casos, o omitente não responde pelo resultado naturalístico eventualmente produzido, mas somente pela sua omissão. Ex.: omissão de socorro.
· Impróprios ou comissivos por omissão
O tipo penal aloja em sua descrição uma ação, uma conduta positiva, mas a omissão do agente, que descumpre o seu dever jurídico de agir, acarreta a produção do resultado naturalístico e a sua consequente responsabilização penal. 
 
1. Quanto ao modo de execução
0. De forma livre
São aqueles que admitem qualquer meio de execução. É o caso de ameaça (CP, art. 147), que pode ser cometida com emprego de gestos, palavras, escritos, símbolos etc. 
0. De forma vinculada
São aqueles que apenas podem ser executados pelos meios indicados no tipo penal. É o caso do crime de perigo contágio venéreo (CP, art. 130), que somente admite a prática mediante relações sexuais ou ato libidinoso. 
 
1. Quanto a sua existência autônoma
0. Crimes principais
São aos que possuem existência autônoma, isto é, independem da prática de um crime anterior. Como no caso de estrupo.
0. Crimes acessórios ou parasitários
Dependem da prática de um crime anterior, tal como na receptação (CP, at.180), nos crimes de favorecimento pessoal e real (CP, arts. 348 e 349) e na lavagem de dinheiro (Lei 9.613/1998, art. 1°) 
 
1. Quanto a necessidade de elaboração de corpo de delito
0. Transeuntes
São aqueles que não deixam vestígios materiais, como no caso dos crimes praticados verbalmente (ameaça, desacato, injuria, calúnia, difamação etc.). Não se realiza a perícia (CPP, arts. 158 e 564, III, “b”) 
0. Não transeuntes
São aqueles que deixam vestígios materiais, tais como o homicídio e as lesões corporais. 
 
1. Quanto ao local em que se produz o resultado
0. A distância
São aqueles cuja conduta e resultado ocorrem em países diversos.
0. Plurilocais
São aqueles cuja conduta e resultado se desenvolvem em comarcas diversas, sediadas no mesmo país.
 
1. Outras classificações
0. Crimes vagos
É aquele em que figura como sujeito passivo uma entidade destituída de personalidade jurídica, como a família ou a sociedade. 
0. Crimes habituais
É o que somente se consuma com a prática reiterada e uniforme de vários atos que se revelam um criminoso estilo de vida do agente. Cada ato, isoladamente considerado, é atípico. 
0. Cries hediondos
É todo aquele que se enquadra no rol do artigo 1° da Lei 8.072/1990, na forma consumada ou tentada. Adotou-se um critério legal: crime hediondo é aquele que a ei define como hediondo. 
 
FATO TÍPICO
 
	Fato típico é o fato humano, material, que se enquadra perfeitamente aos elementos descritos no tipo penal. Em sentido contrário, fato atípico é a conduta que não correspondência em nenhum tipo penal. 
	São quatro elementos do fato típico: conduta, resultado naturalístico (só nos crimes materias), nexo causal (relação de causalidade) e tipicidade. 
1. Conduta
  
1. Teoria Clássica 
 
"é o comportamento humano voluntário que produz modificação no mundo exterior".
 
· Causal - causa e efeito
· Vontade é a causa da conduta e conduta é a causa do resultado.
· A conduta criminosa depende apenas da circunstância de ter o agente produzido FISICAMENTE um resultado previsto em lei.
· É a denominada fotografia do resultado.
· Essa teoria não distingue a conduta dolosa da culposa (é uma análise objetiva da conduta).
· Problemas para explicar os crimes formais e os crimes tentados.
 
1. Teoria Finalista
 
· Parte da concepção de que o homem é livre e responsável pelos seus atos.
· Conduta é para a teoria finalista, o comportamento humano, consciente e voluntário, dirigido a um fim.
· O dolo e a culpa se deslocam da culpabilidade e passam a integrar o tipo penal (FATO TÍPICO).
 
· Conceito
 
"é a ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a um fim, consistente em produzir um resultado tipificado em lei como crime ou contravenção penal".
 
1. Formas de Conduta
 
· Ação - consiste num movimento corporal exterior.
· Omissão - comportamento de não fazer aquilo que podia e devia ter feito em termos jurídicos.
 
1. Caracteres da Conduta
 
· Apenas o ser humano pode praticar condutas penalmente relevantes.
· Somente a conduta voluntária interessa ao direito penal.
· Apenas atos manifestados no mundo exterior ingressam no conceito de conduta, estando a cogitação de fora. (iter criminis) 
· A conduta é composta por dois elementos:
· Um ato de vontade, dirigido a um fim;
· A manifestação da vontade no mundo exterior;
· Por meio de uma ação ou omissão.
 
1. Exclusão da conduta
 
· Caso fortuito (homem).
· Força maior (natureza).
· Acontecimentos imprevisíveis e inevitáveis
· Atos ou movimentos reflexos.
· Coação física irresistível (vis absoluta) – física e moral. 
· Sonambulismo ou hipnose.
 
2. Do Resultado
 
1. Conceito
 
"é a consequência provocada pela conduta do agente".
 
1. Espécies
 
· Jurídico ou normativo: lesão ou ameaça de perigo de lesão do bem jurídico protegido pela lei penal.
· Naturalístico ou material: é a modificação do mundo exterior provocada pela conduta do agente.
 
3. Relação de Causalidade ou Nexo Causal
 
1. Conceito
 
"é o vínculo formado entre a conduta praticada por seu autor e o resultado por ele produzido".
 
1. Teorias
 
· Equivalência dos antecedentes ou Teoria da conditio sine qua non - causa é todo fato humano sem o qual o resultado não teria ocorrido, quando ocorreu e como ocorreu (teoria adotada pelo Código Penal – Art. 13, caput.);
· Causalidade adequada - causa é o antecedente, não só necessário, mas adequado à produção do resultado, ou seja, idônea a gerar o fato. (Art. 13, §1°, CP) 
 	
1. Conceito de Causa
 
"é todo o comportamento humano, comissivo ou omissivo, que de qualquer modo concorreu para a produção do resultado naturalístico".
 
· Para verificar se algum acontecimento se insere ou não no conceito de causa, emprega-se o processo hipotético de eliminação.
· Exige-se, entretanto, a CAUSALIDADE PSÍQUICA - que se constitui na presença de dolo ou culpa por parte do agente em relação ao resultado.
 
1. Concausas
 
· É a convergência de uma causa externa a vontade do autor da conduta, influindo na produção do resultado naturalístico por ele desejado e posicionando-se paralelamente ao seu comportamento, comissivo ou omissivo.
 	
1. Espécies de Causas
 
· Causa dependente: é a que emana da conduta do agente, inserindo-se no curso normal do desenvolvimento causal.
· Causa independente: é que foge da linha normal de desdobramento da conduta.
 
1. Causas absolutamente independentes
 
· São aquelas que não se originam da conduta do agente.
 
· É preexistente quando existe anteriormente à prática da conduta (o resultado teria ocorrido da mesma forma)
· “A” efetua disparo de arma de fogo em “B”. Exame identifica que “B” morreu por envenenamento anterior efetuado por “C”.
 
· É concomitante quando existe simultaneamente à prática da conduta:
· “A” efetua disparos de arma de fogo contra “B” no momento em que o teto da casa deste último desaba sobre sua cabeça.
· É superveniente quando aconteceu posteriormente à conduta praticada pelo agente.
· “A” ministra dose letal de veneno a “B”, mas, antes que se produza o resultado almejado, surge “C”, antigo desafeto de “B”, que nele efetua inúmeros disparos de arma de fogo por todo o corpo, matando-o.
 
· Em todas elas, o resultado ocorre independentemente da conduta do agente, desta forma ele responderá pelos atos praticados e não pelo resultado.
· Adoção da teoria da equivalência ou conditio sine qua non.
1. Causas relativamente independentes
· São aquelas que se originam da própria conduta efetuada pelo agente.
· É preexistente quando existe previamente à prática da conduta:
· “A” com animus homicida, efetua disparos de arma de fogo contra “B”, atingindo-o de raspão. Os ferimentos são agravados pela diabete da vítima, que vem a falecer.
· O agente nesse caso, responde pelo resultado.
· É concomitante quando ocorre simultaneamente à prática da conduta
· “A” aponta uma arma de fogo contra “B”, o qual assustado, corre em direção a movimentada via pública. No momento em que é alvejado pelos disparos, é atropelado por um caminhão, morrendo.
· O agente responde pelo resultado.
1. Causas supervenientes relativamente independentes
 
· Dividem-se naquelas que:
 	
· Não produzem por si só o resultado
· “A”, com a intenção de matar, efetua disparos de arma de fogo contra “B”. Por má pontaria, atinge-o na perna, não oferecendo risco de vida. Contudo, “B” e conduzido a um hospital, e por imperícia médica vem a morrer.
· Responde pelo resultado naturalístico.
 
· Produzem por si só o resultado
 
· “A” fere “B” de forma não letal, e no caminho do hospital, a ambulância é atingida por um outro veículo, vindo “B” a falecer.
· Responde o agente apenas pelos atos praticados anteriormente.
· Teoria da causalidade adequada - §1º do art. 13 do Código Penal.
· Nesse caso, a expressão por si só demonstra a autonomia da causa superveniente.
· Assim é possível concluir que qualquer pessoa que estivesse dentro da ambulância, ou na enfermaria seria alcançada pelo acontecimento inesperado e imprevisível (acidente de trânsito ou incêndio na enfermaria), e não apenas a pessoaque foi ferida pela conduta do agente.
· Assim, a simples concorrência (de qualquer modo) não é suficiente para a imputação do resultado material.
Relevância da Omissão (13, § 2.º,do Código Penal)
a. aspectos gerais
- São aplicáveis nos crimes comissivos por omissão ou omissivos impróprios[footnoteRef:1]. [1: tipo penal aloja em sua descrição uma ação, uma conduta positiva, mas a omissão do agente, que descumpre seu dever jurídico de agir, acarreta a produção do resultado naturalístico e a sua consequente responsabilização penal.] 
- A omissão não está presente no tipo, mas se torna relevante para o direito penal quando presente o DEVER DE AGIR.
- A relevância penal da omissão poder ser expressa em:
	INAÇÃO do agente + PODER de agir + DEVER JURÍDICO de agir
- Foi adotada a teoria normativa: a omissão é um nada, só sendo punível o comportamento quando presente o dever de agir.
b. critério para o dever de agir
- Critério legal (adotado pelo direito brasileiro) → a lei arrola as hipóteses do dever de agir – Alíneas “a”, “b” e “c” do §2°, do art. 13 do CP. 
- Também é necessário que o agente tenha PODIDO agir → possibilidade real e efetiva de alguém na situação concreta.
c. hipóteses do dever de agir
- Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
- De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado (figura do garante);
- Com seu comportamento anterior criou o risco da ocorrência do resultado.
5. Da Tipicidade
a. conceito
“é o juízo de subsunção entre a conduta praticada pelo agente no mundo real e o modelo descrito pelo tipo penal”.
- A tipicidade é considerada como indício da ilicitude.
b. espécie de tipicidade
- Formal: Tipicidade formal é o juízo de subsunção entre a conduta praticada pelo agente no mundo real e o modelo descrito pelo tipo penal (“adequação ao catálogo”)
- Material: é a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico penalmente tutelado em razão da prática da conduta legalmente descrita.
A presença simultânea da tipicidade formal e da tipicidade material caracteriza a tipicidade penal. 
- Conglobante (Zaffaroni): é a comprovação de que a conduta legalmente típica está também proibida pela norma, o que se afere separando o alcance da norma proibitiva conglobada com as demais normas do sistema jurídico.
6. Da teoria do tipo
a. conceito:
“ o modelo genérico e abstrato, formulado pela lei penal, descritivo da conduta criminosa ou da conduta permitida”
b. espécies:
- Incriminadores ou legais → consistem na definição da conduta criminosa.
- Permissivos ou justificadores → contém a descrição legal da conduta permitida (causas de exclusão da ilicitude).
c. funções do tipo legal/incriminador:
a) Garantia → ao indivíduo (Princípio da Reserva Legal).
b) Fundamentadora → o jus puniendi.
c) Indiciária da ilicitude → presunção (relativa ou iuris tantum) de que a conduta típica é também ilícita.
d) Diferenciadora do erro → erro de tipo
e) Seletiva → Cabe ao tipo penal a tarefa de selecionar as condutas que deverão ser proibidas (crimes comissivos) ou ordenadas (crimes omissivos) pela lei penal, levando em conta os princípios vetores do Direito Penal em um Estado Democrático de Direito.
d. estrutura do tipo legal incriminador
- Núcleo → verbo que descreve a conduta (fazer, deixar de fazer, subtrair, matar, etc)
- Elementos ou elementares
· Objetivos ou descritivos (alguém, mulher)
· Normativos
· - Jurídicos → conceitos próprios do direito (indevidamente, documento, funcionário público)
· - Culturais → outros ramos do conhecimento (ato obsceno, arte, ato libidinoso)
· Subjetivos → dizem respeito a esfera anímica do agente = dolo + finalidade específica do agente. 
	
· Circunstâncias 
· Qualificadoras
· Causas de aumento
· Privilegiadora ou causas de diminuição
e. classificação doutrinária do tipo legal incriminador
· Fundamental ou básico → crime simples
· Derivado → qualificado, agravado, privilegiado
· Fechado → a descrição completa da conduta
· Aberto → a tipicidade é complementada mediante juízo de valor no caso concreto
· Simples → único núcleo
· Misto 
· Alternativo
· Cumulativo
- Exemplo → Furto → artigo 155 do Código Penal 
SUBTRAIR, para si ou para outrem, coisa alheia móvel.
Verbo
Elementar subjetiva
Elementar normativa
Elementar objetiva
No parágrafo primeiro temos uma circunstância agravante
	- Durante o repouso noturno
No parágrafo segundo temos uma circunstância privilegiadora
	- Réu primário e pequeno valor do objeto
No parágrafo quarto temos uma qualificadora
	- Emprego de chave falsa, mediante escalada, no concurso de duas ou mais pessoas
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