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Farmacodinâmica Prof° Nathalia Cezario Farmacodinâmica A farmacodinâmica descreve as seguintes propriedades dos medicamentos: ❑Efeitos terapêuticos (como alívio da dor e diminuição da pressão arterial) ❑Efeitos colaterais (Ação farmacológica e Interações químicas) ❑Onde o medicamento age no organismo (local de atividade) ❑Como o medicamento age no organismo (mecanismo de ação) A idade da pessoa Algumas doenças Interações fármaco - fármaco Os efeitos de um medicamento no organismo podem ser influenciados por muitos fatores, como: ❑ O envelhecimento tende a afetar as respostas farmacodinâmicas por meio de alterações na ligação ao receptor ou na sensibilidade da resposta pós-receptor. ❑ As doenças que afetam as respostas farmacodinâmicas incluem mutações genéticas, tireotoxicose, má nutrição, miastenia gravis, doença de Parkinson e algumas formas de diabetes melito resistentes à insulina. Essas doenças podem alterar a ligação ao receptor e o nível de proteínas ligantes ou diminuir a sensibilidade do receptor. ❑ As interações farmacodinâmicas fármaco-fármaco resultam em competição por sítios de ligação de receptor ou alteram a resposta pós-receptor. Seletividade Depois de ser engolido, injetado, inalado ou absorvido pela pele, pela mucosa sob a língua ou pela mucosa interna da bochecha, a maior parte dos medicamentos entra na corrente sanguínea e circula por todo o corpo. Alguns medicamentos são administrados diretamente na área onde sua ação é necessária. Por exemplo, colírios são colocados diretamente nos olhos. Os medicamentos, então, interagem com as células ou tecidos nos quais eles produzem seus efeitos desejados (locais alvo). Essa interação é chamada de seletividade. A seletividade é o grau em que um medicamento age em um dado local em relação a outros locais. • Medicamentos relativamente não seletivos afetam muitos tecidos ou órgãos diferentes. Por exemplo, a atropina, um medicamento administrado para relaxar os músculos do trato digestivo, também pode relaxar os músculos dos olhos e do trato respiratório. Medicamentos relativamente seletivos, por exemplo, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como aspirina e ibuprofeno, têm como alvo qualquer região onde uma inflamação esteja presente. Medicamentos altamente seletivos afetam apenas um único órgão ou sistema. Por exemplo, a digoxina, um medicamento administrado no tratamento da insuficiência cardíaca, afeta principalmente o coração, aumentando sua eficácia de batimentos. A ação dos soníferos é direcionada a determinadas células nervosas do cérebro. Agonistas e antagonistas Os medicamentos que têm receptores- alvo se classificam como agonistas ou antagonistas. Agonistas- ativam ou estimulam seus receptores específicos, desencadeando uma resposta que aumenta ou diminui a atividade da célula. Antagonistas- bloqueiam o acesso ou a ligação de agonistas naturais do corpo, geralmente neurotransmissores, a seus receptores e, assim, inibem ou reduzem as respostas celulares a agonistas naturais. Agonistas ativam receptores que produzem a resposta desejada. ❑Os agonistas convencionais aumentam a proporção de receptores ativados. ❑Os agonistas inversos estabilizam o receptor na sua conformação inativa e agem de forma semelhante aos antagonistas competitivos. Muitos hormônios, neurotransmissores (p. ex., acetilcolina, histamina e noradrenalina) e fármacos (p. ex., morfina, fenilefrina e isoproterenol, benzodiazepinas e barbitúricos) agem como agonistas. AGONISTAS Os antagonistas impedem a ativação do receptor. Essa prevenção da ativação tem muitos efeitos. Antagonistas aumentam a função celular se bloquearem a ação de uma substância que normalmente diminui a função celular. Antagonistas diminuem a função celular se bloquearem a ação de uma substância que normalmente aumenta a função celular. Os antagonistas de receptores podem ser classificados como reversíveis ou irreversíveis. Os antagonistas reversíveis dissociam-se prontamente de seus receptores e, inversamente, os antagonistas irreversíveis formam uma ligação química estável, permanente ou quase permanente com seus receptores (p. ex., por alquilação). Antagonistas pseudo irreversíveis dissociam-se lentamente de seus receptores. ANTAGONISTAS ❑ No antagonismo competitivo, a ligação do antagonista ao receptor impede a ligação do agonista ao receptor. ❑ No antagonismo não competitivo, agonista e antagonista podem ligar-se simultaneamente, mas a ligação antagonista reduz ou impede a ação do agonista. ❑ No antagonismo competitivo reversível, agonista e antagonista formam ligações de curta duração com o receptor, atingindo um estado estável entre agonista, antagonista e receptor. Esse antagonismo pode ser superado pelo aumento da concentração do agonista. ANTAGONISTAS Ação Farmacológica Os medicamentos apenas afetam a taxa em que as funções biológicas existentes ocorrem. Os medicamentos não alteram a natureza básica dessas funções nem criam novas funções e não podem restabelecer as estruturas ou funções que já estão danificadas em nível superior à capacidade de reparação do próprio corpo. Contudo, alguns medicamentos facilitam o restabelecimento do corpo por si só. Por exemplo, os antibióticos, ao interromperem um processo infeccioso, permitem que o corpo repare o dano causado pela infecção Reversibilidade A maioria das interações entre um medicamento e um receptor ou entre um medicamento e uma enzima é reversível: Depois de algum tempo, o medicamento se separa do receptor ou enzima, que retomam seu funcionamento normal. Algumas vezes, a interação é, em grande parte, irreversível e o efeito do medicamento persiste até que o organismo produza mais enzimas. Ex: O omeprazol, um medicamento utilizado no tratamento de refluxo gastroesofágico e úlceras, inibe, de forma irreversível, uma enzima envolvida na secreção de ácido gástrico. Afinidade e atividade intrínseca • Afinidade- A ação de um medicamento é afetada pela quantidade de medicamento que alcança o receptor e o grau de atração entre ele e seu receptor na superfície da célula. • Atividade Intrínseca - Uma vez ligados ao seu receptor, os medicamentos variam na sua capacidade de produzir um efeito. Afinidade e atividade intrínseca Os medicamentos que ativam os receptores (agonistas) devem ter ambas as propriedades: devem ligar-se com eficácia a seus receptores (afinidade) e o medicamento, uma vez ligado a seu receptor (complexo medicamento-receptor), deve ser capaz de produzir um efeito na área-alvo (atividade intrínseca). Medicamentos que bloqueiam os receptores (antagonistas) devem se ligar aos mesmos de forma eficaz, mas têm pouca ou nenhuma atividade intrínseca, porque a sua função é a de impedir a interação de um agonista com os seus receptores. Potência, eficácia e efetividade É possível avaliar os efeitos de um medicamento em termos de potência, eficácia ou efetividade. • A potência (força) refere-se à quantidade de medicamento (geralmente expressa em miligramas) necessária para produzir um determinado efeito, como o alívio da dor ou a diminuição da pressão arterial. Ex: se 5 mg do medicamento A aliviam a dor com a mesma eficácia que 10 mg do medicamento B, o medicamento A é duas vezes mais potente que o medicamento B. Potência, eficácia e efetividade A eficácia é a capacidade do medicamento de produzir um efeito (como redução da pressão arterial). Ex: o diurético furosemida elimina uma quantidade muito maior de sal e de água através da urina do que o diurético hidroclorotiazida. Por isso, a furosemida tem maior eficácia do que a hidroclorotiazida. Potência, eficácia e efetividade A efetividade difere da eficácia na medida em que leva em conta o quanto o medicamento em uso no mundo real funciona bem. Muitas vezes, um medicamento que é eficaz em estudos clínicos não é muito efetivo na sua utilização concreta. EX: um medicamento pode ter uma elevada eficácia na redução da pressão arterial, porém pode apresentar uma baixa efetividade,uma vez que causa tantos efeitos colaterais que as pessoas devem fazer seu uso com uma menor frequência do que deveriam ou interromper o mesmo por completo. Portanto, a efetividade tende a ser menor do que a eficácia. IMPORTANTE Uma maior potência, eficácia ou efetividade não significa necessariamente que um medicamento seja preferível a outro. Para avaliar as qualidades relativas dos medicamentos para uma pessoa, os médicos consideram muitos fatores, como as reações adversas, toxicidade potencial, duração do efeito (que determina o número de doses diárias necessárias) e o custo. QUESTIONÁRIO 1. O que é farmacodinâmica e o que ela estuda? 2. O que é seletividade e quais suas classificações? 3. Diferencie agonistas e antagonistas? 4. Defina afinidade e atividade intrínseca. 5. O que são potência, eficácia e efetividade?
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