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A INFLUÊNCIA DOS FATORES CULTURAIS NA INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS NA ÁREA DE PRODUTOS – UM ESTUDO DE CASO Silvana Bárbara Gonçalves da Silva Mestranda do curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção – UFPR RESUMO Quando se fala em um mundo globalizado, uma empresa deve se preocupar como cada ação afeta seus clientes, fornecedores, distribuidores e funcionários, em qualquer lugar do mundo em que possa atuar. Nas organizações, a globalização faz parte do plano estratégico, desde a marca da empresa, até a análise de mercado e o design de produtos. Desta forma, os produtos são produzidos em um país e enviados para outro, onde podem ocorrer outros processos para acabar o produto. E ainda depois de prontos, podem ser vendidos em outros países, consertados, reutilizados ou dispensados. É desta forma que se pode entender como as empresas devem agir ao decidir internacionalizar e fazer parte da competitividade presente no mundo dos negócios. Seguindo este parâmetro, o objetivo deste artigo é identificar a influência da cultura de diferentes países na internacionalização de empresas da área de produtos, por meio de um estudo de caso. Para tanto, foi realizada uma pesquisa teórica sobre o que vem a ser internacionalização, cultura e sua influência na expansão internacional. O estudo de caso, foi realizado com uma indústria da área automobilística, muito conhecida por seu grau de comprometimento com o comportamento do público-alvo ao desenvolver seus produtos. Como resultado verificou-se que na empresa pesquisada que a cultura de um país realmente influencia em sua expansão internacional, e que, na área de produtos, este é um fator bem analisado, pois está relacionado com o interesse dos consumidores e a competitividade das empresas. Palavras-chave: Internacionalização. Fatores culturais. Produtos. 1. Introdução Para uma empresa ser internacional, ela deve possuir escritórios em vários países. Mas quando se trata do termo internacionalização de uma forma mais aprofundada, para a empresa é necessário se adaptar, compreender e ter sensibilidade no que diz respeito aos costumes próprios de cada país. Segundo Rodrigues et al (s/d), a internacionalização de empresas é um tema muito importante para pesquisas, pois o estágio de expansão internacional de um país é um dos indicadores de seu grau de desenvolvimento. Estes autores também afirmam que, entre os estudiosos brasileiros, este tema é relevante desde a década de 1990, por ocasião do processo de abertura da economia ao exterior. Pode-se afirmar então que a internacionalização de uma empresa está relacionada à competitividade e suas atividades no mundo globalizado. De acordo com Rodrigues apud Wosiak e Nique (2007), a busca da competitividade é um fator muito requisitado nas estratégias de internacionalização. Este autor ainda afirma que apesar das empresas investirem em processos de internacionalização com diferenças estratégicas, é fato que muitas delas focam na obtenção de uma vantagem competitiva. E esta vantagem é apoiada em alguns diferenciais que levaram a organização a se consolidar no mercado doméstico e por uma tendência de expansão internacional como forma de ampliar a capacidade de suas exportações. Dentro deste contexto, um ponto muito importante a ser tratado e alvo desta pesquisa, é a diversidade cultural dos diversos países e como as empresas a enfrenta e se adaptam para se internacionalizar. Miura (2001), afirma que os valores culturais influenciam o comportamento de executivos em atividades internacionais e devem ser compreendidos pelos administradores para se obter uma maior efetividade dentro da empresa. Deve-se procurar manter as diferenças culturais e não tentar removê-las, as utilizando no sentido de que haja um maior entendimento das partes que interagem, considerando idéias ainda não pensadas e verificando os melhores aspectos de cada parte para promover uma melhoria na relação (MIURA, 2001). Dentro deste aspecto cultural, Silva (2007) afirma que as organizações que possuem uma cultura mais flexível, se adaptam melhor às condições dos mercados nos quais atuam. Mas em um cenário com amplas variações culturais, uma empresa que já tem uma cultura de origem forte, pode ter sucesso mesmo neste cenário instável, conseguindo que os usuários comprem seus produtos (SILVA, 2007). O objetivo principal deste artigo é identificar a influência dos fatores culturais de diferentes países na internacionalização de empresas da área de produtos. Como estudo de caso, foi avaliada uma indústria do ramo automobilístico, a qual serviu como base para expor um exemplo de como se realiza o processo de expansão internacional, tendo como foco principal o respeito à cultura dos países. Os objetivos específicos são: relatar a importância de se seguir um processo de internacionalização, apresentar as dificuldades e as adaptações das empresas ao se deparar com culturas diferentes, expor o método utilizado pela empresa selecionada como estudo de caso. 2. Internacionalização Segundo Schneider (2002), o processo de internacionalização de uma empresa se inicia com a identificação das modalidades de entrada no mercado externo. Pela análise dos benefícios, custos e riscos, é possível determinar qual o método de internacionalização mais apropriado à empresa. Depois desta análise é preciso verificar se a atuação nos mercados externos deve ser adaptada para facilitar a penetração comercial, ou se deve ser mantida com o intuito de explorar economias de escala e experiências anteriores. Também é importante definir a opção de internacionalização que melhor agregue as vantagens de integração global, aproveitando as estratégias da integração local (SCHNEIDER, 2002). Schneider (2002), também afirma que o nível de internacionalização da empresa deve evoluir com as tendências do mercado e suas competências internas, desta forma contribuindo para aumentar a competitividade nos mercados estrangeiros. De acordo com Dereski apud Jussani (2009), a internacionalização é um processo pelo qual uma empresa se modifica de forma gradual, em função da competição internacional, da saturação dos mercados domésticos e da necessidade de expansão, de novos produtos, mercados e diversificação. Fleury apud Jussani (2009), afirma que o processo de internacionalização das empresas líderes de países desenvolvidos, vem de longa data. O autor destaca que, de acordo com relatos históricos, a primeira empresa a se expandir internacionalmente foi uma empresa francesa chamada Saint-Gobain, no século XVIII. Mas a novidade da internacionalização é o movimento de empresas de países semi-industrializados, como o Brasil, Japão, Coréia, Taiwan, entre outros. As empresas destes países passaram a competir no mercado global, instalando unidades produtivas em nível internacional (FLEURY apud JUSSANI, 2009). Depois de bem estabelecida num país, é necessário que uma empresa se expanda internacionalmente. Como afirmam Goulart, Brasil e Arruda apud Wosiak e Nique (2007), a internacionalização é um processo crescente e continuado de envolvimento de uma empresa na operação com países fora de sua origem. Para Johanson e Vahle apud Wosiak e Nique (2007), as empresas passam por um processo de internacionalização que abrange vários estágios: atividades esporádicas de exportação, representantes e agentes, estabelecimento de subsidiárias de vendas e implantação de unidades de fabricação no exterior. Estes autores ainda afirmam que o processo de expansão internacional não tem como base uma análise racional, mas procura se beneficiar da aprendizagem sucessiva, com alto grau de comprometimento nos mercados estrangeiros. Segundo Rodrigues et al (s/d), a Escola de Uppsala, que têm seus primeiros estudos na área em 1960, tem uma visão bem voltada à aprendizagem, citada anteriormente. Esta escola afirma que ainternacionalização é um processo gradual de aquisição de conhecimento sobre o mercado externo, tendo como base o aprendizado resultante da experiência adquirida (RODRIGUES et al., s/d). A distância psíquica é um dos conceitos tratados pela Escola de Uppsala. Johanson e Vahle apud Rodrigues et al (s/d), definem o termo distância psíquica como a soma de fatores que incluem a diferença entre língua, educação, práticas legais e de negócios, cultura, entre outros. Os autores afirmam que estes fatores interferem nas informações entre os mercados os quais uma empresa pretende expandir. Segundo a teoria da Escola de Uppsala, as empresas precisam começar a fazer negócios, primeiramente, em mercados de menor distância psíquica, para depois investir em outros mais afastados neste quesito. Isto se deve por ocasião da influência que a falta de conhecimento de mercado tem sobre a decisão de investir na expansão internacional (JOHANSON e VAHLE apud RODRIGUES et al., s/d). Para Freire e Rocha apud Wosiak e Nique (2007), o conceito de distância psíquica (ou psicológica), é mais abrangente do que distância cultural, pois envolve elementos dos sistemas de linguagem, administrativos e legais. Dunning (1987), elaborou um paradigma eclético no qual parte de uma visão econômica da internacionalização, procurando satisfazer todas as etapas e detalhes do processo. Segundo Dunning (1987), as empresas realizam seu processo de internacionalização baseadas em três vantagens focadas nos concorrentes. Estas vantagens são conhecidas pelas siglas OLI (Ownership advantages, Locational advantages e Internalisation advantages). As vantagens de propriedade se relacionam aos bens tangíveis e intangíveis. As vantagens de localização são as oferecidas pelos países, como recursos, mão-de-obra, infra-estrutura, entre outros. Como exemplo, pode-se citar a busca por matéria-prima mais barata que no país de origem. E as vantagens de internacionalização se relacionam com a capacidade e necessidade das empresas multinacionais de transferir seus ativos através das fronteiras nacionais dentro de sua hierarquia, ao invés de o fazer no mercado internacional (Dunning, 1987). Neste contexto, ficou claro a importância da internacionalização das empresas como forma de aderir à competitividade proveniente da globalização. Pelas teorias apresentadas, interessante focar a expansão internacional pela lógica do conhecimento e investigação de outros mercados, fator importante ao tema desta pesquisa. Pode-se afirmar que isto também está relacionado ao fato de alguns países investirem se internacionalizar em mercados que participam de um mesmo bloco econômico, abordando o conceito de distância psíquica. 2. Cultura O tema cultura pode ser tratado em diversos âmbitos, mas no caso desta pesquisa, se dará um enfoque especial à questão da cultura de um país e sua relação com as empresas, globalização e expansão internacional. Na literatura mundial, há muitos conceitos e definições sobre cultura. Krober e Kluckhohn apud Zanela (1999), depois de identificar 164 definições de cultura, elaboram a sua própria, afirmando que cultura pode ser entendida como um produto, uma histórica, que inclui idéias, modelos e valores. É seletiva e aprendida, baseada em símbolos e uma abstração do comportamento. Segundo Moran, Harris e Moran (2007), no mundo globalizado, se percebe a importância de se ter sensibilidade cultural, que é a capacidade de integrar características culturais gerais com as culturais específicas, como exemplo, as oriundas de uma organização, de um outro país ou de algum grupo diferenciado. Parker apud Fonseca e Castor (2005), afirma que com o aumento da mobilidade internacional de pessoas e organizações, que expandem suas atividades para fronteiras internacionais e se expõem a diferentes culturas e adoção de diferentes normas, valores e hábitos, é a própria cultura que se torna cada vez mais sem fronteiras. Fonseca e Castor (2005), afirmam que o tema da diversidade cultural vem ganhando destaque nos estudos que tratam de empresas e negócios, sendo que a maior preocupação é como encontrar uma forma de gerenciar a diversidade cultural, inclusive no próprio local de trabalho. Neste contexto, o problema da diversidade está ligado ao fato de que, apesar dos administradores de uma empresa terem o conhecimento técnico necessário para o sucesso em âmbito internacional, lhes falta a habilidade para se adaptar aos diferentes costumes, práticas gerenciais e perspectivas (BLACK E GREGERSEN apud FONSECA e CASTOR, 2005). Mas segundo Zanela (1999), um dos mais citados autores nesta área é Geert Hofstede, que fez uma pesquisa com filiais da IBM, em cerca de 64 países, sobre diferenças de valores como parte de uma cultura nacional. Para Hofstede apud Zanela (1999), cultura é uma programação coletiva de mentes, a qual diferencia os membros de um grupo de outro. O autor ainda afirma que a cultura deve ser sempre vista como um fenômeno coletivo, pois é compartilhada com pessoas que vivem ou viveram no mesmo ambiente social, onde ela foi aprendida. Esta é chamada de “programação mental” que diferencia um grupo de pessoas de outro. Hofstede apud Santos, Miura e Thompson (2005), afirma que os valores culturais são uma característica flexível, mas modificá-los exige grande esforço. Pelas idéias deste autor, quando as pessoas mudam de grupo de forma individual, há uma adaptação aos valores culturais do novo meio e quando mudam em grupos, trazem conjuntamente os valores culturais. Isto se dá porque as pessoas quando estão em grupo desenvolvem caminhos de interação muito estáveis e difíceis de mudar, por ocasião de sua cultura. Quando se fala em modificar uma cultura, significa que todas as relações entre pessoas devem ser renegociadas. Mas quando as mudanças são forçadas, pode ser que aspectos indesejáveis da cultura anterior não sejam assimilados. (HOFSTEDE apud SANTOS, MIURA e THOMPSON, 2005). Hofstede apud Zanela (1999), aborda um fato muito importante, afirmando que cultura se aprende e não se herda. É derivada do ambiente social e não dos genes. O autor então faz uma distinção entre cultura, natureza humana e personalidade do indivíduo, a qual é mostrada abaixo: - Cultura: Não é herdada, mas sim aprendida. É coletiva, específica de um grupo, ao qual o indivíduo pertence. - Natureza humana: O que é comum a todos os humanos. Representa o nível universal de uma programação mental, integrado aos genes, como por exemplo: a habilidade para sentir medo, raiva, alegria, amor, tristeza, facilidade para observar o ambiente e discutir sobre ele com outras pessoas. Mas o que as pessoas fazem com estes sentimentos e como os expressam, é modificado pela cultura. - Personalidade: É o conjunto pessoal único de programação mental, que não se divide com nenhuma outra pessoa. É o conjunto de “meios” herdados e aprendidos, através da vivência pessoal e cultural. Figura 1 – Distinção entre personalidade, cultura e natureza humana Fonte: Adaptado de Hofstede apud Zanela (1999) Com relação à influência da cultura na administração de empresas, Hofstede também realizou pesquisas muito relevantes, as quais demonstram as diferenças de valores entre culturas nacionais. Estes estudos são tidos como referencial obrigatório para as pesquisas que tratam da influência da cultura nacional sobre as atividades administrativas de uma empresa. De acordo com Hofstede apud Santos, Miura e Thompson (2005), a nacionalidade é um importante fator a se considerar pelos estudos em administração e se relaciona com os aspectos políticos, sociológicos e psicológicos, os quais são relacionados abaixo: - Políticos: Nações são unidades políticas com raízes num contexto histórico, apresentando instituições legais, formas de governo, sistemas educacionais e associações de trabalhadores e de empregados; - Sociológicos:Parte da identidade de uma pessoa tem raízes no sentimento de pertencer a um país ou região; - Psicológicos: Elementos relacionados à cultura nacional justificam as diferenças na percepção de uma mesma realidade. Mas obviamente, podem ocorrer diferenças culturais dentro de um único país, como no caso do Brasil, um país influenciado por muitas culturas oriundas da diversidade de povos. Neste país, por exemplo, há diferentes maneiras de interpretar e trabalhar com a realidade. Hofstede apud Santos, Miura e Thompson (2005), classifica estas diferenças em regiões, classes sociais, ocupações, religião, idade, sexo ou famílias. De acordo com este autor, logicamente que há diferenças culturais dentro de um país, mas para a maioria dos países, se distinguem algumas formas de pensar que a maioria das pessoas compartilha, sendo consideradas, então, parte de sua cultura nacional. Seguindo este mesmo contexto da cultura e suas relações com o gerenciamento de empresas, Laurent apud Santos, Miura e Thompson (2005), afirma que a cultura nacional influencia as atividades dos gerentes e o processo de tomada de decisão. Este autor realizou pesquisas as quais acusaram que as atividades gerenciais estão intimamente ligadas e modeladas pela cultura nacional e que a cultura organizacional não é a responsável pela formação de bases gerenciais mais profundas. A influência da cultura das organizações estaria dentro dos limites das camadas mais superficiais dos sistemas de normas e expectativas quanto às manifestações comportamentais e ao significado dado pelos membros de uma empresa (LAURENT apud SANTOS, MIURA e THOMPSON, 2005). Pelo que foi exposto, importante salientar a cultura organizacional e sua influência nas atividades internacionais. Esta relação pode causar alguns problemas, como será exposto no item do estudo de caso, principalmente no início da abertura de uma nova unidade. 3. A influência da cultura na internacionalização de empresas Perks e Hughes (2007), em suas pesquisas sobre empreendedorismo social, abordam o tema cultura como um fator que influencia a internacionalização e a conseqüente tomada de decisão de uma organização. Segundo Mitchell apud Perks e Hughes (2007), a atividade de expansão internacional já é, de sua própria natureza, um relacionamento com outras nações, regiões e culturas. O autor questiona, então, se o comportamento empreendedor tem um significado universal ou uma cultura em comum. Também destaca que pode estar sujeito a diferentes significados, dependendo da complexidade de influências culturais. Para Tan apud Perks e Hughes (2007), Há controvérsias quando se associa a cultura como um sinônimo de “corte” ou divisão entre as nações. De acordo com as pesquisas de Perks e Hughes (2007), os gestores de uma empresa podem estar mais ou menos propensos a tomar a decisão de entrada no mercado internacional em função da influência da força ou a fraqueza dos valores culturais, tais como prevenção de riscos, individualismo ou coletivismo inerentes a uma sociedade. Por outro lado, afirmam os autores, os valores empresariais, tais como risco e comportamentos individualistas, podem ser atributos universais que afetam, da mesma forma, os gestores de empresas. Aos administradores também podem decidir entrar em mercados internacionais estimulados e influenciados pela proximidade de cultura de um determinado mercado externo (PARKER e HUGHES, 2007). Como afirma Miura apud Santos, Miura e Thompson (2005), muitos dos padrões de comportamento são assumidos ainda na infância e permanecem inconscientemente com a pessoa na sua vida adulta. Na definição de valores, está implícita a idéia de bom ou mau, ou seja, aspectos positivos e negativos, que funcionam como um critério para auxiliar o indivíduo a fazer escolhas diante de alternativas. Quando se interpreta a cultura de uma pessoa, é importante diferenciar valores (desejável) e normas (desejado). Os valores, então, estão relacionados à maneira como uma pessoa deseja demonstrar seu comportamento (desejável). As normas podem ser estabelecidas formalmente por meio das leis e informalmente são percebidas em decorrência do controle no contexto social (desejado). Segundo a mesma autora, por ocasião do contato com outras culturas, novos padrões podem ser compreendidos e assimilados pelos indivíduos. Lane e Distefano apud Santos, Miura e Thompson (2005), apontam que de uma interação de pessoas de diferentes culturas, podem surgir conflitos decorrentes de comportamentos baseados em diferentes premissas relacionadas com diferentes programas mentais. Então, como resultado de diferentes programas mentais, as pessoas vêem situações de forma diferente umas das outras, e têm diferentes abordagens e soluções para os problemas. Desta forma, cada indivíduo acredita que o seu modo de agir e pensar é o melhor. Numa empresa focada na área de produtos, os fatores culturais influenciam na entrada em outros países, com relação a escolha de quais produtos mais apropriados aos clientes de determinado país, bem como as adaptações que podem ou não ser realizadas. Existe uma dependência entre a decisão de escolha do produto e a decisão de entrada em um mercado internacional. Neste contexto, Root apud Rezende (1999), aponta que o sucesso do modo de entrada se baseia na definição adequada das estratégias de produtos direcionadas exclusivamente para este modo. Jain apud Rezende (1999), ressalta que a natureza das decisões de produto em um contexto internacional não se diferencia da natureza das decisões de um ambiente nacional. De acordo com Ohmae apud Rezende (1999), os valores culturais de um país são fundamentais para se definir o mix de marketing, pois permitem identificar as influências que os valores e as crenças locais exercem sobre o comportamento do consumidor. Isto se deve porque os produtos adquiridos pelos consumidores podem ser selecionados através da cultura local (ENGEL, BLACKWELL e MINARD apud REZENDE, 1999). Segundo Rezende (1999), um dos principais dilemas de empresas da área de produto ao se internacionalizar é o da padronização ou adaptação dos produtos, dependendo de qual país a empresa irá se expandir. A autora explica melhor estes conceitos, afirmando que significa manter ou alterar as estratégias de produto elaboradas no país de origem por ocasião de diferenças culturais observadas nos países nos quais a empresa pretende se internacionalizar. Nas pesquisas realizadas por estudiosos, há discordâncias e controvérsias sobre o tema. Segundo Levitt apud Rezende, (1999), a adaptação do produto não é desejável por causa da possibilidade de convergência cultural e a necessidade de usufruir de benefícios proporcionados pela economia de escala. Para Garfantan apud Rezende (1999), afirma que não concorda com a padronização de produtos commodity. Afirma que alguns produtos são adequados às especificidades de apenas alguns países, dependendo das necessidades dos consumidores de determinados mercados. Segundo Root apud Rezende (1999), numa padronização de produtos as empresas conhecem a cultura de um país, mas acreditam que estas diferenças possam ser minimizadas através de propaganda e promoção. A padronização só tem alguma validade se influenciar de forma positiva os ganhos da empresa (Samiee e Roth apud Rezende, 1999). Mas testando esta hipótese, foi demonstrado que uma maior padronização não retorna em mais lucro. Segundo Ohmae apud Rezende (1999), os produtos totalmente padronizados, também chamados globais, são uma exceção no mercado mundial. Através de resultados de pesquisas, muitos autores chegaram a conclusão de que a padronização total não é possível devido á diferenças nas avaliações dos consumidores. É até mesmo um desrespeito padronizar um produto de acordo com seu país de origem e tentar subordinar o fator cultural através de um acúmulo de propagandaspara induzir as pessoas. No que diz respeito à seleção da forma de entrada em mercados externos, Rezende afirma que depende muito das experiências em mercados externos. Há duas variáveis básicas sob a qual uma empresa define seu processo de internacionalização: conhecimento e comprometimento com o mercado (Johanson e Vahlne apud Rezende, 1999). Rezende (1999), afirma que o fator cultural também está presente na escolha da forma de entrada, como acontece com os produtos e que a distância física também pode influenciar. O autor destaca como um bom exemplo, a formação dos blocos econômicos regionais, onde há uma maior facilidade de internacionalização de capital para países vizinhos. Os produtos também podem ser divididos pela influência cultural em sua aquisição e consumo. Desta forma, se dividem em produtos culture free e culture bond. Os produtos culture free são aqueles o qual o consumo não sofre, em um primeiro momento, influência da cultura local, adequados para a estratégia de padronização nos mercados internacionais. Estes produtos são mais consumidos por pessoas mais jovens. Já os produtos culture bond são aqueles sobre os quais a decisão de compra sofre influência das diferenças culturais, obrigando, desta forma, a empresa a fazer uma adaptação (QUELCH e HOFF apud REZENDE, 1999). Com relação a estratégia de entrada de produtos, depois de decidido o composto de produtos, a empresa deverá decidir com quais entrará nos mercados externos. De acordo com Pipkin apud Jussani (1999), o planejamento de produto internacional envolve: quais produtos serão introduzidos; quais serão os mercados; quais customizações fazer nos produtos; quais produtos devem ser adicionados e/ou eliminados; quais marcas e embalagens se devem empregar; quais serviços deverão estar disponíveis aos consumidores estrangeiros. Keegan e Green apud Jussani (2009), afirmam que, em geral, um produto é viável para o mercado internacional se atender aos seguintes critérios: - Produto com apelo aos consumidores do mercado potencial; - Não terá que passar por outra customização, exceto as economicamente justificáveis pelo volume de vendas esperado. - As restrições à importação e/ou tarifas elevadas não o excluem nem o tornam mais caro no mercado-alvo; - Os custos de embarque para o mercado internacional são compatíveis com as exigências de preço referente à competitividade; - O custo de reunir informações documentadas sobre vendas, catálogos e publicações técnicas é viável, tendo em vista o potencial de mercado. Este critério é muito importante quando se trata da venda de produtos muito técnicos. Segundo Keegan apud Jussani (2009), a sensibilidade ao ambiente também define até que ponto os produtos devem ser customizados para um determinado país. De acordo com este autor, a sensibilidade dos produtos é descrita como se segue: - Produtos sensíveis ao ambiente: Precisam de adaptação significativa aos ambientes dos diversos mercados globais. Estão nesta categoria os alimentos, principalmente os consumidos em casa, pois são sensíveis ao clima e a cultura. Como exemplo, também, tem-se a válvula termoestática, devido a faixa de temperatura de liquidificação, da cera interna do termostato, variar de acordo com o país onde será utilizada. - Produtos não sensíveis ao ambiente: Não precisam de adaptação significativa. Uma empresa com este tipo de produto gasta menos tempo determinando as condições específicas de mercados locais, pois o produto é global. Por exemplo, a Intel vendeu milhões de microprocessadores porque um chip é um chip em qualquer lugar do mundo. Quanto à padronização e customização, Czinkota apud Jussani (2009), afirma que enquanto existem argumentos para a padronização dos produtos a partir da economia de escala, gerentes de marketing internacional devem examinar estas considerações em relação aos fatores que podem exigir customização/adaptação. Na próxima página se encontra um quadro referente aos fatores da customização, divididos em três grupos de categorias (CZINKOTA apud JUSSANI, 2009): Figura 2 – Fatores para adaptação de produtos Fonte: Adaptado de Czinkota apud Jussani (2009) Importante salientar a pesquisa realizada por Cooper e Kleinschmidt apud Jussani (2009) sobre produtos industriais, os quais constataram que os produtos desenvolvidos apenas para o mercado local tendem a mostrar alta taxa de defeitos, baixa participação no mercado e crescimento lento. No entanto, quando os produtos são desenvolvidos para o mercado internacional, obtém lucros maiores nos dois mercados. Estes autores concluíram que ao adotarem um foco internacional, no caso dos produtos, as empresas atingiram um grande sucesso no lançamento de novos produtos, tanto na padronização quanto na customização/adaptação. Tema bastante discutido, pode se considerar que realmente há produtos que requerem uma adaptação, de acordo com o mercado internacional, e que outros não necessitam destas alterações, podem ser padronizados. Objetos como peças de máquinas ou componentes de algum aparelho eletrônico podem ser padronizados, pois não tem o compromisso de procurar mostrar as características e estilo de vida do consumidor, como no caso de calçados, por exemplo. 4. Método de pesquisa Na presente pesquisa, inicialmente, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre os temas pertinentes à internacionalização, cultura e a influência dos fatores culturais na internacionalização de empresas, destacando as da área de produtos, foco deste trabalho. Grupo Características do grupo Fatores de customização/adaptação 1 Locais, regionais, nacionais Regulamentações do governo; Características, expectativas e preferências dos clientes; Padrões de compras; Estágio de desenvolvimento econômico; Ofertas competitivas; Clima e geografia. 2 Características do produto Componentes do produto; Marca e embalagem; Posicionamento; País de origem. 3 Considerações da empresa Lucratividade; Oportunidade de mercado; Políticas. Sob os aspectos dos objetivos, esta pesquisa pode ser classificada como exploratória e descritiva, onde se faz investigações para formular questões ou problemas, com três finalidades: desenvolvimento de hipóteses, aumento da familiaridade com o problema de pesquisa e a obtenção de informações para a realização de pesquisas futuras. Desta forma, então, a pesquisa do estudo de caso foi realizada através de entrevista e análise de documentos que puderam ser disponibilizados pela empresa. A pesquisa utiliza a abordagem qualitativa, partindo de dados e informações para analisar as situações ocorridas na empresa. A pesquisa para este trabalho é considerada como aplicada, pois verifica na prática como acontece o processo de expansão internacional de uma empresa e sua relação com as diferentes culturas. A entrevista realizada para este estudo foi parcialmente estruturada com perguntas abertas, pois assim há a possibilidade de se incluir novas questões e a abordagem de outros aspectos importantes à pesquisa, quando se está fazendo a entrevista. Desta forma, há um maior aprofundamento e abrangência em algumas informações. 5. O estudo de caso A empresa estudada foi uma das fábricas da Volkswagen do Brasil, localizada em São José dos Pinhais – PR, onde foram entrevistados profissionais responsáveis pela área administrativa e desenvolvimento de produtos. O Brasil apresenta para o grupo um dos maiores mercados consumidores, com 9,5% de vendas em todo o Brasil. No Brasil, o grupo possui cinco fábricas, sendo que uma produz motores, uma faz a montagem de ônibus e caminhões e três realizam a montagem de automóveis. A empresa passou por uma reestruturação , onde foram investidos cerca de dois bilhões de reais em novas tecnologias na linha de montagem. A empresa também teve que investir em treinamento de pessoal, num investimento emtorno de 17 milhões de reais. A fábrica estudada foi fundada em 1999 e, atualmente, e possui um total aproximado de cerca de 3.600 funcionários. Nesta fábrica em São José dos Pinhais, são produzidos o Golf, Fox, Fox Exportação e o CrossFox. Com relação à internacionalização, esta é uma atividade de extrema importância para a empresa. Aqui no Brasil, isto acontece desde a década de 1970, quando houve expansão para o México. Como a internacionalização está voltada à competitividade, a Volkswagen do Brasil tem esta atividade como um fator crucial num mundo globalizado. A empresa também trabalha muito com exportações, sendo que os negócios envolveram, em 2007, mais de 55 mercados, onde os principais destinos foram a Europa, Argentina e México. De acordo com o sítio (site) da empresa, em torno de 30% dos veículos produzidos no Brasil são destinados à exportação, sendo que os modelos mais exportados são o Fox, Gol, Golf, Parati, Saveiro e Polo Sedan. A empresa é um exemplo bem apropriado de utilização dos fatores culturais para elaborar as estratégias de entrada em mercados estrangeiros. No caso da administração, ao se considerar os estudos de Hofstede, a empresa procura adaptar a comunicação e o trato com funcionários seguindo os parâmetros políticos, sociológicos e psicológicos de cada país. Como a empresa trabalha com projetos relacionados à área de educação, procura-se respeitar as formas de governo e sistemas educacionais. Também, como fator sociológico, é muito forte a questão da identidade de se pertencer a um país, e isto é observado nas relações dentro da empresa. Pelas entrevistas, foi detectado o grau de diferença cultural existente no trabalho em equipe, através de funcionários oriundos de países diferentes, como Brasil e Alemanha. Desta forma, foi identificado que o fator cultural teve um peso muito elevado no início da abertura da empresa no Brasil. Um ponto de destaque nestas diferenças, é o fato de que os alemães traçam um plano de vida, com um planejamento para muitos anos à frente. Na Alemanha, pode até ocorrer uma certa improvisação, mas é muito menor do que no Brasil. Pelo que foi levantado, estas diferenças trouxeram mais desafios na construção da fábrica, mas com todos querendo atingir um objetivo em comum, as formas de trabalho foram se amadurecendo. No começo existia um problema cultural inclusive pela diferença de idioma, o que influenciou no relacionamento entre os funcionários, mas houve uma adaptação nos parâmetros políticos, relacionados à legislação brasileira. Mas é importante salientar que hoje, são primordiais os conhecimentos em línguas estrangeiras, principalmente pelos profissionais da exportação, sendo que a empresa mantém equipes nesta área. Também houve dificuldades na adaptação dos sistemas internacionais para o nacional, pois não era possível trazer um processo já definido. A Alemanha elaborou um processo para ser aplicado nas fábricas brasileiras, mas alguns fatores não foram considerados, como: e estrutura do produto, o que é administrar uma lista crítica, uma lista de prioridades, de que forma o produto chega e em que embalagem, entre outros. Para a fábrica em São José dos Pinhais, os processos planejados foram baseados em outras plantas, com processos já utilizados e funcionais. Mas foi necessária uma adaptação dos processos, pois os procedimentos internos de um país variam muito. Já existiam outras fábricas no Brasil, mas como o índice de atualização de tecnologias é muito alto, envolvendo tanto os equipamentos quanto os lay-outs e gerenciamento, toda a unidade teve novos conceitos e hoje serve de exemplo para outras unidades. Os produtos da empresa têm como uma das características principais o design alemão, de grande referência na área de desenvolvimento de produtos. A Alemanha é o país de origem do design mundial, com a escola Bauhaus, muito consagrada pela visão minimalista e elaborada de produtos, mantendo sempre uma relação de forma-função bastante elaborada. A empresa, desta forma, tem uma identidade própria, mas procura adaptar seus produtos de acordo com o mercado em cada país, seguindo padrões diferenciados para atender os clientes. Inclusive, alguns dos veículos da empresa alteram até o nome, devido a particularidades de cada mercado, como mostrado no quadro que se segue. Brasil Argentina México África, Europa Oriental e Ásia Fox Lupo Gol Pointer Egito - Pointer Golf Parati Gol Country Albânia – Gol Country Argélia - Gol Polo Sedan Congo – Polo Saveiro Pointer Pick-Up Azerbaijão – Gol Taiwan - Pointer Figura 3 – Alterações nos nomes de automóveis por países Fonte: Adaptado de relatórios Volksvagen do Brasil Com relação aos produtos de culture free e culture bond, os entrevistados informaram que a empresa trabalha com o comportamento do usuário desde a seleção para uma nova equipe de desenvolvimento de produtos. Os candidatos a novos designers da empresa realizam um teste, desenvolvendo produtos de acordo com especificações de comportamento do público-alvo. Foi informado que as fábricas que fabricam motores padronizam os produtos, por se tratar de um produto que têm características mais técnicas. Já os automóveis em si, sofrem adaptações, de acordo com a cultura e estilo de vida das pessoas de uma determinada região. A empresa procura se comunicar com o consumidor através da marca e dos produtos, e isto depende dos fatores culturais de cada país. Até mesmo as campanhas são muito bem vinculadas ao público-alvo que a empresa se destina, por esta razão realiza muitas pesquisas e planejamentos para chegar num conceito de campanha e produto. A empresa procura mostrar os benefícios que possam satisfazer as necessidades do consumidor. Sempre se procura associar os produtos com o dia-a-dia dos possíveis usuários e mostrar características dos produtos que remetam a sua personalidade. Como a empresa trabalha com a adaptação/customização em sua linha de produtos, foi questionado sobre a utilização dos fatores que estão inseridos nesta ação, os quais foram pesquisados por Czinkota. Os entrevistados responderam que a empresa busca trabalhar com estes fatores, e que as características mais preocupantes e por muitas vezes mais difíceis de se trabalhar são as locais, regionais e nacionais. 6. Conclusão Diante do que foi verificado nas teorias apresentadas e no estudo de caso, é muito relevante considerar como os fatores culturais podem influenciar na internacionalização de empresas. O que foi pesquisado com relação à cultura organizacional e a cultura referente ao comportamento do consumidor, permitiram identificar no estudo de caso a importância de se manter competitivo no mercado, através de estratégias de entrada que absorvam os novos mercados. Com relação aos produtos, a empresa selecionada para estudo de caso já tem um histórico de adaptação por ocasião de seu comprometimento com o cliente. A busca de se chegar à pessoas através dos produtos é também uma das estratégias das empresas alemãs que desenvolvem produtos, na busca de que o cliente busque naquele objeto uma forma de se comunicar e mostrar sua personalidade para outras pessoas. Referências Bibliográficas DUNNING, John H. The Ecletic Paradigm of Internatinal Production: A restatemente and some possible extensions. Journal of International Business, 1988. Disponível em: http://www.palgrave- journals.com/jibs/journal/v19/n1/pdf/8490372a.pdf Acessado em: 06/09/2010. FONSECA, C.S.T.; CASTOR, B.V.J. A influência de traços da cultura brasileira sobre a comunicação intra e intercultural no setor automotivo do Paraná. Publ. UEPG Ci. Hum., Ci. Soc. Apl., Ling., Letras e Artes, Ponta Grossa, 2005. Disponível em: http://www.revistas2.uepg.br/index.php/humanas/article/viewFile/546/547. Acessado em: 30/08/2010. JUSSANI, Ailton Conde. 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