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Movimentos sociais, Revolução e Golpe de Estado

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Universidade Estadual do Piauí – UESPI 
Campus Dep. Jesualdo Cavalcanti 
Disciplina: Ciência Política e Teoria Geral do Estado 
Professor: Rafael Duailibe Mascarenhas Antero 
Aluna(o): Josenês Rocha Eremita 
• MOVIMENTOS SOCIAIS 
Os Movimentos sociais são as expressões da organização da sociedade civil. Agem de 
forma coletiva como resistência à exclusão e luta pela inclusão social. “Nos movimentos 
sociais, a política revela seu maior potencial dinâmico, pelos constantes desenvolvimentos de 
novas formas derivadas de situações cotidianas e da necessidade de sua transformação” 
(MAAR, 1994) 
Para que um movimento social exista e seja organizado é fundamental que ele tenha 
uma ideologia, ou seja, que exista uma definição de quais são as causas defendidas e quais são 
os objetivos a serem alcançados. É impossível estabelecer uma fórmula única de funcionamento 
dos movimentos sociais, visto que eles são diversos, defendem pautas distintas e têm diferentes 
demandas de acordo com a sua localidade geográfica e seu tempo histórico. No entanto, 
algumas características podem ser elencadas como modos comuns de funcionamento 
deles. Uma delas é formar contextos para articulação entre pessoas, algumas identificações 
podem cumprir esse papel como a classe econômica, a orientação sexual, o gênero, a raça ou a 
etnia. Atualmente, outro ponto marcante é a utilização das redes sociais e plataformas online 
para a divulgação e a articulação de suas organizações. 
Além disso, é importante destacar o aspecto educativo dos movimentos. Ou seja, essas 
atividades políticas refletem no fundo um projeto de sociedade: um mundo sem homofobia ou 
transfobia, por exemplo. Uma última característica dos movimentos sociais é existir lideranças, 
organizações internas e a possibilidade de se institucionalizar. Em todas essas frentes, esses 
coletivos levantam a necessidade de uma mudança social. 
Não resulta fácil estabelecer uma tipologia dos Movimentos sociais. Dificilmente se 
enquadram numa classificação rígida. Alguns autores dão preferência à identificação dos 
grupos segundo a ordem dos interesses que esposam, de modo que distinguem basicamente 
aqueles que se ocupam apenas de vantagens materiais e os que se consagram a propugnar fins 
menos egoísticos e mais altruístas, de âmbito moral ou de cunho ideológico. Os primeiros são 
https://classroom.google.com/u/2/c/MTk1ODM3NzUxMDE4
virtualmente as organizações patronais e obreiras, as entidades rurais, bem como as associações 
profissionais das chamadas classes liberais (associações médicas, ordem dos advogados, clubes 
de engenharia, etc); já os segundos abrangem organizações filantrópicas aparentemente 
desinteressadas, a par de associações bastante politizadas ou com elevada dosagem ideológica, 
funcionando exteriores aos partidos políticos ou não raro vinculados a estes. Formam-se 
também dentro ou fora dos parlamentos, servindo de linha auxiliar às agremiações partidárias, 
das quais podem constituir, todavia em determinados casos verdadeiras dissidências. 
(BONAVIDES, 1997) 
Portanto, os movimentos sociais são organizações entre o indivíduo e o Estado e se 
definem pelo exercício de influência sobre o poder político para obtenção eventual de uma 
determinada medida de governo. De fato, são de extrema importância para a formação de uma 
sociedade democrática, pois tentam possibilitar a inserção de cada vez mais pessoas na 
sociedade de direitos. 
• REVOLUÇÃO E GOLPE DE ESTADO 
Revolução designa uma transformação profunda, um movimento de grandes proporções 
que rompe com o que existia até então. Geralmente, ela surge das bases da sociedade e envolve 
um grande número de pessoas, alterando as estruturas políticas, econômicas e sociais. Como 
em todos os demais fenômenos sociais, na revolução o homem é sujeito e objeto, logo não é 
um fenômeno natural. Significa sempre a interrupção de um período cultural e a inauguração 
de um novo período histórico. 
Geralmente as revoluções se dão contra os abusos das instituições, atingindo a 
constituição política e a forma de governo, podendo atingir grandes profundidades como a 
ascensão de uma nova classe no poder, um novo sistema de camadas sociais, redistribuição da 
propriedade privada ou sua extinção. Porém, não se pode analisar apenas o conteúdo histórico 
e sociológico de uma revolução, mas também as mudanças jurídicas, pois representa a quebra 
da legalidade, a queda de um ordenamento jurídico de direito público, sua substituição pela 
normatividade nova estabelecida pela tomada do poder e, dessa forma, a implantação e 
exercício de um poder constituinte originário, o rompimento com a ordem jurídica antecedente 
e a criação de um novo direito. 
Além disso, como já dito, significa uma transformação principalmente política, visto 
que há mudança ilegal da constituição. A Revolução Política resulta de falhas do governo, 
descontentamento com a autoridade, crise de confiança na camada dirigente e uma vontade de 
mudar, algumas vezes por meio violência. A origem das revoluções também é processual, visto 
que, quase sempre há a necessidade de transformação do Estado para se adequar à realidade 
social. 
Ainda existe a possibilidade de uma contra-revolução, esta é constituída pelos 
remanescentes do sistema deposto, na tentativa de restaurar a antiga ordem. Nesse ponto, novos 
membros também podem aderir ao movimento, buscando minar o prestígio da ideia nova e a 
desmoralização da cúpula dirigente, tentando, inclusive, desalojá-la. 
Já o golpe de estado é um ato tomado pelos órgãos do próprio Estado para a tomada do 
poder por meios ilegais. Assim, é uma iniciativa de elites políticas, econômicas e militares, não 
envolvendo a população, mesmo que, às vezes, contem com apoio popular. Dificilmente um 
golpe promove mudanças profundas. Em geral, eles ocorrem para preservar ou restaurar 
determinada situação política, como o que nasceu no Brasil em 1964. Uma cúpula militar 
apoiada por políticos destituiu o presidente João Goulart (1919-1976). Não havia um clamor 
popular para essa ação, embora parte da opinião pública tenha dado apoio a ela. A ideia era 
frear as “mudanças” que se anunciavam. 
Quando bem-sucedidos, os movimentos golpistas procuram a todo custo caracterizar o 
movimento de tomada do poder como um ato revolucionário. Isso ocorre porque, de modo 
geral, um movimento revolucionário tem um forte efeito simbólico e ideológico para o conjunto 
da sociedade. Um golpe de Estado, ao contrário, além de ser uma iniciativa de poucos 
indivíduos, é considerado uma ilegalidade. Além disso, há a tomada de pontos estratégicos de 
pontos vitais para a própria sobrevivência humana dentro de uma cidade como distribuidoras 
de água, energia e, claro, material bélico. 
Por fim, tanto as revoluções quanto os golpes de Estado quebram as regras do 
ordenamento jurídico precedente, são ilegais perante este. Formam um novo sistema de 
normas que outorgará legalidade e legitimidade à nova realidade e que passará a reger a vida 
das pessoas conforme a nova ideologia e forma de governar adotada. 
REFERÊNCIAS 
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política.10ª Ed. São Paulo: Malheiros, 1997. 
MAAR, Wolfgang Leo. As bases da política: Movimentos sociais e cotidiano. In: ____. O que 
é política. São Paulo: Brasiliense, 1994.

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