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Funções secretoras do trato alimentar (Resumo do cap 64 - Guyton & Hall)

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Waleska Maria - Med IX 
Capítulo 64 
Funções secretoras do trato 
alimentar 
 
Por todo TGI existem glândulas secretoras que secretam enzimas 
digestivas e muco para lubrificar e proteger o trato. A quantidade de 
secreção em cada segmento é proporcional à presença de alimento. 
Além disso, a depender do tipo de alimento, os tipos de enzimas 
secretados podem variar. O objetivo deste capítulo é descrever as 
diferentes secreções alimentares. 
 
Tipo de glândulas no TGI 
1. Glândulas mucosas de célula única, conhecidas como células 
mucosas, ou, às vezes, como células caliciformes: secretam 
muco. 
2. Glândulas especializadas nas criptas de Lieberkühn, invaginações 
do intestino delgado. 
3. Glândulas tubulares profundas no estômago e no duodeno 
superior, como a glândula oxíntica no estômago. 
4. Glândulas complexas, como as glândulas salivares, o pâncreas e o 
fígado — que produzem secreções para a digestão e 
emulsificação dos alimentos. Elas ficam fora da parede do TGI e, 
por isso, suas secreções desembocam do trato alimentar por um 
sistema de ductos. 
 
Mecanismos de estimulação das glândulas 
O contato direto das células glandulares superficiais com o alimento 
estimula a função secretora, em especial a secreção de muco pelas 
células caliciformes. A estimulação epitelial local também ativa o 
sistema nervoso entérico da parede do trato intestinal. Os reflexos 
nervosos resultantes estimulam as células caliciformes e as 
glândulas profundas a aumentarem sua secreção. 
A estimulação dos nervos parassimpáticos para o trato alimentar 
quase sempre aumenta a secreção das glândulas, principalmente na 
porção superior do trato, inervado pelos nervos glossofaríngeo e 
parassimpático vagal. 
A estimulação simpática pode ter duplo efeito: (1) a estimulação 
simpática por si só normalmente aumenta por pouco a secreção e (2) 
se a estimulação parassimpática ou hormonal já estiver causando 
franca secreção pelas glândulas, a estimulação simpática sobreposta 
reduz a secreção, principalmente devido à redução do suprimento de 
sangue pela vasoconstrição. 
No estômago e no intestino, vários hormônios gastrointestinais 
regulam o volume e as características químicas das secreções. Esse 
tipo de estimulação é, de modo particular, importante para aumentar 
a produção de suco gástrico e de suco pancreático, quando o 
alimento entra no estômago ou no duodeno. 
 
Mecanismos básicos de secreção pelas células 
glandulares 
 
Secreção de substâncias orgânicas: através de evidências 
experimentais, são apontados os seguintes princípios: 
 O material nutriente para a formação da secreção é transportado 
ou difundido pelos capilares até a base da célula glandular. 
 As mitocôndrias no interior da célula glandular utilizam energia 
da oxidação para formar ATP. 
 A energia do ATP mais os substratos providos pelos nutrientes 
são usados para sintetizar as substâncias orgânicas das 
secreções; essa síntese ocorre no RE e no complexo de Golgi da 
célula glandular. Ribossomos aderidos ao retículo são 
responsáveis pela síntese das proteínas que são secretadas. 
 Os materiais da secreção são transportados através de túbulos 
do RE para o complexo de Golgi. 
 No complexo de Golgi, as substâncias são modificadas, outras são 
acrescentadas, concentradas e descarregadas no citoplasma, 
sob a forma de vesículas secretoras. 
 Essas vesículas permanecem armazenadas até que ocorra 
estímulo do controle nervoso ou hormonal. O sinal de controle 
aumenta a permeabilidade da membrana celular aos íons cálcio e 
o cálcio entra na célula. Esse aumento da concentração faz com 
que muitas vesículas se fundam com a membrana apical da 
célula, abrindo-se para o exterior e liberando o conteúdo; esse 
processo é chamado de exocitose. 
Secreção de água e eletrólitos: a estimulação nervosa gera a 
passagem de água e sal nas células glandulares, em grande profusão, 
lavando as substâncias orgânicas através da extremidade secretória 
das células ao mesmo tempo. 
 
Qual a importância do muco? O muco consegue se aderir ao alimento, 
fazendo com que ele se espalhe; reveste a parede evitando danos 
escoriativos; facilita o deslizamento dos alimentos; faz com que as 
partículas fecais criem aderência uma a outra; é resistente a digestão 
enzimática; suas glicoproteínas conseguem tamponar pequenas 
quantidades de ácidos ou bases. 
 
Secreção de saliva 
As principais glândulas salivares são as glândulas parótidas, 
submandibulares e sublinguais, mas também há diversas minúsculas 
glândulas orais. 
A saliva contém dois tipos principais de secreção de proteína: 
- Secreção serosa contendo ptialina, que é uma enzima para a 
digestão de amido. 
- Secreção mucosa, contendo mucina, para lubrificar e proteger as 
superfícies. 
As parótidas produzem a secreção serosa, enquanto as sublinguais e 
as submandibulares produzem secreção serosa e mucosa. 
 
Íons na saliva 
A saliva contém quantidade elevada de íons potássio e bicarbonato e 
concentrações de íons sódio e de íons cloreto menores. 
A secreção de saliva é uma operação de dois estágios: o primeiro 
envolve os ácinos e o segundo envolve os ductos salivares. 
Os ácinos produzem secreção primária contendo ptialina e/ou 
mucina em solução de íons em concentrações próximas dos líquidos 
extracelulares. À medida que a secreção primária flui pelos ductos, 
os íons sódio são reabsorvidos nos ductos salivares e íons potássio 
são secretados por troca do sódio. Assim, a concentração de íons 
Na+ da saliva diminui, enquanto a concentração de íons K+ fica maior. 
Entretanto, a reabsorção de sódio excede a secreção de potássio, o 
que cria negatividade elétrica de cerca de −70 milivolts, nos ductos 
salivares, fazendo com que íons cloreto sejam reabsorvidos 
Unidade XII 
Waleska Maria - Med IX 
passivamente e sua concentração no líquido salivar caia a nível muito 
baixo. 
Ainda nos ductos, íons bicarbonato são secretados pelo epitélio dos 
ductos para o lúmen. Isso é, em parte, causado pela troca de 
bicarbonato por íons cloreto e, em parte, resulta de processo 
secretório ativo. 
 
Saliva na higiene oral: ajuda a lavar a boca das bactérias 
patogênicas; contém vários fatores que destroem as bactérias, 
como os íons tiocianato e diversas enzimas proteolíticas (a mais 
importante é a lisozima); contém quantidades significativas de 
anticorpos proteicos que podem destruir as bactérias orais. 
 
As glândulas salivares são controladas, principalmente, por sinais 
nervosos parassimpáticos que se originam nos núcleos salivatórios 
superior e inferior, no tronco cerebral. Esses núcleos estão 
localizados na junção entre o bulbo e a ponte e são excitados por 
estímulos gustativos e táteis, da língua e de outras áreas da boca e 
da faringe. Os sinais provenientes dos centros superiores do sistema 
nervoso central também chegam aos núcleos, estimulando, assim, 
maior salivação ao comer ou cheirar alimentos prazerosos e menos 
salivação para alimentos que não gostamos. 
A salivação pode acontecer também por estímulos do estômago ou da 
parte superior do intestino delgado, quando a pessoa está nauseada 
ou algum alimento irritativo foi ingerido. A saliva ajuda a diluir ou 
neutralizar substâncias irritativas. 
A estimulação simpática também pode aumentar a salivação, mas 
menos que a parassimpática. 
 
Os sinais nervosos parassimpáticos que induzem salivação abundante 
também dilatam os vasos sanguíneos para garantir suprimento de 
sangue para as glândulas e, dessa forma, os nutrientes para as 
secreções. A própria salivação dilata também os vasos sanguíneos. 
Parte desse efeito vasodilatador adicional é causado pela calicreína 
(cliva α2-globulina e forma bradicinina), secretada pelas células 
salivares ativadas. 
 
Secreção esofágica 
São totalmente mucosas e servem para lubrificar a deglutição. A 
maior parte do esôfago tem glândulas mucosas simples, mas na 
porção inicial e gástrica, encontramos glândula mucosascompostas, 
que produzem muco para evitar escoriação com a entrada de 
alimento e para proteger a parede do esôfago dos sucos gástricos 
respectivamente. (mesmo assim, pode-se desenvolver úlcera 
péptica), 
 
Secreção gástrica 
As células secretoras de muco revestem toda superfície do 
estômago, mas a mucosa gástrica também apresenta mais dois tipos 
importantes de glândulas: 
1) Glândulas oxínticas (ou gástricas) - muco, ácido clorídrico, 
pepsinogênio, fator intrínseco. 
2) Glândulas pilóricas - muco e gastrina 
 
Secreções das Glândulas Oxínticas 
É composta por três tipos de células: (1) células mucosas do cólon, 
que secretam, basicamente, muco; (2) células pépticas (ou 
principais), que secretam grandes quantidades de pepsinogênio; e (3) 
células parietais (ou oxínticas), que secretam ácido clorídrico e o 
fator intrínseco. 
Mecanismo de secreção de ácido clorídrico: O pH do ácido 
clorídrico é da ordem de 0,8, extremamente ácido. Enquanto os íons 
de hidrogênio são secretados para formam o ácido, íons de 
bicarbonato se difundem para que o sangue venoso gástrico tenha um 
pH mais alto do que o sangue arterial, quando o estômago está 
secretando ácido. O ácido clorídrico é formado nas projeções em 
forma de vilos, nos canalículos, e é, então, conduzido por esses 
canalículos até a extremidade secretora da célula. 
A principal força motriz, para a secreção de ácido clorídrico, pelas 
células parietais é a bomba de hidrogêniopotássio (H+-K+-ATPase): 
1- A água, dentro das células parietais, se dissocia em H+ e OH 
catalisado por essa bomba. A bomba também transporta íons 
potássio para dentro da célula. A Na+-K+-ATPase basolateral 
produz baixa do Na+ intracelular, o que contribui para a 
reabsorção de Na+ do lúmen dos canalículos. 
2- Esse bombeamento de H+, para fora da célula, permite que OH– 
se acumule e forme HCO3 –, a partir do CO2. O HCO3 – é, então, 
transportado através da membrana basolateral, para o fluido 
extracelular, em troca de íons cloreto que entram na célula e são 
secretados por canais de cloreto para os canalículos, resultando 
em solução concentrada de ácido hidroclorídrico, nos canalículos. 
3- A água passa para os canalículos por osmose devido aos íons 
extras secretados nos canalículos. Ao final, o canalículo tem agua, 
ácido clorídrico, cloreto de potássio e cloreto de sódio. 
 
A acetilcolina, liberada pela estimulação parassimpática, excita a 
secreção de pepsinogênio, de ácido clorídrico e de muco. Em 
comparação, a gastrina e a histamina estimulam, fortemente, a 
secreção de ácido pelas células parietais, mas têm pouco efeito 
sobre as outras células. 
Secreção e ativação de pepsinogênio: quando secretado não tem 
função, mas ao entrar em contato com o ácido clorídrico é clivado 
para formar pepsina. A pepsina atua como enzima proteolítica, ativa 
em meio muito ácido (pH ideal entre 1,8 e 3,5). 
Secreção do fator intrínseco: Essa substância é essencial para 
absorção de vitamina B12 no íleo. Quando as células parietais são 
destruídas, a pessoa desenvolve não só acloridria (ausência de 
secreção de ácido gástrico), mas, muitas vezes, também anemia 
perniciosa, pela falta da vitamina. 
 
Secreção das glândulas pilóricas 
Possui poucas células pépticas e quase nenhuma célula parietal, mas 
muitas células mucosas. Essas células secretam pequena quantidade 
de pepsinogênio, muco e o hormônio gastrina. 
 
As células parietais são controladas por outro tipo de célula, 
denominada células semelhantes às enterocromafins (células ECL), 
cuja função primária é a de secretar histamina. A intensidade da 
secreção de ácido clorídrico, pelas células parietais, está 
diretamente relacionada à quantidade de histamina secretada pelas 
células ECL, que são estimuladas a secretar histamina, pelo hormônio 
gastrina e por outros hormônios do SN entérico. 
 
 
Unidade XII 
Waleska Maria - Med IX 
Estimulação da secreção de ácido pela gastrina 
A gastrina é hormônio secretado pelas células da gastrina - células G 
- localizadas nas glândulas pilóricas no estômago distal. A gastrina é 
um peptídeo secretado na forma grande (G-34  34 aminoácidos) e 
na forma menor (G-17 17 aminoácidos). Alimentos proteicos têm 
efeito estimulador nas células G, causando a liberação da gastrina no 
sangue para ser transportada até as células ECL. Nas células ECL, a 
gastrina estimula a liberação de histamina que age diretamente nas 
glândulas oxínticas profundas. 
 
Regulação da secreção de pepsinogênio 
Ocorre em reposta a dois tipos de sinais: 
1- Estimulação das células pépticas por acetilcolina, liberada pelo 
plexo mioentérico. 
2- Estimulação da secreção das células pépticas, pelo ácido no 
estômago. 
A secreção de pepsinogênio, o precursor da enzima pepsina que 
hidrolisa proteínas, é fortemente influenciada pela quantidade de 
ácido no estômago. 
Fases 
Diz-se que a secreção gástrica se dá em três ―fases‖: 
Fase cefálica: Sinais neurogênicos originados no córtex 
cerebral e nos centros do apetite são transmitidos pelos 
núcleos motores dorsais dos vagos e pelos nervos vago até o 
estômago, estimulando a produção de pepsina e ácido. 
Fase gástrica: A chegada do alimento causa (1) reflexos longos 
vasovagais entre estômago e cérebro, (2) reflexos entéricos 
locais e (3) o mecanismo da gastrina, causando secreção de 
suco gástrico durante horas. 
Fase intestinal: A presença de alimento no duodeno continuará 
a causar secreção de pequena quantidade de suco gástrico, 
provavelmente devido à gastrina liberada pela mucosa 
duodenal. 
 
O que leva a inibição da secreção gástrica? 
- reflexo enterogástrico reverso; 
- secretina, peptídeo inibidor gástrico (peptídeo insulinotrópico 
dependente de glicose), polipeptídeo intestinal vasoativo e 
somatostatina; 
 
Secreção pancreática 
O pâncreas tem estrutura semelhante à das glândulas salivares. As 
enzimas digestivas pancreáticas são secretadas pelos ácinos 
pancreáticos, e grandes volumes de solução de bicarbonato de sódio 
são secretados pelos ductos que começam nos ácinos. O produto 
combinado de enzimas e bicarbonato de sódio flui pelo ducto 
pancreático, que drena para o ducto hepático antes de se esvaziar no 
duodeno pela papila de Vater, envolta pelo esfíncter de Oddi. 
 
OBS.: O PÂNCREAS SECRETA AINDA INSULINA, MAS ESSA NÃO É 
SECRETADA PELO MESMO TECIDO PANCREÁTICO QUE SECRETA O SUCO 
PANCREÁTICO. 
 
Enzimas digestivas 
As mais importantes das enzimas pancreáticas, na digestão de 
proteínas, são a tripsina, a quimotripsina e a carboxipolipeptidase. A 
tripsina e a quimotripsina hidrolisam proteínas a peptídeos de 
tamanhos variados, sem levar à liberação de aminoácidos individuais. 
Já a carboxipolipeptidase cliva peptídeos, até aminoácidos 
individuais. São sintetizadas na forma inativa e ativadas apenas no 
TGI. 
A enzima pancreática para a digestão de carboidratos (exceto 
celulose) é a amilase pancreática, formando dissacarídeos e alguns 
trissacarídeos. 
As principais enzimas para digestão das gorduras são a lipase 
pancreática (hidrolisar gorduras neutras, ácidos graxos e 
monoglicerídeos), a colesterol esterase (hidrolisa ésteres de 
colesterol) e a fosfolipase (cliva os ácidos graxos dos fosfolipídios). 
 
Inibidor da tripsina 
É importante que as enzimas proteolíticas do suco pancreático não 
fiquem ativadas até depois de chegarem ao intestino, pois a tripsina e 
as outras enzimas poderiam digerir o próprio pâncreas. Por isso o 
inibidor de tripsina é formado no citoplasma das células glandulares e 
inativa a tripsina, ainda nas células secretoras, nos ácinos e nos 
ductos do pâncreas. 
Pancreatite aguda: após uma lesão ou bloqueio do ducto, o efeito do 
inibidor de tripsina é insuficiente, situação em que as secreções 
pancreáticas ficam ativas e podem digerir todo o pâncreas, levando 
à pancreatite. 
Secreção de íons bicarbonato 
Íons bicarbonato e água são secretados, basicamente, pelas células 
epiteliais dos ductos que seoriginam nos ácinos. Os mecanismos 
básicos de secreção dos íons são as seguintes etapas: 
a) O dióxido de carbono se difunde para as células, a partir do 
sangue e se combina com a água formando ácido carbônico (H2 
CO3) que, por sua vez, se dissocia em íons bicarbonato e íons 
hidrogênio. Os íons bicarbonato são transportados, associados a 
íons sódio (Na+), na membrana da célula para o lúmen do ducto. 
b) Os íons hidrogênio formados por dissociação do ácido carbônico 
na célula são trocados por íons sódio, na membrana sanguínea da 
célula. O que supre os íons sódio transportado para dentro do 
lúmen. 
c) O movimento de íons sódio e bicarbonato do sangue para o lúmen 
do ducto cria gradiente de pressão osmótica que causa fluxo de 
água também para o ducto pancreático. 
 
Regulação da secreção pancreática 
 Acetilcolina: estimula células acinares para secreção de enzimas. 
 Colecistocinina: também estimula células acinares para secreção 
de enzimas. 
 Secretina: secreção de grandes volumes de solução aquosa de 
bicarbonato de sódio pelo epitélio do ducto pancreático. 
Fases 
Fase cefálica: os mesmos sinais nervosos do cérebro que 
causam a secreção do estômago também causam liberação 
de acetilcolina. 
Fase gástrica: a estimulação nervosa da secreção enzimática 
prossegue. 
Fase intestinal: Depois que o quimo deixa o estômago e entra 
no intestino delgado, a secreção pancreática fica abundante, 
basicamente, em resposta ao hormônio secretina. 
 
Unidade XII 
Waleska Maria - Med IX 
A secretina fica na forma inativa nas células S. Quando o quimo ácido 
chega ao duodeno, causa ativação e liberação de secretina pela 
mucosa duodenal para o sangue. 
A secretina, por sua vez, faz com que o pâncreas se - crete grandes 
quantidades de líquido contendo concentração elevada de íons 
bicarbonato, mas concentração reduzida de íons cloreto. Assim, o 
conteúdo ácido vindo do estômago para o duodeno é neutralizado, de 
maneira que a atividade digestiva peptídica, adicional pelos sucos 
gástricos no duodeno, é imediatamente bloqueada. 
 
A CCK é liberada pelas células I no duodeno e jejuno, com estímulo 
pela presença de proteoses e peptonas e ácidos graxos de cadeia 
longa. Chega ao pâncreas pela circulação sanguínea e provoca a 
secreção de ainda mais enzimas digestivas pancreáticas pelas células 
acinares. 
 
Secreção de bile pelo fígado 
A bile tem papel importante na digestão e na absorção de gorduras. 
Os ácidos biliares contidos na bile: (1) ajudam a emulsificar as 
grandes partículas de gordura em muitas partículas diminutas e (2) 
ajudam a absorção dos produtos finais da digestão das gorduras. A 
bile também serve como meio de excreção de diversos produtos do 
sangue, incluindo a bilirrubina e o colesterol em excesso. 
 
Anatomia fisiológica da secreção biliar 
Etapas para secreção: 
(1) A solução inicial é secretada pelos hepatócitos com grande 
quantidade de ácidos biliares, colesterol e outros constituintes 
orgânicos. É secretada para os canalículos biliares, originados 
por entre as células hepáticas. 
(2) A bile então flui pelos canalículos, em direção aos septos 
interlobulares, para desembocar nos ductos biliares terminais, 
chegando ao ducto hepático e ao ducto biliar comum. Por eles, a 
bile flui diretamente para o duodeno ou é armazenada por 
minutos ou horas na vesícula biliar, onde chega pelo ducto cístico. 
No percurso pelos ductos, mais uma porção de secreção hepática 
(solução aquosa de íons sódio e bicarbonato) é acrescentada à 
bile inicial. 
A bile consegue armazenar um volume de 30 a 60 mililitros, mas a 
sua mucosa absorve água, cloreto e eletrólitos menores (exceto íon 
cálcio) devido ao transporte ativo de sódio e absorção secundária dos 
constituintes difusíveis (água, etc). Isso deixa a bile mais concentrada 
com sais biliares, bilirrubina, lecitina e colesterol. 
 
Esvaziamento da vesícula biliar 
O esvaziamento da vesícula biliar se dá por contrações rítmicas da 
parede da vesícula biliar, com o relaxamento simultâneo do esfíncter 
de Oddi, que controla a entrada do ducto biliar comum no duodeno. O 
estímulo mais potente para as contrações da vesícula biliar é o 
hormônio CCK. 
Outro estímulo se dá por fibras nervosas secretoras de acetilcolina, 
tanto no nervo vago como no sistema nervoso entérico. 
Quando o alimento não contém gordura, a vesícula biliar se esvazia 
lentamente. Mas com a presença de muita gordura, se esvazia de 
forma completa em 1 hora. 
 
Função dos sais biliares 
O precursor dos sais biliares é o colesterol. O colesterol é, 
convertido em ácido cólico ou ácido quenodesoxicólico. Esses ácidos 
se combinam com glicina e com taurina, para formar ácidos biliares 
glico e tauroconjugados. Os sais desses ácidos, especialmente os sais 
de sódio, são, então, secretados para a bile. 
As funções mais importantes dos sais biliares são a emulsificação e a 
ajuda na absorção de ácidos graxos, monoglicerídeos, 
colesterol e outros lipídios pelo trato intestinal, pela formação das 
micelas. 
 
Secreções do intestino delgado 
Glândulas de Brunner 
As glândulas de Brunner se localizam na parede dos primeiros 
centímetros do duodeno, entre o piloro e a papila de Vater. Essas 
glândulas secretam muco alcalino em resposta a estímulos táteis ou 
irritativos na mucosa duodenal; estimulação vagal; hormônios 
gastrointestinais, como a secretina. O muco além de proteger do suco 
gástrico, possui íons bicarbonato que ajudam na neutralização do 
ácido clorídrico. 
As glândulas de Brunner são inibidas por estimulação simpática. 
Pensa rápido: será se o estresse é um fator para o aparecimento 
de úlceras pépticas? 
 
Criptas de Lieberkühn 
São depressões presentes no intestino delgado, entre as vilosidades. 
A superfície é composta por células caliciformes que secretam muco 
e por enterócitos que secretam água e eletrólitos nas criptas e 
absorvem água, eletrólitos e produtos finais da digestão nas 
vilosidades adjacentes. 
Esse fluxo de líquido das criptas para as vilosidades proporciona 
veículo aquoso para a absorção de substâncias do quimo, em contato 
com as vilosidades. 
Acredita-se que o mecanismo de secreção de líquido aquoso das 
criptas envolva a secreção ativa de íons cloreto e bicarbonato, 
gerando diferença de potencial elétrico e, assim, fluxo osmótico de 
água. 
Os enterócitos possuem algumas enzimas digestivas (peptidades, 
sucrase, maltase, isomaltase, lactase, lipase intestinal). 
Os processos de regulação da secreção do intestino delgado são 
reflexos nervosos entéricos locais, principalmente táteis ou 
irritantes. 
 
Secreção de muco pelo intestino grosso 
A mucosa do intestino grosso também apresenta muitas criptas de 
Lieberkühn, mas não apresentam vilos e não secretam qualquer 
enzima. 
A secreção preponderante no intestino grosso é muco. Esse muco 
contém quantidade moderada de íons bicarbonato, secretados por 
algumas células epiteliais. A secreção ocorre por estimulação tátil 
direta das células epiteliais e por reflexos nervosos locais. A 
estimulação de nervos pélvicos também pode causar aumento da 
secreção de muco, associada ao aumento na motilidade peristáltica 
do cólon. 
O muco protege contra escoriações, atividade bacteriana e ação dos 
ácidos formados nas fezes. 
 
Unidade XII 
Waleska Maria - Med IX 
Quando segmento do intestino grosso fica irritado, como ocorre na 
presença de infecção bacteriana, na enterite, a mucosa secreta 
quantidade de água e eletrólitos além do muco alcalino e viscoso 
normal. Isso serve para diluir os fatores irritantes e causar o 
movimento rápido das fezes, na direção do ânus. O resultado é a 
diarreia. 
 
Caso clínico 
 
Ficha do paciente: 
SR. JRS com 62 anos. Retorna a consulta por dor no peito e 
queimação na ―boca‖ do estômago. Quando questionado relatou perda 
ponderal não quantificada e má digestão. Conta que já teve este 
sintoma, mas na época acordava a noite e que foi tratado por ―úlcera‖ 
ficandobom por algum tempo. 
Nega conhecimento de antecedentes. É tabagista. 
Ao exame físico: regular estado geral, descorado, emagrecido, 
normotenso, ausculta cardíaca e pulmonar sem alterações 
perceptíveis. Abdome escavado e sem visceromegalias. Não tem 
edema de membros e os pulsos periféricos estão preservados. 
1. Qual sua hipótese diagnóstica? 
a) Gastrite 
b) Câncer gástrico 
c) DGRE 
d) Úlcera péptica 
 
2. Qual a sua conduta a seguir? 
a) Tratamento clínico com IBP 
b) Investigação com EDA (Endoscopia Digestiva Alta) 
c) Investigação com ultrassonografia 
d) Encaminhar para pronto socorro 
 
Exame 
Solicitada EDA + pesquisa de Helicobacter pylori e exames de sangue. 
No hemograma: anemia hipocrômica/microcítica com hemoglobina de 9 
mg/dl. Leucograma normal, glicemia, creatinina, TGO/AST, TGP/ALT normais. 
EDA: Lesão ulcerada gástrica em região pré pilórica - biópsias 
Histologia 1: Borda de lesão ulcerada: processo inflamatório crônico. 
Histologia 2: mucosa antral para pesquisa de H. pylori: positivo 
 
3. Como você conduz este caso? 
a) Tratamento do H. pylori + IBP por 4 a 8 semanas. 
b) Tratamento com IBP em dose dobrada por 2 a 4 meses. 
c) Ranitidina 150mg 2X ao dia por 8 semanas. 
d) Tratamento com antiácidos. 
 
4. O que o endoscopista quer dizer com ―lesão ulcerada‖? 
a) Que tem uma úlcera péptica. 
b) Que tem um câncer gástrico. 
c) Que tem uma lesão desconhecida. 
d) Que tem uma lesão suspeita de neoplasia e se a biópsia for 
negativa deve ser repetida para controle por uma ou duas vezes. 
 
5. Prescrito IBP tratamento para H. pylori e IBP por 2 meses, repetir 
EDA em 6 meses. Interromper tabagismo. O que fazer agora? 
a) Está curado, alta. 
b) Tem que fazer acompanhamento, úlcera não tem cura. 
c) Tem que tratar a gastrite subjacente ao H. Pylori. 
 
Retorno 
Assintomático. Em nova EDA mostrou úlcera cicatrizada, H. pylori 
negativo, biópsias da cicatriz negativas para neoplasia. Conduta: Alta. 
 
Respostas 
1. b. esta hipótese é adequada para este caso e deve ser considerada 
no diagnóstico diferencial. 
2. b. investigar pacientes que se enquadrem nos sintomas de alerta 
descritos no quadro a seguir é mandatório. EDA é um dos principais 
métodos. 
3. a. 
4. d. 
5. a. 
 
 
 Anemia Ferropriva 
 Anorexia 
 Disfagia/Odinofagia 
 Sangramento Gastrointestinal 
 Perda Ponderal 
 Idade > 50 anos 
 Icterícia 
 Massa Abdominal 
 História de Neoplasia Abdominal 
Unidade XII

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