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Aula - Saude do Trabalhador no Brasil - Políticas públicas

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Saúde do Trabalhador no Brasil
Prof. João Gabriel Rossi de Oliveira
Constituição Federal de 1988 
A CF/88 relata no seu Art. 7º os direitos dos trabalhadores, dentre os quais estão a redução dos riscos relativos ao trabalho. 
Observe: 
São direitos dos trabalhadores urbanos ou rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
• Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
Lei 8.080/90
No Brasil, no contexto do SUS, a Lei n° 8.080/1990 incluiu a saúde do trabalhador no âmbito do SUS. 
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): 
I - a execução de ações: 
De saúde do trabalhador; 
Além disso, a lei orgânica da Saúde também conceituou a saúde do trabalhador e sua área de abrangência. Observe a leitura dessa legislação. 
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo: 
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho; 
II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho; 
III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador; 
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde; 
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional; 
VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; 
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e 
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores. 
Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalho 
A Política nacional de Segurança e Saúde do trabalhador está regulamentada no Decreto Nº 7.602 de 07 de novembro de 2011 e tem como a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador e a prevenção de acidentes e de danos à saúde advindos, relacionados ao trabalho ou que ocorram no curso dele, por meio da eliminação ou redução dos riscos nos ambientes de trabalho; 
Essa portaria aborda as responsabilidades no âmbito da saúde do trabalhador e correlacionam as atividades dentro de cada instância: 
 Saúde; 
 Trabalho; 
 Previdência. 
Observe como está descrito nesse decreto : 
São responsáveis pela implementação e execução da PNSST os Ministérios do Trabalho e Emprego, da Saúde e da Previdência Social, sem prejuízo da participação de outros órgãos e instituições que atuem na área; 
Quadro Institucional
Dentro do quadro institucional da saúde do trabalhador existe uma inter-relação com o Ministério da Saúde, Trabalho e Emprego e a Previdência Social. 
Quadro Institucional MTE 
- Realizar a inspeção e a fiscalização das condições e dos ambientes de trabalho em todo o território nacional. 
- Base Legal CLT- trata das condições de Segurança e Medicina do Trabalho e regulamentado pela portaria 3214/78 que criou as NR 
- Delegacias Regionais do Trabalho e Emprego –DRTE 
Quadro Institucional MPS e INSS 
O Ministério da Previdência Social, junto com sua autarquia o INSS tratam das condições de Segurança e Medicina do Trabalho, além dos acidentes ou uma doença do trabalho. 
Eles fazem a gestão da incapacidade para a realização das atividades laborativas dos trabalhadores celetista (segurado INSS). Quando o trabalhador adoece deverá ser afastado de suas funções, ficando “coberto” pela instituição durante todo o período necessário ao seu tratamento. 
Quadro Institucional- MS/SUS 
Organiza-se por meio de serviços básicos, rede de referência secundária, terciária e os serviços contratados/conveniados, a rede assistencial, se organizada para a Saúde do Trabalhador: 
1. RENAST 
2. CEREST 
Política Nacional de Saúde do Trabalhador (Portaria 1.823/2012) 
A Política Nacional de Saúde do Trabalhador está detalhada por meio da Portaria 1.823/2012. 
Vamos entender a finalidade dessa política: 
Definir os princípios, as diretrizes e as estratégias a serem observados pelas três esferas de gestão do SUS, para o desenvolvimento da atenção integral à saúde do trabalhador, com ênfase na vigilância, visando a promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores e a redução da morbimortalidade decorrente dos modelos de desenvolvimento e dos processos produtivos. 
Art. 3º Todos os trabalhadores, homens e mulheres, independentemente de sua localização, urbana ou rural, de sua forma de inserção no mercado de trabalho, formal ou informal, de seu vínculo empregatício, público ou privado, assalariado, autônomo, avulso, temporário, cooperativados, aprendiz, estagiário, doméstico, aposentado ou desempregado são sujeitos desta Política.
Objetivos: 
I – fortalecer a Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) e a integração com os demais componentes da Vigilância em Saúde, o que pressupõe: 
a) identificação das atividades produtivas da população trabalhadora e das situações de risco; 
b) identificação das necessidades, demandas e problemas de saúde dos trabalhadores no território; 
c) realização da análise da situação de saúde dos trabalhadores; 
d) intervenção nos processos e ambientes de trabalho; 
e) produção de tecnologias de intervenção, de avaliação e de monitoramento das ações de VISAT; 
II – promover a saúde e ambientes e processos de trabalhos saudáveis, o que pressupõe: 
a) estabelecer parâmetros protetores da saúde dos trabalhadores nos ambientes e processos de trabalho; 
b) fortalecimento e articulação das ações de vigilância em saúde, identificando os fatores de risco ambiental, com intervenções tanto nos ambientes e processos de trabalho; 
c) inserção,acompanhamento e avaliação de indicadores de saúde; 
d) inclusão de parâmetros de proteção à saúde dos trabalhadores; 
e) Identificação e erradicação de situações análogas ao trabalho escravo e trabalho infantil e do adolescente; 
III – garantir a integralidade da inserção de ações de saúde do trabalhador em todas as instâncias e pontos da Rede de Atenção à Saúde do SUS; construção conjunta de protocolos, linhas de cuidado da saúde do trabalhador, considerando os seguintes componentes: 
a) atenção primária em saúde; 
b) atenção especializada, incluindo serviços de reabilitação; 
c) atenção pré-hospitalar, de urgência e emergência, e hospitalar; 
d) rede de laboratórios e de serviços de apoio diagnóstico; 
e) assistência farmacêutica; 
f) sistemas de informações em saúde; 
g) sistema de regulação do acesso; 
h) sistema de planejamento, monitoramento e avaliação das ações; 
i) sistema de auditoria; e 
j) promoção e vigilância à saúde, incluindo a vigilância à saúde do trabalhador; 
IV – A Saúde do trabalhador deve ser concebida como uma ação transversal, devendo a relação saúde-trabalho ser identificada em todos os pontos e instâncias da rede de atenção; 
V – Incorporar a categoria trabalho como determinante do processo saúde-doença dos indivíduos e da coletividade, incluindo-a nas análises de situação de saúde e nas ações de promoção em saúde; 
VI – assegurar que a identificação da situação do trabalho dos usuários seja considerada nas ações e serviços de saúde do SUS e que a atividade de trabalho realizada pelas pessoas, com as suas possíveis consequências para a saúde, seja considerada no momento de cada intervenção em saúde; e 
VII – assegurar a qualidade da atenção à saúde do trabalhador usuário do SUS. 
RENAST
A RENAST foi Criada pela Portaria no 1.679/ 2002 GM e foi ampliada com a Portaria Nº 2.437/GM/2005.
Implantada pela PORTARIA Nº 2.728, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2009
RENAST
RENAST é uma Rede nacional de informações e práticas de saúde, organizada com o propósito de implementar ações assistenciais, de vigilância, prevenção, e de promoção da saúde, na perspectiva da saúde do trabalhador.
RENAST deve integrar a rede de serviços do SUS por meio de Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST)
A sua função é elaborar protocolos, linhas de cuidado, e instrumentos que favorecem a integralidade das ações, envolvendo a atenção básica, de média e alta complexidade, serviços e municípios sentinela.
A implantação do RENAST ocorreu a partir da:
I - estruturação da rede de Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST);
II - inclusão das ações de saúde do trabalhador na atenção básica, por meio da definição de protocolos, estabelecimento de linhas de cuidado e outros instrumentos que favoreçam a integralidade;
III - implementação das ações de promoção e vigilância em saúde do trabalhador;
IV - instituição e indicação de serviços de Saúde do Trabalhador de retaguarda, de média e alta complexidade já instalados, aqui chamados de Rede de Serviços Sentinela em Saúde do Trabalhador; e
V - caracterização de Municípios Sentinela em Saúde do Trabalhador.
Centros Estaduais e Regionais de Referência em Saúde do Trabalhador- CEREST
Trata-se de um serviço especializado no atendimento à saúde do trabalhador e tem como principal objetivo a implantação da Atenção integral à saúde do trabalhador.
Todos os trabalhadores são atendidos independe do vínculo empregatício, são encaminhados pela UBS via regulação.
Atribuições:
1. Desempenhar as funções de suporte técnico, de educação permanente, de coordenação de projetos de promoção, vigilância e assistência à saúde dos trabalhadores (VISAT);
2. Dar apoio matricial para o desenvolvimento das ações de saúde do trabalhador na APS, nos serviços especializados e de urgência e emergência, bem como na promoção e vigilância nos diversos pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde;
3. Atuar como centro articulador e organizador das ações de saúde do trabalhador, assumindo a retaguarda técnica especializada para o conjunto de ações e serviços da rede.
4. Promoção e Prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação;
5. Atenção especializada aos trabalhadores acometidos por acidente e doença do trabalho;
6. Diagnóstico e Tratamento de doenças relacionadas ao trabalho;
7. Fomentar ambientes e processos de trabalho saudáveis; e
8. Implementar sistema de notificação dos agravos relacionados
Não compete ao CEREST: 
Funções do SESMT; 
Urgência e emergência; 
Exames periódicos;
Exame de mudança de função;
Poderão ser implantados CERESTs, de abrangência estadual, regional e municipal; 
A implantação de CERESTs de abrangência municipal está condicionada a uma população superior a 500 mil habitantes.
Saúde do Trabalhador na Atenção Primária em Saúde
Objetivo:
Atuar de forma articulada para garantir o desenvolvimento de ações no âmbito individual e coletivo, abrangendo a promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, a prevenção de agravos relacionados ao trabalho, o diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde.
Saúde do Trabalho junto à Urgência e Emergência
As urgências e emergências não são atendidas pelo CEREST que tem o objetivo de implantação da Atenção integral à saúde do trabalhador, mas elas são atendidas nos hospitais gerais nas emergências.
A identificação dos casos de acidentes de trabalho graves e fatais, incluindo as intoxicações exógenas, assim como para o devido encaminhamento das informações aos setores de vigilância em saúde do trabalhador.
Dada à frequência e gravidade desses casos, que são de notificação compulsória, aumenta a importância estratégica deste nível de atenção à saúde do SUS.
Saúde do Trabalhador junto à saúde especializada
A atenção especializada de acompanhamento da saúde do trabalhador inclui atenção ambulatorial e hospitalar. É essencial para a garantia da integralidade do cuidado aos trabalhadores portadores de agravos à saúde relacionados ao trabalho.
Neste nível é importante o diagnóstico, tratamento e reabilitação desses agravos que devem ser viabilizados na rede, conforme o perfil epidemiológico e as necessidades de saúde do trabalhador em cada região.
Unidades Sentinelas
Os Municípios Sentinela serão definidos a partir de dados epidemiológicos, previdenciários e econômicos, que indiquem fatores de riscos significativos à saúde do trabalhador, oriundos de processos de trabalho em seus territórios.
A rede de unidades sentinela faz parte dos dispositivos da RENAST para a realização de diagnósticos e notificação de agravos à saúde relacionados ao trabalho.
As unidades sentinelas serão definidas em nível local e regional por gestores e técnicos dos municípios.
Sua habilitação será feita mediante processo de pactuação nos respectivos Colegiados de Gestão Regional.
Vigilância Sentinela 
Considera-se vigilância sentinela o modelo de vigilância realizada a partir de estabelecimento de saúde estratégico para a vigilância de morbidade, mortalidade ou agentes etiológicos de interesse para a saúde pública, com participação facultativa, segundo norma técnica específica estabelecida pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS). 
Lista Nacional de Doenças e Agravos a serem monitorados pela Estratégia de Vigilância Sentinela- Portaria 205/2016 
I. Vigilância em Saúde do Trabalhador 
1 Câncer relacionado ao trabalho; 
2 Dermatoses ocupacionais; 
3 Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT); 
4 Perda Auditiva Induzida por Ruído - PAIR relacionada ao trabalho; 
5 Pneumoconioses relacionadas ao trabalho; 
6 Transtornos mentais relacionados ao trabalho 
http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1516
http://portalsinan.saude.gov.br/

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