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PÉ DE COQUE Pé de Coque Quantidade de coque que deve ser mantida ao nível da zona de fusão. Aumentando: dificulta fusão da carga metálica; Diminuindo: excessivo consumo de coque. Metal funde num nível mais baixo. Principais: Tamanho, carbono fixo, teor de cinzas, resistência, porosidade, umidade e voláteis. Tamanho: 1. Maior: aumenta o rendimento (diminui queima de CO); 2. Aumenta temperatura do forno; 3. Aumenta carburação. Rendimento térmico do coque é proporcional a sua resistência (maior resistência = menos quebra = menos partículas finas nos gases) Teor de cinzas: 1. Maior: baixa temperatura do forno; 2. Quanto menor a partícula do coque e maior o teor de cinzas, menor será a temperatura do metal líquido; 3. Menor carburação. CARACTERÍSTICAS DO COQUE COMPOSIÇÃO QUIMICA • CARBURAÇÃO: coque é a forma mais barata de se obter carbono; • Queima de silício; • Queima do manganês; • Absorção do enxofre do coque; CARBURAÇÃO • A carburação depende essencialmente da temperatura -> quanto maior a temperatura, maior a atividade do carbono (movimentação dos átomos) -> maior solubilidade de carbono resultando em maior carburação. • Por outro lado, quanto maior o teor de cinzas no coque, menor será a carburação (cinza do coque é ácida -> contém SiO2. Pode ser neutralizado pelo calcáreo (CaO) que é básico -> processo conhecido como lavagem do coque. • Altura cama de coque: determina a altura de carburação, ou seja, altura em que a gota de metal líquido entra em contato com o coque. Esta altura é função da produtividade ótima (só pode ser determinado através da experiência dia-a-dia): – Muito baixa: carga metálica sólida na zona de combustão (compromete o forno) -> engaiolamento, congelamento, etc.; – Muito alta: pouca carga metálica (baixa produtividade). QUEIMA DE SILÍCIO • Fatores que aumentam a queima do Si: – Oxidação da escória -> depende da cama de coque; – Basicidade da escória (baixa); – Temperatura alta; – Pouca sucata; – Adições com baixo teor de silício; – Alto percentual de manganês. Si + O2 -> SiO2 (ácido) + CaO = SiO2.CaO (básico) QUEIMA DO MANGANÊS • Fatores que aumentam a queima do Mn: Alta temperatura; Basicidade da escória (alta); Alto teor de Si. ABSORÇÃO DE ENXOFRE • Desejável: baixo enxofre. – Depende da temperatura do forno (cadinho), quantidade de coque, quantidade de sucata, teor de enxofre no coque. – Gás SO2 é absorvido pela sucata quando esta se encontra rubra (difusão); – Metal líquido goteja sobre as cinzas do coque. INJEÇÃO DE AR • O ar é injetado no cubilô com a finalidade de fornecer o oxigênio necessário à combustão do coque; • O volume de ar depende essencialmente do coque de fusão (características e quantidade); • Pode ser controlado através de medidores de vazão instalados na tubulação de ar do forno. O2 -> aumenta a temperatura da chama -> calor consumido é igual ao calor fornecido. C + O2 -> CO2 (o calor do CO2 é responsável pelo aquecimento de toda a carga metálica) Problema: Ar contém nitrogênio. C + O2 + 4N2 -> CO2 + 4N2 Parte do calor é usado no aquecimento do N2 Ar de sopro: 78% nitrogênio + 21% oxigênio + 1% outros gases. Injeção de O2 diminui a quantidade de nitrogênio melhorando o rendimento do CO2 -> melhora o rendimento do forno. Figura 3 – Efeito de diferentes métodos de injeção de oxigênio sobre a temperatura do metal. EFEITO NA TEMPERATURA DO METAL • Temperatura alta: • Melhor vazão de ar; • Alto teor de coque; • Tamanho do coque grande; • Tipo de coque; • Temperatura do ar alta; • Alto percentual de sucata; • Cadinho mais baixo (altura); • Injeção de oxigênio. Variação da temperatura em função da quantidade de ar injetada INJEÇÃO DE OXIGÊNIO Objetivo: aumentar a produção horária • Método mais usado é injeção diretamente nas ventaneiras; • Aumento direto da temperatura; • Diminuição do consumo de coque; • Pré-aquecimento do ar de sopro; • Aumento da temperatura das reações (maior temperatura do ferro líquido); • Vantagens: 1 - Maior carburação; 2 - Maior percentual de silício; 3 - Menor percentual de enxofre. Diagrama Reticular para Forno Cubilô Controle da Fusão • 1 – Acender o Cubilô: – Operação 1: acender o coque; – Operação 2: fechar a porta de acendimento; – Operação 3: iniciar o carregamento; – Operação 4: pré-aquecer o cadinho; – Operação 5: ligar o ar. SECAGEM E AQUECIMENTO DO FORNO • A secagem deve ser lenta (evita trincas no revestimento refratário ou na soleira). • Usual fazer-se a secagem por meio da queima de madeira ou maçarico. • Para tal, através da porta de trabalho, carrega-se pequena quantidade de madeira e deixa queimar lentamente. Nesta fase da secagem a combustão é ativada tão somente pela tiragem natural, já que as vigias devem permanecer abertas. Após um determinado tempo (uma hora), pode-se adicionar mais madeira numa altura superior ao plano das ventaneiras, e ativar a combustão por meio de ar comprimido ou usando-se uma derivação de ar do próprio ventilador. Controle da Fusão Controle da Fusão • Aquecimento do forno leva 4 a 6 horas (tempo insuficiente de aquecimento -> baixa temperatura do ferro fundido -> pode solidificar na bica de sangria e impedir o prosseguimento da fusão. Estabilização do Pé de Coque • Para verificação da altura do pé de coque emprega-se uma barra de aço (marcado) ou então uma corrente com um peso na extremidade. • Alto: ligar o ventilador para queimar excesso de coque; • Baixo: carregar coque até altura correta (ligar ventilador para acender coque carregado). Carregamento • Adicionar sobre a cama de coque uma camada de calcáreo (usado para escorificar as cinzas do pé de coque); • Seqüência de carregamento: 1- calcáreo; 2- coque; 3- materiais metálicos (É importante repetir sempre a mesma seqüência.) • Materiais metálicos devem ser carregados na ordem decrescente do seu ponto de fusão, ou seja, sucata de aço, retorno, gusa e ferro-ligas. Início de Fusão • Depois de completamente carregado, liga-se o ventilador dando início ao sopro; • Deve-se deixar os furos de sangria e de escória abertos para melhorar o aquecimento (secagem) do refratário nesta região, facilitando a primeira sangria. (operação de fechamento só é feita quando o metal líquido ou escória começa a sair pelo furo de sangria). SANGRIA E RETIRADA DA ESCÓRIA • Em condições normais de operação: ferro líquido pode ser retirado 10 a 15 minutos após o início do gotejamento. • Faixa de temperaturas de operação (sangria): 1450 – 1530°C. • Durante toda a operação deve-se constantemente controlar o estado das ventaneiras, a quantidade de ar, bem como a seqüência de carregamento, afim de que estas variáveis não venham a afetar a marcha do forno e consequentemente a qualidade do ferro fundido. A Escória Os resíduos de materiais não metálicos produzidos no forno cubilô podem se originar: 1. Das cinzas do coque; 2. Da areia aderida a carga; 3. Dos produtos de oxidação; 4. Do revestimento refratário desgastado durante a fusão COMPOSIÇÃO DAS CINZAS DO COQUE CaO MgO SiO2 Al2O3 Fe2O3 SO3 P2O5 Álcalis Faixa 1 - 5% 1 - 2,8% 39 - 44% 27 - 39% 8 - 14% 0,5 - 5,5% 0,3 - 1,0% 3 - 5% Média aprox. * * * * 11% 3% 0,70% 4% TOTAL 18,70% A escória com essa composição tem um ponto de fusão aproximado de 1700°C. • Uma carga metálica muito suja é uma fonte de escória considerável. Produtos de Oxidação • Óxido de ferro (FeO): depende das condições oxidantes e redutoras dentro do forno. Excesso de ar soprado, baixa quantidade de coque, má qualidade do coque são fatores que tendem a produzir maior quantidade de FeO. É aconselhável não ultrapassar os 2%; • Óxido de manganês (MnO): oxidação do Mn contido no ferro; • Óxido de silício (SiO2): proveniente das cinzas do coque, do refratário e da oxidação do Si contido no ferro Areia Aderida a Carga Revestimento Refratário • O refratário que se desgasta durante a fusão é outra fonte importante de escória.Características e Influências da Escória • Uma escória pode ser ácida, básica ou neutra (dependendo da sua proporção constitucional). Escória COMPOSIÇÃO QUIMICA DAS ESCÓRIAS DO CUBILÔ Grau de do Cubilô SiO2 Al2O3 CaO FeO MnO MgO P2O5 S F2 Basicidade ácido 45 - 50 5 - 18 20 - 40 2 - 10 1 - 5 0,5 - 2,0 0,05 - 0,25 0,1 - 0,5 * 0,3 - 1,0 básico 27 - 35 4 - 7 40 - 54 0,5 - 1,5 0,3 - 2,5 4 - 7 * 1,0 - 1,4 1,5 1,4 - 2,3 26 - 35 7 - 9 32 - 35 2,2 - 2,9 0,6 - 1,7 17 - 28 * * * 1,5 - 2,3 Grau de Basicidade • As escórias são consideradas como ácidas ou básicas, de acordo com a relação: Grau de Basicidade = CaO + MgO SiO2 Onde serão ácidas se a relação for menor que 1 e básica se for maior que 1. Grau de Basicidade • As escórias básicas tem propriedades desfosforante, dessulfurante e solvente das cinzas do coque superiores as escórias ácidas; • Ponto de fusão da escória: + 1700°C (mais alto que a temperatura de operação do forno: 1450 a 1530°C); • Necessita da adição de um FUNDENTE: tem por finalidade abaixar o ponto de fusão (+ 1450°C) da escória melhorando sua fluidez. Avaliação da Escória • Pode-se melhorar a ação dos fundentes para se obter escória mais fluida fazendo-se adição de compostos ativadores (compostos fluorados e alcalinos). • Escória não ativada: é pegajosa e adere ao coque (coque não queima completamente)-> produz ferro mais frio, maior consumo de coque e metal oxidado. • Escória ativada: é mais fluida e não adere ao coque (coque queima completamente) -> composição mais uniforme, menor consumo de coque, melhor carburação do ferro e redução no teor de enxofre. Inspeção da Marcha de Fusão • Numa fusão correta, o ferro líquido deve cair em frente às ventaneiras em gotas perfeitamente separadas umas das outras; • A tonalidade das gotas de ferro devem ser mais claras que a do coque incandescente ao seu redor; • Se as gotículas de ferro são mais escuras que o contorno do coque, indica que a quantidade de coque é insuficiente; • Quando ao gotas de ferro são alongadas com filamentos claros e escuros alternadamente, significa que a cama de coque está sendo consumida rapidamente (excesso de ar de sopro); • Filamentos totalmente escuros (mais que o coque) indicam uma fusão fria ou oxidada por excesso de ar ou falta de coque. VANTAGENS DO CUBILÔ • Alta produtividade; • Menores custos de energia e sucata: – Coque é mais barato que eletricidade; – Sucata pode estar suja, enferrujada ou gavanizada; • Ferro obtido possui altas propriedades metalúrgicas: – Auto carburação; – Auto inoculação. DESVANTAGENS DO CUBILÔ • Linhas de moldagem devem ser compatíveis com a campanha do forno; • Reações físico-químicas complexas; • Necessita pessoal qualificado para operar; • Trabalha com apenas um tipo de liga; • Grande número de variáveis na operação do forno; • Gera grandes quantidades de escória. CUBILÔ DE AR QUENTE • O aquecimento do ar (acima de 500°C) é a técnica mais eficiente para melhorar o desempenho do cubilô. Vantagens: – Redução da porcentagem do coque; – Aumento da temperatura do coque; – Aumento do teor de carbono no ferro fundido; – Pode-se aumentar a porcentagem de aço nas cargas. Principais Efeitos do Ar quente • Melhora rendimento térmico do cubilô em aproximadamente 10%; • As temperaturas mais altas favorecem uma atmosfera menos oxidante que reduz as perdas por fusão e faz aumentar a carburação (carbono do coque); • Permite a obtenção de ligas com baixo teor de enxofre e alto teor de carbono. Principal Desvantagem • Necessita de instalações mais caras, tanto na montagem quanto na manutenção. TRATAMENTO DOS GASES DO CUBILÔ À SECO: • Separação de partículas grosseiras antes da câmara de combustão: - Ciclone com refratário; - Partículas de coque, calcáreo, zinco -> reinjeção nas ventaneiras -> para enriquecer carga em zinco. • Queima do gás (900 a 1000°C); • Trocador de calor: - Pré-aquecimento do ar de combustão; - Limpeza do trocador feita com esferas metálicas (3 a 4 mm). • Resfriador do ar: - Diluição com ar -> maior volume a ser filtrado; - Tubos com água (75 a 95°C); RESFRIAMENTO DOS GASES COM TERMO-ÓLEO • Gases do trocador de calor são resfriados por termo-óleo; • Emprega temperaturas de 150 – 180°C no óleo; • Gases entram com 800°C e saem com + 210°C. • Termo-óleo: - Menos corrosão que tubulação com água; - Óleo a 100 – 200°C. • Filtragem do gás: - 150 a 160°C; - 0,5 a 0,8 m³/m².min; - Eliminação de Zn, Cl, S (devido maior área do filtro). Problemas Durante Operação do Forno • Principais perturbações que podem ocorrer durante a operação do forno cubilô: – Engaiolamento; – Sopro Frio; – Solidificação do Ferro Fundido no Furo de Sangria; – Vazamento de Ferro Fundido pela Soleira; – Coroa de escória. Engaiolamento • Aprisionamento da carga na cuba, impossibilitanto a sua descida. Causado pelo carregamento de carga metálica muito grande em relação ao diâmetro interno do forno; • Pode causar queima excessiva da cama de coque e surgimento de carga sólida próximo as ventaneiras -> baixa temperatura do ferro na bica de sangria e perdas por oxidação (Mn, Si); • Possíveis soluções: – abrir e fechar rapidamente a válvula de regulagem do ar (repetidas vezes); – Desligar o ar, abrir as vigias e forçar a descida da carga com uma barra de aço introduzida pela porta de carga. Sopro Frio • É caracterizado pelo aparecimento de carga sólida em frente às ventaneiras. Causado pelo excesso de ar de sopro ou quantidade insuficiente de coque de fusão; • Causa abaixamento da temperatura do ferro e elevada oxidação; • Possíveis soluções: – Carregar coque intermediário; – Reduzir a quantidade de ar; – Aumentar a quantidade de coque de fusão mantendo a mesma quantidade de ar. Solidificação do Ferro Fundido no Furo de Sangria • Também chamado de “congelamento” ocorre devido a baixa temperatura do banho líquido. Geralmente é causado pelo pré-aquecimento inadequado do forno; • Se o forno possui bica de sangria auxiliar, deve- se abrir imediatamente e operar com a mesma até que ocorra a fusão do ferro na bica de sangria principal; • Possível solução: – Desobstruir o furo de sangria por meio de uma lança de oxigênio introduzida pelas ventaneiras. Vazamento de Ferro Fundido pela Soleira • Ferro vaza pela porta de descarga. Ocorre quando a soleira é mal preparada ou sacada muito rapidamente; • Possível solução: – Se o vazamento for pequeno pode ser fechado por meio de tampões de argila (deve- se retirar todo ferro fundido do interior do forno antes desse procedimento). Colocar uma chapa de aço contra a massa de argila e comprimi-la por meio de uma escora; Coroa de escória • Solidificação da escória acima do plano das ventaneiras reduzindo o diâmetro do forno. É causado pela temperatura de fusão da escória muito alta ou pela baixa velocidade de ar nas ventaneiras; • Possível solução: – Adicionar pequena quantidade de fluorita que dissolve rapidamente o anel de escória; – Alterar o formato das ventaneiras; – Modificar a composição da escória/aumentar a quantidade de calcáreo. CARGA BASE PARA CUBILÔ Varia em função das exigências do produto final. O ferro base comum tem a seguinte composição: • C = 3,5 a 3,7% • Si = 1,0 a 1,5% • Mn = 0,2 a 0,5% • P = 0,1% máx. • S = Mínimo possível Carga para cubilô ácido: • 40 a 50% de gusa; • 30 a 40% de sucata de aço; • 20 a 30% de retorno; Carga para cubilô básico: • 10 a 30% de gusa; • 50 a 70% de sucata de aço; • 20 a 30% de retorno; CARGA BASE PARA CUBILÔ Forno Cubilô GHW com capacidade de 25 T/h. Cubilô ácido com injeção de ar quente nas ventaneiras (+ 600°C) enriquecido com oxigênio. • Retorno de ferro fundido cinzento: 50 a 70%; • Sucata forjada (alto cromo) ou sucata comum solta: 30 a 50%; • Calcáreo: 6% • FeSi: correção; • SiC: 2,5%; • Coque: 14% (aprox. 300Kg). OBS: Gusa não é mais utilizado devido ao alto custo.
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