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Letícia Andréa 105 – 3O O sistema estomatognático é a unidade funcional do corpo primordialmente responsável pela mastigação, fala e deglutição O sistema mastigatório é uma unidade muito refinada e complexa Sua anatomia funcional e da biomecânica é essencial para o estudo da oclusão A maioria dos procedimentos realizados pelos cirurgiões-dentistas abrange e pode interferir em todo o sistema estomatognático Esse sistema é composto pelas estruturas anatômicas: Dentes Periodonto Ossos da face Músculos e articulações Glândulas salivares maiores e menores Vasos sanguíneos, linfáticos e nervos associados DENTES São órgãos mineralizados, duros, resistentes, branco-amarelados, implantados nos ossos alveolares da maxila e mandíbula Composto por polpa, dentina, esmalte e cemento* Sua ordenação de um ao lado do outro formam os arcos dentários superior e inferior Arco superior geralmente é maior que inferior Cada dente é altamente especializado de acordo com a sua função Composta por 32 dentes permanentes Estão distribuídos em 16 dentes na maxila e 16 dentes na mandíbula São chamados de dentes superiores ou maxilares e inferiores ou mandibulares Os dentes maxilares se sobreponham aos dentes mandibulares vertical, horizontalmente e em oclusão Os dentes anteriores superiores são mais largos do que os inferiores e os dentes anteriores maxilares têm uma angulação vestibular maior que os inferiores criando um traspasse horizontal e vertical A dentição humana é plexodonte (estruturas complexas), heterodonte (com formatos diferentes) e difiodonte (com duas gerações) Apresenta funções ativas e passivas Sua principal função ativa é a mastigação em que os dentes são responsáveis por preensão, incisão, dilaceração e trituração dos alimentos Suas funções passivas são: estética (acentuação dos sulcos naturais da face, flexão do nariz para frente e para baixo, mento para cima), fonação (principalmente letras S e V), oclusão e proteção e sustentação dos tecidos moles DIVISÃO HISTOESTRUTURAL O dente pode ser dividido de acordo com os tecidos que o formam Além das estruturas que o formam há as estruturas que o inserem e protegem – periodonto Letícia Andréa 105 – 3O Esmalte Tecido mais duro do corpo Composto de 96-97% de minerais Sua dureza serve para dar resistência ao desgaste para permitir a mastigação Assim como o vidro, sua dureza o torna susceptível as fraturas – falta de suporte elástico Permite o contato dos dentes superiores e inferiores Responsável pelo aspecto brilhoso do dente Deixa transparecer a cor amarelada da dentina Envolve toda a coroa e tem espessura variável Próximo ao colo há menos esmalte e por isso é mais amarelado Próximo a face oclusal é mais espesso e se torna branco-acinzentado Dentina “Esqueleto do dente” Principal e mais volumoso tecido do dente Ajuda a constituir a forma contínua da coroa, colo e raiz Coloração amarelada presente na coroa e raiz Composição de 69% inorgânica sem mais elástica Constitui a maior parte do dente e absorve melhor os impactos Recoberto na coroa por esmalte e na raiz por cemento No seu interior se localiza a cavidade pulpar que guarda a polpa Apresentam os túbulos dentinários que abrigam os prolongamentos dos odontoblastos Polpa Único tecido mole do dente Tecido mais interno do dente Origina-se de um tecido embrionário de natureza conjuntiva Responsável pela nutrição e inervação do dente Apresenta grande sensibilidade Apresenta os odontoblastos que são as células produtoras de dentina Localiza-se na cavidade pulpar A cavidade pulpar pode ser dividida em câmara pulpar/coronária e canal radicular A câmara pulpar se localiza na coroa e os canais radiculares na raiz Cemento Tecido duro e fino que reveste a porção radicular do dente Faz parte do periodonto de inserção Fixa os ligamentos periodontais do osso alveolar ao dente Próximo ao término da raiz, a cavidade pulpar é formada só por cemento No seu fim, terá o forame apical, local que penetra o feixe vasculho-nervoso FACES DO DENTE Faces livres Vestibular: voltada para lábios e bochechas Lingual (dentes inferiores): voltada para língua Palatina (dentes superiores): voltada para o palato Faces de contato Proximal Mesial: voltado para linha mediana Distal: distância-se da linha mediana Letícia Andréa 105 – 3O Oclusal Incisal Terços da coroa Incisal/oclusal: relaciona-se com o plano oclusal Médio: entre a oclusal e a cervical Cervical: porção que se continua com o colo e a raiz Terços da raiz Cervical: porção que se continua com o colo e a raiz Médio: entre a cervical e a apical Apical: parte final da raiz e localização do forame apical Verticais Distal Médio Medial Proximais Vestibular Médio Lingual Equador dentário Coroa dividida em 2 cones/ hemisférios Não é exatamente reto/uniforme Convexo o maior diâmetro da coroa COR DO DENTE Matiz: cor básica do dente, variando A, B, C e D Brilho: se o dente é mais brilhante ou mais fosco Croma: quantidade de cinza (saturação), variando 1, 2, 3, 3.5, 4 Contraste: cor da pele x cor do dente DIVISÃO ANATOMODRESCRITIVA O dente é dividido em: coroa, colo e raiz Usada em todos os dentes Coroa Parte geralmente visível Parte recoberta pelo esmalte Coloração esbranquiçada e brilhante A coroa humana apresenta grande variação de forma e função Representa 1/3 do comprimento total do dente Duas faces da coroa encontram-se em um ângulo diedro, arredondado, conhecido como borda* (ou margem) Os dentes anteriores apresentam uma coroa com forma pentaédrica Os dentes posteriores apresentam uma coroa com forma cuboide Duas faces da coroa encontram-se em um ângulo diedro, arredondado, conhecido como borda (ou margem) Três faces da coroa se encontram em um ângulo triedro, ou simplesmente ângulo Letícia Andréa 105 – 3O Colo Parte do dente que se localiza entre a coroa e a raiz do dente No dente isolado é perfeitamente visível Representado por um estrangulamento entre o colo e a raiz A linha que marca essa região do dente é chamada de linha cervical São estruturas assimétricas e ajuda a identificar qual face é qual Em incisivos e caninos, a linha cervical é curva com a concavidade voltada para a coroa Os pré-molares tem sinuosidades semelhantes aos incisivos e caninos, mas menos pronunciadas Nos molares, a linha cervical é praticamente retilínea Raiz Parte do dente que se encontra implantada nos alvéolos da maxila e mandíbula Fisiologicamente, não é visível na cavidade bucal Revestida pelo cemento que o confere uma cor amarelada e mais rugosa Representa 2/3 do total do dente Apresenta morfologia muito variável por sofrer uma série de alterações no decorrer da sua formação Fixa ao osso através do ligamento periodontal A estrutura articulação dente-alvéolo recebe o nome de gonfose Com relação a raiz, o dente pode ser unirradicular, birradicular e trirradicular Unirradiculados: incisivos, caninos, pré-molares inferiores e segundo pré-molar superior Birradiculados: primeiro pré-molar superior e molares inferiores Trirradiculados: molares superiores Eles podem ser, de acordo com as ramificações, bifurcados ou trifurcados – podendo ser parcial ou total e ocorrendo apenas em dentes com mais raízes do que o normal Fusões radiculares (parciais ou totais) são bem comuns, principalmente em 2º e 3º molares Inclinação radicular: é a curvatura suave e discreta que ocorre com relação a raiz.Se faz sobretudo em sentido distal Curvatura radicular: curvatura suave que ocorre apenas na raiz, modificando seu longo próprio eixo. Comum em quase todas as raízes Angulação radicular: uma curvatura radicular tão intensa que forma um ângulo bem definido e agudo, sendo mais frequente no eixo apical e conhecida também como dilaceração radicular Coroa Clínica vs Coroa Anatômica Coroa clínica: O que visualizamos. Pode ser revestida de esmalte e ter parte da raiz exposta Coroa anatômica: Dente isolado. Coroa é coberta pelo esmalte. Dividido entre coroa e raiz PERIODONTO Divide-se em periodonto de inserção e de proteção Inserção: cemento, osso alveolar e ligamento periodontal Proteção: gengiva Bolsa periodontal: rompimento das fibras mais superficiais do ligamento periodontal, podendo ter acúmulo de alimentos e presença de inflamações O ligamento alvéolo-dental resiste a forças da mastigação, atenuando os impactos mastigatórios que sofrem os dentes ao serem introduzidos nos alvéolos As fibras do ligamento, ao se estirarem, transformam as forças de pressão sobre o dente em tração no osso, já que o dente está suspenso no alvéolo Intrusão: força que leva a entrada do dente no alvéolo de forma fisiológica Extrusão: força que leva a saída do dente do alvéolo de forma fisiológica Letícia Andréa 105 – 3O ARCO DENTAL Número de dentes Dentição decídua: 20 dentes Dentição permanente: 32 dentes Decídua ou Temporária Maxila: 4 incisivos, 2 caninos e 4 molares Mandíbula: 4 incisivos, 2 caninos e 4 molares São dentes pouco calcificados e por isso são brancos como leite Dentição Permanente Maxila: 4 incisivos, 2 caninos, 4 pré-molares e 6 molares Mandíbula: 4 incisivos, 2 caninos, 4 pré-molares e 6 molares Anteriores: incisivo central, incisivo lateral e canino Posteriores: pré-molares e molares São dentes com um maior índice de sais calcários e possuem um branco mais puxado para o amarelo NOTAÇÃO DENTAL Notação Gráfica (barras) Apresenta duas barras entre si Barra horizontal: representa o plano oclusal – separa superiores e inferiores Barra vertical: representa o plano mediano – separa esquerdo e direito Cada dente é numerado em ordem crescente a partir do plano mediana e com números arábicos, numerando-se de 1 a 8 A representação do elemento era através do número em seu quadrante A dentição decídua era feita através de números romanos, indo de I a V Todavia, é uma representação pouco prática para meios eletrônicos Notação de FDI (computador) Notação mais utilizada Exclusivamente numérica Pratica para meios eletrônicos como o computador Os dentes são numerados de 1 a 8 a partir do plane medial Foi criado a divisão em 4 quadrantes que se dá em sentido horário Quadrante superior direito → 1 Quadrante superior esquerdo → 2 Quadrante inferior esquerdo → 3 Quadrante inferior direito → 4 Utiliza-se dois dígitos para identificar o elemento – o primeiro representa o quadrante e o segundo o dente Letícia Andréa 105 – 3O Exemplo: 25: segundo pré-molar superior esquerdo 36: primeiro molar inferior esquerdo 11: incisivo central superior direito Os dentes decíduos são numerados de 1 a 5 Os quadrantes são numerados de forma diferente sendo numerado de 5 a 8 Quadrante superior direito decíduo → 5 Quadrante superior esquerdo decíduo → 6 Quadrante inferior esquerdo decíduo → 7 Quadrante inferior direito decíduo → 8 Exemplos: 64: primeiro molar superior esquerdo decíduo 81: incisivo central inferior direito decíduo
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