Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
JÉSSICA ALVES Medicina Funorte DELIRIUM Idoso, 69 anos, hipertenso, internado há 2 dias por queda da propria altura com fratura resolvida cirurgicamente há 24 horas. Em uso de hidroclorotiazida, losartana, analgésicos e enoxaparina. Evolui com agitação psicomotora, agressividade, alternando entre prostração e sedação. EF: febre, taquicardia, hipotensão arterial, taquidispinéia. Inquieto, alerta, MOTE, presença de alucinações e desidratação. Sem outras comorbidades. CASO CLÍNICO DELIRIUM DEFINIÇÃO Síndrome neurocomportamental causada por comprometimento transitório da atividade cerebral, com curso agudo e flutuante, sem etiologia específica. Caracterizada por presença de distúrbios da consciência, atenção, orientação, memória, pensamento, percepção, comportamento e ritmo sono-vigília. Deve ser diferenciado do termo delírio, que se caracteriza pela presença de convicções irreais, sendo sintoma comum de doenças neuropsiquiátricas, entre elas o próprio Delirium. F IS IO P A T O L O G IA É um sintoma final comum de uma variedade de anormalidades neuroquímicas, específicas para cada situação. Aparenta ter origem em disfunções corticais e subcorticais (Tálamo, Ganglios da Base, Formação Reticular da Ponte), afetando diversos sistemas neurotransmissores, prinpalmente: circuito colinérgico, adrenérgico e gabaérgico central. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA - EDGAR QUANDO PENSAR Inter-relação dos fatores predisponentes e precipitantes. Início agudo, curso flutuante (periodos de lucidez com piora â noite). Déficit de atenção (focar e manter), dificuldade no diãlogo e para seguir comandos. Disfunção cognitiva de forma global. Desorganização do pensamento com discurso vago e incoerente. Alterações no nível de consciência, distúrbio de percepção (delírios e alucinações), MOTE. Alterações no ciclo sono-vigília, com sonolência diurna e sono fragmentado. Alterações psicomotoras (agitação, hipoatividade ou mista) Labilidade emocional (ansiedade, medo, euforia) Déficit cognitivo prévio Depressão Alcoolismo Idade > 65 anos Sexo masculino Doenças crònicas - Múltiplas comorbidades Doença terminal Episódio prévio Polifarmácia Desnutrição Déficits sensoriais (visão, audição) Status funcional ruim FATORES PREDISPONENTES Medicações Infecções (ITU, pneumonia) Afecçóes cardíacas, cerebrovasculares e pulmonares Distúrbios metabólicos (glicemia, hipóxia) Procedimentos médicos - cirurgias Trauma Fratura Dor não controlada Desidratação Desnutrição Retenção de fezes e urina Iatrogenia Privação de sono Mudanças no ambiente (UTI) Contenção física Perda de suporte social Uso de equipamentos invasivos (sonda vesical, nasoenteral) Abuso ou abstinência de substâncias FATORES PRECIPITANTES Dados vitais, exame dos aparelhos, nível de hidratação, focos infecciosos, doenças crônicas descompensadas, nível de consciência, sinais de queda ou TCE. E X A M E F ÍS IC O DSM - V Déficit de atenção Distúrbios da consciência (memória, linguagem, percepção, desorientação) Surge de forma aguda e curso flutuante Sem relação com doenças neurocognitivas prévias. Há evidência na história, exame físico ou exames laboratoriais. 1. 2. 3. 4. 5. OBS. Necessário preencher todos os critérios. CONFUSION ASSESSMENT METHOT CAM Estado confusional agudo com curso flutuante. Déficit de atenção. Pensamento e discurso desorganizados. Alterações no nível de consciência. 1. 2. 3. 4. OBS. Necessário os itens 1 e 2 + 3 e/ou 4. Realizados apenas para auxiliar na indentificação de possíveis fatores precipitantes, não existindo nenhum específico ou obrigatório. EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL NÃO FARMACOLÓGICO Reorientar paciente (uso de calendários, relógios, objetos pessoais) Reorintar sobre sua condição e procedimentos Permitir e estimular participação familiar Uso de óculos e próteses auditivas Mobilização precoce fora do leito, autocuidado e independência. Medidas cognitivas e sociais Quarto individual, calmo, iluminado, com janelas e pouco ruído Sondas e cateteres apeas se muito necessário. Evitar contenção física Técnicas de relaxamento Medidas ambientais T R A T A M E N T O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Haloperidol: 0,5 a 1 mg, preferenciamente VO (é o mais usado) Risperidona: 0,5 a 1 mg Quetiapina: 12,5 a 25 mg Lorazepam: 0,5 a 1 mg VO Menor tempo e menor dose possível, para melhorar a agitação e não a sedação. Antipsicóticos é a classe preferida Benzodiazepínicos não são recomendados (piora do estado confusional), usados apenas em casos de abstinência alcoólica ou do próprio Benzodiazepínico. RESERVADO PARA PACIENTE HIPERATIVO PREVENÇÃO Programas de atividades, terapia ocupacional Higiene do sono, horário de medicamentos Mobilização precoce, fisioterapia Iluminação, adaptação e uso de óculos Aparelho auditivo Reconhecer e tratar precocemente desidratações
Compartilhar