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Resenha Psicologia Comportamental

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
Instituto De Ciências Humanas
Curso De Psicologia
Júlia Marinho de Almeida RA: D4717B3
Letícia da Fonseca Silva RA: D440BG1
Marcos Antônio B. de S. Junior RA: N187GE7
Nicole Lopes da Costa RA: N191HG8
Vanessa Mayara da Silva RA: D3492D3
SELEÇÃO POR CONSEQUÊNCIA
JUNDIAÍ
2018
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
Instituto De Ciências Humanas
Curso De Psicologia
Júlia Marinho de Almeida RA: D4717B3
Letícia da Fonseca Silva RA: D440BG1
Marcos Antônio B. de S. Junior RA: N187GE7
Nicole Lopes da Costa RA: N191HG8
Vanessa Mayara da Silva RA: D3492D3
SELEÇÃO POR CONSEQUÊNCIA
Trabalho apresentado como parte integrante da disciplina Psicologia Comportamental, ministrada pelo Professora Cristiane Ventura, como parte da nota bimestral
JUNDIAÍ
2018
1. RESENHA CRÍTICA
O modelo de seleção por consequências esteve presente na obra de B. F. Skinner (1904- 1990) pelo menos desde o livro Ciência e comportamento humano, de 1953. Mas foi apenas no artigo “Seleção por consequências”, de 1981, que Skinner apresentou -o explicitamente como modelo de causalidade que seria mais adequado a todo comportamento. (BORGES;CASSAS, 2012)
A proposição de Skinner de que o comportamento seria descrito pelo modelo de seleção por consequências fundamentou -se nas proposições de Charles R. Darwin (1809- 1882) sobre a evolução das espécies. (BORGES;CASSAS, 2012)
	A existência de um operante (entendido como conjunto de interações organismo- -ambiente que envolvem especialmente ações e suas consequências) – é explicada pela existência de certas variações (que ocorrem sem direção certa) nas respostas emitidas por um indivíduo e pela seleção de tais variações por consequências comportamentalmente relevantes (fundamentalmente, estímulos reforçadores), ou seja, pela aumentada recorrência de tais respostas e de suas consequências. Um conjunto de explicações que foram substituídas por explicações baseadas no modelo de seleção por consequências, portanto, apela para agentes iniciadores autônomos. Essas explicações substituídas são associadas a modelos de causalidade inspirados pelo sistema explicativo, desenvolvido na física, chamado de mecânica clássica. É importante destacar que o modelo de seleção por consequências difere marcadamente desses modelos mecanicistas por não enfatizar ou supor que eventos unitários, temporalmente anteriores e imediatamente próximos causariam outros eventos considerados seus efeitos necessários. Em seu lugar, o modelo de seleção por consequências supõe que os seres vivos e os eventos que são característicos dos seres vivos – como o comportamento – só podem ser explicados considerando-se que tais fenômenos têm múltiplas “causas” que são sempre históricas e interrelacionadas. E que tratar de “causas”, neste caso, significa tratar da constituição histórica do fenômeno e das mudanças de probabilidade do fenômeno de nosso interesse em relação a um universo de fenômenos possíveis. (BORGES;CASSAS, 2012)
	Tanto na evolução biológica quanto na comportamental, portanto, as unidades com as quais tratamos são entidades fluidas e evanescentes, não são coisas que podem ser imobilizadas. Envolvem eventos que se distribuem no tempo e no espaço; envolvem organismos e respostas que já existiram no passado em diferentes locais, que existem momentaneamente, nesse exato instante e local, e que ocorrerão também no futuro. Além disso, são unidades que se misturam e recorrem em meio a outras unidades de natureza semelhante (outras espécies e operantes). Utilizando o modelo de seleção por consequências, desta forma, descrevemos o processo de origem e as mudanças de unidades (populações) compostas por instâncias singulares que se distribuem no tempo e no espaço (históricas): as espécies, no caso da evolução biológica, e os operantes, no caso da evolução comportamental ao longo da vida de uma pessoa. E se no caso da evolução biológica sua explicação envolve entender o processo de variação genética e seleção ambiental que Darwin chamou de seleção natural, no caso do comportamento operante sua compreensão depende de entendermos como respostas individuais variam e como conjuntos de respostas são selecionados através do processo de reforçamento, o processo básico de seleção comportamental. (BORGES;CASSAS, 2012)
	Na evolução de operantes, o ambiente tem um papel selecionador. As consequências ambientais (estímulos reforçadores) selecionam classes (populações) de respostas com certas características, isto é, tornam as classes mais prováveis em certas circunstâncias. Na ocorrência de respostas particulares de um operante já instalado/selecionado, contudo, o ambiente tem um papel instanciador. Isto é, o ambiente torna manifesta uma unidade operante que já foi selecionada, ou melhor, o ambiente evoca uma instância de comportamento. Essa é a função dos eventos ambientais antecedentes (estímulos discriminativos, estímulos condicionais e operações motivadoras) sobre uma resposta. (BORGES;CASSAS, 2012)
	O que denominamos comportamento evoluiu como um conjunto de funções aprofundando o intercâmbio entre organismo e ambiente. Em um mundo relativamente estável, o comportamento poderia ser parte do patrimônio genético de uma espécie assim como a digestão, a respiração ou qualquer outra função biológica. O envolvimento com o ambiente, contudo, impôs limitações. O comportamento funcionava apropriadamente apenas sob condições relativamente similares àquelas sob as quais fora selecionado. A reprodução sob uma ampla gama de condições tornou-se possível com a evolução de dois processos por meio dos quais organismos individuais adquiriam comportamentos apropriados a novos ambientes. Por meio do condicionamento respondente (pavloviano), respostas previamente preparadas pela seleção natural poderiam ficar sob o controle de novos estímulos. Por meio do condicionamento operante, novas respostas poderiam ser fortalecidas (“reforçadas”) por eventos que imediatamente as seguissem. (SKINNER, 2007)
	O condicionamento operante é um segundo tipo de seleção por consequências. Deve ter evoluído em paralelo a dois outros produtos das mesmas contingências de seleção natural – a susceptibilidade ao reforçamento por certos tipos de consequências e um conjunto de comportamentos menos especificamente relacionados a estímulos eliciadores ou liberadores. (A maior parte dos operantes é selecionada a partir de comportamentos que têm pouca ou nenhuma relação com esses estímulos).Quando as consequências selecionadoras são as mesmas, o condicionamento operante e a seleção natural trabalham conjuntamente, de maneira redundante. Por exemplo, o comportamento de um pato recém-nascido ao seguir sua mãe é aparentemente não apenas o produto de seleção natural (patos recém-nascidos tendem a se mover em direção a objetos grandes em movimento), mas também de uma evoluída susceptibilidade ao reforçamento pela proximidade a esse objeto. A consequência comum é que o pato permanece próximo de sua mãe. (A estampagem é um processo diferente, próximo do condicionamento respondente). Uma vez que uma espécie que rapidamente adquire comportamentos apropriados a ambientes específicos tem menor necessidade de um repertório inato, o condicionamento operante poderia não apenas suplementar a seleção natural do comportamento, mas também substituí-la. (SKINNER,2007)
	O comportamento verbal aumentou consideravelmente a importância de um terceiro tipo de seleção por consequências: a evolução de ambientes sociais ou culturas. O processo presumivelmente se inicia no nível do indivíduo. Uma melhor maneira de fabricar uma ferramenta, de produzir alimentos ou de ensinar a uma criança é reforçada por suas consequências – respectivamente, a ferramenta, os alimentos ou um ajudante útil. A cultura evolui quando práticas que se originam dessa maneira contribuem para o sucesso de um grupo praticante em solucionar os seus problemas. É o efeito sobre o grupo e não as consequências reforçadoras para seus membros, o responsável pela
evolução da cultura.Em suma, então, o comportamento humano é o produto conjunto de a) contingências de sobrevivência responsáveis pela seleção natural das espécies, e b) contingências de reforçamento responsáveis pelos repertórios adquiridos por seus membros, incluindo c) contingências especiais mantidas por um ambiente cultural evoluído. (Em última análise, obviamente, tudo isso é uma questão de seleção natural, uma vez que o condicionamento operante é um processo evoluído, do qual as práticas culturais são aplicações especiais). (SKINNEER,2007)
	A partir da fundamentação teórica dos conteúdos discutidos por Skinner e os autores envolvidos, juntamente com o material visto em aula, é possível concluir que, o comportamento humano é constantemente selecionado pelo ambiente ou ambientes em que ele se instala. Se diferenciando pelos fatores ambientais e pelas respostas obtidas a partir de determinados comportamentos obtidos naquele ambiente. É uma situação cotidiana, que se instala naturalmente, sem a necessidade de uma intervenção, já que o sujeito é condicionado naturalmente a partir das respostas obtidas, sem a necessidade de reflexão ou escolha. 
	Da mesma maneira que os animais se adaptaram naturalmente ao ambiente para sobreviver, o ser humano adapta o seu comportamento para se manter ou se encaixar ao ambiente, de acordo com as regras do mesmo. Por exemplo, as leis, as pessoas precisam de adaptar a determinados comportamentos para não descumprir o conjunto de regras do ambiente em que vive, para evitar as possíveis punições, ou seja, seu comportamento é selecionado pelo ambiente. 
	O ser humano assim como todos os outros seres, reconhecem os reforços de comportamento, sendo eles positivos e negativos, e tendem a repetir os comportamentos que obtiveram respostas positivas. Ou seja, a partir de reforçadores positivos, é possível se obter a modelagem do comportamento de uma pessoa. Assim como é possível também a modelagem por reforços negativos, já que serão evitados os comportamentos que obtiveram respostas negativas. 
	Assim, a seleção por consequências é um modelo que pode ocorrer tanto clinicamente, com respostas e reforços previamente esperados, quanto naturalmente na sociedade em que vivemos, que responde de determinadas maneiras determinados comportamentos, modelando naturalmente e pelas consequências no ambiente, o comportamento de cada individuo. 
	
2. REFERÊNCIAS
SAMPAIO, A. A. S.; ANDERY, M. A. P. A. Seleção por consequências como modelo de causalidade e a clínica analítico-comportamental. Em: BORGES, N. B.; CASSAS, F. A. Clínica analítico-comportamental: aspectos teóricos e práticos. Porto Alegre: ARTMED, 2012 (p. 77 – 86).
SKINNER, B. F. Seleção por consequências. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva. Belo Horizonte, v. 9, n. 1, 2007.  Disponível em: <http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sciarttext&pid=S1517554520070001000 10&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 17 set. 2018

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