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LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIOLOGIA REPOSIÇÃO VOLÊMICA OBJETIVO A manutenção de um volume constante e uma composição estável dos fluidos corporais é essencial para a homeostasia Manter o equilibro homeostático do paciente ÁGUA GANHO DE ÁGUA ➢ Ingesta: aproximadamente 2100mL por dia ➢ Variabilidade individual e diária ➢ Depende do nível de atividade física, hábitos, clima ➢ Pode ganhar pela produção por oxidação de carboidratos → 300mL por dia PERDA DE ÁGUA ➢ Perdas insensíveis: evaporação, trato respiratório e pele (aproximadamente 700mL/dia sob condições normais) ➢ Grandes queimados: aumento de até 10 vezes nas perdas (3 a 5 litros/dia) → O paciente por si só já é desidratado! ➢ Suor: 100mL/dia. Pode chegar a 1 litro/hora ➢ Fezes: 100mL/dia ➢ OBS: Rim é o contrabalanço das perdas PESO EM ÁGUA ➢ Corresponde a 60% do peso corporal ➢ Idade: idosos tem menos água que os jovens ➢ Gênero: homens tem mais água que mulher COMPARTIMENTOS FLUÍDICOS ➢ O plasma é o primeiro equilíbrio quando injeta na veia do paciente. Tudo que entra, entra primeiro pelo plasma ➢ O plasma entra em equilibro com o interstício que entra em equilibro com o intracelular ➢ Se injetar muito liquido no plasma gera edema na célula, causando danos celular ➢ Tudo que entra e sai, entra em equilibro com o capilar ➢ Tudo entra em equilibro entre si, prejudicando o próximo “nível” PRESSÃO OSMÓSTICA ➢ Varia de acordo com a quantidade de proteína plasmática, sendo a albumina a principal LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIOLOGIA COMPOSIÇÃO IÔNICA ➢ Equilibro muito tênue entre o intracelular e o extracelular PRESSÃO ONCÓTICA ➢ É a pressão osmótica gerada pelas proteínas no plasma sanguíneo, especialmente pela albumina e pelas globulinas ➢ Manter o equilibro entre o interstício e o intracelular ➢ Se reduz a quantidade de albumina, varia a pressão oncótica e a quantidade de água, causando edema FORÇAS DE STARLING ➢ As pressões variam de acordo a quantidade de proteína GLICOCÁLICE ➢ 1966: microscopia eletrônica (Rambourg e col.) ➢ É a membrana responsável pela manutenção da pressão oncótica LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIOLOGIA ➢ Se tiver comprometido, as proteínas do plasma passam para o interstício ➢ Disfunção: isquemia, inflamação, hipervolemia (iatrogênica na maioria das vezes → muito volume destrói o glicocálice) PASSAGEM DE LÍQUIDO DO INTRAVASCULAR PARA O INTERSTÍCIO ➢ Tipo I: barreira vascular intacta e a passagem de fluidos sem proteína ➢ Tipo II: disfunção da barreira endotelial por manipulação cirúrgica → Aumenta a permeabilidade capilar, lesão de reperfusão e mediadores inflamatórios, hipervolemia iatrogênica OBS: Todo paciente cirúrgico tem tendência a edema e inflamação, porque destrói o glicocálice. Ao aumentar esse edema, por hipervolemia, tende a piorar ainda mais a situação do paciente ADMINISTRAÇÃO DE FLUÍDOS OBJETIVO ➢ Oferta adequada de oxigênio ➢ Concentrações eletrolíticas normais ➢ Normoglicemia ➢ 20% dos adultos recebem fluidos inadequados! Taxa de mortalidade perioperatória entre 1 e 4% ➢ Os cristaloide balanceados são os líquidos de escolha para ressuscitação de fluidos no perioperatório e o SF 0,9% deve ser reservado para substituição de perdas de fluido gástrico ➢ A orientação atual recomenda que os coloides semissintéticos sejam evitados na população de cuidados intensivos, e devido as preocupações de segurança e falta de superioridade demonstrável, não podem ser recomendadas no contexto perioperatório CRISTALÓIDES SOLUÇÃO SALINA ISOTÔNICA/NaCl a 0,9% ➢ Osmolaridade plasmática: determina o equilíbrio da pressão oncótica e a migração da água ➢ Ao fazer soro fisiológico em grande quantidade (3 litros ou mais): • Altera o pH do doente e ele tende a ter acidose • Com a osmolaridade maior que a normal, desidrata a célula e encharca o plasma, o paciente faz uma hipervolemia ➢ Principal distúrbio hidroeletrolítico: HIPERCLOREMIA → Acidose metabólica hiperclorêmica → HIPERCALEMIA ➢ No rim do paciente: decorrente da hiper- hidratação com NaCl faz vasoconstrição da arteríola aferente, diminuindo a perfusão renal o que é deletério para o rim LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIOLOGIA NaCl HIPERTÔNICO ➢ Uso criterioso: hiponatremia hipo- osmolar e hipertensão intracraniana ➢ NaCl a 3% = 513mEq/L de Na ➢ NaCl > 7,5% = Lesão endotelial ➢ O objetivo é expandir a volemia do paciente ➢ Praticamente não é mais utilizado e não se faz mais a 7,5% ➢ Quando administrado é em pequenos volumes RINGER LACTATO ➢ Levemente hiposmolar em relação ao plasma ➢ Hipercalemia e hiperlactatemia podem ocorrer ➢ Sem alterações significativas no pH ou em medidas ácido básicas ➢ Menor incidência de hemodiálise e menor risco de infecção, transfusão sanguínea, distúrbio eletrolítico ➢ Pode haver alcalose discreta após grandes volumes ➢ Hiperlactatemia se insuficiência hepática ➢ Pode haver edema, hiponatremia e alteração da homeostasia ➢ É o cristaloide mais usado na pratica PLASMALYTE ➢ É estável em relação ao plasma ➢ É o mais ideal, o problema é o custo ➢ Pacientes cardiopatas são muito beneficiados com o plasmalyte ➢ Pode desenvolver sindrome da intolerância ao acetato ➢ O gluconato pode se transformar em lactato COLÓIDES A base da reposição volêmica é o cristaloide O coloide é em casos específicos, como desnutridos, asciticos, grandes queimados Estão associados a distúrbios de coagulação GELATINAS ➢ Devido ao colágeno hidrolisado dos bovinos ➢ Efeito expansor: 4 a 6 horas ➢ ½ vida de 50% no intravascular após 1 hora ➢ Distúrbios de coagulação ➢ Alta reação anafilática DEXTRANAS ➢ Polímeros de glicose produzidos a partir de bactérias cultivadas em meios de sacarose ➢ Reações anafiláticas LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIOLOGIA ➢ Distúrbios de coagulação ➢ Prevenção de tromboembolismo? ALBUMINA ➢ Coloide proteico natural monodisperso (69kDa) ➢ Principal proteína responsável pela PO ➢ Cirróticos, grandes queimados ➢ Apresentações: 5 e 20% ➢ Menor resposta inflamatória do corpo por ser natural ➢ Ascite volumosa: se for drenado mais de 6 litros recomenda ➢ Cirurgias oncológicas também é recomendado ➢ Normalmente faz albumina diluída em ringer lactato (tira 50mL do ringer e acrescenta a ampola de 50mL da albumina, vai administrando aos poucos) HIDROXIETILAMIDO ➢ Soluções coloides derivadas do amido ➢ Hidroxietilamido é mais derivado da amilopectina ➢ Quanto maior o peso molecular, mais tempo a substancia ficará na circulação ➢ Custo mais acessível que a albumina ➢ Reações anafiláticas SORO GLICOSADO A 5% É o mesmo que administrar água porque a dextrose (glicose) vai ser metabolizada e restar água Faz uma hemodiluição, favorecendo o edema Vai para o interstício Uso: pacientes diabéticos que fazem uso de insulina e podem ter baixa da glicemia pelo jejum pré operatória ou em hipernatremia ESTRATÉGIAS DE REPOSIÇÃO VOLÊMICA ESTRATÉGIA LIBERAL ➢ O objetivo é administrar grande quantidade de fluidos afim de preservar LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIOLOGIA volume intravascular e manter perfusão orgânica ➢ Não se usa mais porque hoje em dia se pensa no microscópico, no oxigênio adequado para célula ESTRATÉGIA RESTRITIVA ➢ Pode causar complicações como insuficiência renal e aumento da estadia hospitalar ➢ Cirurgias abdominais e torácicas: redução de complicações pulmonares (pneumonia e edema pulmonar) e menor tempo de internação hospitalar → Pacientes se beneficiam ➢ A recomendação atual é que para cirurgiasde pequeno e médio porte seja utilizado pelo menos um litro de reposição volêmica, independente do tipo de solução, ou de 15-30mL/kg de cristaloide ➢ Pacientes de alto risco (mortalidade acima de 5%) e cirurgias de grande porte: TERAPIA GUIADA POR OBJETIVOS (TGO) Se baseia em uma otimização hemodinâmica afim de manter suprimento adequado de O2 (DO2) para os tecidos Pode se beneficiar de monitorização avançada Reduz morbidade em todos os pacientes cirúrgicos e mortalidade nos de alto risco Pressão arterial invasiva pelo transdutor, é fidedigna, normalmente pela artéria radial Consegue melhorar o nível de oxigênio Não pode ser um calculo físico, porque durante a cirurgia o paciente pode mudar muito, a variação deve ser avaliada a cada minuto Monitorização avançada e invasiva! Quando a oferta cai a um nível critico (DO2), mesmo com o aumento da TeO2, o VO2 LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIOLOGIA começa a cair e há início do metabolismo anaeróbio O monitoramento hemodinâmico e a reposição de fluidos são obrigatórios em pacientes de risco (cardiopatas, perda estimada cirúrgica alta, grandes ressecções intestinais, sépticos, com problemas abdominais agudos) → Redução de morbi- mortalidade TGO NO INTRAOPERATÓRIO: COMO MONITORIZAR ➢ Todas as formas de monitoramento são eficazes ➢ FC e PA são insensíveis para determinar volemia ➢ TGO não deve ser definida pela presença ou ausência de monitoramento avançado, só em ter a PA em tempo real já consegue fazer muita coisa com esse paciente ➢ Deve ser iniciada desde a indução até a 6- 24h de UTI → Redução de custos METAS ➢ Precisa saber o fluido adequado ➢ A meta é manter o índice cardíaco acima de 2,5 ➢ PAM deve ser sempre acima de 65mmHg ➢ O ecotransesofágico é o aparelho de padrão ouro! É uma monitorização avançada CHOQUE HEMORRÁGICO Preferir mínimo volume de ressuscitação a reanimação volêmica agressiva Considerar hemotransfusão precocemente Considerar hipotensão Coloides podem ser usados se a tentativa for de um efeito expansor, para tentar diminuir a quantidade de cristaloide que está fazendo CLASSIFICAÇÃO LARISSA MENEZES – TÉC. CIRÚRGICAS E ANESTESIOLOGIA ➢ Classe I: <750mL ➢ Classe II: 750 a 1500mL ➢ Classe III: 1500 a 2000mL → Hipotensão → Sangue e cristaloide ➢ Classe IV: >2000mL → Sangue de primeira! E OS COLOIDES? ➢ Albumina se necessidade importante de cristaloide ➢ Albumina 20% até atingir 30g/L ➢ Não utilizar hidroxietilamido ➢ Cristaloides são superiores as gelatinas
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