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AULA 2 Origem da banana e Distribuição Geográfica As mais variedades espécies selvagens vieram do sul da china, Indochina, sobretudo essas bananas maiores. Quando o Brasil foi descoberto há relatos de índios colocando cachos de bananas nas caravelas, e podemos chegar a conclusão de que o material genético encontrado no brasil e na china com certeza são diferentes, por isso é importante saber a origem geográfica, a banana foi a primeira fruta a ser exportada, por volta de 1530. Ela é uma planta tropical que exige calor relativo constante e elevada umidade. A condição favorável para desenvolvimento é a faixa compreendida entre os paralelos de 23 a 30º de latitude norte e sul, com temperaturas entre 10ºC e 40ºC, podendo ser plantadas em latitudes até 45º. A banana não suporta geada, quando ocorre ela oxida toda e então é preciso podar todo o bananal. Classificação Botânica Gênero: Musa A primeira classificação foi dada por Linneu, porém ele classificou varias variedades de banana como sendo espécies diferentes, e não era. Atualmente com o avanço da genética percebemos que há diferenças nítidas entre elas, e chegou-se à conclusão de que elas são uma mesma espécie, porem de cultivares diferentes, e isso só foi descoberto na década de 50. As bananas que conhecemos são poliplóides, somente a banana ouro é diplóide e mesmo sendo diplóide ela tem constituintes diferentes em suas variedades. Existem parentes das bananas como as heliconias, a venala, strellitz (?), existem também bananas de porte menor, cacho para cima, e dentre outras espécies. Classe: Monocotyledonea Ordem: Scitaminea Família: Musaceae Subfamília: Musoidae Gênero: Musa sp ** Subgênero: Eumusa Espécies comestíveis: Musa acuminata colla e Musa balbisiana colla **o sp é devido a constituição diferente dos tipos A banana é uma monocotiledônea, com sistema radicular de cabeleira, então são espécies que desenvolvem sua raiz em níveis mais superficiais e então precisam de muita umidade e matéria orgânica presente em superfície. Locais com muito vento não são ideais para plantio, pois as folhas das monocotiledôneas apresentam somente um cotilédone e por isso são mais fáceis de serem rasgadas com o vento, causando perda na eficiência da fotossíntese. Por exemplo, os solos da UFRRJ são em sua maioria argissolos, e têm variedade de umidade não homogênea e mesmo assim conseguimos tirar uma produtividade média muito interessante, e ainda maior do que a EMBRAPA preconiza sobre a variedade BRS Princesa, o manejo dos locais de cultivo são determinantes para a banana, então devem sempre verificar a umidade, densidade do solo, quantidade de matéria orgânica presente, criando dessa forma o microclima ideal para o desenvolvimento da cultura. O gênero musa é adotado no mundo baseado no número de cromossomos presentes, são dois grupos: Grupo 1: 10 cromossomos: são bananeiras que possuem brácteas lisas, divide-se em duas seções 1. Seção Australimusa- compreende 5 espécies, e uma delas é a Musa textilis (para extração de fibra) 2. Seção Callimusa – compreende 5 ou 6 espécies, de pequeno tamanho e apenas interesse bontânico, vulgo ornamentais. Grupo 2: 11 cromossomos: são divididas entre duas seções também 1. Seção Rhodoclamys – apresenta inflorescência ereta, são plantas maiores, com pencas de flores sobre cada bráctea. Espécie mais conhecida é a Musa ornata, de importância ornamental. 2. Seção Eumusa (ou simplesmente musa) - engloba as variedades cultivadas e caracteriza-se pela grande inflorescência e muitos frutos por penca. Exemplo: banana prata, nanicão, ouro, terra. A seção australimusa originou-se na parte norte da Austrália, a calimusa teve sua origem na região do Vietnã e na região do Mianmar originaram-se as rhodoclamys. Evolução das cultivares de banana comestíveis Das espécies selvagens a evolução ocorreu na Musa acuminata (AA) e Musa balbisiana (BB) que possuem 2N = 22 cromossomos, as cultivares cultivadas contém combinações dessas duas espécies. Mas como isso aconteceu na natureza? A primeira coisa que aconteceu foi a partenocarpia na Musa acuminata (AA), a partenocarpia é quando o fruto consegue se desenvolver sem a presença do embrião. E a milhões de anos essa planta que evoluiu pra acuminata pode ter começado a desenvolver os frutos sem semente, e na natureza ocorreu o cruzamento da musa balbisiana com a acuminata, ocasionando os indivíduos de espécies selvagens AA e BB com diploide partenocárpico AA, produzindo então AA e AB partenocárpicos. AA x BB= AB AA x AB= AA *não se pode cruzar BB com BB pois isso não acontece normalmente na natureza. E como se deu origem as plantas triplóides? Pra isso ocorrer houve a necessidade de ocorrer o chamado saco embrionário, e a partir disso ocorreu a formação dos indivíduos triplóides AAA (Cavendish), AAB (prata) e ABB (sapo), a partir dos cruzamentos de AA e BB selvagens com AA e AB partenocárpicos. E do mesmo jeito aconteceu a formação de tetraplóides, a partir da polinização do saco embrionário. Origem dos tetraplóides AAAA, AAAB, AABB e ABBB através das hibridações espontâneas. (a maior parte em melhoramento genético) No Brasil foi descoberta uma tetraploide natural, a Banana Prata manteiga (AAAB), mas tirando essa, a maioria foi desenvolvida através de desenvolvimento genético. Principais cultivares: AA: Banana ouro, Colatina Ouro AB: nenhuma cultivar comercial no Brasil AAA: nanica, nanicão, gros michel e grande naine AAB: maçã, prata, pakovan e terra ABB: figo, Pará AAAA: FHIA – 02 (produzida em Honduras) AAAB: tropical, princesa, vitória, pakovan ken (desenvolvida pela EMBRAPA) Vídeo complementar: Princesa – nova cultivar de banana tipo maçã – Dia de campo na TV. A classificação das cultivares são baseadas em 15 características morfológicas (15 fenótipos da planta, desses 15, 13 deles são relacionados com a parte reprodutiva da planta e os outros 2 são ligados a parte vegetativa da planta. Então funciona assim: deram peso 1 para toda vez que surgisse uma característica da Musa acuminata, então se em campo observarmos a planta e as 15 características forem de Musa acuminata ela receberá letra A, e também é tolerado que além desses 15 ela apresente dois pontos de musa balbisiana, e ainda sim receberá a letra A. Por outro lado, se eu estou observando e achar características da balbisiana, essa característica terá peso 5. Se todas as características forem de balbisiana (15 caract. X 5 pontos= 75 pontos) receberá B, e se apresentar duas características de acuminata dentre as outras 13 de balbisiana, mesmo assim receberá letra B. E quando observamos essas características entre limites de 23 e 67 essas plantas são consideradas híbridos de M. acuminata e M. balbisiana Porém hoje em dia a determinação já não é tão usada dessa forma “manual”, pois a planta possui muito mais do que 15 características, como por exemplo o formato do fruto, consistência do fruto. Hoje em dia há testes em laboratório para que isso seja mais rápido e feito de maneira mais determinante, mas as letras continuam a serem usadas. Questão de prova: Se a banana da terra é uma banana tão graúda, para cozinhar, polpa mais consistente, mais quinada e ela é AAB, e a banana maçã também é AAB se os frutos são tão diferentes? Resposta: porque as características determinadas pelas letras são arbitrárias, e as características citadas não fazem parte das 15 características morfológicas adotadas. Melhoramento e Cultivares modernas Primeiro vamos relembrar algumas cultivares antigas que eram comuns na década de 90: Então com o aparecimento dessas doenças, as cultivares são melhoradas geneticamente seguindo algumas considerações como: • A primeira coisa a ser observada é qual a preferência do produtor, pois não adianta melhorar uma planta que não tem interessede mercado pelos produtores; • Produtividade; • Tolerância a pragas e doenças; • Resistência a seca; • Porte; • Resistência ao frio. Classificação das cultivares quanto aos respectivos genômios, vantagens e desvantagens TRIPLÓIDES AA: Ouro Colatina ouro são mais finas, mais compridas e menos doces AAA: Caru Roxa Chama da de banana vinagre, banana são tomé. A bananeira demora a lançar cachos, então sua produtividade é baixa, o fruto é doce - Cultivares tipo nanica (ainda dentro do tipo AAA) No cacho da nanica o tronco do fruto é cônico, com pencas bem imbricadas e o rabo é sempre sujo – cacho normal. A banana nanica ou Cavendish demora um pouco mais para amadurecer. A banana Grand naine tem como característica o porte baixo-médio, apresenta mínimo do 50% do rabo com brácteas e cacho tronco-cônico, banana voltada para o mercado de exportação. A banana nanicão é um exemplar de porte baixo com 11 pencas e cacho de tamanho normal A banana Nicão tem cachos com 19 pencas, 365 bananas e 83kg, Cacho tipo normal AAB: Banana Prata, Maçã e Terra ABB: Banada Figo/sapo Tem muita característica de musa balbisiana, quando amadurece a casca dela é mais resistente, parece couro de sapo, por isso o nome. TETRAPLÓIDES Alguns materiais vieram da FHIA (Fundação Hondurenha de Investigação Agrícola), como por exemplo: AAAA: Cavendish FHIA-02 FHIA-17 FHIA-23 AAAB: Prata FHIA-01 FHIA-18 SH-3640 (não emplacou muito) AAAB: Terra FHIA-21 AABB: Figo FHIA-03 A mais indicada das figuras acima é a Pakovan Ken pois é resistente a sigatoka e mal do panamá. A tropical é uma cultivar moderna que pode ser indicada para ser vendida como maçã. A Japira é indicada para ser vendida como banana prata. Também vendidas como prata, porém são mais consumidas no norte do país. É a mais indicada para ser vendida como maçã, pois é a mais resistente, também usada na produção de orgânicos. AAAB: Híbrido FHIA-21 É a mais indicada do grupo das bananas terra, porém como é uma planta alta precisa de escoramento.
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