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Resumo de Bananicultura – Gisele F. AULA 1 Introdução Grupos, tipos e variedades são a mesma coisa, porém são diferentes de cultivares. Nesta matéria aprenderemos desde a área certa para o cultivo de banana, até a escolha da muda e patógenos. A banana por ser uma fruta tropical é totalmente relacionada ao clima em que é cultivada, então se temos uma área menos adubada, ou que não foi irrigada de forma correta, o crescimento dela será desigual. Por isso a área deverá ser tratada de forma igual para que a produtividade não seja afetada e atinja o máximo. A bananeira não é uma fruta perene, a partir do momento que ela lança o cacho, a planta filha já começa a se desenvolver, e quando essa atinge a produtividade, a planta neta se desenvolve e assim por diante. Porque é importante entender o desenvolvimento e tentar igualá-lo? Pois a planta produz frutos semanalmente e é importante que as plantas estejam alinhadas em sua produtividade para que facilite a colheita e também que o bananal esteja uniforme em seu manejo. A banana é um fruto climatérico que acumula os seus fotoassimilados, o amido é armazenado e desdobrado na forma de açúcares. Também serão abordados os métodos de transporte, manejo, produtividade, a bananicultura do brasil em seu cenário mundial. Importância da cultura Social: Geração de renda e fixação de mão de obra rural. A banana não é considerada somente uma fruta, e sim um alimento de grande importância para a alimentação. A FAO considera a banana como alimento, ela está em quarto lugar na alimentação mundial, fica somente atrás do trigo, arroz e milho (em consumo de produtos de origem vegetal). E por mais que essa planta não precise de muitos tratos culturais, ela consegue produzir mesmo assim. Então a banana gera muita renda, fixa mão de obra, e assim é cada vez mais valorizada. Econômica: a banana é a fruta da comercialização in natura mais consumida no mundo. É cultivada em mais de 80 países tropicais, especialmente por milhões de pequenos produtores, gerando renda de subsistência. Quando o cacho cai ou não é próprio para venda, também pode ser usada para alimentação de suínos. A banana tem um lugar muito forte no PIB do Brasil, seja para consumo in natura ou para produção de doce. Praticamente todos os estados do brasil produzem banana, claro que cada um com suas particularidades dependendo do clima da região, solo e etc. Nutricional: Baixa caloria (100g/96 cal). Alto valor nutritivo da fruta, contendo vitaminas A, B, C e E, rica em potássio e magnésio. É rica em aminoácidos essenciais, cerca de 8, que ajudam no desenvolvimento do corpo humano, também é rica em amido, glicose e frutose. Há tipos de bananas que desdobram mais o amido, transformando-os em açúcares como a banana nanica, e há algumas que não são tão doces, que são aquelas bananas de fritar como por exemplo a banana da terra, banana figo. Medicinal: Indicada para enfermidades, nefrite, gota, obesidade, prisão de ventre crônica, acidez gástrica, entre outras. O potássio é o mineral mais importante para o desenvolvimento da banana, e cada fruto tem aproximadamente 358mg de K por fruto, que é cerca de 10 vezes maior que o segundo mineral mais abundante na fruta, o magnésio (cerca de 27mg) então podemos chegar à conclusão de que a adubação potássica e nitrogenada é essencial para o desenvolvimento da planta tropical. Pois ela tem que crescer para ganhar estrutura, pois na planta tropical o tamanho do fruto será de acordo cm o tamanho da planta, se temos uma planta grande o fruto será grande e bem mais nutrido de que uma planta menor Produtividade da banana é: produção por área x tempo A banana é o representante mais importante dos frutos climatéricos porque se eu colher uma banana magrinha e coloca-la para amadurecer, ela vai amadurecer, porém não terá a mesma qualidade. Então por isso é importante colher um fruto que esteja em seu melhor desenvolvimento fisiológico. Se a banana possui o mesmo material fisiológico e é colhida em épocas diferentes, ela vai demorar o mesmo tempo para amadurecer, e se ela possuir material fisiológico diferente ela amadurecerá em tempos distintos pois não é fisiologicamente igual. Banana Cavendish = Banana d’água Consumo e produção de banana Em primeiro lugar mundial está a banana com consumo per capita de 31kg/hab/ano, em segundo lugar está a laranja, depois maçã e em quarto lugar a uva, com 11kg/hab/ano, 8,2kg/hab/ano e 3,1kg/hab/ano respectivamente. Agora em relação as principais frutas produzidas no Brasil a banana está em segundo lugar, atrás da produção de citros, com cerca de 474.054 hectares cultivados e quase 7 milhões de toneladas produzidas por ano, responsável por 17,6% da produção do país de frutas. Em relação ao consumo de banana podemos destacar os grupos e tipos. Os grupos são: CAVENDISH, TERRA, MAÇÃ, OURO, PRATA e OUTRAS BANANAS. Grupos e tipos são diferentes de cultivar! Esses cinco tipos descritos são os mais produzidos e os que têm mais demanda de mercado, as bananas Cavendish são 2,39% do consumo de banana do Brasil e a Prata ocupa cerca de 2,8% do consumo. Quando falamos em exportação, a Banana Cavendish é a mais exportada, mas porquê? Pois ela tem mais tempo de prateleira, então é mais fácil o seu transporte. Ela era produzida em países mais tropicais e exportada para países mais frios como EUA, Rússia, Europa. Então apesar da banana prata ser mais aceita pelo paladar, a banana Cavendish é exportada por esse motivo descrito acima, porém se a Prata fosse o tipo exportado, com certeza ela seria mais aceita devido a palatabilidade. A área de produção de banana no Brasil gera entorno de 500mil há, produzindo 7 milhões de toneladas. Produção por tipos de bananas Banana Cavendish: 47%, existe o tipo triplóide (AAA), e a tetraplóide (AAAA) Plantain (ou Plátano): 17%, são bananas com grupo genômico AAB. A banana da terra é tipo AAB, existem vários tipos, e é um dos tipos de banana mais abundantes na África. Gros Michel: 12%, muito parecida com a Cavendish, um dos tipos mais importantes antes do surgimento do Mal do Panamá. Higland banana: são bananas para cozinhar, tem grupo genômico ABB. A Gros Michel perdeu lugar no mercado pois faz parte da raça 1 que é susceptível ao Mal do Panamá. Diante disso uma família inglesa começou a estudar e descobriu a Cavendish que é resistente a doença, porém nos dias de hoje isso está mudando. Os maiores produtores de plátano (plantain) são: Uganda, Gana, Colômbia, Ruanda e Nigéria, em sua maioria países africanos. A cultura deles é muito voltada para o uso desse tipo de banana, fazem vários pratos típicos, fazem massas, doces e etc. Sobretudo a maior parte da exportação da Plantain é para a Europa, Líbia, Argélia e Marrocos. Em relação a produção somente de Cavendish a Índia é o maior produtor (19%), depois Equador (12%), China (10%) e Brasil (5%), o brasil produz bastante para mercado interno, por isso a sua exportação tem valores mais baixos. Em 2014 a Del monte Fresh Produce parou de exportar bananas pelo motivo de ter que sustentar altos custos e um mercado europeu fraco, aliados a condições internas desfavoráveis, como por exemplo condições climáticas. Atualmente a empresa produz bananas (para mercado interno), abacaxi e melão (carro chefe). Dentro do mercado Brasileiro nos anos de 2007 nós conseguimos ver que os estados com maior produção de bananas é a Bahia (1º) e São Paulo. Com isso o Nordeste é a região de maior produção de banana no brasil, correspondendo a 34,26%, porém não é a região com maior rendimento médio, pois é produtora de banana d’agua que tem o dobro do tamanho da banana prata. Um dos principais motivos da cultura ter avançado no nordeste foram as políticas levadas a essa área, anteriormente era tão produtiva, e com a implementação de tecnologias de cultivo acabou se destacando no cenáriodo país, os principais polos da região norte se inicia ali no norte de Minas gerais, passando por Bom Jesus da Lapa (BA), Petrolina (PE) e Vale do Açu (RN). Nesses locais descritos o governo favorece o crédito nos polos para que os produtores tenham acesso. Material complementar: Bahia se torna a maior produtora de bananas do Brasil. Ofertas principais das regiões produtoras O Brasil tem uma oferta estável de banana o ano inteiro, no NORTE DE MINAS a banana prata tem sua maior oferta nos meses de julho-outubro, e menor oferta nos meses de dezembro-fevereiro, e oferta estável nos meses de março, abril, maio, junho e novembro. E a banana nanica tem oferta estável durante os 12 meses do ano; No VALE DO RIBEIRA a prata tem maior oferta nos meses de set-novembro, menor oferta em jan-fev, e oferta estável de março-agosto e dezembro; No NORTE DE SC, a prata tem oferta estável o ano todo, e a nanica tem maior oferta de set-novembro, menor oferta em março e dezembro, e nos outros meses oferta estável. Em BOM JESUS DA LAPA, a banana prata tem maior oferta em jun-agosto, menor oferta em nov-jan, e oferta estável nos outros meses. A banana nanica possui maior oferta em abril-jun, e oferta estável nos outros meses. E em PETROLINA, a banana pacovan tem oferta estável todos os meses do ano. A banana prata é a que vai variar um pouco, pois o genoma dela é diferente (AAB) então ela vai sofrer um pouco com as interferências de clima. A banana pacovan mencionada acim é uma cultivar da banana prata, ela é maior. Essa oferta de produção possivelmente é com a banana sendo irrigada para que tenha uma homogeneidade na produção, no RJ não é comum fazer o cultivo da banana irrigada e nesse contexto percebemos que a oferta do produto mudará completamente na questão de qualidade e produtividade. Outra questão importante é o preço da banana no mercado, a banana maçã (verdadeira) tem o preço quase o dobro das outras bananas, o valor da caixa de 20kg é na faixa de 45- 50,00. A banana Nanicão tem o valor de aproximadamente de 25-30,00. A banana prata tem o valor médio de 30-35,00, é mais cara que a banana nanica, porém ainda é mais barata que a banana maçã. (valores de acordo com a ceasa/outubro de 2018). A banana maçã verdadeira é mais cara porque é resistente ao mal do panamá, porque ela é muito susceptível. Então quando cultivada o primeiro ciclo será todo correto e no segundo ciclo talvez já esteja instada pela doença. Hoje em dia nós temos boas cultivares resistentes ao Mal do Panamá, como por exemplo a BRS Princesa e BRS Tropical (ambas desenvolvidas pela EMBRAPA), elas são vendidas como maçã mas não tem todas as características da banana maçã verdadeira. *A BRS Princesa e Tropical também são resistentes a Sigatoka * Banana Vitória, Banana Maravilha são resistentes a Sigatoka Para que essas bananas orgânicas sejam exportadas elas têm de atender a alguns critérios como o ISO 9000 (?), rastreabilidade, para saber o processo pelo qual ela foi passada. Algumas bananas quando usado agroquímicos ela perde seu valor de mercado. Vídeo complementar: Organic Banana Dole Vídeo Complementar: Cultivo orgânico da BRS Princesa em Janaúba (MG) Os três patógenos/pragas mais presentes na bananeira são: Mal do Panamá, Sigatoka Negra e Amarela, e a praga Moleque da Bananeira. Com as variedades resistentes (BRS Princesa) esses problemas são quase nulos, o moleque da bananeira ainda é persistente, porém a continuidade de pesquisas relacionadas a área não para. Os maiores produtores de banana orgânica são: Filipinas, Rep. Dominicana, Brasil, e Equador, com área de plantio correspondente a 31.250, 18.621, 9.600, e 8.428 hectares respectivamente. Mais variados usos da bananeira • Produção de mudas de outras espécies em pseudocaule com diferentes substratos • Folha para retirada de fibras • Folha usada na culinária para assar peixe, por exemplo. • Consumo de palmito da banana • Fruto in natura, banana passa, banana frita/chips, desidratada • Bebidas: cachaça de banana, licor de banana. • Produtos industrializados: biscoito de banana, barra de cereal
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