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Resumão PSIQUIATRIA COMPLETO

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANAMNESE 2 
TRANSTORNOS MENTAIS ORGÂNICOS 6 
TRANSTORNOS MENTAIS RELACIONADOS AO USO DE DROGAS 7 
ESQUIZOFRENIA E OUTROS TRANSTORNOS PSICÓTICOS 8 
TRANSTORNOS DO HUMOR 10 
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE, DISSOCIATIVOS E SOMATOFORMES 11 
TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE 13 
TRANSTORNOS ALIMENTARES 15 
 
MEDCURSO – Psiquiatria 
2 
 
 
 
ANAMNESE 
Funções psíquicas elementares: 
Consciência: 
- É a capacidade de contactuar com o meio/realidade 
- Alterações quantitativas: 
- Obnubilação/turvação (sonolência): é o rebaixamento em grau leve a moderado 
- Torpor/sopor (dor): é o estado de marcante de turvação da consciência, no qual o paciente está 
sonolento e só pode ser despertado por grande estímulo, sobretudo de natureza dolorosa. 
- Confusão: é a incapacidade de manter o foco de atenção sobre determinado estímulo. O paciente 
apresenta um fluxo incoerente do pensamento, ações desprovidas de propósito, desorientação e 
inquietação 
- Coma: é o grau mais profundo de rebaixamento de nível de consciência no qual não é possível 
atividade voluntária consciente. Ausência de resposta aos estímulos do meio (até mesmo o do- 
loroso), sem indícios de consciência. 
- Alterações qualitativas: 
- Estado crepuscular (estreitamento da consciência): curso breve e súbito de alteração da con- 
sciência, sem memória posterior. 
- Dissociação da consciência: é a fragmentação ou divisão do campo da consciência. O indivíduo 
"desliga" da realidade para parar de sofrer e quando isso ocorre, parte da personalidade, até então 
reprimida, se libera e passa a dominar a fala e as atitudes das pessoas. 
- Estado hipnótico: estado de consciência reduzida e estreitada e de atenção concentrada, que 
pode ser induzido por outra pessoa (hipnotizador). 
 
Atenção: 
- É o direcionamento da consciência. Depende do interesse do indivíduo 
- Tipos: 
- Espontânea (vigilância) 
- Ativa 
- Alterações: 
- Dificuldade para concentrar a atenção sobre um estímulo mais significativo 
- Distração: aumento da atenção voluntária e queda da atenção espontânea (pode cair o mundo que 
a pessoa não percebe, excesso de foco) 
- Distraibilidade: diminuição da atenção voluntária e aumento da atenção espontânea (não consegue 
focar) 
- Hipoprosexia: diminuição global da atenção. Difere da distraibilidade porque nesse caso a pessoa 
consegue manter uma certa atenção, apesar de diminuida (pensar em uma pessoa cansada as- 
sistindo aula). 
- Hiperprosexia: a atenção dirige-se aos mais diversos estímulos sensoriais, sem nenhum foco de- 
terminado. 
- Aprosexia (ausência de atenção): abolição da capacidade de atenção por mais intensos que sejam 
os estímulos 
 
Orientação: 
- É a capacidade de situar-se quanto a si mesmo ou ao ambiente 
- Orientação autopsiquica: é a orientação do indivíduo em relação a si mesmo. Quem eu sou, família. 
- Orientação alopsíquica: 
- Orientação temporal: indica se o paciente sabe em que momento cronológico estamos vivendo 
- Orientação espacial: indica se o paciente sabe o lugar onde ele se encontra, bairro, a cidade, o 
estado e o país 
 
Sensopercepção: 
- É a tomada da consciência do estímulo sensorial 
- Alterações quantitativas: 
- Intensidade: hiperestesia, hipoestesia 
- Qualidade: macropsia, micropsia. 
- Alterações qualitativas: 
- Ilusões: percepções deformadas de um objeto real e presente. 
- Alucinações: percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem) sem a presença do 
objeto estimulante real. São criadas pela mente, mas permanecem com todas as características 
das percepções verdadeiras. 
MEDCURSO – Psiquiatria 
3 
 
 
 
- Alucinações auditivas: 
- Alucinações auditivas simples: sons inespecíficos (chiados, zumbidos, assobios) 
- Alucinações auditivas complexas: mais comum. Ex: vozes que ameaçam ou insul- 
tam, vozes que comandam. 
- Sonorização do próprio pensamento: ouvir o pensamento 
- Publicação do pensamento: acredita que outros ouvem o que pensa 
- Vozes de comando: dão ordens ao paciente 
- Alucinações visuais: 
- Alucinações visuais simples: fotopsias – vê cores, bolas, pontos brilhantes. 
- Alucinações visuais complexas: figuras, imagens de pessoas, de partes do corpo 
- Alucinação cenográfica: visões de cenas completas (parece um sonho). 
- Alucinações liliputianas: vê personagens diminutos, minúsculos. 
- Zoopsias: alucinações com répteis e animais peçonhentos. 
- Alucinações táteis: sensação de espetadas, insetos ou pequenos animais sobre a pele. 
- Alucinações gustativas e olfativas 
- Alucinações cenestésicas: percepção falseada dos órgãos internos (fígado revirado, 
pulmão esvaziado, intestinos rasgados). 
- Alucinações cinestésicas: paciente tem sensações alteradas de movimentos do corpo, 
como sentir o corpo afundando, pernas encolhendo, braço levantando. 
 
Memória: 
- É a capacidade de registrar, manter e evocar fatos passados 
- Tipos: 
- Memória imediata ou de curtíssimo prazo: de segundos a 1-3 min. 
- Memória recente ou de curto prazo: de alguns minutos até 3-6hs. 
- Memória remota ou de longo prazo: capacidade de evocar acontecimentos ocorridos após muito 
tempo do evento, pode durar por toda a vida. 
- Alterações quantitativas: 
- Hipermnésias: associado com aceleração psíquica. Lembra de todos os detalhes. 
- Amnésias: esquecimento 
- Alterações qualitativas (paramnésia): 
- Ilusões mnêmicas: acréscimo de elementos falsos sobrepostos a realidade. 
- Alucinações mnêmicas: imaginação parecendo lembranças, mas não correspondem a nenhuma 
lembrança verdadeira. Não há nenhum acontecimento real. 
- Fabulações: comum em idosos ou com traumatismo. Não lembram algumas situações, mas o 
médico consegue manipular lembrança 
- Criptomnésias: as lembranças aparecem como fatos novos. 
- Ecmnésia: revivescência intensa, abreviada e panorâmica de eventos passados, em um breve 
período de tempo. Lembrança de história longa, de vários eventos. 
- Lembrança obsessiva: determinado acontecimento não sai da cabeça. 
- Transtornos do reconhecimento: 
- Falsos reconhecimentos (síndrome de Frégoli): identifica um desconhecido como uma pessoa de 
sua família ou como um velho conhecido, atribui o mesmo nome e conversa como velhos amigos. 
- Falsos desconhecimentos: há o não-reconhecimento de pessoas muito familiares. 
- Síndrome de Capgras: o paciente afirma que a pessoa que o visitou, dizendo ser seu pai ou sua 
mãe, na verdade são sósias idênticos, falsas cópias. Acredita que as pessoas são impostoras. 
 
Afetividade: 
- Pode ser dividida em humor e afeto: 
- Afeto: qualidade emocional que acompanha uma ideia 
- Humor: tônus afetivo do indivíduo em um determinado momento 
- Alterações do afeto: 
- Eutimia: normal 
- Hipertimia: 
- Hipotimia: 
- Labilidade afetiva: instabilidade emocional (oscilação abrupta) 
- Ambivalência afetiva: coexistência de estados emocionais incompatíveis (amor e ódio) 
- Ambitimia: simultaneidade de sentimentos opostos sem que haja cisão da personalidade 
- Puerilismo: comportamento infantil 
MEDCURSO – Psiquiatria 
4 
 
 
- Paratimia: inadequação afetiva do esquizofrênico, apresentando reações emocionais incompreen- 
síveis 
- Neotimia: surgimento repentino de sentimentos novos (estranhos e bizarros para a pessoa) 
- Embotamento afetivo: não consegue sentir afeto pelo outro ou pelas coisas. Comum na es- 
quizofrenia (isolamento) 
- Apatia: falta de desejo ou interesse 
- Hipomodulação do afeto: diminuição do desejo ou interesse 
- Anedonia: ausência de prazer nas coisas que antes geravam prazer. 
- Alterações do humor: 
- Distimia: alteração básica do humor (inibição ou exaltação) 
- Humor triste e ideação suicida 
- Disforia: tonalidade afetiva desagradável, mal-humorada. Pessoa que reclama de tudo. 
- Irritabilidade patológica: hiperreatividade desagradável e hostil a estímulos do meio exterior. 
Reação desproporcional ao estímulo 
- Ansiedade: apreensão com o futuro. “Sensação de vazio”. 
- Euforia (“alegria patológica”): estado de alegria intensa e desproporcionalàs circunstâncias. 
- Elação: euforia + expansão do eu (sensação subjetiva de grandeza e de poder) 
 
Pensamento: 
- É a organização do fluxo das ideias e pode ser dividido em: curso, forma e conteúdo. 
- Alterações do curso: 
- Aceleração 
- Lentificação 
- Aumento do tempo de latência da resposta 
- Bloqueio do pensamento 
- Roubo do pensamento 
- Alterações da forma: 
- Fuga de ideias: secundária à aceleração – uma ideia se segue a outra de forma extremamente ráp- 
ida, deixando de seguir a lógica 
- Afrouxamento das associações: menor articulação das ideias 
- Descarrilhamento do pensamento: pensamento sai do curso normal 
- Desagregação do pensamento: profunda perda do nexo com total perda da coerência 
- Arborização: perda da direcionalidade, sem conclusão do raciocínio 
- Perseveração: dificuldade de mudança do tema 
- Circunstancialidade: pergunta uma coisa e o paciente enrola até chegar no assunto principal 
(demora mas chega) 
- Tangencialidade: fuga do assunto (ex: aluno respondendo questão aberta) sem responder o per- 
guntado 
- Alterações do conteúdo: 
- Obsessões 
- Delírio: 
- Delírio de perseguição: o indivíduo acha que está sendo perseguido por pessoas que 
querem matá-lo, prendê-lo, prejudicá-lo no trabalho, desmoralizá-lo ou expô-lo no ridículo. Que 
prejudique o paciente. 
- Delírio de referência: a pessoa acha que estão falando sobre ela 
- Delírio de influência: sente que está sendo comandado, controlado ou influenciado por uma 
força, pessoa ou entidade externa. Sendo controlado por alguém ou algo. 
- Delírio de grandeza: acredita ser especial, dotado de poderes, de uma origem superior, com 
um destino espetacular. Extrapolar o limite. 
- Delírio de reivindicação: de forma desproporcional em relação a realidade do indivíduo afir- 
ma ser vítima de injustiças e discriminações. “Tudo acontece comigo" 
- Delírio místico ou religioso: afirma ser um novo messias, um Deus, um santo poderoso ou 
alguém com uma missão especial. Se acha filho de Deus. 
- Delírio de ciúmes e delírio de infidelidade: o indivíduo tem certeza de que está sendo traído 
de forma vil e cruel 
- Delírio de relação: constrói conexões significativas (delirantes) entre os fatos normalmente 
percebidos. Ocorre em geral com colorido persecutório 
- Delírio erótico (erotomania): uma pessoa de destaque social ou de grande importância para 
o paciente está totalmente apaixonado por ele e irá abandonar tudo para com ele se casar 
MEDCURSO – Psiquiatria 
5 
 
 
- Delírio de ruína: o mundo está repleto de desgraças, está condenado à miséria, ele e sua 
família irão passar fome, futuro com sofrimentos e fracassos 
- Delírio de culpa e de auto-acusação: acredita ser culpado por tudo de ruim que acontece no 
mundo e na vida das pessoas que o cercam. É característico das formas graves de depressão. 
Culpa de algo que nem existe. 
- Delírio hipocondríaco: crê com convicção externa que tem uma doença grave, incurável. É 
difícil de ser diferenciado das idéias hipocondríacas não-delirantes 
 
Linguagem: 
- Logorreia e taquifasia: falar muito rápido sem parar 
- Bradifasia: falar devagar 
- Mutismo: não falar 
- Perseveração e esterotipia verbal: repetição automática de palavras 
- Ecolalia: repetição da última ou das últimas palavras que o próprio paciente falou 
- Tiques verbais: produção de fonemas de forma irresistível ("or") 
- Verbigeração: repetição de forma monótona e sem sentido de frases 
- Mussitação: produção repetitiva de uma voz muito baixa, murmurada, sem significado comunicativo ("fala 
para si") 
- Pararrespostas: respostas diferentes do que foi perguntado 
- Neologismos: criação de palavras novas 
- Jargonofasia: fala incompreensível, incoerente "salada de palavras" 
 
Vontade: 
- Negativismo: paciente faz o oposto do que foi solicitado, ou não faz nada quando solicitado 
- Obediência automática: paciente perde a autonomia e a atividade volitiva 
- Fenômenos em eco: repetição de forma automática das palavras ou ações do entrevistador 
 
Psicomotricidade: 
- Agitação psicomotora: aceleração e exaltação de toda atividade motora, geralmente secundária a um 
taquipsiquismo acentuado. Associa-se a hostilidade. Maníaca, histérica, ansiosa, tóxica, delirante 
- Lentificação psicomotora: lentificação de toda atividade psíquica. Toda movimentação voluntária torna- 
se lenta. 
- Inibição psicomotora: estado acentuado e profundo de lentificação 
- Flexibilidade cérea: indivíduo ou parte do seu corpo é colocado pelo examinador em determinada posição 
e esse mantém essa posição, como se fosse um homem de cera, moldável por outra pessoa 
- Cataplexia: perda abrupta do tônus muscular frente a emoções mais forte, geralmente acompanhada de 
queda ao chão, sem perder a consciência. 
- Estereotipias motoras: repetições automáticas e uniformes do mesmo gesto, indica perda de controle 
voluntário sobre a esfera motora. 
- Tiques: atos coordenados repetitivos, resultantes de contrações súbitas, breves e intermitentes, em geral 
envolvendo um grupo de músculos atando em suas relações sinérgicas normais. 
- Maneirismo: tipo de estereotipia motora caracterizada por movimentos bizarros e repetitivos, geralmente 
complexos, que perseguem um certo objetivo, mesmo esdrúxulo (parecido com coréia). 
- Conversão: surgimento abrupto de sintomas físicos (paralisia, anestesia, cegueira, parestesias) de origem 
psicogênica. 
 
Consciência do eu: 
- Atividade: 
- Suspensão da sensação do normal do próprio eu, corporal e psíquico 
- Vivências de influência: sentir que seus pensamentos são feitos e impostos por alguém ou algo ex- 
terno 
- Unidade: sente que é mais de uma pessoa ao mesmo tempo 
- Identidade: 
- Paciente não reconhece a si próprio 
- Despersonalização: sentimento de estranheza em relação a si próprio 
- Desrealização: perda da relação de familiaridade com o mundo 
- Oposição do eu: desaparecem os limites entre o indivíduo e o mundo externo 
MEDCURSO – Psiquiatria 
6 
 
 
 
TRANSTORNOS MENTAIS ORGÂNICOS 
Delirium: 
- Estado confusional agudo 
- Perda aguda da função cognitiva 
- Características: 
- Paciente idoso (comorbidades neurológicas, demência, acamado) 
- Prognóstico ruim (fator preditor de mortalidade) 
- Fisiopatologia: ↓ acetilcolina (neurotransmissor da cognição) 
- Fatores de risco: 
- Alteração da homeostase: infecção, AVE, IAM, polifarmácia, invasão (sonda, cateter) 
- Isolamento, ↓ mobilidade 
- Clínica: 
- Quadro agudo e flutuante 
- ↓ atenção 
- Delírio/alucinação 
- ↓ nível de consciência (sonolência, obnubilação) 
- Diagnóstico: 
- Critérios CAM-ICU: 
- Alterações agudas do estado mental ou de curso flutuante + 
- Déficit de atenção + 
- Pensamento desorganizado OU alteração do nível de consciência 
- Tratamento: 
- Tratar fator desencadeante, ajustar ambiente 
- Antipsicótico: haloperidol (se agitação) 
 
Demência: 
- Síndrome caracterizada por múltiplos comprometimentos nas funções cognitivas (memória, linguagem, 
orientação, solução de problemas, inteligência, percepção), sem alteração da consciência 
- Os sintomas alteram significativamente o funcionamento social 
- Causas: 
- Doença de alzheimer 
- Demência vascular (multiinfartos lacunares, evolução em degraus) 
- Drogas e toxinas 
- Massa intracraniana 
- Anóxia 
- Traumatismo 
- Transtornos neurodegenerativos (Parkinson, Huntington, Pick) 
- Transtornos nutricionais ou metabólicos 
- Transtornos inflamatórios crônicos (LES) 
 
Delirium Demência 
Início Doença aguda de início súbito Doença crônica de início insidioso 
Duração Dias a semanas Meses a anos 
Curso Flutuante Cronicamente progressivo 
Nível de consciência Flutuante Preservado 
Orientação Prejudicada Intacta inicialmente 
Atenção Prejudicada Menos prejudicada 
Pensamento Desorganizado Quantidade diminuída 
Memória Recente prejudicada Recente e remota prejudicadas 
Percepção Alucinações comuns Alucinações raras 
Sono Perturbação sono-vigília Menor perturbação 
Reversibilidade Frequente Maioria irreversível 
MEDCURSO –Psiquiatria 
7 
 
 
 
TRANSTORNOS MENTAIS RELACIONADOS AO USO DE DROGAS 
- Quando o indivíduo usa uma droga, após um tempo de adaptação o cérebro age o contrário. Ex: 
- Drogas estimuladoras → fica deprimido 
- Drogas depressoras → fica estimulado 
 
Depressores 
Álcool: 
- Intoxicação aguda: euforia, perda da censura, alteração do raciocínio → tontura e incoordenação → com- 
portamento emocional afetado → confusão, estupor, coma 
- Abstinência: tremor (1ª manifestação), insônia, agitação (dura 5 a 10 dias). HIPERATIVIDADE SIMPÁTICA 
- Delirium tremens: tremores, alucinação e ilusões, ↓ consciência e confusão, hiperatividade au- 
tonômica 
- Alucinose alcoólica: alucinações predominantemente auditivas, SEM rebaixamento do nível de 
consciência e SEM alterações autonômicas 
 
* Se síndrome de abstinência: dependência 
* Se problemas legais, não cumpre tarefas: abuso do álcool 
 
Transtorno amnésico persistente: 
- Síndrome de Wernick (SW): alteração precoce da falta de tiamina (vitamina B1), ataxia, confusão mental 
e alteração da motilidade ocular extrínseca. É reversível 
- Síndrome de Korsakoff (SK): alteração crônica da falha de tiamina (vitamina B1), pode ser uma 
evolução de SW. Demência com perda da memória recente e CONFABULAÇÃO. É irreversível. 
 
Tratamento: 
- Intoxicação aguda: 
- Suporte: hipoglicemia, hiponatremia 
- Repor tiamina 
- Antipsicótico (se alucinação) 
- Síndrome de abstinência: 
- Benzodiazepínico 
- Repor tiamina 
- Antipsicótico (se alucinação) 
- Interrupção do hábito: 
- Terapia 
- Dissulfiram (efeito antabuse) 
- Naltrexone (antagonista opiácio) 
- Acamprosato (antagonista NMDA) 
 
Opióides: 
- Morfina, heroína, metadona, fentanil, ópio 
- Intoxicação aguda: 
- Euforia, relaxamento, retardo 
- Efeito parassimpático: constipação, bradicardia, anorexia, sedação, hipotensão 
- Depressão respiratória, MIOSE, coma 
- Tratamento: NALOXONE (antídoto) 
- Abstinência: 
- Hiperatividade simpática: midríase, hipertensão, sudorese, tremor, dor abdominal 
- Tratamento: suporte (antitérmico, clonidina) + METADONA (é um opióide fraco; reduzir aos poucos) 
 
Benzodiazepínicos: 
- Agonistas GABAérgicos 
- Intoxicação aguda: 
- Rebaixamento 
- Tratamento: suporte respiratório + FLUMAZENIL 
- Abstinência: 
- Tremores, palpitação, cefaleia, insônia, pesadelos, náuseas, déficit memória, delirium, alucinações, 
convulsões 
- Tratamento: redução gradativa da dose + tratar doença de base 
MEDCURSO – Psiquiatria 
8 
 
 
 
Cannabis: 
- Intoxicação aguda: 
- Efeitos euforizantes se desenvolvem após cerca de 1 hora e duram cerca de 2-4hs 
- Euforia, risos imotivados, comprometimento da coordenação, lentificação do tempo, prejuízo na 
memória de curto prazo e retraimento social 
- Hiperemia conjuntival, boca seca, taquicardia, aumento do apetite, retardo psicomotor, hipotensão 
- Complicações: 
- Agudas: ansiedade, pânico, sintomas psicóticos 
- Crônicas: diminuição da atenção e da tenacidade, apatia, ↓energia 
- Abstinência: 
- Ansiolíticos, antidepressivos 
 
Estimulantes 
Cocaína: 
- ↑ monoaminas cerebrais (dopamina, serotonina e noradrenalina) 
- Intoxicação aguda: 
- Irritabilidade, mania, alucinação, delírio 
- Hiperatividade autonômica simpática 
- Tratamento: benzodiazepínico, fentolamina 
- EVITAR β-bloqueador (vasoconstrição reflexa) 
- Abstinência: 
- Disforia, ansiedade, depressão, ideação suicida, sonolência, fadiga 
 
Crack: 
- Cocaína + bicarbonato de sódio 
- É fumado (a absorção é muito rápida – efeito rápido e curto) 
- Muito potente – estimula dependência 
 
Anfetamina: 
- Metanfetamina, ecstasy, bola, rebite 
- ↑ dopamina, noradrenalina 
- Abstinência e intoxicação aguda = cocaína 
- Diferencial: POLIDIPSIA (cara da rave) – risco de hiponatremia dilucional 
 
Nicotina: 
- Agonista nicotínico dos receptores a acetilcolina 
- Intoxicação aguda: 
- Anorexia, agitação 
- Abstinência: 
- Alteração do humor (disforia), ansiedade, ganho de peso, depressão 
- Tratamento ***: 
- Nicotínicos: adesivo, goma de mascar 
- Não nicotínicos: 
- 1ª linha: 
- Bupropiona (diminui o limiar convulsivo ****) → CI em paciente epiléptico 
- Vareniclina (agonista nicotínico de ação central) 
- 2ª linha (alternativas): 
- Nortriptilina 
- Clonidina 
- Terapia cognitivo comportamental 
 
ESQUIZOFRENIA E OUTROS TRANSTORNOS PSICÓTICOS 
- Perda do juízo da realidade SEM queda do nível de consciência 
- SEM causas orgânicas identificáveis 
- Esquizofrenia: 
- Doença grave 
- Não tem cura 
- Adulto jovem 
- Sem preferência de sexo e classe social – o homem costuma apresentar sintomas antes da mulher 
MEDCURSO – Psiquiatria 
9 
 
 
 
Clínica: 
- Personalidades pré-mórbidas (antes de apresentar a doença): 
- Esquizóide: frio, isolado, introspectivo. "Amiguinho que não brinca/interage com ninguém" 
- Esquizotípica: excêntrico, não e preocupa com a aparência. "Amigo místico" 
* O uso de drogas é um fator de desencadeamento da doença 
- Desleixo com a aparência 
- Inapropriação do afeto 
- Alteração da linguagem: neologismos (inventa palavras), ecolalias (repetição da última palavra) 
- Alucinação (alteração senso-preceptiva): auditiva (vozes), cenestésicas (corporais). "Arrancaram um 
pedaço do meu cérebro" 
- Delírio: persecutório 
 
* Sintomas positivos (produção): comportamento bizarro, alucinação, neologismo 
* Sintomas negativos (perda): retração social, hipobulia (↓vontade), sem afeto, lentificação 
 
Diagnóstico: 
- Clínico (fenomenológico) 
- Sintomas não podem ser justificados por causa orgânica 
- DSM-V: ≥2 
- Delírios * 
- Alucinações * 
- Discurso desorganizado * 
- Comportamento desorganizado 
- Sintomas negativos 
- * Obrigatório ter pelo menos um (*) 
 
Tipos (CID-10): 
- Paranóide: 
- Delírios (persecutórios, grandeza) + alucinações (vozes) 
- + comum 
- Hebefrênica: 
- Comportamento pueril (criança) + sintomas negativos 
- Prognóstico ruim (evolução rápida) 
- Catatônica: 
- Predominam distúrbios motores 
- Indiferenciada: 
- Não preenche critérios anteriores ou sintomas mistos 
 
Tratamento: ↓ dopamina 
- Antipsicóticos/neurolépticos: 
- Típicos: 
- ↑ efeitos colaterais: bloqueio da motricidade 
- Melhor para sintomas positivos 
- Alta potência: haloperidol (haldol), flufenazina 
- Baixa potência (mais sedativos): clorpromazina (amplictil) 
- Atípicos: 
- ↓ efeitos colaterais 
- Atuam em dopamina e serotonina 
- Melhor para sintomas negativos 
- Olanzapina (ganho de peso e dislipidemia) 
- Clozapina (hematotóxica – risco de agranulocitose) 
- Risperidona 
- Quetiapina 
 
* Efeitos colaterais: parkinsonismo, galactorreia, acatisia, discinesia, distonia, síndrome neuroléptica ma- 
ligna (mais comum no haldol; paciente trava a musculatura e faz lesão muscular → rabdomiólise → insufi- 
ciência renal; disautonomias – alteração da PA, FC, FR) 
* Na emergência pode usar haldol + fenergan 
* Clorpromazina: risco de hipotensão (hidratar bem o paciente e correr devagar) 
MEDCURSO – Psiquiatria 
10 
 
 
 
Diagnóstico diferencial: 
- Transtorno delirante persistente: homem > 40 anos com delírio FIXO. Responde mal ao tratamento. 
- Transtorno esquizoafetivo: paciente começa com a psicose (alucinação) e em determinado tempo da 
vida começa a oscilar humor (depressão, mania) – começa esquizofrênico e caminha para bipolaridade 
- Transtorno esquizofreniforme: esquizofrenia limitada (máximo 6 MESES) 
- Transtorno psicótico breve: esquizofrenia limitada (máximo 1 MÊS) – ocorre após ESTRESSE 
TRANSTORNOS DO HUMOR 
- Flutuação patológica do humor (varia entre depressão e mania) 
 
Depressão: 
- Queda patológica do humor 
- Mais comum em mulheres (2x) 
- Acomete 15 a 25% da população, sem preferência por classe social 
- Clínica: tristeza, melancolia apatia, tédio, fadiga, culpa, lentificação do pensamento, hipobulia (↓vontade), 
pseudodemência, dor (cabeça, corpo) 
- Sempre pesquisar ideias de suicídio – risco maior em homem, idoso, solitário, doença crônica debilitante 
- Classificação (CID-10): 
- Leve: não impede asatividades diárias (2 - 3 sintomas) 
- Moderado: impede as atividades diárias (≥4 sintomas) 
- Grave: ideias suicidas marcantes 
- Diagnóstico: 
- Clínico (fenomenológico) 
- Atenção: pode começar depressão no período de luto 
- Tratamento: 
- ISRS: 1ª linha (melhor perfil de tolerabilidade) 
- Fluoxetina, citalopram, paroxetina sertralina 
- Efeitos colaterais tendem a diminuir com o tempo – tontura, perda de apetite, diminuição da 
libido, náuseas, vômitos, dor abdominal, retardo na ejaculação 
- Tricíclicos: ação preferencialmente na noradrenalina 
- Amitriptilina, nortriptilina, clomipramina (+ seratoninérgica) 
- Efeitos colaterais (anticolinérgico): boca seca, constipação, visão turva, retenção urinária, 
sonolência, ganho de peso, alteração da condução cardíaca, hipotensão 
- NÃO usar se: glaucoma de ângulo fechado, BAVT, BRD 
- Duais: inibidores da serotonina e noradrenalina 
- Venlaflaxina, duloxetina 
- Ação rápida e pontente 
- Efeitos colaterais: semelhantes aos ISRS e aumentam a PA (dose-dependente) 
- Tetracíclicos: 
- Bupopriona: 
- Ação dopaminérgica 
- Não dá disfunção sexual 
- Tratamento de tabagismo 
- Abaixa o limiar convulsivante** 
- Trazodona: 
- Priapismo 
- Bem tolerada (pouco efeito colateral) 
- Boa para idoso 
- Muito sedativo 
- Mirtazapina: 
- Muito sedativo 
- Abre o apetite 
- "Come e dorme" 
- IMAO: aumentam nora, serotonina e dopamina 
- Tranilcipromina 
- Cuidado: interação com TIRAMINA (queijo, cerveja, vinho, leite) e paciente asmático → 
risco de crise hipertensiva 
* SEMPRE internar se risco de suicídio 
MEDCURSO – Psiquiatria 
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Mania: 
- Euforia e alegria patológica 
- Características: 
- Sem preferência por sexo 
- 1-4% da população 
- Clínica: 
- Logorréia, fuga de ideias 
- Aumento da auto-estima, arrogância 
- Insônia 
- ↓ atenção 
- ↑ sexualidade 
- Causa prejuízo social! 
* Hipomania: paciente acelerado mas SEM prejuízo social 
* O paciente NÃO tem insight – acha que ta ótimo! 
- Tratamento: 
- Internar + antipsicótico e/ou benzodiazepínico 
 
Bipolar: 
- Mania + mania OU mania + depressão 
- DSM-V: 
- Um episódio de mania: bipolar tipo I 
- Um episódio de hipomania: bipolar tipo II 
* NÃO precisa de depressão 
- Tratamento: 
- Manutenção: lítio (1ª linha), valproato, carbamazepina 
 
Distimia: 
- Depressão leve crônica > 2 anos 
- "Mal humorado" 
- Tratamento: antidepressivo + psicopatia 
 
Ciclotimia: 
- Instabilidade persistente do humor 
- Menos grave que bipolar 
- "Quase deprimido + quase hipomaníaco" 
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE, DISSOCIATIVOS E SOMATOFORMES 
- Ansiedade: medo antecipado 
- São os transtornos psiquiátricos mais comuns em PAs 
- Mais comuns em mulheres (classes sociais mais baixas) 
- Fisiopatologia: alteração na serotonina, noradrenalina e GABA 
 
Pânico: 
- Ataques de ansiedade inesperados 
- Crises de sensação de morte iminente SEM fator desencadeante 
- Clínica: 
- Medo + sintomas adrenérgicos 
- Palpitação, sudorese, taquicardia, tremor 
- Medo de perder o controle e morrer 
- Ataques de curta duração (20-30 minutos) 
- Antidepressivo (ISRS, tricíclicos) + benzodiazepínico por curto período + psicoterapia 
 
Agorafobia: 
- Medo de local público 
- Pode desenvolver crises de pânico 
- Tratamento: antidepressivo + psicoterapia 
 
TOC: 
- Pensamento obsessivo que gera ato compulsivo 
- Presença de insight (SABE que ta errado) 
MEDCURSO – Psiquiatria 
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- 2-3% da população 
- 30% com depressão associada 
- Tratamento: antidepressivo (ISRS ou clomipramina), antipsicótico (efeito sedativo) 
- Evitar benzodiazepínico 
 
Ansiedade generalizada: 
- Paciente constantemente ansioso e preocupado 
- É o transtorno ansioso mais comum 
- Preocupação excessiva, crônica (> 6 meses) e flutuante 
- Não restrita a uma única situação 
- Clínica: inquietação, fatigabilidade, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular, alteração 
do sono 
- Tratamento: antidepressivo + benzodiazepínico por curto período + psicoterapia 
 
Estresse pós-traumático: 
- Ocorre após um evento traumático 
- Vive com medo, crises de pânico, sintomas depressivos 
- REVIVE a situação traumática em sono ou vigília 
- Tratamento: antidepressivo + benzodiazepínico por curto período + psicoterapia 
 
Fobias: 
- Medo exagerado e antecipado 
- Social: medo de se expor em público (comer, falar – tem medo do JULGAMENTO do outro) – diferente de 
agorafobia (medo de sair e morrer) 
- Específicas: voar, animais, sangue, voar, altura, 
- É comum taques de pânico ao expor à situação 
- Tratamento: antidepressivo + benzodiazepínico por curto período + psicoterapia 
 
Transtorno de ajustamento: 
- Reação mal adaptativa a curto prazo 
- Mais comum em crianças e idosos 
- Clínica: 
- Início em até 3 meses após o evento (mudança) 
- Sintomas ansiosos e depressivos 
- Geralmente duram até 6 meses 
- Tratamento: antidepressivo + benzodiazepínico por curto período + psicoterapia 
- Bom prognóstico 
 
Transtornos dissociativos ou conversivos: 
- Perda parcial ou completa da integração das memórias do passado, da identidade e controle dos movi- 
mentos corporais 
- Dissociação surge como defesa contra traumatismos 
- Amnésia dissociativa: incapacidade de recordar informações, mas tem capacidade de aprender novas in- 
formações 
- Fuga dissociativa: amnésia + afastamento. Frequentemente o paciente adquire nova identidade e ocu- 
pação 
- Transtorno dissociativo de identidade dupla: é o mais grave dos transtornos dissociativos. Quanto mais 
precoce o início dos sintomas, pior o prognóstico. Mais severo e crônico. Tratamento com hipnose e psi- 
coterapia 
- Esturpor dissociativo: diminuição ou ausência dos movimentos voluntários e da responsividade à estímu- 
los. Bom prognóstico 
- Transe e possessão: pausa temporária no senso de identidade e a consciência. Age como se estivesse 
tomado por uma personalidade/espírito 
- Síndrome de Ganser: produção voluntária de uma sintomatologia psiquiátrica grave. 
- Tratamento: benzodiazepínicos + psicoterapia 
 
Transtornos somatoformes: 
- Sintomas físicos 
- Somatização: múltiplos sintomas somáticos (queixas variadas de múltiplos órgãos afetados). Os sintomas 
não podem ser explicados pelo exame físico 
MEDCURSO – Psiquiatria 
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Grupo A (esquisitos) 
Grupo B 
(dramáticos, manipuladores) 
Grupo C (ansiosos) 
- Conversivo: presença de ≥ 1 sintoma neurológico que não pode ser explicado por um transtorno neurológi- 
co conhecido (ex: paralisia, cegueira, parestesia) 
- Hipocondríaco: interpretações errôneas ou irreais do paciente sobre sintomas. Preocupação e medo de ter 
doença séria, que prejudicam a qualidade de vida do paciente. 
- Dismórfico corporal: preocupação com um defeito corporal imaginário ou distorção exagerada de um de- 
feito mínimo. Há sofrimento significativo 
- Transtornos factícios (síndrome de Munchausen): paciente produz sinais de doença física ou mental de 
forma enganosa. Tem o objetivo primário de assumir o papel de paciente 
 
TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE 
- Variação dos traços de caráter. Padrões estranhos, inflexíveis e mal-ajeitados de relacionamento e per- 
cepção 
Paranóide Antissocial Anancástico 
Esquizóide Borderline Dependente 
Esquizótipico histrionico esquiva 
Narcisista 
 
Paranóide (teoria da conspiração): 
- Tendência a guardar rancores persistentemente, recusa a perdoar 
- Reluta em confiar nos outros, dificuldade de perdoar 
- Percebe ataques a seu caráter ou reputação. Tem suspeitas recorrentes sem justificativa 
 
Esquizóide: 
- Não deseja e nem aprecia relações intimas, incluindo ser parte de uma família 
- Quase sempre escolhe atividades solitárias 
- Tem prazer em poucas atividades, se alguma 
- Falta de amigos ou de relacionamentos 
- É indiferente as crenças ou elogios 
- Mostra frieza emocional, distancia ou afetividade limitada 
* Não confundir com autismo e esquizofrenia 
 
Esquizotípico (esquisito): 
- Crenças bizarras ou pensamento mágicos que influenciam o comportamento e são inconscientescom as 
normas da subcultura do indivíduo (por exemplo, superstições, crença em clarividências, telepatia ou sexto 
sentido; em crianças e adolescentes, fantasias e preocupações bizarras) 
- Experiência perceptivas incomuns 
- Pensamento e discurso extravagante 
- Desconfiança ou ideação paranóide 
- Aparência ou comportamento esquisito, peculiar ou excêntrico 
- Não tem amigos íntimos ou confidentes, exceto parentes em primeiro grau 
- Ansiedade social íntimos ou confidentes 
* Ex: Salvador Dali 
 
Antissocial: 
- Indiferença e insensibilidade pelos sentimentos alheios 
- Irresponsabilidade e desrespeito por normas, regras e obrigações sociais 
- Incapacidade de manter relacionamentos 
- Baixa tolerância à frustração 
- Irritabilidade e agressividade, indicadas por histórico constante de lutas corporais ou agressões verbais 
violentas 
- Ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter manipulado, ferido, maltratado 
ou roubado outra pessoa 
- Propensão marcante em culpar os outros e oferecer explicações racionais aos seus comportamentos 
- Desrespeito ou desapego pela família 
MEDCURSO – Psiquiatria 
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Borderline: 
- Esforço para evitar o abandono 
- Comportamento suicida ou automutilante 
- Relacionamentos pessoais intensos e instáveis 
- Impulsividade, instabilidade afetiva, dificuldade de controlar a raiva 
 
Histriônico (dramatização): 
- Dramatização, teatralidade, expressão exagerada das emoções 
- Sente desconforto em situações nas quais não é o centro das atenções 
- Afetividade superficial e lábil 
- Preocupação excessiva com a aparência 
- É sugestionável, ou seja, é facilmente influenciado pelos outros ou pelas circunstâncias 
 
Narcisista: 
- Sentimento grandioso da própria importância 
- Preocupação com fantasias de ilimitado sucesso, inteligência, beleza ou amor ideal 
- Crença de ser especial e único e de que somente pode ser compreendido ou deve associar-se a outras 
pessoas especiais ou de condição elevada 
- Exigência de admiração excessiva 
- É explorador em relacionamentos interpessoais, isto é, tira vantagem de outros para atingir seus próprios 
objetivos 
- Ausência de empatia: reluta em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos e necessidade alheias 
- Frequentemente sente inveja de outras pessoas ou acredita ser alvo da inveja alheia 
- Comportamento e atitudes arrogantes e insolentes 
 
* Diferença entre o narcisista e o anti-social: o narcisista tem o foco é si mesmo e se for preciso passar em 
cima dos outros ele passa, o anti-social não ta nem ai pra os outros 
 
Anancástica (obsessivo compulsivo): 
- Preocupação tão extensa, com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou horários, que o ponto prin- 
cipal da atividade é perdido 
- Perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas 
- Excessiva conscienciosidade, escrúpulos e inflexibilidade em assuntos de moralidade, ética ou valores 
- Relutância em delegar tarefas ou ao trabalho em conjunto com outras pessoas, a menos que estas se 
submetam a seu modo de fazer as coisas 
- Adoção de um estilo miserável quanto a gastos pessoas e com outras pessoas; o dinheiro é visto como 
algo que deve ser reservado para catástrofes futuras 
- Incapacidade de desfazer-se de objetos usados ou inúteis 
- Rigidez e teimosia 
 
Ansiosa, esquiva ou de evitação: 
- Evitação de contatos sociais que envolvam um significante contato interpessoal, por medo de criticas, de- 
saprovação ou rejeições 
- Só se envolve com pessoas quando tem certeza que vão gostar dele 
- Apresenta certo bloqueio nas relações íntimas por medo de ser envergonhado ou humilhado 
- É extremamente preocupado com criticas ou em ser rejeitado em situações sociais 
- É inibido em novas situações interpessoais por sentimentos de inadequação 
- Vê a si mesmo como socialmente inepto, sem caraterísticas atraentes 
- É usualmente relutante em tomar riscos ou em engajar-se em novas atividades porque elas podem se 
tornar embaraçosas 
* Diferença da fobia social com a esquiva: a fobia social normalmente é mais grave, causa mais sintomas 
ansiosos. Normalmente, o esquiva não evita situações próximas (só fica bem no seu ambiente seguro, 
como com a família). 
 
Dependente: 
- Dificuldade de tomar decisões do dia-a-dia sem uma quantidade excessiva de conselhos 
- Necessidade de que os outros assumam a responsabilidade pelas principais áreas de sua vida 
- Dificuldade de expressar discordância de outros, pelo medo de perder o apoio ou aprovação 
- Dificuldade em iniciar projetos ou fazer coisas por conta própria 
MEDCURSO – Psiquiatria 
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- Vai a extremos para obter carinho e apoio dos outros, a ponto de voluntariar-se para fazer coisas de- 
sagradáveis 
- Desconforto e desamparo quando está sozinho 
- Busca urgentemente um novo relacionamento como fonte de carinho 
- Irrealista com o abandono 
TRANSTORNOS ALIMENTARES 
Anorexia: 
- Transtorno da imagem corporal 
- NÃO come, nega a própria magreza (se acha gorda) 
- Clínica: 
- Mulher jovem 
- Medo excessivo de ganhar peso 
- Pode ter episódios de compulsão alimentar com purgação (laxante, diurético ou vômito) 
- Sinal de Russel: marcas sobre as proeminências ósseas metacarpofalangianas (por indução do 
vômito) 
- Alterações endócrinas***: amenorreia, hipocalcemia 
- Tratamento: 
- Terapia 
- ISRS 
- Prognóstico ruim 
 
Bulimia: 
- Paciente come um monte e depois vomita (come, come, come e purga) 
- Clínica: 
- Mulheres jovens 
- Sensação de falta de controle (come muito) 
- Peso tende a ser NORMAL 
- Purgação, sinal de Russel 
- Pode NÃO ter purgação 
- Não guarda segredo (ele espalha que é bulímico), não tem vergonha 
- Episódica 
- Tratamento: 
- ISRS 
- Terapia 
- Medicamento para doença associadas 
 
Compulsão alimentar periódica (BINGE): 
- Semelhante à bulimia (surtos de compulsão alimentar) 
- Ambos os sexos 
- Sem preocupação exagerada com a imagem 
- Sobrepeso, obeso 
- NÃO purga 
- Tratamento: 
- ISRS, topiramato, sibutramina 
- Psicoterapia cognitivo comportamental

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