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MARÍLIA ARAÚJO – P1 Peptídeos e Proteínas Aminoácidos • Moldam as propriedades das proteínas • Diferentes cadeias laterais • Capacidade de ionização e reatividade química, de interação com íons, de formar ligações de hidrogênio • Interação com a água • As funções de peptídeos e proteínas derivam da diversidade e versatilidade dos 20 aminoácidos naturais e suas variações Polímeros de aminoácidos • Resultado da união do grupo alfa-carboxil no aminoácido n com o grupo alfa-amino no n+1 (em sequência a ele) • Perda de uma molécula de água (desidratação) • Composição variável de aminoácidos Peptídeos • Biomoléculas que contém de 2 a dezenas de resíduos de aminoácidos (não estão na forma livre) unidos entre si através de ligações peptídicas • Se comparados às proteínas, são quimicamente mais versáteis, pois podem ser amidados ou esterificados em suas carboxilas terminais, acetilados em seus grupos amino terminais, fosforilados ou sulfatados em um ou mais resíduos, lineares, semi-cíclicos ou cíclicos Ligação Peptídica • Duas moléculas de aminoácidos podem ser unidas covalentemente por meio de uma ligação amida substituída • A ligação é formada por remoção dos elementos da água (desidratação - produtos) de um grupo alfa-carboxila de um aminoácido e de um grupo alfa-amino do outro • A ligação peptídica é um pouco mais curta que uma ligação covalente, assim os átomos que participam da ligação são coplanares • O oxigênio da carbonila possui uma carga parcial negativa e o nitrogênio uma positiva, isso faz com que seja formado um pequeno dipolo elétrico que diminui a distância entre o átomo C e N *apesar de ser uma ligação simples, é mais forte • A informação para a produção das proteínas está contida no material genético. O DNA é transcrito em RNAm e depois ocorre a tradução no citoplasma para a obtenção das proteínas • Participação de enzimas incluindo os aminoaciltRNA sinteases e os ribossomos (com a participação dos RNAm) e a reação se torna termodinamicamente favorável graças ao acoplamento da reação ao hidrólise de ATP • Para ficar no mesmo plano, a ligação peptídica pode adotar uma de duas conformações: trans (180°) ou cis (0°) • A grande maioria das ligações estão na forma trans, pois evita colisões estéricas desfavoráveis que acontecerão na conformação cis MARÍLIA ARAÚJO – P1 • Na cadeia principal (das proteínas e peptídeos) tem 3 ligações covalentes p/ cada aminoácido. Os ângulos são designados ômega, phi e psi • A ligação peptídica (ômega) que é quase sempre na conformação trans, e as vezes na conformação cis nas ligações peptídicas que antecedem prolinas • As ligações phi (entre o grupo NH e C-alfa) e psi (entre o C-alfa e o grupo carbonila) não tem esta restrição e tem rotação livre • MAS: nem todas as combinações phi+psi são permitidas estericamente – quer dizer: algumas combinações causam colisões desfavoráveis entre grupos da cadeia principal e/ou as cadeias laterais • As combinações podem ser representadas num diagrama de Ramachandran Polímeros de aminoácidos • Peptídeos < 50 aminoácidos (atividade biológica) • Polipeptídeos : entre 50 e 100 aminoácidos • Proteínas: a priori >100 aminoácidos Peptídeos • 2 aminoácidos: dipeptídeo • 3 aminoácidos: tripeptídeo • 4 aminoácidos: tetrapeptídeo • 5 ou mais aminoácidos: oligo ou polipeptídeo OBS: Geralmente, usamos o termo proteína p/ designar certas moléculas c/ um número superior a 100 aminoácidos * unidades peptídicas: o número de aminoácidos é o número de ligações peptídicas + 1 Nomenclatura Ex: Leucina, glicilina e tirosina: leucilgliciltirosina MARÍLIA ARAÚJO – P1 Ex: Alanil-glutamil-glicil-lisina Funções dos peptídeos • Hormônios • Neuropeptídeos • Neurotransmissores • Toxinas • Antibióticos naturais • Adoçantes • Substratos de proteases Proteínas • As proteínas não são traços rígidos porque suas ligações químicas podem realizar rotação • A maioria das ligações químicas não são planares • Cada proteína tem uma estrutura específica que depende de sua estrutura primária, interações químicas resultantes entre as cadeias laterais dos aminoácidos, modificações pós-traducionais e condições do meio em que elas estão inseridas • A conformação tridimensional (3D) depende da sequência de aminoácidos • A função depende da estrutura • Cada proteína existe em um ou em pequeno número de formas estruturalmente estáveis • As principais forças para a estabilização desestruturas são forças não-covalentes • Existem padrões estruturais comuns que ajudam a organizar o entendimento Estrutura primária • Sequência de aminoácidos • Específica para cada proteína • N- terminal → C- terminal Estrutura secundária • Estruturas regulares tridimensionais formadas por segmentos da cadeia polipeptídica - Repetitivas - Hélice alfa: estrutura helicoidal, esqueleto polipeptídico central espiral, cadeias laterais para fora, pontes de hidrogênio intracadeia, ex: queratina OBS: Aminoácidos que quebram a hélice alfa: prolina, aminoácidos carregados, aminoácidos com cadeias laterais volumosas MARÍLIA ARAÚJO – P1 - Folha beta: aspecto pregueado, duas ou mais cadeias polipeptídicas, pontes de hidrogênio intra ou intercadeia - Curvatura beta: reveste a direção de uma cadeia polipeptídica, 4 aminoácidos (1 deles tem que ser prolina ou glicina), superfície da molécula proteica, resíduos carregados, pontes de hidrogênio, ligações iônicas - Não repetitivas - Estrutura menos regular - Não é aleatória - Alças, espirais OBS: Estruturas supersecundárias: combinação de elementos secundários, agrupamento das cadeias laterais dos elementos secundários próximos, formam região central • Em uma hélice α , o carbonil (C = O) de um aminoácido é ligado por hidrogênio ao amino H (NH) de um aminoácido que está quatro abaixo na cadeia. • Este padrão de ligação puxa a cadeia polipeptídica em uma estrutura helicoidal que se assemelha a uma fita enrolada, com cada volta da hélice contendo 3,6 aminoácidos ácidos. • Os grupos R dos aminoácidos se destacam da hélice α, onde são livres para interagir Estrutura terciária • Estrutura tridimensional geral (globosa) de um polipeptídeo • Formada após o dobramento final da cadeia polipeptídica • Ocorre principalmente devida às interações entre os grupos R dos aminoácidos que constituem a proteína. • Várias forças podem agir na conformação das proteínas determinadas pelas cadeias laterais dos aminoácidos e que vão influenciar na estrutura das proteínas • Ligação covalente: ponte dissulfeto (entre 2 resíduos de cisteína) - Oxidação → cistina - Rara em proteínas intracelulares • Ligação não covalente: - Pontes de hidrogênio: entre as cadeias laterais dos aminoácidos, hidroxila + carbonila/carboxila, sem padrão regular de distribuição, aumento da solubilidade - Interações hidrofóbicas: cadeias laterais hidrofóbicas (interior da molécula peptídica), cadeias laterais com carga ou polares (superfície da molécula) - Ligações iônicas: entre grupos com cargas opostas, ex: carboxila (coo-) e amino (-nh3+) MARÍLIA ARAÚJO – P1 • Dobramento proteico: determinado pela interação entre os aminoácidos • Auxiliado pelas chaperonas • Falha: acúmulo de proteínas dobradas inadequadamente. Doenças: amiloidoses, Alzheimer Estrutura quaternária • Muitas proteínas são compostas de uma única cadeia polipeptídica e têm apenas três níveis de estrutura. • Algumas proteínas são constituídas por várias cadeias polipeptídicas, também conhecidas como subunidades (interações não covalentes, podem funcionar independente ou cooperativamente. Ex: hemoglobina) • Quando essas subunidades se juntam, dão à proteína sua estrutura quaternária• A conformação de uma proteína é fundamental para a função que ela exerce Enovelamento de proteínas • As informações necessárias para uma proteína obter sua estrutura nativa estão na sequência de aminoácidos da proteína. • Dogma de Anfinsen - pelo menos para uma pequena proteína globular em seu ambiente fisiológico padrão, a estrutura nativa é determinada apenas pela sequência de aminoácidos da proteína • Chaperones – proteínas que auxiliam no processo de enovelamento para a formação de estrutura secundária de outras proteínas Enovelamento incorreto • Balanço de síntese, enovelamento e depuração de proteínas • O enovelamento incorreto causa doenças degenerativas Ex: mal de Parkinson e Alzheimer Proteínas naturalmente desenoveladas • Proteínas humanas são ou possuem regiões desordenadas • Carecem de estrutura terciária ordenada • Ricas em aminoácidos hidrofílicos (Arg, Lys, Glu, entre outros) • Desprovidas de aminoácidos hidrofóbicos volumosos dificuldade em compactar • Proteínas regulatórias enovelam-se quando interagem com o alvo molecular Desnaturação de proteínas • Perda da estrutura tridimensional (funcional) • Detergentes MARÍLIA ARAÚJO – P1 • Alteração do pH e de temperatura Proteínas globulares • Proteínas assume uma forma aproximadamente esférica • A cadeia se enovela entorno de si mesma formando uma estrutura compacta • Geralmente solúveis em água • Mioglobina e Triose fosfato isomerase Proteínas fibrosas • Proteínas filamentosas com a cadeia distendida ao longo de um eixo • Função estrutural e de sustentação • Insolúveis em água • Colágeno (principal proteína de sustentação; tendões, cartilagens, matriz orgânica óssea e córnea) e Queratina (mamíferos tem 50 genes para alfa-queratina expressão tecido- específico; proteína do cabelo, pelos, unhas, chifres, garras, cascos e camada externa da pele; conteúdo de Cys forma alfa-queratina com diferentes graus resistência; forma uma hélice alfa a direita em um Coiled-coil: duas hélices alfa entrelaçadas) helicoidal • Fibroína (seda) Folha β - Presente em insetos e aranhas - Flexibilidade devido ao deslisamento dos planos de folhas Classificação das proteínas (composição) • Proteínas simples • Proteínas conjugadas: - Holoproteínas: proteína + grupo prostético - Apoproteínas: proteína sem o grupo prostético Funções das proteínas • Proteínas estruturais -São proteínas que servem para dar firmeza e proteção à organismos • Proteínas transportadoras - São as responsáveis por transportar especificadamente moléculas ou íons de um órgão para outro ou através das membranas celulares. Ex: albumina, hemoglobina • Proteínas de defesa - Defendem os organismos contra invasões de organismos estranhos • Proteínas contráteis ou de movimento - Contração de algumas células, mudança de forma e movimento de algumas células e contração muscular. • Catálise - Proteínas altamente especializadas e com atividade catalítica • Controle e regulação – atuam como sinalizadores (hormônios) e como receptores hormonais (levam sinais de uma célula para outra). Ex: insulina
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