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Princípios constitucionais do processo - RESUMO UFF (Liane Linhares)

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Profa Liane Linhares 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO PROCESSO 
 
 
 
 
 
 
1 - PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL OU “DUE PROCESS OF LAW”, 
Trata-se de uma garantia constitucional, por meio da qual se assegura a qualquer 
acusado o direito de se defender, de ter o seu dia na Corte (“his day in the Court”). Em 
síntese, todo homem tem direito ao processo. 
Fundamentação: Constituição Federal: 
Art. 5°, XXXV, XXXVII, LII, LX, LXXIV; CLT, arts. 841, 847, 850; 
Código de Processo Civil, Arts. 139, 239, 329; Lei n° 1.060/50; Lei n° 5.584/70. 
Princípios 
Constitucionais de 
Processo 
Princípio do devido Processo 
legal 
Princípio do Contraditório e da 
Ampla Defesa 
Princípio da Publicidade 
Princípio do Juiz natural 
Princípio da Gratuidade 
Princípio da inafastabilidade do 
controle jurisdicional 
Princípio da Isonomia 
Princípio do Duplo grau de 
Jurisidção 
Princípio da motivação das 
decisões judiciais 
Princípio da vedação da 
prova ilícita 
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2 - PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA 
O contraditório e ampla defesa,é um meio de garantia e resguardo dos direitos. 
No que diz respeito ao contraditório, no direito processual do trabalho devem ser as 
partes tratadas de maneira igualitária, pois ambas possuem direitos e obrigações 
iguais. Assim, há quem denomine o referido princípio como bilateral, em razão de se 
aplicar tanto ao reclamante como ao reclamado. 
O princípio do contraditório assegura as condições necessárias ao esclarecimento da 
verdade para ambas as partes, admitindo, inclusive, a omissão do réu em juízo, se 
assim lhe for conveniente. 
O CPC/15 veda ao juiz proferir decisão sem antes possibilitar a participação das partes, 
impedindo assim, a prolação de decisões-surpresa (art. 9º e 10º), 
Dispositivos aplicáveis subsidiariamente ao processo do trabalho, por fora da IN 
39/2016 TST, art. 4°. 
Em relação ao princípio da ampla defesa, como corolário do devido processo legal; 
consiste no direito de merecer o mesmo tratamento no processo, com iguais prazos e 
de produzir todas as provas legais, com a mesma intensidade e amplitude. 
Fundamentação: Constituição Federal, Art. 5°, LV. 
 
3 - PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
Este princípio garante a transparência ao processo, aos atos processais, às audiências e 
às sentenças, onde os atos processuais devem ser públicos. 
Excepcionam-se os atos que correm em segredo de justiça, na forma do artigo 
189,CPC/15. 
Fundamentação: Constituição Federal, Art. 5°, X, LX; Art. 93, IX; CLT, 770, 813, 834; 
Código de Processo Civil, Arts. 8°, 11, 189,368. 
 
4 - PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL 
O juiz natural é aquele previamente e abstratamente constituído, como o competente 
para julgar determinadas causas. Ele assegura a todos os jurisdicionados brasileiros a 
garantia de serem processados e julgados por juízes imparciais e independentes, que 
advém da Constituição Federal, na forma da lei, 
Fundamentação: Constituição Federal, Art. 5°, XXXVII, LIII. 
 
5 - PRINCÍPIO DA GRATUIDADE 
O princípio da gratuidade assegura que o processo deve ser, sempre que possível, 
gratuito, ou, no mínimo, acessível a todos; sendo que impedir o acesso do menos 
favorecido ao Judiciário, em razão de custas exorbitantes, é denegar-lhe justiça, fato este 
vedado por todo o ordenamento jurídico brasileiro. 
Fundamentação: Constituição Federal, Art. 5°, LXXIV; CLT, Art. 822; Lei n°1.060/50, 
que estabelece normas para a concessão de assistência judiciária aos necessitados; Lei 
n° 5.584/70, que dispõe sobre normas de Direito Processual do Trabalho, altera 
dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho, disciplina a concessão e prestação 
de assistência judiciária na Justiça do Trabalho, e dá outras providências. 
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6 - PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DO JUDICIÁRIO 
O princípio da inafastabilidade do Judiciário também é chamado de cláusula do acesso à 
justiça, ou do direito de ação, visto que ele se fundamenta na ideia de que a lei não 
excluirá do Poder Judiciário qualquer lesão ou ameaça a direito. 
Trata-se da possibilidade de provocar a prestação jurisdicional visando assegurar a 
tutela de direitos. 
Este princípio assegura-se à um direito fundamental formal que necessita densificar, por 
meio da existência de outros direitos fundamentais materiais. 
Fundamentação: Constituição Federal, Art. 5°, XXXV; Código de Processo Civil, Art. 
3°. 
 
7- PRINCÍPIO DA IGUALDADE OU ISONOMIA 
O princípio da igualdade ou isonomia assegura como o próprio nome diz, a igualdade 
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Ou seja, todos, homens e mulheres, 
possuem igualdade em direitos e obrigações. 
No direito do trabalho, entende-se que tanto o reclamante como o reclamado possuem os 
mesmos direitos e obrigações processuais, como por exemplo, direito de recorrer da 
sentença que lhe for desfavorável, dever de provar o que alega – ônus da prova, dever 
em não alterar a verdade dos fatos, etc. 
No direito processual do trabalho é aplicável tanto nos dissídios individuais quanto nos 
dissídios coletivos. 
Portanto, referido princípio consiste em um veículo para concretização dos direitos 
materiais, onde nenhuma lei pode excluir do Poder Judiciário as lesões ou ameaça de 
lesão. 
Fundamentação: Constituição Federal, Art. 5°, caput; Código de Processo Civil, Arts., 
7°, 139. 
 
8 - PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
Este princípio busca assegurar que todo vencido tenha o direito de ver reexaminada a 
sentença de mérito de 1ª instância, por um Tribunal, desde que satisfeitos certos 
requisitos de prazo, forma, depósito prévio, encargos de sucumbência. 
A Lei nº 5584/70, que dispõe sobre normas de Direito Processual do Trabalho, 
estabeleceu que nenhuma sentença caberá de decisão cujo valor da causa seja inferior a 
dois salários mínimos. 
Este princípio versa sobre a possibilidade da parte de recorrer a uma instância superior 
quando a decisão atacada lhe for desfavorável. 
Fundamentação: Constituição Federal, Art. 5°, LV; CLT, Art. 893; Código de Processo 
Civil, Art. 496. 
9 - PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS 
Busca-se a partir da aplicação do referido princípio, evitar a ocorrência de decisões 
arbitrárias, visto que não basta ao julgador prolatar a sentença, mas tem o mesmo 
obrigatoriedade, sob pena de nulidade, de dizer quais os fundamentos que o levaram a 
tal decisão. 
Fundamentação: Constituição Federal, Art. 93, IX; Código de Processo Civil, Art. 11 e 
489. 
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10 - PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DA PROVA ILÍCITA 
O princípio da vedação da prova ilícita dispõe acerca da inadmissibilidade, no processo, 
inclusive do trabalho, as provas decorrentes de meios ilícitos. 
Esta vedação diz respeito a proteção constitucional, tendo em vista se tratar de um 
direito fundamental, como respaldo no cumprimento do devido processo legal e da 
dignidade do processo. 
Pondera-se que em algumas situações, a jurisprudência tem se posicionado no sentido 
de admissibilidade de prova obtida por meio ilícito no processo, desde que respeitado o 
princípio da proporcionalidade. 
Fundamentação: Art. 93, LVI.

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