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THALINE DE MATTOS CARBONARO - Relatório Estágio

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INSTITUTO PEDAGÓGICO DE MINAS GERAIS
THALINE DE MATTOS CARBONARO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
PROJETO PRÁTICO
ITAPORÃ – MS
2020
INSTITUTO PEDAGÓGICO DE MINAS GERAIS
THALINE DE MATTOS CARBONARO
PROJETO PRÁTICO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO - EDUCAÇÃO INFANTIL: O BRINCAR DURANTE PANDEMIA
Pasta de Estágio, apresentada à Disciplina de Guia de Estágio Curricular Supervisionado como requisito obrigatório para conclusão do curso de Licenciatura/Complementação Pedagógica.
ITAPORÃ – MS
2020
PROJETO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO (Educação Infantil: O Brincar Durante Pandemia)
O ano de 2020 começou cheio de inseguranças, a pandemia trouxe uma série de dificuldades às escolas, aos professores, aos alunos e suas famílias. Os professores da Educação Infantil precisam criar uma proposta diferenciada, com atividades simples e que focam na interação entre pais e filhos. Nesse sentido, este trabalho tem como finalidade a análise das contribuições do lúdico no desenvolvimento infantil, buscando também identificar como essas intensificações de ensino-aprendizagem são executadas nas instituições educacionais de educação infantil, compreendendo também as Leis e Diretrizes que regem essa forma de ensino. Foi interpretada e abarcada a educação lúdica e a sua eficiência na educação e como esse processo pode ser importante para uma aprendizagem motivada e significativa na infância, colaborando assim como uma prática pedagógica eficaz e contributiva para o desenvolvimento infantil. Objetivou-se ainda, analisar as dificuldades quanto à introdução do lúdico nas aulas remotas, refletir sobre a importância do brincar para a criança, através da leitura e releitura de renomados autores e como está sendo este brincar durante a pandemia.
PALAVRAS-CHAVE: Lúdico. Brincar. Pandemia. Educação Infantil.
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	5
2.	DESENVOLVIMENTO	6
2.1	O Brincar na Educação Infantil	6
2.2	Brincando em Meio à Pandemia	13
3.	CONSIDERAÇÕES FINAIS	15
REFERÊNCIAS	16
1. INTRODUÇÃO
O trabalho de pesquisa proporciona uma releitura significativa sobre a utilização dos jogos e brincadeiras na educação. O lúdico no desenvolvimento da criança tem sido demonstrado por inúmeros autores a sua importância no processo de aprendizagem, de forma motivada e significativa. As pesquisas desenvolvidas possuem por objetivo a análise das contribuições do lúdico na alfabetização infantil, buscando assim uma nova forma de entender o aprendizado educacional infantil. 
As atividades lúdicas se trabalhadas corretamente, proporcionam condições adequadas ao desenvolvimento físico, motor, emocional cognitivo e social. São lúdicas as atividades que propiciam as experiências completa do momento, associando o ato, pensamento e o sentimento. Dentre todas as contribuições ofertadas ao desenvolvimento do ser humano, o jogo possui grande relevância em função de viabilizar condições para o aprendizado e entre estas se destaca um aspecto fundamental que é a socialização, onde através das quais os indivíduos constroem conhecimento.
Um inesperado marco histórico deu início ao ano de 2020, a proliferação do novo Coronavírus (SARS-CoV-2) se espalha pelo mundo. Um vírus com alto potencial de contaminação e letalidade. Esse cenário preocupante vem desafiando autoridades de todas as áreas, mostrando um futuro de incertezas, principalmente na área da educação e do ensino.
O isolamento social se tornou rotina, culminando com o fim das aulas presenciais. A educação brasileira se viu desafiada a se readequar para que os estudantes não fossem prejudicados, desenvolvendo planos para dar continuidade ao processo pedagógico. A pandemia trouxe uma série de dificuldades às escolas, aos professores, aos alunos e suas famílias.
Neste cenário, em que a escola está se reinventando, cabe ao professor consolidar o conhecimento para uma turma com diversos níveis cognitivos, e agora desafio é bem maior, ensinar esse aluno remotamente. Vale lembrar, que o professor é a figura responsável por administrar o conteúdo juntamente com estratégias pedagógicas e didáticas que atraem os alunos no contexto lúdico.
Objetivou-se analisar as dificuldades quanto à introdução do lúdico nas aulas remotas. Umas das responsabilidades deste trabalho será a identificação das possibilidades de se desenvolver através do lúdico, condições favoráveis ao desenvolvimento físico, motor, emocional cognitivo e social da criança, analisando como o lúdico pode desenvolver a coordenação motora, as percepções de cores, de formas e de movimento, atraindo a curiosidade e a criatividade da criança, como também averiguando se as atividades lúdicas são facilitadoras e auxiliadoras no desenvolvimento de relacionamentos e de vivências, se esta promove a imaginação e as transformações dos sujeitos em relação as funções pedagógicas no seu objeto de ensino-aprendizagem.
Frente à magnitude e insegurança do momento, esta decisão afetou o planejamento e o cumprimento das atividades preparadas pelos professores, sendo necessária uma reflexão sobre as práticas pedagógicas, de forma a repensar como adaptá-las ao ensino remoto, o que torna o esse estudo de alta relevância para a educação brasileira. 
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 O Brincar na Educação Infantil
É difícil definir o brincar, segundo o dicionário é o ato de entreter-se com um objeto ou uma atividade qualquer. É um momento ímpar que envolve descoberta, liberdade, interação, conhecimento de seus próprios limites e de suas possibilidades, além do desenvolvimento da imaginação
Tanto para Vigotskii (1991), como Piaget (1975), a construção não é compreensível, mas é crescente, e nesta caminhada, a criatividade vai se prosseguindo. Ao brincar, a criança otimiza a inteligência para certo aprendizado, no qual dificilmente perde edificação. Portanto é com a construção de propriedades que acontece a aprendizagem, sendo que é no brincar que está um dos maiores espaços para a elaboração de pensamentos. A linguagem do educando é considerada, porque seu aprendizado e desenvolvimento são anteriores ao ingresso na escola. Podemos utilizar este modelo de alfabetização, no ensino de Ciências, Língua Portuguesa, Matemática e pode ser introduzida nas demais disciplinas a serem cursadas, só depende do profissional que tem a função de ensinar.
A criança explora o mundo, vendo casas, prédios, morros, florestas, árvores com flores e frutos, pássaros, animais, nuvens, céu, plantações, rios e riachos, jardins, ruas, bueiros, lixos, fumaça das fábricas, mangues, supermercado e carros. E, dessa forma, brincando sozinha ou com seus amigos, vai compreendendo o mundo em que vive, cuidando em preservar a natureza, sem desperdício dos recursos naturais (KISHIMOTO, 2010, p. 13).
Vigotskii (1991) atribui relevante papel ao ato de brincar na constituição do pensamento infantil. É brincando, jogando, que a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e entrar em uma relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos.
As contribuições das atividades lúdicas no desenvolvimento integral indicam que elas contribuem poderosamente no desenvolvimento global da criança e que todas as dimensões estão intrinsecamente vinculadas: a inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade são inseparáveis, sendo a afetividade a que contribuiu a energia necessária para a progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da criança. Brincar é sinônimo de aprender, pois o brincar e o jogar geram um espaço para pensar, sendo que a criança avança no raciocínio, desenvolve o pensamento, estabelece contatos sociais, compreende o meio, satisfaz desejos, desenvolve habilidades, conhecimentos e criatividade. As interações que o brincar e o jogo oportunizam e favorecem a superação do egocentrismo, desenvolvendo a solidariedade e a empatia, e introduzem, especialmente no compartilhamento de jogos e brinquedos, novos sentidos para a posse e o consumo (NEGRINE, 1994, p.19).
Segundo Chateau (1997, p.14), "Umacriança que não sabe brincar, uma miniatura de velho, será um adulto que não saberá pensar". Wajskop (1995, p.68), refletiu que "Brincar é a fase mais importante da infância”. A brincadeira aumenta a sensibilidade visual e auditiva da criança, desenvolvendo habilidades motoras e cognitivas. Santos (1999) reflete que na história da humanidade, as crianças sempre brincaram, porque o brincar é da natureza da criança, porque quando ela não brinca é necessário verificar se está tudo bem, sendo que a mesma pode estar com algum problema. 
A brincadeira é a vida da criança e uma forma gostosa para ela movimentar-se e ser independente. Brincando, a criança desenvolve os sentidos, adquire habilidades para usar as mãos e o corpo, reconhece objetos e suas características, textura, forma, tamanho, cor e som. Brincando, a criança entra em contato com o ambiente, relaciona-se com o outro, desenvolve o físico, a mente, a autoestima, a afetividade, torna-se ativa e curiosa (SIAULYS, 2005, p. 10). 
Por causa da relevância da categoria, o brincar ou jogar, são visualizados pelas atribuições que os caracterizam, que podem ser definidas pelos pensamentos em segundo grau, quando as ações são aplicadas em situações do dia a dia, nas simulações imaginárias, que acontecem nas brincadeiras ou nos jogos (KISHIMOTO, 2010, p. 83).
As relações entre as pessoas representadas no jogo podem ser de cooperação, ajuda mútua, de atenção uns com os outros, de hostilidade, de autoritarismo... O trabalho com o brincar, é revelador de sentimentos, condições sociais concretas que a criança vivencia. Ao interagir nas brincadeiras a criança está aprendendo e educando os sentimentos. Como dialogar com o outro, negociar, ser flexível, enfrentar conflitos, aborrecimentos, alegrias, criar e respeitar regras. Ao brincar o ser humano está aprendendo e se constituindo pessoa (SAWAYA, 2009, p. 67). 
O brincar é uma atividade espontânea, que pode se iniciar a qualquer momento, que é iniciada e coordenada pela criança que está brincando. O brincar satisfaz, não requere que a criança estabeleça um resultado, ela vai brincando conforme é estimulada a sua imaginação, e essa conjuntura deixa a criança calma e entretida, sendo que ela aprende regulamentos e símbolos, conseguindo aprimorar sua capacidade ao penetrar em mundo cheio de imaginação (KISHIMOTO, 2010).
Para Piaget (1975, p. 143), é com muita assiduidade que as crianças brincam acompanhadas com as outras crianças, mas não brincam umas com as outras, com isso ficando complicado destacar o preciso momento que estão interagindo com outras crianças, e o momento que estão brincando sozinhas. A brincadeira faz parte do imaginário, e que pode em dado momento ser dramatizada junto a um ser que faz parte da imaginação da criança. A brincadeira, mesmo quando é comunitária, ou seja, com um grupo de crianças, ainda conserva indescritível teor individualista, porque a criança quando brinca, usa muito a imaginação, mesmo essa sendo elaborada para ser trabalhada grupalmente.
A criança que brinca, tem condições de se inserir em um ambiente pelo caminho do entendimento e da experiência, para isso a escola deve ser o suporte e a influência, como também deve fornecer condições para que as crianças possam elaborar e se adequar as percepções dos globais. O que se entende é que o trabalho da pré-escola, como uma escola inovadora, reflexiva e sistematizadora, torna-se uma ameaça a muitos professores que foram formados pelo magistério, no qual os habilitaram a realizarem com as crianças exercícios motores de treinos de habilidades e funções cognitivas específicas (WAJSKOP, 2012, p. 33).
O brincar é visto como um aspecto que permite a inserção da criança na cultura. É uma das maneiras pela qual a criança vai compreendendo o mundo à sua volta. Ele auxilia no processo de constituição do indivíduo e apresenta características que envolvem a afetividade (SAWAYA, 2009, p. 62).
A brincadeira faz parte da vivência da criança, porque essa ação habita no imaginário infantil. Macedo et al. (2005), citado por Rosso (2013, p. 13), reflete que a criança ao brincar se envolve, se interessa e se informa. Portanto, essa atividade é um jogo de ideias, sentimentos, indivíduos, circunstâncias e instrumentos em que as normas e os desígnios não foram estipulados anteriormente.
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação Infantil (BRASIL, 2010), o objetivo da proposta pedagógica nas instituições de Educação Infantil, deve ser que a criança tenha acesso aos processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, como também o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças.
Brincando com objetos para produzir som, espelhos para ver a si mesma e aos outros, com carvão ou giz de cera para desenhar, com vela ou lanterna para fazer sombra ou luz, com água para produzir fontes, com a luz do sol e a sombra para fazer relógio de sol, com plantas para fazer tintas, com tintas e terra misturadas para criar cores, as crianças entram em contato com o mundo físico. Ampliam seu conhecimento quando utilizam elementos da natureza (flores, folhas, sementes) para colecionar e produzir outras coisas, quando observam o que se faz com água, areia, terra. Vão compreendendo como o tempo passa quando comemoram aniversários, organizam o tempo diário de atividades, observam as estações do ano e as previsões climáticas. Percebem o tempo passar quando vêem como era a sala antes e depois da reforma ou quando observam uma planta que nasceu, cresceu, deu flores e frutos. Brincar de recriar o antes e o depois no cotidiano é a oportunidade para compreender o significado do tempo (KISHIMOTO, 2010, p. 12).
Os professores de educação infantil possuem uma quota expressiva a conceder às crianças na estruturação de um alicerce consolidado ao curso escolar. Portanto é de responsabilidade do professor desenvolver atividades que trabalhem a afetividade, a cognição, o aspecto motor, lúdico, adentrando no aprendizado, trazendo o aperfeiçoamento integral de seu aluno (SAWAYA, 2009, p. 34).
Na Educação Infantil (fase que se inicia a vida escolar) observamos nas práticas pedagógicas, a atividade do brincar, na qual fica visível essa relação da afetividade entre o que sou, o que estou descobrindo e o outro. São em atividades lúdicas que entendemos melhor a construção simbólica e cultural do ser humano, a construção do seu pensamento, a pessoa histórico-cultural que está se constituindo. No brincar, represento, assimilo, interiorizo e busco a compreensão do mundo (SAWAYA, 2009, p. 63). 
Quando reconhecermos a relevância do brincar na Educação Infantil, desdobraremos grande desenvolvimento e conhecimento ao educando, sendo que entenderemos o intuito dos desígnios das brincadeiras, na qual trabalharemos situações para que o aluno interprete, dramatize, faça de conta e vá atrás do aprendizado do que é o mundo e nossa vivência nele (SAWAYA, 2009, p. 67).
O brincar desperta a curiosidade das crianças pela exploração de objetos e brinquedos e as leva a ver o que se pode fazer com cada objeto: uma bola pode rolar, pular, mas pode também ser mordida para se experimentar a textura. A criança se encanta quando descobre o botão que aciona o som da caixa de música e o aciona repetidas vezes pelo prazer de ouvir o som. Encanta-se quando vê reaparecer um objeto que enfiou na abertura de uma caixa. Questiona a razão de a água não parar na peneira, o que a faz pensar na hipótese de “segurar” a água com a mão debaixo da peneira. É assim que as crianças vão aprendendo ― experimentando e repetindo várias vezes, em contato com os objetos do mundo físico ― o que cada coisa faz e o que se pode fazer com cada coisa (KISHIMOTO, 2010, p. 11/12).
As Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação Infantil (BRASIL, 2010, p. 12), estabelece que é obrigatoriedade do Estado, a garantia de oferta de Educação Infantil pública, gratuita e de qualidade, semser necessário requisitos para a seleção da criança. Ela estabelece também que a criança é:
Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (BRASIL, 2010, p. 12).
Na concepção da proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ser observado as Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação Infantil, assim garantindo e cumprindo plenamente sua função sociopolítica e pedagógica, no qual devem disponibilizar condições e recursos para que as crianças usufruam seus direitos civis, humanos e sociais, assumindo a responsabilidade de compartilhar e complementar a educação e cuidado das crianças com as famílias. Oportunizar a convivência entre crianças e entre adultos e crianças quanto ao desenvolvimento de saberes e conhecimentos de diferentes naturezas. Oferecer a igualdade de oportunidades educacionais entre as crianças de diferentes classes sociais no que se refere ao acesso a bens culturais e às possibilidades de vivência da infância. Desenvolver diferentes maneiras de sociabilidade e de subjetividade comprometidas com a ludicidade, a democracia, a sustentabilidade do planeta e com o rompimento de relações de dominação etária, socioeconômica, étnico racial, de gênero, regional, linguística e religiosa. 
Toda aprendizagem é composta de objetivos, sejam eles pessoais, sociais ou motivacionais, assim como o uso do lúdico para que não se torne uma bagunça a questão do brincar e aprender ao mesmo tempo. O professor tem que saber como conduzir esse momento, sem prejuízos ou frustrações para a criança (ROSSO, 2013, p. 13).
Em relação ao lúdico, Tonietto (2008, p. 3), possui o seguinte pensamento:
As crianças passam a ser respeitadas e valorizadas quando alguns elementos da cultura infantil, como jogos e brincadeiras, são utilizados de forma orientada para elas. Para isso, a criança precisa ser pensada com base em suas características e como integrante de um contexto cultural, pois ela é um sujeito imerso em um conjunto de relações e processos sociais (TONIETTO, 2008, p. 3).
Para conhecermos qual é o verdadeiro lugar que certa atividade ocupa no sistema das relações sociais de uma criança e como elas estão ligadas as mudanças de espaço, basta notar uma criança que está superando a infância pré-escolar, passando para um novo estágio de desenvolvimento. No grupo inicial e no intermediário, a criança está tão ávida e cheia de novidades com as novas ocupações, seja ela com as brincadeiras, jogos, desenhos, que consegue contar com euforia acontecimentos normais, bastando aquilo para preencher a sua vida. Mas com o passar do tempo, o conhecimento da criança aumenta, sua capacidade de informações cresce e ela já não sente tanta avidez, como sentia no passado. Ela então procura novos desafios, novas oportunidades de aprendizado (VIGOTSKII; LURIA; LEONTIEV, 2010, P. 66).
A linguagem aprimora-se e se constrói, juntamente com as regras que lhe são inerentes, pela aquisição de símbolos e pela alteração do significado dos objetos e das situações. Ao brincar de faz-de-conta, a criança recria símbolos e constrói sua própria linguagem, sua maneira própria de falar e de se relacionar com as pessoas. Isto se dá na intersecção entre o indivíduo e o coletivo, numa relação cíclica entre ambos (ALMEIDA, 2007, p. 69). 
O Referencial curricular nacional para a educação infantil (BRASIL, 1998), destaca que as crianças enriquecem sua identidade, quando se apropriam da linguagem do faz de conta, sendo que se abastecem de outros modos de ser e de pensar, no qual elas crescem seus conhecimentos sobre o seu meio, atuando diversos papéis sociais ou personagens. Portanto, são nas brincadeiras, que as crianças concretizam a efetivação de regras de seu convívio, como também expressão sentimentos, emoções, construindo sensações diversificadas, ocorrendo com isso motivações, que podem ser vividas em momentos de interações sociais. 
Almeida (2007, p. 85), reflete as teorias de estudiosos quanto ao lúdico, o jogo e a brincadeira, relatando que os mesmos interpretam como uma relação e conceituação de liberdade. Entendemos então que só brinca quem é livre, assim, sendo livre significa estar livre em total oposição à opressão. Compreendemos então que é no jogo e na brincadeira que o indivíduo desenvolve, interage com os demais, respeita regras de comportamento e de convívio social, dominando o egocentrismo do “eu” atingindo a grandeza da maturidade social que se tem na reciprocidade com o outro e com o mundo. Entendemos então, que liberdade não é desobediência, mas sim, o domínio da sabedoria de se conviver em grupo.
2.2 Brincando em Meio à Pandemia
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), as escolas serão as últimas a retornar às suas atividades, uma vez que, professores e estudantes se tornam os principais transmissores da Covid-19 (UNESCO, 2020). 
Por meio da Portaria nº 343, de 17 de março de 2020, que “dispõe sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto durar a situação de pandemia do Novo Coronavírus - COVID-19”, o Ministério da Educação (MEC) aprova o Ensino Remoto Emergencial (ERE), com o intuito de frear esses impactos que a Covid-19 vem causando na educação (BRASIL, 2020).
Dentre os principais efeitos da pandemia na educação, a UNESCO citou o acesso desigual aos portais de aprendizagem digital, os pais não estão preparados para a educação a distância no lar, aumento das taxas de evasão escolar, e o isolamento social (UNESCO, 2020).
Para implementar o ERE as escolas precisaram de planejamento rápido e estratégico, e devem fazer reflexões e avaliações do ensino continuamente, se ajustando de acordo com sua realidade, e assim, garantir um ensino de qualidade. Cada instituição de ensino tem adotado medidas conforme suas necessidades, as aulas passaram a ser online, materiais impressos enviados aos alunos ou retirados na escola e transmissões das aulas pela televisão aberta. 
Essa situação caótica e improvisada tem atingido pais e filhos diante das primeiras tentativas de aulas online de suas escolas, recaiu sobre as famílias a responsabilidade de criar as condições apropriadas a fim de que essas transmissões sejam visualizadas pelos alunos; além dos professores, que estão conciliando tudo isso com o cuidado e atividades de seus próprios filhos em casa, e alguns ainda tem que lidar com as dificuldades de se aventurar no ensino à distância ou online pela primeira vez (IODETA, 2020).
O desenvolvimento da criança na primeira infância exige momentos de ludicidade e diversão. Nesse sentido, os professores da Educação Infantil precisam criar uma proposta diferenciada, com atividades simples e que focam na interação entre pais e filhos. A rotina é uma parte importante do aprendizado cognitivo, que guia as atividades da educação infantil, por isso, os pais devem lembrar que as crianças precisam manter essa rotina, mesmo em casa.
As providencias tomadas para conter a pandemia da COVID-19 têm afetado o dia a dia das famílias e, consequentemente, o brincar. Entretanto, experimentar momentos de brincar, com toda família, pode ser uma chance de aprender novas coisas. A ocupação do brincar permite não só a construção das relações interpessoais e o processo de autoconhecimento, mas também o contato com a realidade e a interação com o mundo (PIERRI; KUDO, 1990 apud OLIVEIRA, 2020).
No âmbito social o lúdico contribui em muito na construção de convivência em grupos e relacionamento com o mundo que ainda estão conhecendo, na educação analisa as contribuições que representa para a educação infantil. No psicológico a brincadeira é para a criança um espaço de investigação e construção de conhecimentos sobre si mesma e sobre o mundo. 
O ambiente familiar é um dos primeiros espaçosde socialização da criança e atua como um mediador de padrões e influências culturais. Nesse ambiente, é por meio do brincar que “a criança aprende a administrar e resolver os conflitos, a controlar as emoções, a expressar os diferentes sentimentos que constituem as relações interpessoais, a lidar com as diversidades e adversidades da vida” (WAGNER et al., 1999 apud OLIVEIRA, 2020, p. 27).
Para facilitar a vivência desse período de pandemia e isolamento social, devemos acompanhar as crianças. Participar de suas brincadeiras, sem atribuir a elas um sentido a partir do olhar do adulto, aproveitando para resgatar em cada um de nós a infância adormecida. É muito importante resgatar as brincadeiras de nossa infância, porque as descobertas realizadas na ação lúdica ajudam a estabelecer e fortificar vínculos, resgatar o patrimônio cultural e auxiliar na criatividade
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A criança para se desenvolver saudável e harmônica, necessita estar de bem consigo mesma, com seus semelhantes, e com tudo a sua volta. A criança possui a necessidade de brincar; precisa requerer, inventar e reinventar o mundo. Brincar é da natureza da criança e é indispensável para o um desenvolvimento psicossocial saudável, desenvolvendo o raciocínio, a criatividade e a compreensão do mundo.
O lúdico engloba atividades livres coletivas e regradas, sendo que na maior parte dos casos, podemos confirmar que a criança utiliza o lúdico no seu dia a dia, no qual ela obtém conhecimentos em brincadeiras efetuadas voluntariamente, no qual ela apodera-se de sua imaginação, em jogos e brincadeiras, manipulando brinquedos e objetos variados.
Portanto as práticas lúdicas são essenciais no desenvolvimento das crianças, no qual pode facilitar os relacionamentos e as vivências no ambiente escolar. O lúdico impulsiona a imaginação, particularmente as alterações do indivíduo, na inter-relação do objetivo principal que é o ensino e a aprendizagem.
Desde sempre o professor precisa se reinventar, porém, frente à pandemia da Covid-19, se viram com diversas dificuldades. Verificamos que o professor deve ater-se e compreender os benefícios que as atividades lúdicas proporcionam às crianças. Sendo assim, esperamos que este tenha uma formação apropriada e consciente, decifrando e distinguindo o quanto é importante o brincar no cotidiano das crianças.
Trabalhando atividades lúdicas de forma correta, o educador adquire as oportunidades de se desenvolver tanto o físico, o motor, o emocional cognitivo e social da criança. As atividades lúdicas têm a capacidade de proporcionar experiências que podem ser associadas ao ato, ao pensar e ao sentir. Com a utilização dessas atividades, o professor coopera com o conhecimento, onde a criança pode exteriorizar diversos tipos de sentimentos, no qual pode desenvolver e melhorar as convivências entre seus familiares durante o isolamento social.
O jogo e a brincadeira disponibilizam e promovem o desenvolver do indivíduo, no qual ele usufrui de uma ampla magnitude ao promover o aprendizado, destacando com isso a sua socialização, fazendo assim, com que as crianças construam e desenvolvam o seu ensino e aprendizado, no qual podem aprender brincando e brincar aprendendo.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Língua Portuguesa e Ludicidade: Ensinar Brincando não é Brincar de Ensinar. São Paulo: PUC, 2017. Disponível em: <http://livros01.livrosgratis.com.br/cp039393.pdf. Acesso em 20/02/2018>. Acesso e: 20 set 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil / Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC, SEB, 2010.
BRASIL. Portaria nº 343, de 18 de março de 2020. Dispõe sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais, enquanto durar a situação de pandemia do novo corona vírus- COVID-19. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 18 mar. 2020. Disponível em: <www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-343-de-17-de-marco-de-2020-248564376>. Acesso em: 19 ago 2020.
CHATEAU, Jean. O jogo e a criança. São Paulo: Summus, 1987.
IDOETA, P. A. Os Desafios E Potenciais Da Educação À Distância, Adotada Às Pressas Em Meio À Quarentena. BBC News Brasil, São Paulo, 17 abril 2020. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-52208723>. Acesso em: 29 Set 2020.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Brinquedos e Brincadeiras na Educação Infantil. Anais do I Seminário Nacional: Currículo em Movimento. Perspectivas Atuais. Belo Horizonte: USP, 2010. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2010-pdf/7155-2-3-brinquedos-brincadeiras-tizuko-morchida/file>. Acesso em 2 set 2020.
NEGRINE, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto Alegre: Propil, 1994.
OLIVEIRA, D. H. Percepção de educadores e pais sobre as etapas de 24 a 36 meses do livro Ages and Stages Questionnaires-3 Actividades de Aprendizaje. 2020. 142 p. Dissertação (Mestrado em Terapia Ocupacional) – Programa de Pós-Graduaçãoem Terapia Ocupacional, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2020. Disponível em: <https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/12863/Disserta%c3%a7%c3%a3o_daffini.pdf?sequence=2&isAllowed=y>. Acesso em: 09 set 2020.
PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975. 
ROSSO, Juliana Romero Montagnini. Brinquedoteca: uma forma lúdica de aprender. Medianeira: UTFPR, 2013. Disponível em: <http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/4737/1/MD_EDUMTE_II_2012_34.pdf>. Acesso em 07 set 2020.
SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedo e infância: um guia para pais e educadores. Rio de Janeiro: Vozes, 1999.
SAWAYA, Cristiane Maria Franzini. O Brincar e a Afetividade na Prática Pedagógica de Professores de Educação Infantil. Campinas: PUC, 2009. Disponível em: <http://livros01.livrosgratis.com.br/cp100372.pdf>. Acesso em: 07 set 2020.
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