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Coagulação sanguínea

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Matheus Malheiros – Medicina 2 semestre 
 
Coagulação sanguínea: 
 
 HEMOSTASIA: Série complexa de fenômenos biológicos que ocorre em imediata resposta a 
lesão em um vaso sanguíneo com o objetivo de deter uma hemorragia. 
- Fases da hemostasia: 
a) Hemostasia primária: Ativação plaquetária. 
b) Coagulação (hemostasia secundária): Mediado por fatores (produzidos principalmente pelo 
fígado) e onde ocorre a cascata de reações enzimáticas. 
c) Fibrinólise: Quebra da rede de fibrina. 
 
HEMOSTASIA PRIMÁRIA: Depende da atividade plaquetária. 
- Fases da homeostasia primaria: 
a) adesão plaquetária 
b) ativação plaquetária. 
C) agregação plaquetária 
 
- Plaquetas: As plaquetas são originadas de fragmentos de parte da membrana do 
megacariócito (célula formada na medula óssea). Logo, as plaquetas não são células. 
. Duram de 7 a 10 dias na circulação sanguínea. 
. São estimuladas pelo hormônio eritropoetina produzidos pelos rins e fígado. 
. Essas plaquetas, originadas de uma célula anucleada, possuem uma membrana plasmática 
repleta de receptores importantes para o processo de coagulação. 
. As plaquetas apresentam grânulos alfa e grânulos densos (delta). 
. Grânulos denso: Possuem ADP, íons cálcio e tromboxano a2. 
. 
. Quando ocorre uma lesão endotelial, o espaço subendotelial passa a estar exposto para as 
plaquetas. 
. Alguns receptores dessas plaquetas (glicoproteínas – 1B/59 - externamente) possuem 
 
Matheus Malheiros – Medicina 2 semestre 
 
AFINIDADE com algumas substâncias presentes nesse espaço sanguíneo (fibra colágena e fator 
Von Willebran). Indivíduos que não possuem o fator Von Willebran apresentarão problemas de 
coagulação. 
. Desse modo, ocorre a ativação plaquetária (Grânulos densos também), o espraiamento e a 
adesão das plaquetas. 
. Quando a ativação ocorre, as plaquetas degranulam algumas substancias atrativas de outras 
plaquetas (tromboxano a2 e adp) e consequentemente ativando essas outras. 
. As plaquetas vão se aderir umas as outras através do fibrinogênio circulante (cofator de 
ligação) pelas glicoproteínas ativas da membrana de cada uma. 
OBSERVAÇÃO: As plaquetas possuem uma glicoproteína internamente (2B/3A): Quando ocorre 
essa ativação plaquetária, essa glicoproteína interna vai para a membrana das plaquetas 
(promovendo a agregação plaquetária). 
 
OBSERVAÇÃO: Antes da lesão, existem alguns fatores, principalmente secretados pelas células 
endoteliais, que impedem qualquer ativação plaquetária, não sendo interessante para esse 
endotélio o possível congestionamento do fluxo sanguíneo. Além disso, enquanto não houver 
lesão as plaquetas não “enxergam” as substâncias do espaço subendotelial. Portanto, sem 
lesão, não há como ter ativação plaquetária e por conseguinte não há como ter o 
espraiamento e a adesão dessas plaquetas. 
O endotélio libera: Prostaglandinas, óxido nítrico (vasodilatadores). Além disso, possui carga 
elétrica que vai repelir essas plaquetas. 
. Vale ressaltar que o objetivo principal da ativação plaquetária é a agregação dessas 
plaquetas. 
OBSERVAÇÃO: Alguns fármacos podem atrapalhar a hemostasia primária, como por exemplo a 
aspirina que inibirá a enzina “cox” que é primordial para a formação final do tromboxano a2 e 
consequentemente a agregação plaquetária será atrapalhada. 
 
 HEMOSTASIA SECUNDÁRIA: Vai ser importante pois formará a fibrina que será 
fundamental para garantir que não ocorra vazamento. Forma-se uma “malha” sob as 
plaquetas. 
A hemostasia secundária começa a partir da agregação plaquetária e tem 2 caminhos: Via 
Extrínseca e Via Intrínseca (As 2 desembocam na trombina). 
1. Via Extrínseca: DEPENDENTE DE EXPOSIÇÃO – INICIA FORA DO VASO SANGUINEO. 
a) Começa a partir do fator tecidual quando ocorre a lesão no vaso e o FT é 
exposto no lúmen desse vaso. 
b) fator VII circulante no sangue 
c) O Fator VII só será ativado a partir do fator tissular (fator III). 
 
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d) O fator III encontra-se no interior dos vasos sanguíneos (camada muscular e 
regiões próximas) e só será liberado a partir, por exemplo, de uma lesão 
vascular. 
e) O fator III se agregará ao fator VII. Com isso, os 2 serão ativados formando o 
fator X. 
f) O fator X se ligará ao fator V formando o complexo protrombinase. 
g) O complexo protrombinase transforma protrombina em trombina. 
h) A trombina transformará fibrinogênio em fibrina que servirá de malha para as 
plaquetas, visando garantir o não vazamento de sangue. 
 
2. Via Intrínseca: DEPENDENTE DE CONTATO – INICIA DENTRO DO VASO COM OS 
FATORES CIRCULANTES 
a) Começa quando a PK, o HWHK, fator XI e XII são expostos a cargas negativas do 
vaso lesado ("fase de contacto") 
b) A pré-calicreína então converte-se em calicreína e ativando o fator XII. 
 
c) O fator XI se liga e ativa o fator IX. 
d) O fator IX se liga ao fator VIII formando o fator X (fator comum as 2 vias). 
e) O fator X se liga ao fator V formando o complexo protrombinase. 
f) Esse complexo transforma protrombina em trombina que transformará 
fibrinogênio em fibrina formando a malha. 
OBSERVAÇÃO: O fator VIII também servirá para estabilizar essa “malha” de fibrina sobre as 
plaquetas ativadas. 
A via extrínseca é mais rápida que a via intrínseca (produz fibrina mais rápido). Por isso os 
fatores da via extrínseca vão ajudar a ativar os fatores da via intrínseca. 
EX: 
O fator X ativado da via extrínseca vai ajudar a ativar o fator IX da intrínseca. 
A trombina da via extrínseca induz a ativação dos fatores V, VIII, XI, X E XI da via intrínseca. 
- Fibrinólise: Ocorrerá a lise na “malha” de fibrina fazendo com que a homeostase se assegure. 
 
 CELL-BASED MODEL: Indivíduos que não possuem fator VII não tem comprometimento no 
tempo de coagulação, e esse modelo demonstra isso. 
- Fases: 
a) INICIAÇÃO: Ocorre fora do vaso sanguíneo. 
. Fibroblastos que se encontram no espaço subendotelial (fora do vaso sanguíneo) expressam o 
Fator Tecidual (FT). 
 
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. Após a lesão endotelial, ocorre a hemostasia primária e a partir dai outros fatores que estão 
no sangue “percebem” o que ocorreu. 
. O fator VII encontra o FT na membrana plasmática do fibroblasto formando um complexo 
enzimático. 
. O complexo enzimático, ativa o fator IX. 
. O fator IX ativado promove o amadurecimento de plaquetas. 
. O complexo enzimático também ativa o fator X, que por sua vez ativa um pouco do fator V. 
. Fator X + Fator V = Complexo protrombinase. 
. O complexo protrombinase converte forma um pool de trombina a partir de protrombina. 
b) AMPLIFICAÇÃO: A trombina vai ser importante nessa fase. 
. A trombina vai continuar o processo de ativação das plaquetas. 
. Ativa o fator VIII a partir da clivagem do fator Von Willebran. 
. Com isso, o fator VIII se liga a superfície da plaqueta ativada. 
. A trombina produz mais fator V. 
. O fator V também se liga na superfície da membrana da plaqueta ativa. 
. A trombina também ativa o fator XI que estimula a atividade do fator IX que se ligará a 
membrana das plaquetas. 
. Nesse modelo, quem ativa fator XI é a trombina e não o fator XII e por isso sua falta não 
apresenta diferenças no processo de coagulação. C) PROPAGAÇÃO: 
. Fatores VIII e IX ativos nas membranas das plaquetas formam o complexo tenase. 
. Complexo tenase ativa o fator X novamente que agora se ligarão a membrana plaquetária. 
. Fator X + Fator V = Complexo protrombinase (AGORA NAS PLAQUETAS E NÃO EM OUTRAS 
CÉLULAS). 
. ANTES = MENOR QUANTIDADE E MENOR DINAMISMO DE COMPLEXO PROTROMBINASE. 
. Complexo protrombinase + protrombina = Trombina. 
. Trombina + fibrinogênio = Fibrina. 
. Fibrina se polimeriza, fica insolúvel e forma o coágulo. 
. Fibrina vai ser estabilizada pelo fator XIII ativado. D) 
FINALIZAÇÃO:
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. Os anticoagulantes servem para limitar o sítio de lesão para evitar a oclusão trombótica do 
vaso. 
. Assim que começa a fase de iniciação, a produção de anticoagulantes também inicia para que 
a homeostase seja rapidamente reestabelecida. 
. Deve-se haver um equilíbrio entre pró-coagulantes e anticoagulantes (gangorra). 
. Pró-coagulantes = Fatores anteriores. 
. Anticoagulantes = Antitrombina III; TFPI; PROTEINA S; PROTEINA C. 
. Queda de anticoagulantes pode significar formação de trombos muito lesivos. 
. A heparina vai potencializar a antitrombina III potencializando seus efeitos no sangue. 
. TFPI = São produzidos por células endoteliais e inibe a atividade do complexo formado pelo 
Fator VII + FT. 
. PROTEINA C E S = São ativadas pela trombina, cliva fator VIII e atividade do fator V 
impedindo a continuidade dessa via. 
. Antitrombina III = Ativada pela trombina e inibe a via da trombina.

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