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AULA 5 Relacionado aos tratos culturais ficou faltando falarmos sobre os manejos de adubação Adubação de Manutenção Deficiência de N: A planta fica verde-amarelada, pálida e sem brilho, bordos do pecíolo da folha nova apresentam coloração rósea, pouco vigorosas. Normalmente quando a planta está com deficiência de N, está associado a falta de água. Excesso de N: ocorre grande crescimento interno fazendo com que com que as folhas mais velhas se soltem. A planta apresenta coloração verde-camurça, com roseta harmoniosa e alongada, com bastante cera Deficiência de fósforo: os pecíolos apresentam coloração verde-limão, apresentam também necrose (parece queimadura) com uma estreita moldura preta, seguida de outra amarelo-canário. Deficiência de potássio: cor amarelo vivo na folha mais velha, com necrose palha de milho, começando pela sua ponta; a deficiência agua de K provoca desenvolvimento de Cladosporium musae (fungo) no verso da folha Deficiência de Magnésio: inicia-se o amarelecimento (clorose) no meio da folha em formato de “V” invertido juntamente com necrose na parte mais externa da folha. Para diagnosticar estes problemas faz-se diagnose por meio de análise foliar, onde poderemos diagnosticar todos os nutrientes que faltam, e não somente um. Faz-se a amostragem coletando a terceira folha (?), retirando a parte da nervura central do meio da folha para fazer um padrão de comparação das idades das folhas. Mobilidade dos Nutrientes dentro da bananeira Cada nutriente é de importância única, a deficiência de Ca deve ser aplicada via foliar pois é um elemento de baixa mobilidade; nutrientes parcialmente móveis como Mn, Fe e Mo também podem ser aplicados via foliar; Já os nutrientes móveis como Zn, S, P, Cl, Cu e nutrientes altamente móveis como N, K, Mg e B pode ser feita adubação no solo por serem de mobilidade facilitada. *a banana prata é mais exigente em N quando comparada a Pacovan Se no bananal tivessem plantas somente em um estágio de desenvolvimento seriauma adubação feita de forma mais simples, porém não é esse o caso. Pois há presença de estágios diferentes (mãe-filha-neta). Então a adubação mineral deve ser feita desse modo: • 1ª fase: corresponde do plantio até a diferenciação floral, onde devem ser aplicados N, P, S, Ca, Mg e micronutrientes. O N e esses outros nutrientes são aplicados nessa fase pois é a fase em que serão mais requeridos para o desenvolvimento da planta. Se aplicados em fases diferentes a planta não irá assimilar e será dinheiro jogado fora. • 2ª fase: corresponde da diferenciação floral até a colheita, e consiste em acrescentar K. Pois na segunda fase o potássio é muito mais requerido do que na primeira fase. A adubação é feita por hectare, então dividia pela quantidade de famílias presentes e cada família receberá a quantidade de adubo certa em cada fase. Para fazer a adubação deve- se retirar a palhada presente perto do local de aplicação, vai se aplicar privilegiando o rebento mais novo, isso na adubação mineral. Em cultivo orgânico com composto e etc não é preciso retirar a palhada do local, inclusive a matéria orgânica do local reagirá com oque está sendo aplicado e só irá melhorar a eficácia da aplicação. Eficiência da fertirrigação na bananicultura Aumento na eficiência do uso de fertilizante reduz a dose recomendada para aplicação convencional entre 20 e 30%. Além de ser melhor absorvido pelas plantas, podendo fazer a adubação de forma mais partilhada de acordo com a irrigação Colheita O cacho da banana, normalmente, é colhido quando as frutas atingem o desenvolvimento conveniente para o mercado a que se destina de acordo com a embalagem que será utilizada. Dependendo do material genético vai demorar mais ou menos tempo para colher. Formas de colheita As formas de colheita vão depender sobretudo do nível tecnológico, desde produtores familiares pouco tecnificados até grandes empreendedores com toda tecnologia disponível. Pode-se simultaneamente a colheita proceder o despencamento. O transporte pode ser feito através de carretas até o local de armazenamento ou por meio de cabeamento aéreo em áreas mais tecnificadas. Não se pode admitir, de forma alguma, que o cacho colhido entre em contato com o solo. Para fazer o despencamento utiliza-se faca com lâmina de 15 a 20cm e bem afiada e a almofada deve ser cortada bem rente ao engaço. Após o corte ela é lavada em tanques com detergente para retirar o excesso de nódoa, posteriormente separada por tamanhos e alocadas em caixas para o transporte, algumas empresas usam selos quando a fruta será exportada Padronização do cacho: há um calibre (forma) em formato de “U” que mostrará em qual tamanho a banana se encaixa e assim poderá ser separada por tamanho. A abertura da forma é em mm, essa abertura é de 30 a 48mm, quanto maior o fruto, mais valorizado ele é. Tipos de caixas para embalamento A embalagem mais utilizada no Brasil é a Torito, caixa de madeira que comporta de 18 a 21kg. A caixa deve ser enchida de modo que o nível de banana não ultrapasse a parte lateral da caixa, pois se não quando armazenada o fruto pode amassar quando armazenar outra caixa em cima. Há também caixas de papelão, que proporcionam melhor armazenamento do que o Torito, os frutos chegam menos amassados no local de destino, o tamanho delas é aproximadamente 60x35x25. Processo de maturação Indução a maturação: para apressar a maturação e homogeneizar a maturação dos frutos. Pode iniciar e completar naturalmente na bananeira se não colhido “de vez”. As câmaras de maturação têm a finalidade de desencadear o processo de maturação quando, então, o amigo é convertido em açúcares e a casca é desverdecida. É chamada de estufa, a câmara de amadurecimento usada desde há muito, que funciona por aquecimento (queima de querosene), pela adição de gases oriundos de queima de madeira (serragem) ou mesmo do carbureto de cálcio (pode ser usado na maturação de bananas de cultivo orgânico de acordo com o MAPA). Dá-se o nome câmara de climatização, às estufas onde a temperatura, oxigênio, umidade, indutor (gás desencadeador) e gás carbônico são mantidos em níveis pré-determinados e a maturação é feita mediante o emprego de gases específicos desencadeadores do processo de amadurecimento. Como funciona a câmara de maturação: no local instala-se um compressor para produção de frio (em um salão fechado). No teto do salão são fixados os evaporadores, para a dispersão do frio e forçar sua circulação, hidratadores ambientas, sistema para introdução do gás ativador da maturação e em algumas, há também um sistema de aquecimento, que é feito por meio de eletricidade. Na parede atrás do evaporador, instala- se o insuflador de ar para fazer a exaustão. Como locais complementares deverão haver plataformas para recepção e expedição de caixas. Então o objetivo de climatizar, além de apressar a maturação é homogeneizar a maturação. Pois em casos de maturação natural o processo pode acontecer de forma desorganizada. Como funcionam os cinco fatores responsáveis pela maturação e porquê Os cinco fatores são: temperatura, umidade, gás maturador, oxigênio e gás carbônico. Temperatura: é colocada em temperatura baixa porque queremos o desverdecimento do fruto, mas que não transforme muito o amido que está na polpa em açúcar, porque se acontecer isso a polpa ficará mole. E a temperatura é abaixada deixando acima de 12ºC , 12 horas antes do gás deve-se ajustar a temperatura para 15,5 a 16,7ºC. Umidade: deve estar entre 85-95%. Mas antes essas bananas são tratadas para que nenhum doença se desenvolva dentro dessa faixa de umidade. Essa umidade é para manter o peso do fruto parecido com o peso de quando ele entrou na câmara. Gás ativador: usar o etileno 0,1% (ex: 24 litro para 24m³ de câmara). Ou o Etil 5 ou Azetil a 1% (ex: 240 litrospara 24m³ de câmara). Oxigênio e gás carbônico: para haver boa respiração o gás é inserido na câmara para manter o valor de 15-20% de oxigênio no ar (balanço de CO2-O2). A cada vez que a ventilação é feita, entra O2 e sai CO2, e mantem-se o nível certo para o fruto respirar. *As bananas do grupo Prata ou Maçã (AAB) amadurecem mais rápido do que as bananas do tipo Cavendish (AAA), e o produtor ou empresa que não tiverem capital suficiente para usar o gás de maturação pode mergulhar os frutos em calda de ETHEPHON. As Pratas/ Maçã na solução de 166ml/100 litros de solução e as Cavendish 833ml/100 litros de solução. Questão de prova: pode-se colocar a banana prata e cavensidh na mesma câmara de maturação após o tratamento com etileno? Sim, primeiro coloca-se a banana Cavendish mais ao fundo do salão, pois vai demorar mais para maturar, e depois coloca-se a banana prata. Ou se forem outras cultivares com desenvolvimento diferentes, coloca-se as menos desenvolvidas no fundo do salão e as mais desenvolvidas perto da saída para facilitar. Frigoconservação: consiste em estender a maturação do fruto, para que chegue ao cliente em condições de fruto maduro, e não passado. Na Frigoconservação se faz o controle de temperatura também, assim como na indução a maturação, porem a temperatura ideal é de 13 a 14ºC. Usando a umidade entre 85-95%, há o aumento do dióxido de carbono no salão e diminuição do oxigênio, e claro não há o uso do gás maturador pois queremos ESTENDER a maturação do fruto. E tomar cuidado com o chilling devido a temperatura baixa. A faixa de CO2 usada pode ser programada para a faixa de 7-10% em atmosfera controlada. E os níveis de O2 de 1,5 a 2,5%. As bananas podem ser conservadas por mais de quatro meses a 20ºC. Pode-se ainda acrescentar Cera (para “selar” o fruto), inibidor de etileno ( 1- MetilCicloPropeno), Permanganato de potássio (KmnO4), tudo isso para estender o processo da maturação. PRAGAS Nematoides: São pequenos vermes em forma de fio, que parasitam o sistema radicular das bananeiras. Há quatro tipos de nematoides que causam mal abananeira Nematóide Cavernícola (Radopholus simillis), abrem fissuras ou cavernas nas raízes atingindo o rizoma provocando também manchas necróticas, principalmente no córtex. Nematóide das galhas (Meloidogyne spp.), causam entumescimento nas raízes, causando galhas. Comprometendo o sistema radicular e podendo causar queda das folhas. Brocas-da-bananeiras: pequeno curculionide conhecido como moleque-da-bananeira (Cosmopolites sordidus), dentre as pragas que causam danos, a broca é considerada praga chave da cultura, por provocar altos prejuízos à produção. A forma larval da broca é que causa o dano a cultura. Plantas infectadas normalmente apresentam desenvolvimento limitado, amarelecimento e posterior secamento das folhas, redução de peso do cacho e morte da gema apical. A utilização de mudas sadias (convencionais ou micropropagadas) é o primeiro cuidado a ser tomado para controle dessa praga. Pode-se fazer uma armadilha, após a colheita do cacho, que consiste em cortar o pseudocaule horizontalmente e colocar um pedaço de pseudocaule que foi cortado para que o corte feito fique um pouco levantado. Uma semana depois voltamos para observar quantos besouros há na armadilha, e pode-se aplicar o produto para infestação dentro da armadilha contaminando os insetos presentes e outros que vierem. O produto indicado é para controle biológico: Beauveria Bassiana, fungo entomo-patogênico que colonizará o besouro. Há outro inseto também que é atraído pela cultura, o falso moleque (Metamasius spp), porém tem afinidade mais pela armadilha tipo telha (psudocaule cortado longitudinalmente). Há também a armadilha tipo queijo. Recomenda-se o emprego de 20 iscas/há (monitoramento) e de 50 a 100 iscas/há (controle), com coletas semanais e renovação quinzenal das iscas. Os insetos capturados podem ser coletados manualmente e em seguida destruídos. As iscas também podem ser tratadas com a Beauveria adicionada de óleos minerais, dispensando-se nesse caso, a coleta dos insetos. Também pode ser feito o controle com nematicidas, onde o pseudocaule é cortado, é aplicado o nematicida, e depois o pseudocaule é colocado novamente. Matando os besouros e nematoides. Também há o controle por comportamento chamado COSMOLURE, é uma armadilha com feromônio feminino, deve-se usar 3 armadilhas/há para o monitoramento da broca, devendo-se renovar o sache contendo o feromônio a cada 30 dias. Mas a melhor até o momento é o uso de armadilhas e controle com beauveria bassiana. Moléstias: Podem ser causadas por vírus, fungos e bactérias. Causadas por írus: são somente encontradas nas células vivas, e para serem transmitidas necessitam de um vetor específico, que em geral é um inseto sugador, podendo também ser transmitido por contato entre tecidos vivos e por meio de ferramentas. Há o vírus CMV e o BSV, o cmv causa lesões estriadas, e o BSV causa amarelecimento e necroses acompanhando as nervuras da folha. No BSV pode causar engasgamento do cacho, e também enfezamento da planta. Causadas por Fungos: Mal-do-panamá tem como sintoma típico o fendilhamento vertical do pseudocaule, que se inicia sempre a menos de 10 a 20cm acima do rizoma e se alonga para o alto, rompendo ao mesmo tempo mais de uma bainha. Tem como sintomas internos: pontuações pardo- avermelhadas, provavelmente surgidas pela oxidação de fenol, quando na presença de patógeno. Em estádios mais avançados, esses sintomas podem ser vistos na ráquis e no talo dos frutos. O mal do panamá produz no pseudocaule um anel escurecido ao redor da vela, que tem forte odor de cana-de-açúcar fermentada. Dentro do mal do panamá temos várias raças e existe a TR 4 (tropical raça 4) e SR4 (subtropical raça 4), que estão chegando no Brasil agora, sendo ainda consideradas de grau 2. Inicialmente a raça 1 destruiu a banana gros michel, maçã, prata e pisang awak (as triploides). Depois surgiu a raça 2 que começou a acometer as bananas figo, bluggoe e cuadrado. A banana Cavendish (AAA) é susceptível a Raça 4. Se o plantio de banana estiver em subtrópicos associadas ao stress como frio e inundações há a o favorecimento da SR4, e a TR4 é susceptível a ambos os trópicos e sub trópicos. Figura 1. Fonte: EMBRAPA Sigatoka amarela: agente causal Mycospharella musicola, que é a forma perfeita ou sexuada do fungo Pseudocercospora musae. Tem como sintomas: descoloração em forma de ponto entre as nervuras secundárias da segunda até a quarta folha, a partir da vela. Esta descoloração amplia-se formando uma estria de coloração amarela. Com o tempo, estas pequenas estrias crescem, formando manchas necróticas, elípticas, alongadas, dispostas paralelamente às nervuras secundárias da folha, desenvolvendo por fim uma lesão com centro deprimido, de coloração cinza, circuncidada por um halo amarelo. Causando também perda das folhas e como consequência diminuição dos cachos e perda de produtividade. O controle deve ser feito com Controle químico, desfolha e também com o uso de material resistente ou tolerante à doença. Sigatoka negra: tem como agente causal Mycospharella fijiensis, forma perfeita de Paracercospora fijiensis. E tem como sintomas: as duas Sigatokas são muito semelhantes. Quanto ao impacto visual, predomina a cor escura na Sigatoka negra e a cor amarela na Sigatoka amarela. Na SN tende haver uma concentração de lesões ao longo da nervura principal e, quando se observam as lesões pela parte inferior da folha, principalmente em estádio intermediário de desenvolvimento, a cor prevalecente é a marrom. A SN acomete folhas ainda mais verdes, e a virulência é mais acelerada, se não houver o controle, não haverá folhas vivas na colheita. O controle pode ser químico ou genético. Os danos são sentidos de forma mais rápidoa pela destruiçãoda área foliar, como consequentes reflexos na produção e na qualidade da fruta. Outra consequencia imediata foi o aumento do custo de controle, em função da necessidade de aumento dos números de aplicações, da melhoria das técnicas de aplicação, da busca de novos produtos e da melhoria da infra-estrutura existente.
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