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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS Resenha Crítica de Caso Stephanie Viviane Costa Pelozini Trabalho da disciplina Administração de Conflitos e Negociação Tutor: Prof. Celso Bruno Faria Itu/SP 2021 http://portal.estacio.br/ 2 CENTRA SOFTWARE Referências: POULIQUEN, Laetitia; DEIGHTON, John. Harvard Business School. Rev 16 de Outubro de 2002. 504-P04 Esta resenha crítica apresenta a trajetória da empresa Centra Software, pioneira em e- Learning e e-Meeting, que foi fundada no ano de 1995 por Leon Navickas e após implementar um novo modelo de vendas, teve problemas de conflito interno entre seus vice- presidentes. A Centra começou em 1995 com apenas 4 funcionários e passou a ter 40 funcionários trabalhando no protótipo do seu principal produto em 1997. No ano 2000, a Centra alcançou a receita de US$ 23 milhões, com 210 funcionários e 10 escritórios de vendas divididos pela América do Norte, Europa e Ásia, somando um total de 440 clientes. A empresa ofertava três produtos aos clientes: o e-Meeting, que permitia realizar reuniões virtuais com até 100 pessoas, o produto para Conferência que possibilitava seminários e palestras para um público que poderia chegar em 1000 pessoas e o Symposium (carro-chefe da Centra) que possibilitava a realização de treinamentos interativos entre equipes, com até 250 pessoas. Os produtos desenvolvidos e ofertados pela Centra, possibilitava aos clientes uma redução de custo em diversos setores da empresa, uma vez que sua tecnologia possibilitava interações com pessoas de diferentes localidades, diminuindo despesas consideravelmente. A Centra tinha como estratégia de marketing, se tornar a líder de mercado no seu segmento ou enquanto isso não acontecia, ser a parceira da empresa que atualmente ocupava este posto. Os clientes-alvo da Centra eram em sua grande maioria: gerentes de divisão e de recursos humanos. Em abril de 2001 onde Steve Lesser, Vice-Presidente de Vendas Internacionais da Centra Software, com a pressão de apresentar números melhores nas vendas e após analisar alguns exemplos de sucesso, teve a ideia de criar um canal de televendas para complementar o esforço realizado por seu time de vendedores externos. 3 Na visão de Lesser, existia uma necessidade de ter os vendedores externos para penetrar nas organizações de primeira linha, mas de outro lado, as televendas trariam uma economia de aproximadamente U$ 100.000,00, fazendo com que a Centra alcançasse seu objetivo de ser a líder no mercado. Quando o time de televendas iniciou a abordagem e captação de novos clientes, um caso foi levantado por uma vendedora externa, que expos a sua indignação após descobrir que uma das empresas que cuidava, havia fechado uma compra com o time de televendas. Foi a partir desse acontecimento que Leon decidiu reunir Lesser e Reed (Vice-presidente de Estratégia Corporativa) para discutir como poderiam trabalhar com os dois métodos, tendo o mínimo de conflito. Lesser começou expondo o que ele achava ser o cenário ideal para ser seguido pelos 3 tipos de canais de vendas existentes. Reed ao analisar o exposto, gostou dos números, mas indagou onde estaria os clientes por trás dos números apresentados por Lesser, deixando claro que gostaria de ver a empresa mais agressiva na propagação e sua preocupação com as contas dos clientes Global 2000, que vinha resultando em baixos níveis de propagação. Sua preocupação havia sido passada para Lesser, e ele com seu poder de argumentação questionou-lhe se isso de fato era ruim, dando início então ao conflito onde cada um passaria a lutar pelo que acreditava ser melhor. Apesar da indagação, Lesser ainda achava que quem deveria decidir sobre a propagação entre os clientes Global 2000 era o próprio time de vendas externas. Esse pensamento não agradou a Reed, que explicou que eles são apenas "caçadores" buscando novos clientes e não "agricultores" que plantam diariamente pequenas sementes para colher no futuro. A Centra já havia passado por uma situação dessas em um negócio com a General Eletric, onde o vendedor externo estava focado nas sub-empresas, enquanto uma concorrente acabou fechando um contrato global, para fornecer a licença de seus produtos, derrotando então os planos da Centra. 4 Lesser ainda pensava que isso não era uma derrota, reforçando que seus vendedores externos sabiam quando era hora de buscar uma oportunidade de propagação e quando era hora de ir atrás de novos clientes. Reed tinha em mente de que o time de televendas, poderia fazer essa parte de plantar sementes que seriam colhidas no futuro pelos vendedores externos, sendo totalmente contrário ao pensamento de Lesser, que queria expor o ponto de vista do vendedor externo, dizendo que eles tinham que deter a carteira dos seus grandes clientes, tendo poder de agir estrategicamente em negociações futuras, com os produtos de maior valor da Centra. Reed com sua visão, seguia na premissa de que o mercado é quente e que deveriam investir onde estava havendo resultado, e seu pensamento ficou explícito ao usar durante a negociação, a seguinte frase: "Vocês, estrategistas complicam muito as coisas. [...] Vamos pescar onde os peixes estão mordendo a isca". Foi possível identificar que os impasses entre os vice-presidentes eram cada vez mais visíveis. Ambos apresentaram seus pontos de vista, mas o clima de conflito permanecia e para chegar a uma solução amigável, que fosse positiva para ambas as equipes, seria necessário que eles colocassem em prática as suas habilidades de negociação. Eles possuíam informações suficiente para desenvolver soluções e chegarem a um consenso, mas infelizmente a negociação não seguiu pelos pilares da negociação cooperativa, onde ambos os setores trabalhariam em busca de um resultado positivo para a empresa. Foi a competitividade entre eles, que não deixou espaço para que negociação chegasse ao fim com o resultado esperado pelo Leon.
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