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Psicoterapia cognitiva Resumo

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PSICOTERAPIA COGNITIVA 
1ª aula – 04/08/2016 
-Apresentação do plano de ensino. 
-Portal recomendado: PUBMED. 
-1º Bimestre: terapia cognitiva. 
-2º Bimestre: terapia narrativa e terapia construtivista. 
 
Bibliografia do plano de ensino e como será trabalhada 
· Básica 
(Apenas alguns capítulos) - ABREU C. N, ROSO, M. Psicoterapias Cognitiva e Construtivista: novas 
fronteiras da prática clínica. Porto Alegre: Artmed, 2003. 
(Apenas alguns capítulos) - BECK, A. T.; ALFORD,B. A. O poder integrador da terapia cognitiva. Porto 
Alegre: Artmed, 2000. GONÇALVESM. M. 
(Apenas alguns capítulos) - GONÇALVES, O. F. Psicoterapia, Discurso e Narrativa: A construção 
conversacional da mudança. Coimbra / Portugal: Quarteto, 2007. 
 
· Complementar 
(Será o mais utilizado, recomenda-se ter) - BECK, J. S. Terapia Cognitiva: teoria e prática. Porto 
Alegre: Artmed, 1997. 
(Não usaremos) - FERREIRA, R. F. Construtivismo: um momento de síntese ou uma nova tese? 
Cadernos de Psicologia, v. 4, n. 1, p. 27-39. Ribeirão Preto: 2001. 
(Difícil de encontrar; usaremos no 2º bimestre; capítulos de 1 a 4) -GONÇALVES, O. Psicoterapia 
Cognitiva Narrativa: manual de terapia breve. Campinas: Editorial Psy, 1998. 
(Alguns capítulos no 2º bimestre) - GRANDESSO, M. A. Sobre a reconstrução do significado: uma 
análise epistemológica e hermenêutica da prática clínica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000. 
(Alguns capítulos no 2º bimestre) - WHITE J. R, FREEMAN A. Terapia Cognitivo-Comportamental em 
Grupo: para populações e problemas específicos. São Paulo: Editora Roca, 2003. 
 
-Ciência: provada empiricamente e pode ser replicada. Processo longo de estudos e experimentos. 
-Terapia cognitiva: mais testada/avaliada no mundo. Considerada padrão para 85% dos transtornos 
psiquiátricos (mais eficaz). 
 
-Tudo depende dos significados que a pessoa atribui. Não podemos colocar nossas crenças, pontos 
de vista ou interpretações sobre as do paciente, pois para ele aquilo é importante, real e 
 
2 
significativo. O mundo não é do jeito que é, e sim o que o paciente vê. 
 
Para a próxima aula: BECK, A. T.; ALFORD, B. A. O poder integrador da terapia cognitiva. Porto 
Alegre: Artmed, 2000. GONÇALVES M. M.,CAPÍTULO 1: "Desenvolvimento inicial da teoria cognitiva" 
e "10 axiomas da terapia cognitiva". 
2ª aula – 02/08/2016 
-Terapia cognitiva é uma teoria breve (a curto prazo): foca os problemas e se encerra quando eles 
acabam. Não necessariamente durará poucos dias. Inicialmente foca na redução de sintoma. 
-Abordagem estruturada: as sessões são estruturadas, há um roteiro a ser seguido. Não é aleatório, 
existe um plano. 
-É diretiva: orientada em problema e direcionada a um foco. É feita uma verificação de humor e 
ponte com a sessão anterior. 
-É presente: trabalha com o atual. Se aconteceu no passado, trabalha em como isto afeta o 
presente. 
-Tem prazo limitado: vai acabar quando os problemas forem resolvidos e as metas alcançadas. Na 
medida que trabalha a causa, reduz o sintoma. 
-Trata uma variedade de sintomas psiquiátricos. 
-É fundamentada na racionalidade teórica subjacente: afeto, comportamentos determinados pela 
percepção. 
-O sentimento não é derivado do acontecimento, mas sim da interpretação que a pessoa teve do 
acontecimento. De outro modo não haveria escolha, seria igual para todos, o que não é real. 
-Base da teoria: humor e comportamento são derivados do nosso pensamento. 
-A pessoa só fica triste quando percebe e interpreta que determinada situação a deixa triste. 
-Cognições baseiam esquemas desenvolvidos a partir de experiências anteriores. 
-A teoria ajuda a pensar e agir de forma mais realística/adaptativa (se adaptar melhor ao contexto). 
Com isso, os problemas e sintomas são reduzidos. 
Primeiras etapas cognitivo-comportamentais 
-Década de 1960. 
-1970: primeiros textos importantes (pesquisas em universidades) sobre “modificações cognitivo-
comportamentais”. 
-No período intermediário ocorre um interesse pela cognição, portanto, uma aplicação para a 
teoria cognitiva. 
-Mahoney (1977) observou a Psicologia geral passando pela revolução cognitiva (cérebro como 
um computador), mesmo foco teórico sendo aplicado na Psicologia clínica. 
 
3 
-Diferentes teóricos/profissionais introduziram interesses/perspectivas. Um contribuindo com o outro 
na teoria nova (chamou atenção do mundo e ganhou força). 
-Gerou um grande número de modelos para mudar cognição é comportamento. A Psicologia 
comportamental mudava o comportamento pelo próprio comportamento, mas isto começou a 
apresentar lacunas. Vários teóricos diferentes, várias linhas de TCC (teoria cognitivo-
comportamental) diferentes. 
3 premissas fundamentais para que a teoria seja TCC 
1. Cognição afeta comportamento: é a reafirmação do modelo mediacional básico – uso da 
cognição para mediar acontecimento e sentimento (Mahoney, 1974). O aumento de evidências 
de avaliações cognitivas de eventos afeta a resposta. Essa mudança tem valor clínico. É preciso 
avaliar a cognição/pensamento para resposta clínica. 
2. Cognição pode ser monitorada e alterada: inconsciente não existe, podemos acessar a atividade 
cognitiva. Cognição é conhecida e acessada. Avaliação da cognição é o prelúdio, início, para 
alteração. 
3. Mudança comportamental e cognitiva desejada é efetuada pela mudança cognitiva: adoção do 
modelo mediacional. Aceita contingências de reforço explícito que altera comportamento 
(eventos externos). 
-Os modelos iniciais: modificavam comportamentos e cognições, almejando uma mudança 
comportamental. 
-Os modelos contemporâneos: TCC concentram tratamento de cognições, mudança 
comportamental vem depois, como uma consequência automática. 
O que constitui uma TCC? 
-Abordagens ideia ocorrência processos internos (cognição), eventos cognitivos podem mediar 
mudança cognitiva. Mudanças fisiológicas emocionais também são indicadores, particularmente 
quando perturbação (fisiológica, emocional), manifestação importante problema enfocado na 
terapia (transtorno ansioso, psicofisiológicas). 
3 principais classes de TCC 
1. Habilidade de enfrentamento 
Externa, perceber o externo de forma diferente. Habilidade para enfrentar o ambiente externo. 
2. Resolução de problemas 
Técnica de reestruturação cognitiva e habilidade de enfrentamento. Maneira prática de resolver o 
problema. 
3. Reestruturação cognitiva 
Mudança resulta de perturbação que cria no pensamento, altera, modifica. Reforma no 
pensamento. 
 
 
4 
-Todas voltadas para diferentes graus, modificações cognitivas, não comportamental. 
3ª aula – 18/08/2016 
-Principal diferença entre terapia comportamental e cognitiva: considerar cognição. 
-Fatores favoráveis para o desenvolvimento da TCC: 
1. Abordagem não mediacional insuficiente para explicar comportamento humano, abordagem 
da época (exemplo: uma pessoa com TOC pode ter um comportamento adequado e ainda assim 
estar sofrendo). 
2. Continuidade da rejeição perspectiva alternativa mais forte: modelo psicodinâmico 
personalidade terapia. Psicanálise não era suficiente para explicar. 
3. Problemas, como por exemplo o TOC, tornava intervenções não cognitivas irrelevantes. 
4. Conceitos mediacionais estudados/desenvolvidos Psicologia experimental. Apoio laboratórios. 
5. Identificar modelo TCC: aumento do número de profissionais, pesquisadores. 
6. Estudos considerando... 
 
-Karl Popper criou 10 axiomas da terapia cognitiva (qualquer TCC): 
1. Estruturas de cognição com significado. Usar o significado (interpretação pessoal sobre 
determinado contexto) que tem, com o do ambiente. 
2. Função de atribuir significados é controlar sistemas psicológicos (comportamental, emocional, 
atenção, memória). Adaptar ao contexto. Significado ativa estratégias para adaptação. 
3. Influências entre sistemas cognitivos e outros são interativos. 
4. Cada categoria de significado tem implicações que são traduzidas empadrões específicos de 
emoções, atenção, memória e comportamento. 
5. Todo significado é dado por nós, mesmo que seja universal, não é a realidade. Quando é 
distorcido, são mal adaptativos. 
6. Indivíduo predisposto a ter distorções cognitivas, vulnerabilidades cognitivas. Vulnerabilidades 
cognitivas específicas predispõem síndromes específicos. 
 
De acordo com onde é a distorção, maior a probabilidade de desenvolver uma patologia 
naquela distorção. 
 
5 
7. Psicopatologia é uma distorção em um, dois ou três da tríade. Significados mal adaptativos 
construídos. Cada síndrome de significados mal adaptativos tem características associadas aos 
componentes da tríade cognitiva. 
8. Dois níveis de significado: público (objetivo, evento) e privado (implicações, “domínio pessoal”). 
9. Três níveis de cognição: pré-consciente (pensamentos automáticos – primeira avaliação, 
impressão, são rápidos, breves, ligados à tríade), consciente e nível meta-cognitivo (respostas 
“racionais”, adaptativas). 
A (evento), B (pensamento), C (emoção) à pensamento determina a emoção. Pensamentos 
baseados nas crenças, baseadas nas experiências da vida. 
10. Esquemas que temos evoluem para facilitar a adaptação ao ambiente. 
Modelo cognitivo 
-Pressuposto que emoções e comportamento são influenciados, não determinados pela 
percepção de eventos. Não é a situação, mas a interpretação. 
-Resposta emocional intermediada pela percepção da situação. 
-Parte focada nas informações (nível consciente) e tendo pensamentos avaliativos rápidos. 
-Pensamentos automáticos (PAs). Sem deliberação de raciocínio. São rápidos, superficiais, vagos e 
podem ser distorcidos. Mais cientes da emoção. 
10 princípios da terapia cognitiva de Beck 
1. TC baseia formulação contínua desenvolvimento paciente e seus problemas em termos cognitivos; 
descobre os encadeadores; levanta hipóteses sobre o que iniciou a distorção (eventos-chave); no 
primeiro encontro já começa a levantar hipóteses e com o passar deles, faz um refinamento para 
ver se é real ou não. 
2. Aliança terapêutica segura; respeito, declarações empáticas, atenção, cuidado, não desmerecer 
a queixa do paciente; resumir periodicamente o que estamos entendendo da história, 
pensamentos, sentimentos; pedir retorno no fim da sessão; certificar se o paciente se sentiu 
entendido em relação à sessão. 
3. TC enfatiza a colaboração e participação do paciente. Encorajar trabalho em equipe; decidem 
juntos o conteúdo da sessão, frequência, tarefas de casa; no início o terapeuta é mais ativo. 
4. TC orientada em meta e focalizada em problemas. Enumerar problemas e estabelecer metas 
específicas. Paciente sentir que investimento no terapeuta é válido. Onde está e aonde quer 
chegar. Ajuda o paciente a avaliar pensamentos que interferem na meta (busca evidências). 
Atento aos obstáculos, alguns precisam de orientação para começar. 
5. TC enfatiza o presente. Foco problemas atuais. Resolução, avaliação mais realista, tendência de 
reduzir sintomas. Aqui e agora, independente de diagnóstico. Volta ao passado em 3 
 
6 
circunstâncias: se o paciente quiser, se o trabalho no presente não estiver resolvendo ou quando o 
paciente ajuda a entender onde originou e como afeta hoje. 
6. TC educativa. Ensina paciente a ser terapeuta, prevenção de recaída, não ficando dependente 
do terapeuta. Explica distorção, explica todo o método, o transtorno e os processos cognitivos. 
7. Tem tempo limitado. 1º alívio de sintomas e depois as causas, para melhora efetiva. 
8. Sessão estruturada. Humor, revisão a semana, montar junto a agenda, feedback da sessão anterior, 
revisão da tarefa de casa, resumos frequentes, feedback no fim da sessão. 
9. Identificar, avaliar e responder pensamento e crenças disfuncionais para que o comportamento 
melhore. Como identificar e corrigir PA. 
10. Gama de técnicas para mudar comportamento, humor e pensamento. Altera em maior ou menor 
escala a cognição. Pode usar outras técnicas (comportamental, Gestalt) – flexibilidade da teoria. 
Escolha da técnica deve ser baseada na formulação de caso. 
4ª aula – 25/08/2016 
As crenças centrais 
-Começam na infância com crenças sobre si, sobre os outros e o mundo. 
-As crenças centrais são os entendimentos mais fundamentais/profundos que as pessoas não 
articulam, não questionam. 
-O mundo é como acreditamos que é, quem discorda está errado. 
-São verdades absolutas, exatamente como as coisas “são”. 
-São globais (valem para o mundo todo), rígidas e super generalizadas. Dificilmente podemos 
convencer a pessoa do contrário. 
-Pensamentos automáticos são específicos da situação. Nível mais superficial. 
-O nível consciente é baseado nas crenças centrais. O nível pré-consciente são as avaliações que 
fazemos, ligadas as crenças centrais. 
-A mente é como um filtro, que só aceita coisas que a pessoa acredita. Os pensamentos distorcidos 
são derivados de alguma crença. 
-2 Níveis de crenças centrais: desamparo (certeza irracional e inconsciente, sem articulação, que é 
incompetente e sempre será um fracassado, está ligado a falta de habilidades de lidar com o 
mundo) e desamor (certeza irracional e inconsciente, sem articulação, que será rejeitada, que não 
tem força suficiente, está ligado a falta de afeto com ela mesma). 
-Exemplos de desamparo: sou inadequado; ineficiente; incompetente; eu não consigo sigo me 
proteger; sou fraco, descuidado; vítima; vulnerável; fraco; sem recursos; inferior; fracasso; perdedor; 
não sou bom o suficiente; não sou igual aos outros. 
-Exemplos de desamor (desvalor): sou diferente; indesejável; feio; monótono; não tenho nada a 
oferecer; não sou amado; sou negligenciado; sempre serei rejeitado; abandonado; não sou bom o 
 
7 
suficiente para ser amado; sou diferente; imperfeito; sempre estarei sozinho; não tenho valor; sou 
inaceitável; sou mau; louco; derrotado; sou um nada mesmo; sou um lixo; sou cruel; perigoso; 
venenoso; maligno; não mereço viver. 
-Você não vê o mundo como ele é, mas sim como você é. 
-Desamor é ligado a afetividade. 
Atitudes, regras e suposições 
-Crença tem 3 níveis: central, intermediária (cria regras e sistemas baseadas no nível central – 
atitudes, regras e suposições) e pensamentos automáticos (situação – pensamentos automáticos – 
reações). 
-Crenças centrais influenciam classe intermediária das crenças (atitudes, regras e suposições). 
Exemplo: 
Atitude: “eu devo ser perfeito em tudo que faço”. 
Regras/expectativas: “eu devo trabalhar o mais arduamente que puder o tempo todo”. 
Suposição: “se eu trabalhar o mais arduamente que puder, posso ser capaz de fazer algumas coisas 
que os outros fazem facilmente”. 
Como as crenças surgem? 
-Pessoa desde o nascimento tenta extrair expectativas do mundo e cria crenças a partir das 
expectativas. E organiza de forma a se adaptar da melhor forma possível. Interação do mundo varia 
de pessoa para pessoa – precisão, funcionalidade. 
Diretriz da teoria 
-Pensamento principal característica. 
-Emoção, comportamento, contexto considerados. 
-Foco nas crenças, atitudes, cognições. 
Primeiros passos da terapia 
-Ensinar importância do pensamento. 
-Mostrar crenças, esquemas que provocam emoções. 
-Para reduzir/eliminar é necessário mudar a maneira de pensar. 
-Antes os pacientes acreditam que crenças causam o problema, não o evento. Acusam a todos, 
menos o seu processo cognitivo (não porque acredita em algo que seja necessariamente verdade). 
Não acusam o próprio PA, pois estão num nível que a pessoa não articula, não sabe, não presta 
atenção. E são distorcidos, mas não vê por que passam rápido. 
-Ver quão válidos são os PAs do paciente. 
-Percebe a situação e responde emocionalmente. Por isso a pessoa atribui ao evento, mas é o 
pensamento em relação à situação que determina a resposta emocional. 
-Crença central: globais, rígidas e centralizadas. Mas não são imutáveis. 
 
8 
Video: Judith Beck,PhD fala sobre terapia cognitiva. 
https://www.youtube.com/watch?v=REfORV5ddlQ 
5ª aula – 01/09/2016 
-O tempo todo trabalhamos no modelo: situação -> pensamentos automáticos -> crenças. 
-Interações com o mundo variam com a precisão. 
Primeiros passos na terapia cognitiva 
-Ensinar paciente a importância dos pensamentos: pensamento afeta emoção e depois o 
comportamento. 
-Mostrar que as crenças, filosofias e esquemas desenvolvidas durante a vida podem estar 
provocando as emoções intensas. Geralmente o paciente irá culpar coisas externas, vamos ajudá-
lo a entender que grande parte da responsabilidade está nele. 
-Para reduzir/eliminar é necessário mudar a maneira de pensar: o responsável nunca é a situação 
em si, mas sim a percepção que tem sobre ela. 
-Antes pacientes empregar técnicas cognitivas efetivamente, é necessário acreditar no sistema 
crenças <--> problemas. 
-Paciente vai culpar genética, experiências traumáticas da infância, maltrato dos pais, má sorte, 
maldade alheia, sociedade... Acusam a tudo e a todos, menos seu processo cognitivo. Isso porque 
o pensamento automático é tão rápido que as pessoas nem percebem, operam apenas no nível 
consciente. 
-Percebem apenas a situação (objetiva, concreta) e a resposta emocional (intensamente sentida, 
palpável). 
-Difícil convencer paciente que a “vozinha fraca” dentro da cabeça possa ser culpada. 
-Entre A e C, há a letra B: pensamento (como interpreta). C: emoção, comportamento e 
fisiologia à reação. 
A: evento – situação, gatilho ambiental, estímulo – qualquer coisa que inicia o processo de reação. 
B: cognições – crenças, atitudes, suposições. Representa cérebro, processa informação bruta (A), 
organiza em padrões, esquemas, temáticas, histórias. 
C: reação – emoções, comportamento. 
 
-Acontecimentos de fora não têm poder sobre nós. 
-Se não percebemos o evento, não reagimos a ele. Não reagimos ao que o cérebro não processa. 
-Se não somos capazes identificar objeto, ele não poderá nos fazer rir, chorar, fugir, dançar. 
-O mundo externo não tem poder sobre nós, não infiltra o cérebro e não cria sentimentos. 
 
9 
-Comportamento humano normal teoricamente depende de a pessoa compreender a natureza, o 
ambiente social, físico em que está situado. 
Identificando os pensamentos automáticos 
-Modelo cognitivo afirma que a interpretação da situação, frequentemente expressa em 
pensamentos automáticos, influência respostas emocionais, fisiológicas e comportamentais. 
-Evidentemente, determinados eventos são quase universalmente aflitivos. 
-Pessoas com problemas psicológicos vão intensificar, distorcer ou interpretar erroneamente 
situações neutras ou positivas. Deste modo, seus pensamentos automáticos são tendenciosos. 
-Examinando, corrigindo erros de pensamento, muitas vezes os pacientes sentem-se melhor. 
-Não existe emoção que não mude se você mudar a forma de pensar. 
 
-Maior parte do tempo não somos cientes dos pensamentos automáticos. Com um pouco de 
treinamento, trazemos facilmente pensamentos automáticos para a consciência. 
-Reavaliação dos pensamentos é comum, pessoas aflitas podem não engajar nesse exame crítico. 
-TC ensina ferramentas para avaliar pensamento de forma estrutural, especialmente quando aflitas. 
6ª aula – 08/09/2016 
Pensamentos automáticos 
-São assim chamados porque ocorrem rapidamente, estão presentes a sensação e a emoção. 
-Devemos explicar para o paciente que a “vozinha fraca” pode estar causando aquele estado. 
-Embora PAs pareçam surgir espontaneamente, eles tornam bastante previsíveis (vêm das crenças 
centrais e a crença ainda não foi alterada), depois crenças subjacentes identificadas. 
-Terapeuta cognitivo interessado em identificar os pensamentos disfuncionais, distorcem a 
realidade, emocionalmente aflitivos e/ou inferem na habilidade para atingir a meta. 
-Os pensamentos automáticos podem vir de forma abreviada. Exemplo: “droga!”. 
-Pensamento de forma verbal, visual ou ambas. Forma visual: cria uma cena/imagem na mente. 
-Identificar os PAs: quando perceber o humor mudando (mais fácil de se identificar), se perguntar o 
que está passando pelo pensamento e anotar (todos os pensamentos, mesmo que pareçam não 
ter relação entre si). 
-Passo inicial mais básico: quando eu perceber meu humor mudando, alterando, negativando, vou 
perguntar a mim mesmo: quais pensamentos estou tendo agora? Qual o conteúdo dos meus 
pensamentos? O que está passando pela minha cabeça agora? Devemos anotar para trazer à 
consciência, assim saberemos se o pensamento está ou não interferindo no humor. 
-O humor altera com o pensamento automático. 
 
10 
-Antes de tudo, o paciente precisa entender o esquema cognitivo (o que são pensamentos 
automáticos, humor e comportamento derivados dos PAs, podem vir em forma abreviada, verbal 
ou visual). Se ele não acredita ou não faz sentido para ele, ele não irá se engajar nesse exercício. 
-Após avaliar a validade e utilidade dos PAs e respondê-los adaptativamente (atribuímos 
significados às coisas para nós adaptarmos), em geral, produz mudança de afeto. 
-PAs coexistem com fluxo mais manifesto de pensamentos, surgem espontaneamente e não são 
embasados em reflexão, deliberação, por isso há chances de estarem distorcidos. 
-Temos que trabalhar onde a crença não está sendo funcional para a pessoa, não colocar nossas 
crenças nela. 
-Pessoas estão mais cientes da emoção associada, porém com treinamento podem tornar-se 
cientes pensamentos. 
-Pensamentos relevantes de problemas pessoais estão associados a emoções específicas, 
dependendo do conteúdo e do significado. 
-São breves, fugazes, forma abreviada, forma verbal ou visual. 
-As pessoas aceitam com frequência PAs como verdades, sem reflexão e avaliação. 
Durante a sessão (método): 
1. Se percebe mudança de humor do paciente durante a sessão, perguntar o que ele está pensando 
naquele momento. Identificar PA durante a sessão. 
2. Levantar PAs sobre situação problema entre sessões. 
-Vital estar alerta aos indivíduos aos indícios verbais e não verbais – obter cognições quentes. 
-Em geral, os pensamentos mais carregados de afeto são mais importantes de serem trabalhados. 
-Identificar PA na hora, oportunidade de testar e responder PAs imediatamente, facilitando o 
trabalho no resto da sessão. 
7ª aula – 15/09/2016 
Avaliando pensamentos automáticos (PAs) 
-Pacientes têm milhares de pensamentos durante o dia. Alguns disfuncionais, outros não. Visando 
eficácia, o terapeuta seleciona apenas um ou alguns pensamentos chaves para a sessão. 
-Temos que pensar no significado que o pensamento tem. 
-Depois de descoberto o pensamento automático, temos que: 
 1. Focalizar: quanto crédito você dá a esse pensamento? (Pode pedir para classificar). Como esse 
pensamento fez você se sentir? (Humor). O que fez após ter tido esse pensamento? 
(Comportamento). 
 2. Descubra mais sobre a situação associada: o que ocorreu logo antes de pensar isso? Quando 
isso aconteceu? Onde você estava? Conte-me mais sobre a situação. 
 
11 
 3. Explore quão típico o PA é: com que frequência você tem esse pensamento? Em que situações? 
Quanto esse tipo de pensamento incomoda você? 
 4. Identifique outros pensamentos/imagens automáticos nessa mesma situação: alguma coisa a 
mais passou na sua cabeça? Quaisquer imagens ou figuras? 
 5. Fazer resolução de problemas sobre a situação, associados com PA: quais coisas poderia fazer 
sobre isso? Como lidou esse tipo de coisa antes? Que gostaria de poder fazer? 
 6. Passe para outro tópico. 
-Como o terapeuta escolhe entre essas opções? Pergunta a si mesmo: 
 1. O que eu quero alcançar nessa sessão? Trabalhar com esse pensamento nos ajuda a atingir as 
metas terapêuticas que tenho para a sessão? 
-Decide junto com o paciente qual pensamento é mais aflitivo e trabalha com esse primeiro. 
 2. O que o paciente colocou no roteiro? Se focalizarmos, teremos tempo para chegar a outraspreocupações deles? Ele colaborará para avaliar esse pensamento? 
 3. Esse é um pensamento importante de ser focalizado? Ele parece significativamente 
distorcido/disfuncional? Quão típico ou central ele é? Focalizá-lo ajudará o paciente em outras 
situações? Explorá-lo ajudará a conceituar melhor o paciente? 
Questionando para avaliar um PA 
-Tendo separado um PA, determinado o que é importante/aflitivo e identificando reações 
acompanhantes, o terapeuta pode decidir ajudar o paciente a avaliá-lo. 
-Não desafia diretamente o PA, por duas razões: 
 1. Não sabe antecipadamente se PA é distorcido (não falamos isso para o paciente). 
 2. Desafio direto viola princípio da terapia cognitiva. Empirismo colaborativo: paciente e terapeuta 
juntos examinam, testam validade/utilidade e desenvolvem resposta mais adaptativa. 
 
-Primeiro passo para avaliar algo: verificar se é real pelas evidências. “Vamos avaliar esse 
pensamento seu”? Pedir para o paciente anotar as evidências de que seu pensamento é 
verdadeiro. 
Pensamento: ela vai me deixar. 
1- Quais as evidências que seu pensamento automático é verdadeiro? Exemplo: não manda mais 
tantas mensagens, visualiza e não responde na hora, não está tão carinhosa comigo nos últimos 
meses, está brigando mais comigo. 
-Fazemos um resumo periódico: “deixa eu ver se entendi... você acredita que sua namorada irá te 
deixar, já que... (evidências), certo? Algo mais”? 
2- Em seguida, pedimos as evidências contrárias. Quais as evidências contrárias? O que parece ser 
mais razoável de acontecer? Exemplo: ela tem relatado pressão no trabalho, ela não falou em 
 
12 
término, já tivemos outras conversas, não cancelou a viagem que nós temos. Com isso, a aflição 
diminui, chegou ao foco da sessão, reduz sintoma. 
3- Método para trabalhar o pensamento automático: 
a) O que de pior poderia acontecer se fosse verdade? 
b) O que de melhor poderia acontecer? 
c) Poderia superar isso? 
d) Qual seria o mais realista? 
8ª aula – 22/09/2016 
Conceituação cognitiva 
-Fornece estrutura para o entendimento do paciente pelo terapeuta. 
-Terapeuta faz perguntas a si mesmo: qual o diagnóstico desse paciente? Quais os problemas atuais, 
como se desenvolveram e como são mantidos? Que pensamentos/crenças disfuncionais estão 
associados aos problemas? Quais reações (emocionais, fisiológicas e comportamentais) estão 
associadas ao pensamento? 
-Então o terapeuta levanta hipóteses sobre como o paciente desenvolveu uma desordem 
psicológica particular: que aprendizagens/experiências antigas contribuem para problemas hoje? 
Quais suas crenças subjacentes (atitudes, expectativas, regras) e pensamentos? Como enfrentou 
as crenças antes? Que mecanismos cognitivos, afetivos e comportamentais positivos e negativos 
ele desenvolveu para enfrentar suas crenças disfuncionais (terapeuta minimiza os negativos e 
amplia os positivos)? Como ele via a si mesmo, outros, mundo pessoal, futuro (tríade cognitiva)? Que 
estressores contribuíram para seus problemas psicológicos ou interferiram na habilidade de resolver 
problemas? 
-Atitude: reação. Comportamento: ação. 
-Crenças centrais são desenvolvidas na infância e se solidificam até a fase adulta. 
-Terapeuta começa a construir uma conceituação cognitiva durante o primeiro contato e refina 
até a última sessão. 
-Essa formulação/entendimento do quadro ajuda a planejar a terapia eficiente e efetiva. 
-Pensamentos automáticos parecem surgir automaticamente, são rápidos e breves. 
-Pouco ciente pensamento, mais ciente da emoção. 
-Identificando PAs, pode avaliar a validade deles. 
-Se interpretação errônea, a corrige e melhora o humor. 
-Se racionaliza e reflete em cima do pensamento automático, as emoções e comportamento 
melhoram adaptativamente à modelo cognitivo. 
 
13 
-Pensamentos automáticos tendem a ficar mais previsíveis, pois têm um núcleo em comum: as 
crenças. 
As crenças 
-Começando na infância, as pessoas desenvolvem determinadas crenças de si mesmas, outras 
pessoas e mundos. 
-Crenças centrais: entendimentos mais fundamentais e profundos, pessoas não articulam (é porque 
é). 
-Ideias consideradas verdades absolutas, exatamente do modo como as coisas são. 
-São globais, rígidas e supergeneralizadas. 
-São o nível mais fundamental da crença. 
-PAs, palavras ou imagens reais passam pela cabeça da pessoa, são específicos da situação. Nível 
mais superficial da cognição. 
-Crenças centrais às crenças intermediárias à PAs. 
-Trajetória usual no tratamento envolve ênfase inicial dos PAs. Princípio da ação: identificar os 
pensamentos automáticos, pois eles mantêm a emoção e o comportamento. Mais a emoção, pois 
pode não ter comportamento e ainda assim sofrer. 
-Terapeuta ensina o paciente a identificar, avaliar e modificar pensamentos (produzir alívio de 
sintoma). 
-Então, crenças por trás dos pensamentos disfuncionais e passam muitas situações, tornam-se foco 
do tratamento. Quando ele estiver com o humor estável, passa para as crenças. 
-Crenças intermediárias/centrais são avaliadas em muitos modos, modificadas para que 
conclusões/percepções de eventos mudem. 
-Modificação profunda das crenças centrais fundamentais torna pacientes menos propensos a 
recaídas. 
-O paciente depressivo tem distorções nos 3 pontos da tríade cognitiva: selfie, mundo e futuro. 
Obtendo PAs 
-Primeiro método para identificar PAs durante a sessão. Ensinar o paciente a fazer RPD (registro de 
pensamentos automáticos). 
Exemplo: terapeuta: acabei de perceber uma mudança nos seus olhos. O que passou pela sua 
cabeça? 
-Descrever a situação (A), perguntar a emoção (C), faz resumo periódico, perguntar o que passou 
pela cabeça, imagem ou pensamento (B), perguntar outros pensamentos (pode ser um, podem ser 
vários, o primeiro nem sempre é o mais carregado de afeto), mostra o modelo de tabela (RPD – 
registro dos pensamentos disfuncionais) para o paciente e explica como preencher, preenchem 
juntos até o paciente se sentir capacitado a fazer sozinho, trabalharemos o pensamento mais 
 
14 
aflitivo, pergunta quanto ele acredita naquele pensamento (porcentagem), questiona para avaliar 
PA: 
1. Quais as evidências que o pensamento é verdadeiro? 
2. Quais as evidências contrárias? 
3. O que de pior poderia acontecer? (Ver as perspectivas do pior e melhor). 
-O que de melhor poderia acontecer? 
-Você poderia superar isso? 
-Qual é o pensamento automático mais realista? 
4. Qual o efeito de sua crença no seu humor? 
5. O que você poderia fazer em relação a isso? (Tira o paciente do lugar da queixa e o coloca no 
lugar da ação). 
6. O que você diria a um amigo se ele estivesse na mesma situação que você? Onde isso se aplica a 
você? (As resoluções podem não funcionar para o outro, mas sim para ele, pois partiram dele). 
 
-RPD começa com 3 colunas: 
A B C 
 
-Depois que o paciente aprendeu, acrescenta mais 2: 
A B C Resposta mais 
adaptativa 
Resultado (de 
trabalho com 
pensamento) 
 
 
-Paciente começa a resolver problemas com mais autonomia. Mais funcional, humor estável. Mas 
ainda deve-se trabalhar as crenças centrais. 
9ª aula – 29/09/2016 
-Psicologia cognitiva foi criada para focar na depressão. 
-Pesquisas revelam que tratamento com TC e medicação é mais eficaz e rápido. Melhora o quadro. 
-TC com premissa de comportamento/emoção, forma como pessoa estrutura o mundo de acordo 
com suas cognições. 
Depressão: transtorno do humor 
-Principais sintomas: tristeza, perda de interesse/prazer (nível de serotonina baixo), sensação de 
vazio, apatia, falta de energia. 
-Associado a isso, podem surgir sentimento de culpa, pensamentos negativos (fardo para a família). 
-O pensamento automático vem em forma de dúvida e temos que colocar em afirmativa para 
pegar o real sentido. 
-Indivíduos deprimidos podem tornar-se irritados, ansiosos, excessivamente críticos consigo mesmos. 
 
15 
-Sintomas somáticospodem incluir: insônia, perda de peso, concentração reduzida, retardo 
psicomotor, baixa libido. 
-Aumento da desesperança pode levar a pensamentos suicidas. 
-Pesquisas revelam tratamento com terapia cognitiva e medicação. Mais eficaz e mais rápido para 
melhora/remissão do quadro. 
-Para prevenção de recaída, a terapia cognitiva é mais eficaz com tratamento medicamentoso. 
Modelo cognitivo da depressão 
-Terapia cognitiva tem a premissa de comportamento/emoção determinados, grande parte, pela 
forma como a pessoa estrutura o mundo de acordo com suas cognições. 
-O modelo cognitivo Beck pressupõe 2 elementos básicos para a depressão: 
1. Tríade cognitiva: tendência a possui uma visão negativa de si mesmo (inadequada, doente, 
incapaz, carente, fraca...). 
-Visão negativa do mundo/presente: não percebe valor das atividades realizadas, relações 
estabelecidas, vê mundo fazendo exigências exageradas de si, obstáculos insuperáveis de atingir 
metas). 
-Visão negativa de futuro: não acredita que situação possa melhorar, mudar e evita fazer planos. 
2. Distorções cognitivas: erros sistemáticos na forma de perceber e processar informações. 
-Beck: na depressão, essas distorções caracterizam forma absolutista, moralista, invariante, 
irreversível. Beck começou a investigar o conteúdo dessas distorções. Conclusões: 
a) Inferência arbitrária: sem evidência para sustentar; tirar conclusões sem base para sustentar a 
ideia; conclusões tiradas sem evidências reais. 
b) Abstração seletiva: abstração de detalhe do contexto global sem considerar outros fatores; 
pegar só a parte que interessa. 
c) Supergeneralização: estabelecer regras/conclusões gerais baseadas em um ou mais incidentes 
isolados. Aplicação de conceito indiscriminadamente a situações relacionadas ou não; pegar um 
fato isolado e supergeneraliza. 
d) Maximização e minimização: difícil avaliar significado e magnitude do evento (negativo maior e 
positivo menor). Dificuldades de avaliar graus da situação. 
e) Personalização: relaciona eventos externos a si, mesmo sem base de estabelecer relações. 
f) Classificação dicotômica: pensar termos mais extremos. Tudo ou nada. Pensamento polarizado. 
Estrutura das sessões 
-Nas primeiras sessões, realiza avaliação de caso: conceituação cognitiva. 
-Ensina paciente a observar os PAs, identificar e corrigi-los. Diminui os sintomas, pois PA é mantenedor 
deles. 
-Utiliza-se situações trazidas pelo paciente e entre sessões. 
 
16 
-RPD: dois estágios. Coluna de 1 a 3 (pacientes iniciantes), outras colunas somente depois de 
familiarizado. 
-Após identificar PA, fazer as 6 perguntas. 
Técnicas comportamentais 
-Agendamento de tarefas: anota diariamente o que fará durante o dia. De preferência de hora em 
hora. 
-Domínio e prazer: eventos com pouca gratificação resulta em pensamentos negativos. Domínio – 
sentimento de realização. Prazer - sentimentos agradáveis associados a atividade. 
10ª aula – 20/10/2016 
Terapia cognitiva construtivista 
-O nosso processo de construção de significado é realizado numa interface entre cognição, 
emoção e experiência, a partir da participação ativa do indivíduo. 
 
-Isso forma um conjunto de crenças que sustenta o processo de julgamento, tomada de decisões e 
ações do ser humano. As ações, os julgamentos e as decisões passam pelas crenças, geradas a 
partir do que sentiu, pensou e experienciou. 
-Um dos três pilares tem uma força maior: emoção. É uma teoria emocional. 
-As concepções construtivistas pressupõem que o ofício da significação se encontra subordinado à 
influência de emoções, e não dialética razão. 
 -Ou seja, é através dos elementos proprioceptivos (sensações) e das estruturas vivenciais (que 
interpretam os estímulos da experiência) que ocorrerá o processo de atribuição de significados. 
-Em uma experiência nova, o significado é mais baseado no que sente (biológico, visceral, 
emocional, sentimental). Sente antes e pensa depois (milésimo de segundos). 
-O funcionamento cognitivo se caracterizará pelo mundo exterior e sua transposição, atribuindo 
significados que, muitas vezes, não são originários do estímulo em si. O significado transpõe a 
realidade, o significado do mundo não é só o significado do objeto, mas sim a transposição dele. 
-Assim, a realidade interna da pessoa é vista como derivada do modo como o indivíduo sente 
emocionalmente o mundo, e não só a maneira racional. 
-O conhecimento é o fruto de uma organização pessoal, arquitetada e organizada por cada 
pessoa. 
 
17 
-Existem dois tipos globais e complexos de atribuição de sentidos. Retratando a maneira como nosso 
organismo organiza-se em suas trocas com o mundo. 
1- Processamento conceitual: percebido através da nossa razão e raciocínio lógico. 
2- Processamento vivencial: significados gerados advém de uma percepção e leitura dos 
conteúdos corpóreos, estando em uma condição quase total de pré-conceitualidade e 
inconsciência. 
-Trocamos informações com o mundo através desses dois processamentos. 
 
-Teorias construtivistas em psicoterapia divididas em duas variantes, diferentes conceitos do 
significado realidade: 
1. Construtivismo radical: posição idealista, como filosofia, afirmando não há realidade além da 
experiência pessoal. Exemplo: “não sou o que penso de mim, mas o que experienciam de mim”. 
-Sente, e essa é a realidade, não existe uma externa. 
-Conhecimento refletido pela expectativa tal qual construímos. 
-Maturana e Varela utilizam conceito autopoiese (sistema de auto organiza constantemente). 
-Só admite experiências pessoais, não a realidade externa em si. 
2. Construtivismo crítico: não nega a existência de mundo real, mesmo que não possamos conhecer 
diretamente. Não lê a realidade pura, porque não se desvencilha da sua percepção, não entra em 
contato direto, passa pelas emoções e significados da pessoa. Passa por viés emocional que é 
próprio da pessoa. Realidade sentida de maneira pessoal. 
-O indivíduo é co-criador da sua realidade pessoal. Realidade externa existe objetivamente, porém 
o conhecimento desta jamais será objetivo, e sim as próprias percepções e experiências. 
-Destaque: Vittorio Guidano e Óscar Gonçalves. 
-É indicada quando o objetivo é compreender a “construção de significados” que o indivíduo 
realizou ao longo da vida e provavelmente causando sofrimento. 
-Foco sobre esquemas emocionais orientam tal “construção” e as narrativas que o paciente faz 
sobre sua história de vida e experiências atuais. 
- “A prioridade é o indivíduo e sua história, não a observação externa, o diagnóstico ou a aplicação 
da técnica na realização de uma psicoterapia científica” (ABREU, C. 2003). 
-Diagnóstico, generalização de dados e técnicas, importantes, mas não o foco. 
-Psicoterapia construtivista é recente no Brasil. 
 
-Visão piagetiana: desenvolvimento amplo e dinâmico desde o período sensório-motor até o 
operatório abstrato. Propondo através que provoquem desequilíbrios e reequilibrações sucessivas, 
promovendo descoberta e construções de conhecimento. 
 
18 
-Para construir conhecimento, concepções combinam-se informações de meio, conhecimento não 
descoberto espontaneamente, nem transmitido de forma mecânica, meio externo ou adultos. 
-Conhecimento resultado de interação, sujeito sempre elemento ativo, procurando ativamente 
compreender o mundo, buscando resolver as interrogações que o mundo provoca. 
-É aquele que aprende basicamente através das próprias ações sobre objetos do mundo, constrói 
suas próprias categorias de pensamento ao mesmo tempo em que organiza seu mundo. 
 
-Não é o sujeito que espera alguém que possui conhecimento, transmita em ato de bondade. 
11ª aula – 27/10/2016 
Terapia cognitiva construtivista 
-Para construir conhecimento concepções combinam-se informações meio, conhecimento não 
descoberto espontaneamente, nem transmitido de forma mecânica meio exterior ou adultos. 
-Conhecimento resultado de interação. Sujeito procurandoativamente as concepções do mundo. 
-Não é um sujeito que espera alguém que possui conhecimento que transmita em um ato de 
bondade. 
-Nasce contra visão mecanicista e ordenada, cognoscível, cujas formas/funções podem ser 
refletidas sobre mente humana e seus produtos. 
-Em psicoterapia, interessados em eximir julgamentos de realidade pessoal do cliente por critérios 
externos de racionalidade/objetividade. 
-O referencial não é externo, é construído junto, contínuo e ativo por parte do sujeito e mundo. 
-Rejeita o DSM-IV pela aplicação excessiva de níveis rejeitam/subordinam maneiras alternativas de 
compreender o cliente. O foco é nos esquemas estruturais emocionais (como emocionalmente 
construiu). 
-Colocando-se no mesmo nível, como modelos de funcionamento psicológico alternativos e viáveis. 
Terapia cognitiva narrativa 
-GONÇALVES, O. PSICOTERAPIA COGNITIVA NARRATIVA: MANUAL DE TERAPIA BREVE. CAMPINAS: 
EDITORIAL PSY, 1998. 
-Ao procurar apresentar-se alternativa modelos racionalistas/mecanicistas dominantes na 
Psicologia, a psicologia narrativa obriga redefinição de grande parte dos seus pressupostos 
epistemológicos. 
-Essa epistemologia se sustenta em 4 pilares: 
1. Existência como conhecimento: indissociação entre conhecimento e experiência. 
-Revolução cognitiva em 1950: estruturas, processos e conteúdos envolvidos na construção do 
conhecimento. 
 
19 
-Temática de processos por intermédio por quais seres vivos constroem e transformam 
conhecimento, assimilação passiva e pró-ação ativa. 
-Tem qualquer ser vivo, a existência não pode ser dissociada do conhecimento (por existir, já 
conhece – não é algo que vem de fora). 
-Todos os seres vivos conhecem, reconhecem, transformam e transformam-se no decurso da sua 
existência. 
-Trata-se da passagem da visão estritamente epistemológica (cognitivismo) para a visão existencial. 
-Procura organização hierárquica de elementos fundamentais (esquemas cognitivos, pressupostos 
filosóficos, estruturas cognitivas, mecanismos tácitos, constructos pessoais da psicologia) e dá lugar 
a apreciação da matriz relacional da experiência como elemento indissociável do conhecimento. 
-Nega o cognitivismo. 
2. Conhecimento como hermenêutica 
-Ideia de que todo conhecimento (e por implicação, toda existência) tem natureza inerentemente 
hermenêutica. A hermenêutica é a arte ou o método interpretativo que procura compreender um 
determinado texto. 
-O processo de substituição de modelos retroativos sensorialistas por modelos ativos motores 
acentuou a ideia de que o sujeito constrói a realidade por processo de codificação ativa. Interpreta 
e tira significado daquilo, num processo ativo. 
-A construção simbólica da realidade corresponde ao processo de significação que opera através 
da imposição de processos hermenêuticos. 
-O fenômeno psicológico situa-se no nível de construção ativa de significado e do processo por 
intermédio do qual esse significado constitui a realidade psicológica dos indivíduos. 
-Compreender o comportamento humano é essencialmente compreender os sistemas 
interpretativos utilizados pelos sujeitos no sentido de expandir, dar significado a experiência. 
-Mas aqui a proposta hermenêutica surge com significado diferente da procura / encontro de 
significados. Não vem só com significado de procurar significado, vem como resposta conjunta de 
buscar significado. 
-Hermenêutica nasce com a interpretação de textos sagrados, mais tarde, textos legais. 
-Só recentemente, no final do século passado, se liga a interpretação do discurso individual 
(psicanálise). 
-Cada um destes casos, a hermenêutica procura interpretar ou levar o indivíduo a interpretar com 
base em pressupostos existencialistas construídos aprioristicamente. 
-A multiplicidade de existência nas suas diversas vertentes remete a miríade de significados, 
desdobramentos complexos / múltiplo de conhecimento. 
 
20 
-Segundo Shotter (1995), vivemos num mundo vago, parcialmente especificado, instável e em 
desenvolvimento. 
-Esta dimensão de inespecificidade dá espaço para dimensão criativa e hermenêutica do 
conhecimento humano. 
-Por mais paradoxal que pareça, a realidade especifica-se e adquire dimensões maiores de 
estabilidade, não por referência ao mundo externo, mas pela subjetividade hermenêutica 
individual. 
-Impõe coerência interpretativa do caos multi-potencial do mundo. Sentido subjetivo cria 
estabilidade. 
-A ordem/regularidade corresponde sobretudo a necessidade psicológica de dar ordem, sentido 
de coerência existencial. 
-Onde não compreendemos, nos angustiamos. 
 
-A definição do mundo único estável através da sacralização de uma pretensa hiper-realidade, é 
negação profunda de multirrealidade. 
12ª aula – 03/11/2016 
3. Hermenêutica como discurso narrativo 
-Discutimos até aqui como conhecimento é indissociável da existência e como ambos vão se 
organizando no indivíduo num processo hermenêutico de construção de significados. 
-Duas hipóteses surgem a este propósito: 
A) para primeiros construtivistas (Piaget, 1985), está hermenêutica estabelece-se através de uma 
lógica abstrata universal (lógica que não é objetiva e pré-existente, universal às pessoas), originando 
sistema formalizado de pensamento com invariantes fundamentais essenciais (lógicas universais). 
Como se fossem blocos já estabelecidos, que cada pessoa possui, inatos no sentido de lógica 
universal (e não biológico). Todas as pessoas nascem com uma lógica abstrata universal 
(essencialismo), todos são dotados de uma lógica abstrata (não baseada no externo, é abstrata, 
baseada no interno) que varia de pessoa para pessoa. O significado criado se liga a um discurso 
narrativo, assim eles são descobertos. 
 -Domínio da primazia ontológica (estuda ser/existência) abstrato e no campo epistemológico 
da lógica proposicional (os elementos que temos são juntados de formas diferentes). 
 -A lógica assume um papel organizador fundamental: formalização matemática do 
pensamento que se revelasse legitimadora das suas tentativas de aproximação de ciências hard. 
 -Surge assim um tema dominante para a primeira revolução cognitiva: metáfora 
computacional. Comparação de cérebro com o computador, onde as informações chegam, se 
reestruturam e volta. 
 
21 
-Mas essa hermenêutica parece falhar quando aplicada a forma como seres humanos vão 
construindo significações para sua própria vida. 
-Por vezes o sujeito se comporta de modo contrário àquilo que a lógica ditaria. 
-Não abrange a ideia de que o indivíduo poderia operar de modo irracional (é onde a teoria 
se racha). 
B) outra hipótese é que uma multiplicidade de significados só é possível graças ao poder criativo e 
múltiplo da linguagem/discurso humano. São formas diferentes de explorar a mesma experiência. 
Descaracteriza toda a biologia. A hermenêutica interpreta e o discurso é infinito na forma de narrar. 
-A linguagem é complexa e como construtora de significado. 
 -De modo progressivo, a linguagem e o discurso constituem meios e fins do processo de 
significação / conhecimento humano por si e não são reveladores da realidade essencial 
preexistente. 
 -O significado se dá na linguagem, no discurso, como experienciamos aquilo. Como contar 
uma experiência se não tem um discurso dela na cabeça? 
 -Linguagem surge como fenômeno psicológico de primeira ordem. A linguagem constitui 
processos terapêuticos. A mente funciona como o discurso opera sobre ela. 
 -Elemento verdadeiramente fundacional da experiência e não como papel “extra 
adicional”. A linguagem forma os significados, não apenas contribui. 
 -Narrativas não podem ser estas como originando-se, fechando-se, proposta individual, em 
sistema de exclusividade auto poético. 
 -Não nasce em si só, precisa do processo interpessoal de construção discursiva, logo, 
inseparáveis do contextocultural onde ocorrem. 
 -Na construção com o outro, a linguagem se firma. 
 -Significados só fazem sentido em determinado espaço/tempo. 
13ª aula – 10/11/2016 
4º pilar (fundamentos para psicologia narrativa) 
-O discurso feito no contato interpessoal está situado em uma cultura. O significado só pode ser 
entendido porque tem um significado mais amplo (contexto). O lugar que está que determina o 
significado. 
-Então narrativas são formas de significação que operam num contexto, no espaço de 
interindividualidade. 
-As narrativas que dão sentido a existência, tornando comum a cultura, o diálogo. 
Fundamentos de uma psicoterapia narrativa 
 
22 
-No contato com o terapeuta, cria uma comunidade conversacional (troca de diálogos) para 
ampliar significados, através de múltiplas vivências, onde os discursos se encontram. Não é corrigir 
ou adaptar, é ampliar/maximizar significados através do discurso. 
-Todas as angústias e vivências são colocadas no discurso, onde serão ampliados os significados e 
criadas novas possibilidades de pensar amplamente. 
-A Terapia Cognitiva Narrativa tem o objetivo de levar o cliente a construir na interação com o 
terapeuta, uma comunidade conversacional, realidade múltipla de experiências sensoriais, 
emocionais, cognitivas e de significação. 
-A ideia é capacitar o cliente a construir um discurso narrativo rico em termos de multiplicidade, 
complexidade, coerência, adaptativo a exigências impostas pela sociedade complexa e multi. 
-Últimos anos psicoterapias cognitivas testemunhado considerável evolução. 
-Desenvolvimentos mais recentes, destaque ao papel atribuído narrativa como elemento central 
construção conhecimento e implicações clínicas. 
-Perturbação psicológica provocada pela incapacidade de dar conta da 
diversidade/potencialidade da experiência através da organização de um discurso narrativo 
diversificado, complexo e coerente. Se o mundo é muito complexo, se não damos conta da 
diversidade e potencialidade de experiências que o mundo oferece, se não conseguimos criar um 
discurso lógico para a experiência, teremos uma perturbação psicológica. 
-Cliente assume a existência de uma realidade externa/interna absolutas, insubstituíveis. Aí está o 
erro, pois não consegue perceber mudanças. 
- “Assume” que não tem saída. Os significados são sempre múltiplos, o limite do conhecimento se 
dá a existência. Existir é conhecer. Não pode ser encaixado no DSM-IV, pois não pode ser limitado 
a isso. 
-O terapeuta é um facilitador, guia de novos contextos e narrativas. 
-A perturbação vem da dificuldade de organização de uma experiência numa narrativa coerente. 
-Ao invés de ver a realidade como processo de negociação interpessoal de possibilidades múltiplas, 
assume a responsabilidade de único construtor desta realidade. 
-Resultando em desânimo e singularidade: 
-Desânimo por incapacidade de poder prever múltiplas possibilidades de negociação para 
experiência sensorial, emocional, cognitiva e significações. Não perceber que existem outras 
formas, além da parte limitada. 
-Singularidade pela estranheza em ver-se diferente dos outros nessa construção de 
experiência. 
 
23 
-A psicoterapia narrativa procura responder estes problemas através da facilitação da construção 
narrativa. O terapeuta não é um corretor, é um facilitador para a estimulação da criação de novas 
narrativas por parte do cliente. 
-Proporciona uma elaboração narrativa múltipla de conteúdo, processualmente mais complexa e 
estruturalmente mais coerente, num contexto de elaboração discursiva e conversacional com 
terapeuta/comunidade linguística do cliente. Novas possibilidades de experiências, vivências, 
narrativas serão criadas de forma que faça sentido para ele. Terapeuta cria espaço para isso, mas 
não conduz. 
A recordação 
-Não há narrativa sem recordação. Não há como narrar sem se lembrar. 
-Memória semântica (significado das coisas), memória episódica (momentos/episódios da vida). 
-Capacidade de singularizar episódios significativos da vida que faz cada indivíduo autor própria 
narrativa. 
-Ter uma existência narrativa é ser capaz de recordar, sincrônica/diacronicamente (saber que o 
outro também influenciou), múltiplos episódios da vida. 
-Recordar é sinônimo de construção de sentido de coerência através da diversidade de 
experiência. 
-Em suma, através da recordação, procura capacitar o cliente a abertura à experiência e para o 
desenvolvimento inicial com maior sentido de coerência na elaboração narrativa. 
A objetivação 
-Cliente é levado a experienciar a multiplicidade de realidades externas através de toda dinâmica 
disponibilizada por capacidades sensoriais. Através da capacidade de sentir, vai ser levado na 
terapia a várias formas de sentir o que acontece lá fora. Criar novas realidades possíveis. Recordar 
situações e levar o cliente a sentir de outras formas, objetivar a situação. 
-Realidade constitui um incomensurável menu que o cliente em perturbação raramente desfruta. 
-Terapeuta encoraja o cliente para a objetivação de cada recordação episódica diária, para 
perceber a complexidade das experiências. Desde do momento que acordou, cada detalhe, todas 
as sensações (físicas e psicológicas). 
-Cliente vai progressivamente se dando conta de que a realidade é um contexto possibilitador de 
uma grande diversidade de experiências. 
-Dimensão da complexidade sensorial da experiência, permitindo a emergência de uma 
consciência progressiva de narrativas diárias, podendo ser vista como ricos menus diversificados 
para a elaboração narrativa. 
A metaforização 
-Condensadores de significado. 
 
24 
-Através dela damos sentido recordações sensoriais, emocionais e cognitivamente. 
-Capacitar cliente produzir múltiplos significados p/ cada memória episódica. 
A subjetivação 
-Trabalho de construção múltipla prossegue. 
-Aqui é variedade de experiências emocionais/cognitivas que se procura. 
-Mostrar possibilidade de diversidade de experiências emocionais do passado, presente e da 
procura ativa no futuro. 
-Através exercícios ativação emocional, realizados sessão e exercícios diários, procura-se alargar 
leque experiências emocional, p/ ser capaz elaborar em cada situação matizes diferenciados de 
ressonância emocional. 
A projeção 
-Remete ideia indivíduo constante movimento espaço/tempo. 
-Capacidade de internacionalizar de modo narrativo as experiências do futuro. 
-Cliente constrói e descontrói-se todo momento, intencionalizando experiências que geram novas 
possibilidades de intencionalização da experiência. 
-Orientar cliente construir uma metáfora alternativa à metáfora raiz que tem orientado seus sistemas 
conversacionais e de significação. 
 
-Depois cliente parte para nova revisão da história vida e de modo a encontrar/fundamentar, no 
passado histórico, episódios caracterizadores desta nova forma de significação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
RESUMO NP1 
-Ciência: provada empiricamente e pode ser replicada. Processo longo de estudos e experimentos. 
-Terapia cognitiva: mais testada/avaliada no mundo. Considerada padrão para 85% dos transtornos 
psiquiátricos (mais eficaz). 
-Tudo depende dos significados que a pessoa atribui. Não podemos colocar nossas crenças, pontos 
de vista ou interpretações sobre as do paciente, pois para ele aquilo é importante, real e 
significativo. O mundo não é do jeito que é, e sim o que o paciente vê. 
-Terapia cognitiva é uma teoria breve (a curto prazo): foca os problemas e se encerra quando eles 
acabam. Não necessariamente durará poucos dias. Inicialmente foca na redução de sintoma. 
-Abordagem estruturada: as sessões são estruturadas, há um roteiro a ser seguido. Não é aleatório, 
existe um plano. 
-É diretiva: orientada em problema e direcionada a um foco. É feita uma verificação de humor e 
ponte com a sessão anterior. 
-É presente: trabalha com o atual. Se aconteceuno passado, trabalha em como isto afeta o 
presente. 
-Tem prazo limitado: vai acabar quando os problemas forem resolvidos e as metas alcançadas. Na 
medida que trabalha a causa, reduz o sintoma. 
-Trata uma variedade de sintomas psiquiátricos. 
-É fundamentada na racionalidade teórica subjacente: afeto, comportamentos determinados pela 
percepção. 
-O sentimento não é derivado do acontecimento, mas sim da interpretação que a pessoa teve do 
acontecimento. De outro modo não haveria escolha, seria igual para todos, o que não é real. 
-Base da teoria: humor e comportamento são derivados do nosso pensamento. 
-A pessoa só fica triste quando percebe e interpreta que determinada situação a deixa triste. 
-Cognições baseiam esquemas desenvolvidos a partir de experiências anteriores. 
-A teoria ajuda a pensar e agir de forma mais realística/adaptativa (se adaptar melhor ao contexto). 
Com isso, os problemas e sintomas são reduzidos. 
Primeiras etapas cognitivo-comportamentais 
-Década de 1960. 
-1970: primeiros textos importantes (pesquisas em universidades) sobre “modificações cognitivo-
comportamentais”. 
-No período intermediário ocorre um interesse pela cognição, portanto, uma aplicação para a 
teoria cognitiva. 
-Mahoney (1977) observou a Psicologia geral passando pela revolução cognitiva (cérebro como 
um computador), mesmo foco teórico sendo aplicado na Psicologia clínica. 
 
26 
-Diferentes teóricos/profissionais introduziram interesses/perspectivas. Um contribuindo com o outro 
na teoria nova (chamou atenção do mundo e ganhou força). 
-Gerou um grande número de modelos para mudar cognição é comportamento. A Psicologia 
comportamental mudava o comportamento pelo próprio comportamento, mas isto começou a 
apresentar lacunas. Vários teóricos diferentes, várias linhas de TCC (teoria cognitvo-
comportamental) diferentes. 
3 premissas fundamentais para que a teoria seja TCC 
1. Cognição afeta comportamento: é a reafirmação do modelo mediacional básico – uso da 
cognição para mediar acontecimento e sentimento (Mahoney, 1974). O aumento de evidências 
de avaliações cognitivas de eventos afeta a resposta. Essa mudança tem valor clínico. É preciso 
avaliar a cognição/pensamento para resposta clínica. 
2. Cognição pode ser monitorada e alterada: inconsciente não existe, podemos acessar a atividade 
cognitiva. Cognição é conhecida e acessada. Avaliação da cognição é o prelúdio, início, para 
alteração. 
3. Mudança comportamental e cognitiva desejada é efetuada pela mudança cognitiva: adoção do 
modelo mediacional. Aceita contingências de reforço explícito que altera comportamento 
(eventos externos). 
-Os modelos iniciais: modificavam comportamentos e cognições, almejando uma mudança 
comportamental. 
-Os modelos contemporâneos: TCC concentram tratamento de cognições, mudança 
comportamental vem depois, como uma consequência automática. 
O que constitui uma TCC? 
-Abordagens ideia ocorrência processos internos (cognição), eventos cognitivos podem mediar 
mudança cognitiva. Mudanças fisiológicas emocionais também são indicadores, particularmente 
quando perturbação (fisiológica, emocional), manifestação importante problema enfocado na 
terapia (transtorno ansioso, psicofisiológicas). 
3 principais classes de TCC 
1. Habilidade de enfrentamento 
Externa, perceber o externo de forma diferente. Habilidade para enfrentar o ambiente externo. 
2. Resolução de problemas 
Técnica de reestruturação cognitiva e habilidade de enfrentamento. Maneira prática de resolver o 
problema. 
3. Reestruturação cognitiva 
Mudança resulta de perturbação que cria no pensamento, altera, modifica. Reforma no 
pensamento. 
 
27 
-Todas voltadas para diferentes graus, modificações cognitivas, não comportamental. 
-Principal diferença entre terapia comportamental e cognitiva: considerar cognição. 
-Fatores favoráveis para o desenvolvimento da TCC: 
1. Abordagem não mediacional insuficiente para explicar comportamento humano, abordagem 
da época (exemplo: uma pessoa com TOC pode ter um comportamento adequado e ainda assim 
estar sofrendo). 
2. Continuidade da rejeição perspectiva alternativa mais forte: modelo psicodinâmico 
personalidade terapia. Psicanálise não era suficiente para explicar. 
3. Problemas, como por exemplo o TOC, tornava intervenções não cognitivas irrelevantes. 
4. Conceitos mediacionais estudados/desenvolvidos Psicologia experimental. Apoio laboratórios. 
5. Identificar modelo TCC: aumento do número de profissionais, pesquisadores. 
6. Estudos considerando... 
-Karl Popper criou 10 axiomas da terapia cognitiva (qualquer TCC): 
1. Estruturas de cognição com significado. Usar o significado (interpretação pessoal sobre 
determinado contexto) que tem, com o do ambiente. 
2. Função de atribuir significados é controlar sistemas psicológicos (comportamental, emocional, 
atenção, memória). Adaptar ao contexto. Significado ativa estratégias para adaptação. 
3. Influências entre sistemas cognitivos e outros são interativos. 
4. Cada categoria de significado tem implicações que são traduzidas em padrões específicos de 
emoções, atenção, memória e comportamento. 
5. Todo significado é dado por nós, mesmo que seja universal, não é a realidade. Quando é 
distorcido, são mal adaptativos. 
6. Indivíduo predisposto a ter distorções cognitivas, vulnerabilidades cognitivas. Vulnerabilidades 
cognitivas específicas predispõem síndromes específicos. 
 
De acordo com onde é a distorção, maior a probabilidade de desenvolver uma patologia 
naquela distorção. 
7. Psicopatologia é uma distorção em um, dois ou três da tríade. Significados mal adaptativos 
construídos. Cada síndrome de significados mal adaptativos tem características associadas aos 
componentes da tríade cognitiva. 
8. Dois níveis de significado: público (objetivo, evento) e privado (implicações, “domínio pessoal”). 
9. Três níveis de cognição: pré-consciente (pensamentos automáticos – primeira avaliação, 
impressão, são rápidos, breves, ligados à tríade), consciente e nível meta-cognitivo (respostas 
“racionais”, adaptativas). 
 
28 
A (evento), B (pensamento), C (emoção) à pensamento determina a emoção. Pensamentos 
baseados nas crenças, baseadas nas experiências da vida. 
10. Esquemas que temos evoluem para facilitar a adaptação ao ambiente. 
Modelo cognitivo 
-Pressuposto que emoções e comportamento são influenciados, não determinados pela 
percepção de eventos. Não é a situação, mas a interpretação. 
-Resposta emocional intermediada pela percepção da situação. 
-Parte focada nas informações (nível consciente) e tendo pensamentos avaliativos rápidos. 
-Pensamentos automáticos (PAs). Sem deliberação de raciocínio. São rápidos, superficiais, vagos e 
podem ser distorcidos. Mais cientes da emoção. 
10 princípios da terapia cognitiva de Beck 
1. TC baseia formulação contínua desenvolvimento paciente e seus problemas em termos cognitivos; 
descobre os encadeadores; levanta hipóteses sobre o que iniciou a distorção (eventos-chave); no 
primeiro encontro já começa a levantar hipóteses e com o passar deles, faz um refinamento para 
ver se é real ou não. 
2. Aliança terapêutica segura; respeito, declarações empáticas, atenção, cuidado, não desmerecer 
a queixa do paciente; resumir periodicamente o que estamos entendendo da história, 
pensamentos, sentimentos; pedir retorno no fim da sessão; certificar se o paciente se sentiu 
entendido em relação à sessão. 
3. TC enfatiza a colaboração e participação do paciente. Encorajar trabalho em equipe; decidem 
juntos o conteúdo da sessão, frequência, tarefas de casa; no início o terapeuta é mais ativo. 
4. TC orientada em meta e focalizada em problemas. Enumerar problemas e estabelecer metas 
específicas. Paciente sentir que investimento no terapeuta é válido. Onde está e aonde quer 
chegar. Ajuda o paciente a avaliar pensamentos que interferem na meta (busca evidências). 
Atento aos obstáculos,alguns precisam de orientação para começar. 
5. TC enfatiza o presente. Foco problemas atuais. Resolução, avaliação mais realista, tendência de 
reduzir sintomas. Aqui e agora, independente de diagnóstico. Volta ao passado em 3 
circunstâncias: se o paciente quiser, se o trabalho no presente não estiver resolvendo ou quando o 
paciente ajuda a entender onde originou e como afeta hoje. 
6. TC educativa. Ensina paciente a ser terapeuta, prevenção de recaída, não ficando dependente 
do terapeuta. Explica distorção, explica todo o método, o transtorno e os processos cognitivos. 
7. Tem tempo limitado. 1º alívio de sintomas e depois as causas, para melhora efetiva. 
8. Sessão estruturada. Humor, revisão a semana, montar junto a agenda, feedback da sessão anterior, 
revisão da tarefa de casa, resumos frequentes, feedback no fim da sessão. 
 
29 
9. Identificar, avaliar e responder pensamento e crenças disfuncionais para que o comportamento 
melhore. Como identificar e corrigir PA. 
10. Gama de técnicas para mudar comportamento, humor e pensamento. Altera em maior ou menor 
escala a cognição. Pode usar outras técnicas (comportamental, Gestalt) – flexibilidade da teoria. 
Escolha da técnica deve ser baseada na formulação de caso. 
As crenças centrais 
-Começam na infância com crenças sobre si, sobre os outros e o mundo. 
-As crenças centrais são os entendimentos mais fundamentais/profundos que as pessoas não 
articulam, não questionam. 
-O mundo é como acreditamos que é, quem discorda está errado. 
-São verdades absolutas, exatamente como as coisas “são”. 
-São globais (valem para o mundo todo), rígidas e super generalizadas. Dificilmente podemos 
convencer a pessoa do contrário. 
-Pensamentos automáticos são específicos da situação. Nível mais superficial. 
-O nível consciente é baseado nas crenças centrais. O nível pré-consciente são as avaliações que 
fazemos, ligadas as crenças centrais. 
-A mente é como um filtro, que só aceita coisas que a pessoa acredita. Os pensamentos distorcidos 
são derivados de alguma crença. 
-2 Níveis de crenças centrais: desamparo (certeza irracional e inconsciente, sem articulação, que é 
incompetente e sempre será um fracassado, está ligado a falta de habilidades de lidar com o 
mundo) e desamor (certeza irracional e inconsciente, sem articulação, que será rejeitada, que não 
tem força suficiente, está ligado a falta de afeto com ela mesma). 
-Exemplos de desamparo: sou inadequado; ineficiente; incompetente; eu não consigo sigo me 
proteger; sou fraco, descuidado; vítima; vulnerável; fraco; sem recursos; inferior; fracasso; perdedor; 
não sou bom o suficiente; não sou igual aos outros. 
-Exemplos de desamor (desvalor): sou diferente; indesejável; feio; monótono; não tenho nada a 
oferecer; não sou amado; sou negligenciado; sempre serei rejeitado; abandonado; não sou bom o 
suficiente para ser amado; sou diferente; imperfeito; sempre estarei sozinho; não tenho valor; sou 
inaceitável; sou mau; louco; derrotado; sou um nada mesmo; sou um lixo; sou cruel; perigoso; 
venenoso; maligno; não mereço viver. 
-Você não vê o mundo como ele é, mas sim como você é. 
-Desamor é ligado a afetividade. 
Atitudes, regras e suposições 
-Crença tem 3 níveis: central, intermediária (cria regras e sistemas baseadas no nível central – 
atitudes, regras e suposições) e pensamentos automáticos (situação – pensamentos automáticos – 
reações). 
 
30 
-Crenças centrais influenciam classe intermediária das crenças (atitudes, regras e suposições). 
Exemplo: 
Atitude: “eu devo ser perfeito em tudo que faço”. 
Regras/expectativas: “eu devo trabalhar o mais arduamente que puder o tempo todo”. 
Suposição: “se eu trabalhar o mais arduamente que puder, posso ser capaz de fazer algumas coisas 
que os outros fazem facilmente”. 
Como as crenças surgem? 
-Pessoa desde o nascimento tenta extrair expectativas do mundo e cria crenças a partir das 
expectativas. E organiza de forma a se adaptar da melhor forma possível. Interação do mundo varia 
de pessoa para pessoa – precisão, funcionalidade. 
Diretriz da teoria 
-Pensamento principal característica. 
-Emoção, comportamento, contexto considerados. 
-Foco nas crenças, atitudes, cognições. 
Primeiros passos da terapia 
-Ensinar importância do pensamento. 
-Mostrar crenças, esquemas que provocam emoções. 
-Para reduzir/eliminar é necessário mudar a maneira de pensar. 
 
-Antes os pacientes acreditam que crenças causam o problema, não o evento. Acusam a todos, 
menos o seu processo cognitivo (não porque acredita em algo que seja necessariamente verdade). 
Não acusam o próprio PA, pois estão num nível que a pessoa não articula, não sabe, não presta 
atenção. E são distorcidos, mas não vê por que passam rápido. 
-Ver quão válidos são os PAs do paciente. 
-Percebe a situação e responde emocionalmente. Por isso a pessoa atribui ao evento, mas é o 
pensamento em relação à situação que determina a resposta emocional. 
-Crença central: globais, rígidas e centralizadas. Mas não são imutáveis. 
-O tempo todo trabalhamos no modelo: situação à pensamentos automáticos às crenças. 
-Interações com o mundo variam com a precisão. 
Primeiros passos na terapia cognitiva 
-Ensinar paciente a importância dos pensamentos: pensamento afeta emoção e depois o 
comportamento. 
-Mostrar que as crenças, filosofias e esquemas desenvolvidas durante a vida podem estar 
provocando as emoções intensas. Geralmente o paciente irá culpar coisas externas, vamos ajudá-
lo a entender que grande parte da responsabilidade está nele. 
 
31 
-Para reduzir/eliminar é necessário mudar a maneira de pensar: o responsável nunca é a situação 
em si, mas sim a percepção que tem sobre ela. 
-Antes pacientes empregar técnicas cognitivas efetivamente, é necessário acreditar no sistema 
crenças <--> problemas. 
-Paciente vai culpar genética, experiências traumáticas da infância, maltrato dos pais, má sorte, 
maldade alheia, sociedade... Acusam a tudo e a todos, menos seu processo cognitivo. Isso porque 
o pensamento automático é tão rápido que as pessoas nem percebem, operam apenas no nível 
consciente. 
-Percebem apenas a situação (objetiva, concreta) e a resposta emocional (intensamente sentida, 
palpável). 
-Difícil convencer paciente que a “vozinha fraca” dentro da cabeça possa ser culpada. 
-Entre A e C, há a letra B: pensamento (como interpreta). C: emoção, comportamento e 
fisiologia à reação. 
A: evento – situação, gatilho ambiental, estímulo – qualquer coisa que inicia o processo de reação. 
B: cognições – crenças, atitudes, suposições. Representa cérebro, processa informação bruta (A), 
organiza em padrões, esquemas, temáticas, histórias. 
C: reação – emoções, comportamento. 
-Acontecimentos de fora não têm poder sobre nós. 
-Se não percebemos o evento, não reagimos a ele. Não reagimos ao que o cérebro não processa. 
-Se não somos capazes identificar objeto, ele não poderá nos fazer rir, chorar, fugir, dançar. 
-O mundo externo não tem poder sobre nós, não infiltra o cérebro e não cria sentimentos. 
-Comportamento humano normal teoricamente depende da pessoa compreender a natureza, o 
ambiente social, físico em que está situado. 
Identificando os pensamentos automáticos 
-Modelo cognitivo afirma que a interpretação da situação, frequentemente expressa em 
pensamentos automáticos, influência respostas emocionais, fisiológicas e comportamentais. 
-Evidentemente, determinados eventos são quase universalmente aflitivos. 
-Pessoas com problemas psicológicos vão intensificar, distorcer ou interpretar erroneamente 
situações neutras ou positivas. Deste modo, seus pensamentos automáticos são tendenciosos. 
-Examinando, corrigindo erros de pensamento, muitas vezes os pacientes sentem-se melhor. 
-Não existe emoção que não mude se você mudar a forma de pensar. 
-Maior parte do tempo não somos cientes dos pensamentos automáticos. Com um pouco de 
treinamento, trazemos facilmentepensamentos automáticos para a consciência. 
-Reavaliação dos pensamentos é comum, pessoas aflitas podem não engajar nesse exame crítico. 
-TC ensina ferramentas para avaliar pensamento de forma estrutural, especialmente quando aflitas. 
 
32 
Pensamentos automáticos 
-São assim chamados porque ocorrem rapidamente, estão presentes a sensação e a emoção. 
-Devemos explicar para o paciente que a “vozinha fraca” pode estar causando aquele estado. 
-Embora PAs pareçam surgir espontaneamente, eles tornam bastante previsíveis (vêm das crenças 
centrais e a crença ainda não foi alterada), depois crenças subjacentes identificadas. 
-Terapeuta cognitivo interessado em identificar os pensamentos disfuncionais, distorcem a 
realidade, emocionalmente aflitivos e/ou inferem na habilidade para atingir a meta. 
-Os pensamentos automáticos podem vir de forma abreviada. Exemplo: “droga!”. 
-Pensamento de forma verbal, visual ou ambas. Forma visual: cria uma cena/imagem na mente. 
-Identificar os PAs: quando perceber o humor mudando (mais fácil de se identificar), se perguntar o 
que está passando pelo pensamento e anotar (todos os pensamentos, mesmo que pareçam não 
ter relação entre si). 
-Passo inicial mais básico: quando eu perceber meu humor mudando, alterando, negativando, vou 
perguntar a mim mesmo: quais pensamentos estou tendo agora? Qual o conteúdo dos meus 
pensamentos? O que está passando pela minha cabeça agora? Devemos anotar para trazer à 
consciência, assim saberemos se o pensamento está ou não interferindo no humor. 
-O humor altera com o pensamento automático. 
-Antes de tudo, o paciente precisa entender o esquema cognitivo (o que são pensamentos 
automáticos, humor e comportamento derivados dos PAs, podem vir em forma abreviada, verbal 
ou visual). Se ele não acredita ou não faz sentido para ele, ele não irá se engajar nesse exercício. 
-Após avaliar a validade e utilidade dos PAs e respondê-los adaptativamente (atribuímos 
significados às coisas para nós adaptarmos), em geral, produz mudança de afeto. 
-PAs coexistem com fluxo mais manifesto de pensamentos, surgem espontaneamente e não são 
embasados em reflexão, deliberação, por isso há chances de estarem distorcidos. 
-Temos que trabalhar onde a crença não está sendo funcional para a pessoa, não colocar nossas 
crenças nela. 
-Pessoas estão mais cientes da emoção associada, porém com treinamento podem tornar-se 
cientes pensamentos. 
-Pensamentos relevantes de problemas pessoais estão associados a emoções específicas, 
dependendo do conteúdo e do significado. 
-São breves, fugazes, forma abreviada, forma verbal ou visual. 
-As pessoas aceitam com frequência PAs como verdades, sem reflexão e avaliação. 
Durante a sessão (método): 
1. Se percebe mudança de humor do paciente durante a sessão, perguntar o que ele está pensando 
naquele momento. Identificar PA durante a sessão. 
 
33 
2. Levantar PAs sobre situação problema entre sessões. 
-Vital estar alerta aos indivíduos aos indícios verbais e não verbais – obter cognições quentes. 
-Em geral, os pensamentos mais carregados de afeto são mais importantes de serem trabalhados. 
-Identificar PA na hora, oportunidade de testar e responder PAs imediatamente, facilitando o 
trabalho no resto da sessão. 
Avaliando pensamentos automáticos (PAs) 
-Pacientes têm milhares de pensamentos durante o dia. Alguns disfuncionais, outros não. Visando 
eficácia, o terapeuta seleciona apenas um ou alguns pensamentos chaves para a sessão. 
-Temos que pensar no significado que o pensamento tem. 
-Depois de descoberto o pensamento automático, temos que: 
 1. Focalizar: quanto crédito você dá a esse pensamento? (Pode pedir para classificar). Como esse 
pensamento fez você se sentir? (Humor). O que fez após ter tido esse pensamento? 
(Comportamento). 
 2. Descubra mais sobre a situação associada: o que ocorreu logo antes de pensar isso? Quando 
isso aconteceu? Onde você estava? Conte-me mais sobre a situação. 
 3. Explore quão típico o PA é: com que frequência você tem esse pensamento? Em que situações? 
Quanto esse tipo de pensamento incomoda você? 
 4. Identifique outros pensamentos/imagens automáticos nessa mesma situação: alguma coisa a 
mais passou na sua cabeça? Quaisquer imagens ou figuras? 
 5. Fazer resolução de problemas sobre a situação, associados com PA: quais coisas poderia fazer 
sobre isso? Como lidou esse tipo de coisa antes? Que gostaria de poder fazer? 
 6. Passe para outro tópico. 
-Como o terapeuta escolhe entre essas opções? Pergunta a si mesmo: 
 1. O que eu quero alcançar nessa sessão? Trabalhar com esse pensamento nos ajuda a atingir as 
metas terapêuticas que tenho para a sessão? 
-Decide junto com o paciente qual pensamento é mais aflitivo e trabalha com esse primeiro. 
 2. O que o paciente colocou no roteiro? Se focalizarmos, teremos tempo para chegar a outras 
preocupações deles? Ele colaborará para avaliar esse pensamento? 
 3. Esse é um pensamento importante de ser focalizado? Ele parece significativamente 
distorcido/disfuncional? Quão típico ou central ele é? Focalizá-lo ajudará o paciente em outras 
situações? Explorá-lo ajudará a conceituar melhor o paciente? 
Questionando para avaliar um PA 
-Tendo separado um PA, determinado o que é importante/aflitivo e identificando reações 
acompanhantes, o terapeuta pode decidir ajudar o paciente a avaliá-lo. 
-Não desafia diretamente o PA, por duas razões: 
 
34 
 1. Não sabe antecipadamente se PA é distorcido (não falamos isso para o paciente). 
 2. Desafio direto viola princípio da terapia cognitiva. Empirismo colaborativo: paciente e terapeuta 
juntos examinam, testam validade/utilidade e desenvolvem resposta mais adaptativa. 
 
-Primeiro passo para avaliar algo: verificar se é real pelas evidências. “Vamos avaliar esse 
pensamento seu”? Pedir para o paciente anotar as evidências de que seu pensamento é 
verdadeiro. 
Pensamento: ela vai me deixar. 
1- Quais as evidências que seu pensamento automático é verdadeiro? Exemplo: não manda mais 
tantas mensagens, visualiza e não responde na hora, não está tão carinhosa comigo nos últimos 
meses, está brigando mais comigo. 
-Fazemos um resumo periódico: “deixa eu ver se entendi... você acredita que sua namorada irá te 
deixar, já que... (evidências), certo? Algo mais”? 
2- Em seguida, pedimos as evidências contrárias. Quais as evidências contrárias? O que parece ser 
mais razoável de acontecer? Exemplo: ela tem relatado pressão no trabalho, ela não falou em 
término, já tivemos outras conversas, não cancelou a viagem que nós temos. Com isso, a aflição 
diminui, chegou ao foco da sessão, reduz sintoma. 
3- Método para trabalhar o pensamento automático: 
a) O que de pior poderia acontecer se fosse verdade? 
b) O que de melhor poderia acontecer? 
c) Poderia superar isso? 
d) Qual seria o mais realista? 
Conceituação cognitiva 
-Fornece estrutura para o entendimento do paciente pelo terapeuta. 
-Terapeuta faz perguntas a si mesmo: qual o diagnóstico desse paciente? Quais os problemas atuais, 
como se desenvolveram e como são mantidos? Que pensamentos/crenças disfuncionais estão 
associados aos problemas? Quais reações (emocionais, fisiológicas e comportamentais) estão 
associadas ao pensamento? 
-Então o terapeuta levanta hipóteses sobre como o paciente desenvolveu uma desordem 
psicológica particular: que aprendizagens/experiências antigas contribuem para problemas hoje? 
Quais suas crenças subjacentes (atitudes, expectativas, regras) e pensamentos? Como enfrentou 
as crenças antes? Que mecanismos cognitivos, afetivos e comportamentais positivos e negativos 
ele desenvolveu para enfrentar suas crenças disfuncionais (terapeuta minimiza os negativos e 
amplia os positivos)? Como ele via a si mesmo, outros, mundo pessoal, futuro (tríade cognitiva)? Que 
 
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estressores contribuíram para seus problemas psicológicos ou interferiram na habilidade

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