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ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO É o tipo de abdome agudo mais comum e é uma consequência de processos inflamatórios/infecciosos EXAME CLÍNICO – é baseado na anamnese + exame físico, o qual irão fornecer o diagnóstico em 90% dos casos entre as mulheres e 98% dos casos entre os homens → TODO PACIENTE COM DOR ABDOMINAL DE INICIO RECENTE NECESSITA DE INVESTIGAÇÃO PRECOCE E COMPLETA!! PERITONITE É a inflamação do peritônio Peritônio é uma membrana serosa que reveste a cavidade abdominal (peritônio parietal) e vísceras (peritônio visceral) DOR □ a dor da inflamação peritoneal sempre é agravada por compressão ou por alterações na tensão do peritônio, alterações essas produzidas por palpação ou por algum movimento, como a tosse ou o espirro. O paciente com peritonite caracteristicamente permanece deitado quieto no leito, preferindo evitar movimentos □ a dor causada pela inflamação do peritônio parietal tem caráter constante e incômodo, localizando-se diretamente sobre a área inflamada, sendo possível estabelecer a sua referência exata, uma vez que é transmitida pelos nervos somáticos que inervam o peritônio parietal CLASSIFICAÇÃO □ Tipo de evolução: Aguda Ex: perfuração de órgão Crônica Ex: doença inflamatória pélvica □ Extensão: Localizada / Bloqueada Difusa / Generalizada □ Origem: Primária Secundária PERITONITE PRIMÁRIA □ chamada também de PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA (PBE) □ relaciona-se com a disseminação bacteriana por via hematógena ou diretamente pela cavidade abdominal, sem que haja perfuração de uma víscera oca → Ex: cirrose e síndrome nefrótica PERITONITE SECUNDÁRIA □ mais comum, está relacionada com infecções intra- abdominais causadas por bactérias e/ou suas toxinas. Estas chegam à cavidade quando há o rompimento de alguma víscera oca Tamilly Barroso – 4º P Abdome agudo inflamatório APENDICITE COLECISTITE PANCREATITE DIVERTICULITE https://www.infoescola.com/reino-monera/bacterias/ https://www.infoescola.com/biologia/toxinas-bacterianas/ APENDICITE □ O risco geral de se ter apendicite é de 8% □ a incidência é entre 20 – 40 anos □ é incomum de ocorrer nos extremos de idade □ o fator OBSTRUTIVO é o principal responsável □ a obstrução pode ocorrer por: fecálitos (90%) cálculo biliar (5%) corpo estranho (5%) neoplasia FISIOPATOLOGIA □ o apêndice torna-se inflamado e edemaciado como resultado de uma obstrução, possivelmente por um fecálito, tumor ou corpo estranho □ o processo inflamatório aumenta a pressão intraluminal, dando início a uma dor progressivamente intensa, generalizada, ou na região abdominal superior; dentro de poucas horas, torna-se localizada no quadrante inferior direito EXAME CLÍNICO Sinais semiológicos □ Sinal de Psoas: dor a extensão passiva da articulação coxofemoral □ Sinal do obturador: dor produzida pela rotação interna da coxa fletida □ Sinal de Rovsing: Sintomas - dor epigástrica ou periumbilical - 4 a 12 h: naúseas, anorexia e febre baixa - 12 a 24 h: dor aumenta e selocaliza em FID - vômito - perda de apetite (anorexia) - diarreia (após o inicio da dor) - tensão da parede do abdome DIAGNÓSTICO □ História □ Exame físico □ Exames Complementares: USG Tomografia Hemograma □ Escore de Alvarado Laboratoriais ○ Hemograma Leucocitose (desvio a esquerda) PCR ↑: indica processo inflamatório IMAGEM ○ Tomografia de abdome – é o padrão ouro ▪ a seta (o pontinho): indica o aumento do diâmetro do apêndice, ou seja, o apêndice está aumentado ▪ em cinza escuro (1) temos gordura, que é normal entre os órgãos ▪ cinza claro = órgãos ▪ (2) cinza intermediário ao redor do apêndice: borramento ou densificação da gordura periapendicular, significa que essa gordura está inflamada ESCORE DE ALVARADO 1 – 4: baixa probabilidade, seguimento ambulatorial caso o estado geral não esteja afetado 5 – 7: probabilidade intermediaria. Observação ativa e solicitação de exames de imagem 8 – 10: alta probabilidade. Exploração cirúrgica CONDUTA □ Antibioticoterapia □ Cirurgia: APENDICECTOMIA CONVECIONAL ou VIDEOLAPAROSCÓPICA DIVERTICULITE CASO CLINICO Paciente MDT, sexo feminino, 50 anos, relata que há 2 dias vem apresentando uma dor de moderada intensidade em quadrante inferior esquerdo do abdome, associada a vômitos e febre de 39C. Quando questionada, paciente afirma que já teve outros episódios semelhantes de dor (por 3 vezes nos últimos 5 anos). História patológica pregressa de constipação crônica. Ao exame físico: Bom estado geral, lúcida e orientada em tempo e espaço, hidratada, normocorada, anictérica, acianótica, obesa, abdome globoso, sem cicatrizes cirúrgicas, abaulamento em fossa ilíaca esquerda (FIE), ruídos hidroaéreos diminuídos em FIE, abdome doloroso a palpação e a descompressão em FIE, plastrão palpável em FIE. Exames laboratoriais apresentando leucocitose com desvio a esquerda e tomografia de abdome total evidenciando saculações na parede do colón sigmoide com borramento da gordura pericólica e também abcesso na parede do colón sigmoide de cerca de 10 cm de diâmetro. Sobre o caso clinico, responda as seguintes questões: 1. Qual é o diagnóstico sindrômico? Síndrome abdominal aguda inflamatória 1 2 2. Qual é o diagnóstico etiológico? Diverticulite aguda 3. Quais são os fatores de risco identificados no caso clinico em questão? Obesidade, constipação crônica, sexo feminino e idade 4. Qual é a classificação de HINCHEY da paciente? Hinchey II INTRODUÇÃO □ Uma das desordens gastrointestinais mais comuns em países ocidentais □ importante causa de hospitalização □ Diverticulose: incidência aumenta com a idade: 10% < 40 anos 60 – 80% > 80 anos □ Diverticulite 1 – 4% de incidência ETIOLOGIA □ caracteriza-se principalmente por bolsas pequenas salientes da parede interna do intestino (divertículos) que inflamam □ DIVERTICULITE COMPLICADA (20 – 35%) Abcessos Estenoses: “estreitamento” Obstruções Fistulas: comunicação anormal entre órgãos Ex: pode ter comunicação com a bexiga Sangramentos Perfurações ● CIRÚRGIA DE EMERGÊNCIA EM 1 – 15% DOS CASOS FISIOPATOLOGIA □ Obstrução do divertículo □ Hipersecreção de muco □ Proliferação bacteriana □ Comprometimento vascular □ Necrose/Erosões/Perfuração FORMAÇÃO DO DIVERTÍCULO □ as áreas de fragilidade já existem (espaço entre as membranas), aí ocorre que quando se tem constipação a pressão aumenta fazendo com que tenha um “prolapso” e a formação do divertículo O normal é existir um intestino liso e livre de saculações CLASSIFICAÇÕES □ Classificação de Hinchey HINCHEY I E II: Tratamento não-cirúrgico de emergência HINCHEY III e IV: Abordagem cirúrgica EXAME CLÍNICO SINTOMAS □ é comum apresentar-se com: Dor no quadrante inferior esquerdo Febre baixa Alterações na movimentação intestinal Anorexia Leucocitose moderada DIAGNÓSTICO □ História do paciente □ Exame físico □ Tomografia computadorizada de abdome → NÃO SÃO INDICADOS NA FASE INICIAL/FASE AGUDA (CRISE): ENEMA OPACO COLONOSCOPIA CONDUTA □ Se não houver sinais de gravidade: Dieta leve e liquida Prescrição de analgésicos e antibióticos: Antibióticos: - cefalosporina de 3º geração: CEFTRIAXONA → bactérias gram- negativos - metronidazol →anaeróbicos □ Se houver sinais de gravidade: Cirurgia Drenagem de abcessos
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