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CEDERJ – CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO CURSO: Administração DISCIPLINA: Planejamento e Gestão de Projetos CONTEUDISTA: Pítias Teodoro Setembro de 2011 2 Curso: Administração Disciplina: Planejamento e Gestão de Projetos Conteudista: Pítias Teodoro UNIDADE 2: Processos e Ferramentas de Gestão de Projetos AULA 6 – Processo de iniciação META Apresentar o processo de iniciação como aquele que define e autoriza o projeto ou uma fase de um projeto. OBJETIVOS 1. Definir a função do processo de iniciação de um projeto 2. Apresentar os requisitos necessários – as entradas – para realizar o processo de iniciação 3. Apresentar os resultados – as saídas – do processo de iniciação que servirão como insumos para o processo de planejamento 1. INTRODUÇÃO Nas próximas cinco aulas, incluindo essa, serão discutidos os processos que compõem o Ciclo de Vida de um projeto – Iniciação; Planejamento; Implantação; Controle e Finalização. Tratam-se dos esforços que serão empreendidos para que o produto de um projeto seja realizado. Os processos de gerenciamento de projetos estão ligados pelos objetivos que produzem. Em geral, as saídas de um processo se tornam entradas para um processo subseqüente. Os processos raramente são eventos distintos ou únicos; eles são atividades sobrepostas que ocorrem em diversos níveis de intensidade durante todo o projeto. A Figura 6.1 ilustra como os grupos de processos interagem e o nível de sobreposição em momentos diferentes dentro de um projeto (PMBOK, 2004). 3 Figura 6.1 – Interação de grupos de processos em um projeto Fonte: PMBOK, 2004. Para ilustrar a aplicação dos conceitos que serão apresentados, será tomado como base o caso hipotético da empresa TANAMODA. Trata-se de uma pequena indústria que, desde sua constituição, sempre atuou como fornecedora de matéria-prima – malhas – para empresas de confecção. Os processos produtivos estão consolidados e há uma política instituída na empresa que obriga a revisão periódica dos processos bem como a substituição dos equipamentos tão logo o seu valor contábil fique nulo. Assim, a possibilidade de melhoria dos resultados da TANAMODA está associada, basicamente, na expansão de sua base de clientes e o conseqüente aumento de produção e vendas. Todavia, em função do crescente aumento da concorrência no setor isso não tem sido possível. A empresa tem conseguido apenas manter seu atual nível de atividade, perdendo participação relativa do mercado em que atua – empresas de confecção de pequeno porte localizadas quase em sua totalidade na região Sudeste do Brasil. Na expectativa de reverter essa situação e melhorar os resultados da TANAMODA o gerente e um dos proprietários chegaram à conclusão que uma boa alternativa seria diversificar suas atividades. Por meio da verticalização da atuação da empresa ambos acreditam que, se passarem a atuar também no segmento de produção de roupas, a posição financeira da empresa pode evoluir. Apesar de não atuarem nesse segmento do mercado o conhecem em função do longo convívio com proprietários de empresas de confecção. 4 Também contribui para essa iniciativa o fato de que estimam que a margem de lucratividade da TANAMODA, quando comparada com as empresas de confecção de roupas, é bem menor Para discutir a iniciativa, o sócio e o gerente marcaram uma reunião com o segundo sócio quando expuseram sua idéia. Entretanto, ao receber a proposta o sócio mostrou-se arredio à diversificação. Não concordou com a proposição apresentada – atuar na produção de roupas do segmento de sportware. Seu argumento é de que a TANAMODA passará a concorrer com empresas que hoje são seus clientes e que os possíveis ganhos com a diversificação das atividades podem não compensar as possíveis perdas de vendas junto a clientes de longa data. Para ele as ações deveriam ser direcionadas para ampliar a participação no mercado em que já atuam e, portanto, têm mais conhecimento. Os autores da proposta concordaram que as preocupações do segundo sócio tinham fundamento, mas valeram-se do argumento de que as margens bem maiores do segmento de roupas, quando comparados com o de matérias-primas, iriam ser compensadoras. Em seu ponto de vista, se a empresa fosse estruturada em dois setores: 1) Indústria e comércio de matérias-primas e 2) Indústria e comércio de confecções, o primeiro setor sofreria uma baixa no volume de produção, mas essa redução seria compensada com os ganhos do segundo setor. No final, a empresa teria um melhor resultado. O segundo sócio concordou que isso era possível, mas não estava convicto de que esse resultado era factível. O único consenso dos sócios foi o de que era necessário fazer alguma coisa para alterar a situação mercadológica da TANAMODA antes que isso se refletisse de forma irreversível em seus demonstrativos financeiros, comprometendo seu patrimônio e rentabilidade, mas não chegaram a um acordo de como. Tomando por base a preferência de cada um dos sócios para lidar com a situação concluiu-se que eram necessárias mais informações para que a discussão evoluísse e fosse tomada uma decisão acerca da expansão das atividades da empresa tendo, a princípio, duas opções: 1) Reforçar a posição da empresa no atual nicho de mercado e 2) Diversificar a atuação da empresa passando a produzir roupas no segmento de sportware. Diante do exposto, o gerente da empresa foi incumbido de realizar os estudos necessários para dar subsídio à decisão dos sócios da TANAMODA. Como primeira tarefa, foi solicitado ao gerente que apresentasse um plano de trabalho para realizar a tarefa. Após a reunião que tivera para discutir o assunto o gerente saíra um tanto atordoado com a decisão dos proprietários: buscar as informações para dar suporte à decisão de como a empresa que trabalhara tantos anos iria atuar dali pra frente. 5 Embora tivesse todos os conhecimentos acerca das atividades do dia a dia da empresa ficou preocupado com a situação. Tinha a idéia geral do que era necessário apresentar ao final dos trabalhos mas a verdade é que não sabia nem por onde iria começar. Passou alguns dias pensando no assunto, fazendo algumas anotações, buscando identificar quais eram os aspectos que deveriam conter o tal estudo. Como não chegava a nenhum lugar, e também não queria dividir seus problemas com os proprietários logo nas primeiras dificuldades, fez contato com um companheiro de faculdade para discutir o assunto. Expôs o problema e sua dificuldade em resolvê-lo. Na realidade, em seu ponto de vista a situação era muito grave: não sabia como começar. Já conversavam algum tempo sobre o assunto quando um dos dois percebeu que a situação que estava sendo discutida deveria ser tratada como um projeto – objetivo específico, prazo e custos determinados dentro de um padrão de qualidade. Procuraram informações específicas sobre o assunto, inclusive o material da disciplina que cursaram durante a graduação – Planejamento e Gestão de Projetos – na busca por um apoio. Após algumas consultas não tiveram dúvidas: estavam diante de uma situação que poderia ser resolvida por meio da elaboração de um projeto. Após o reconhecimento das condições para realização de um projeto fizeram a primeira ação estruturada com o objetivo de elaborar um projeto. Começaram a refletir sobre quais ações e resultados seriam associados a cada uma das fases do Ciclo de vida de um projeto: 1) Iniciação; 2) Planejamento; 3) Execução; 4)Controle e 5) Finalização, cujos aspectos teóricos para suportar cada uma das ações necessárias para vencer o ciclo de vida e chegar ao parecer que os proprietários da empresa solicitaram serão apresentados nas próximas aulas. Começaram as atividades a partir da organização das informações que o gerente havia coletado no período compreendido entre a reunião na qual fora designado gerente de um projeto até o momento daquele encontro com seu contemporâneo de faculdade. 2. PROCESSO DE INICIAÇÃO No início da realização de um projeto sua definição é bastante abrangente e vai sendo detalhada na medida em que o projeto vai sendo executado. Trata-se de um processo progressivo que vai sendo executado por meio de etapas, passos, incrementos iterativos. Quando a tarefa de gerenciar um projeto é assumida, um grande desafio é definir claramente os produtos e ou serviços relacionados aos objetivos do projeto, que serão entregues ao patrocinador/cliente, estabelecendo o escopo do trabalho que deve ser realizado pela equipe do projeto para a geração dos mesmos. Esses produtos e ou serviços algumas 6 vezes chamados de entregas, são usualmente denominados derivables (subprodutos, resultados principais, entregáveis ou entregas) pela comunidade de gerenciamento de projetos (XAVIER, 2009). Tratam-se de resultados parciais que ao longo do projeto marcam a finalização de uma etapa do projeto e que irão referenciar as atividades a serem realizadas ao longo de seu ciclo de vida. A última entrega parcial irá concluir o projeto. Início do Verbete Derivables: O PMBOK define “derivables” como qualquer resultado mensurável, tangível e verificável que deve ser produzido para completar um projeto ou parte dele. Fim do Verbete O objetivo principal de um projeto deve ser, na medida do possível, simples e claro de forma que seja de fácil compreensão por todas as pessoas interessadas. Deve criar condições para que seja possível antever, ainda que de forma geral, os recursos (pessoas e insumos) e ações necessários em sua concepção e realização. Keelling (2002) chama a atenção para o fato de que objetivos definidos a partir de termos vagos, tais como, “satisfatório”, “rápido”, “grande”, “pequeno” etc., pode gerar problemas. Estes termos podem ser interpretados de formas diferentes e, eventualmente, o que é “satisfatório” para uma pessoa pode não ser para outra. Então, deve-se evitar o uso destes termos para que não haja interpretações conflitantes e ou inadequadas quanto às características das entregas que irão materializar o projeto. Sem um parâmetro claro e mensurável não é possível verificar, de forma conclusiva, se o objetivo de uma etapa, ou mesmo o principal, de um projeto foi plenamente alcançado. Podemos ilustrar essa situação por meio de um exemplo: Considere que o gerente de uma equipe de vendas comunica aos colaboradores o seguinte objetivo: “aumentar o volume de vendas”. A forma utilizada é exatamente como um objetivo não deve ser apresentado. Um colaborador mais atento poderia questionar: “Quanto tem que aumentar?”, ou ainda, “Qual o prazo para que o aumento seja realizado?”, ou ainda, “Aumentar as vendas tomando por base qual período? Mês passado? Ano passado?”. Verifica-se que o objetivo apresentado pelo gerente não é claro e não possui os elementos necessários para verificar se o mesmo foi atingido. Da forma como apresentado qualquer aumento nas vendas que viesse a ocorrer poderia, pelo ponto de vista dos vendedores, ser entendido como suficiente para atender ao objetivo proposto e, pelo ponto de vista do gerente, como inadequado porque poderia considerar que o aumento realizado não 7 atendeu às suas expectativas. Da forma como foi exposto, o objetivo dá margem para que as partes envolvidas tenham interpretações distintas para um mesmo enunciado. Keelling (2002) destaca que um objetivo bem definido deve conter: um tema; um ponto de partida (situação no começo); um resultado-alvo (situação na conclusão do projeto); um resultado de qualidade (padrões essenciais do resultado); uma data ou prazo para início e uma data definida para conclusão. Então, para que o objetivo “Aumentar o volume de vendas” ficasse mais adequado poderia ser apresentado, por exemplo, da seguinte forma: “Aumentar o volume de vendas da empresa em 5%, no ano de 2011, em relação ao volume comercializado em 2010”. Poderia inclusive ter uma observação: “Os colaboradores que não faziam parte da equipe de vendas em 2010 terão como referência a média de vendas da equipe naquele período”. Dessa forma, tanto os vendedores como também o gerente da equipe, teriam como acompanhar a evolução dos resultados empreendidos e realizar os ajustes, caso necessário, para chegar ao objetivo traçado dentro do prazo definido. Em relação aos aspectos apresentados por Keelling verifica-se que o objetivo após o ajuste: “Aumentar o volume de vendas da empresa em 5%, no ano de 2011, em relação ao volume comercializado em 2010” traz o tema – vendas; define o ponto de partida – volume de vendas em 2010; apresenta um resultado alvo – aumento no volume de vendas; traz um padrão essencial do resultado – 5% acima da venda do ano anterior; além das datas para início e término – 1 de janeiro e 31 dezembro de 2011. Da forma como apresentado, ficou claro para os envolvidos em realizar e ou gerenciar as atividades, quais são os parâmetros de referência, resultados a serem obtidos e o prazo para que os mesmos sejam apresentados. Muitas vezes as ações para definir os objetivos de um projeto são realizadas fora do escopo de controle do projeto. Isso ocorre porque, na medida em que encontros e reuniões são realizados entre os interessados em um projeto, seus parâmetros vão sendo definidos, ainda que o projeto não exista formalmente. Esta situação ocorreu no caso da TANAMODA, apresentado no início dessa aula. Os objetivos a serem atendidos forram definidos em uma reunião aonde o gerente da empresa e seus dois proprietários discutiam formas de alterar, positivamente, seus resultados globais. Naquele momento estavam sendo traçadas as bases para a definição do objetivo de um projeto que ainda nem existia. O Termo de Abertura do Projeto – Project Charter – é que autoriza seu início e a partir da elaboração desse documento é que é formalizada a existência do projeto. Devemos destacar que muitas vezes realizamos atividades que podem ser tratadas como projetos mas 8 que não passam pelo processo de formalização, entretanto, essa situação não deveria existir em um ambiente organizacional. Com o intuito de registrar e formalizar as iniciativas que serão tratadas como projetos a organização responsável por sua elaboração e ou execução pode ter iniciativas junto a dois públicos distintos: clientes internos e clientes externos. Os procedimentos para definição dos aspectos gerais de um projeto para esses casos são distintos, entretanto, em ambos os casos o documento que vai autorizar o início do projeto é o Termo de Abertura de Projeto. Quando o projeto é realizado por integrantes da própria organização interessada em seus resultados, após a aprovação da realização do projeto nas devidas instâncias há a emissão da Autorização de Início de Projeto. Quando o projeto é realizado por uma organização contratada há a formalização das obrigações por meio de emissão e assinatura de um contrato e a posterior emissão da Autorização de Início de Projeto. Este documento é resultado das informações colhidas junto ao interessado no projeto e inicialmente registradas em documentos tais como Ficha de Atendimento, Cadastro de Cliente e ou Proposta de Projeto. Entretanto, nem sempre o processo de iniciaçãoé linear e simples como expresso. Por vezes, envolve tantos aspectos que podem durar anos sem que seja concluído. Isso pode ser ilustrado pela situação apresentada no boxe de curiosidade. Início do boxe de curiosidade O projeto de ligação das regiões metropolitanas de Rio de Janeiro e São Paulo por meio de trens de alta velocidade tem sido objeto de estudo desde 1981. Nesse sentido, foram realizados estudos em 1982, 1986, 1987, 1995 e, em 2004, a empresa italiana Italplan desenvolveu um estudo indicando a possibilidade de realização de um projeto de ligação ferroviária entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, sem paradas intermediárias, por meio de concessão à iniciativa privada. Definida a forma de exploração do trecho o governo brasileiro está iniciando o processo de licitação para concessão da exploração do serviço de transporte ferroviário de passageiros ligando as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas por um sistema de trens de alta velocidade – TAV. As informações reunidas no site http://www.tavbrasil.gov.br apresentam uma visão geral sobre os estudos realizados com vistas à avaliação das condições para a implantação desse empreendimento. 9 São apresentados o resumo com uma introdução sobre o conceito básico de sistemas de trens de alta velocidade – TAV, as experiências e projetos futuros de implantação desse meio de transporte no mundo, bem como as iniciativas brasileiras neste campo. Em seguida apresenta um sumário da análise realizada para avaliar o comportamento e quantificar a demanda pelo TAV, dos estudos para definir um traçado referencial, das simulações da programação operacional desse sistema de transporte, das estimativas de quantificação dos seus custos de investimento e operacionais. Por fim, são sintetizados os resultados das análises ambientais e das condições geológico-geotécnicas da região, realizadas complementarmente em apoio a esse conjunto de estudos. Estes, por sua vez, subsidiam a análise da modelagem econômico-financeira e de concessão do empreendimento que se encontra em fase de conclusão e, oportunamente, serão divulgadas. Fonte: http://www.tavbrasil.gov.br/Apresentacao.asp, 2011. Término do boxe de curiosidade O caso da TANAMODA pode ser enquadrado como uma iniciativa junto ao público interno, visto que, o responsável pela condução do projeto é o responsável pela condução das atividades do dia a dia da empresa. Verifica-se aqui, uma sobreposição de atividades: em um momento o gerente irá assumir o papel de gerente de projeto, em outro, gerente da empresa. Isso pode comprometer o desempenho em uma das funções se alguma for priorizada, ou pior, comprometer o desempenho nas duas funções assumidas. O texto do PMBOK reforça a necessidade de formalização da existência do projeto ao descrever que, “antes de começar as atividades do grupo de processos de iniciação, os requisitos ou as necessidades de negócios da organização são documentados”. Complementa que as descrições dos objetivos, incluindo as razões pelas qual um projeto específico se constitui na melhor solução para a questão tratada, devem ser incluídas no Termo de Abertura do Projeto e, quando este documento é aprovado é que o projeto está oficialmente autorizado (SOARES, 2000). Destaca-se ainda, que, em projetos com várias fases, os processos de iniciação são realizados várias vezes. Como normalmente o resultado de uma etapa é um dos insumos necessários para o início de atividades subseqüentes, cada vez que tivermos o início de uma etapa as ações relacionadas à iniciação são repetidas. Desta forma, há a oportunidade de realizar ajustes e ou validações no escopo do projeto. A repetição dos processos de iniciação em cada fase permite que o projeto seja interrompido se a necessidade inicial não mais existir, ou ainda, se for considerado incapaz de satisfazê-la. O envolvimento dos clientes e também de outras partes interessadas durante o 10 processo de iniciação de cada fase contribui tanto na definição de objetivos e ações, quanto para a aceitação da entrega e na satisfação das partes interessadas. Atividade 1 (Objetivo 1) Considere as informações apresentadas acerca da situação da TANAMODA e os aspectos definidos por Keelling (2002) para que um objetivo seja bem definido: um tema; um ponto de partida (situação no começo); um resultado-alvo (situação na conclusão do projeto); um resultado de qualidade (padrões essenciais do resultado); uma data ou prazo para início e uma data definida para conclusão. Você considera que o objetivo a ser alcançado pela TANAMODA foi explicitado adequadamente? Justifique. Início da resposta comentada Considerando os aspectos apresentados no caso da TANAMODA e àqueles definidos por Kelling pode-se afirmar que o objetivo a ser alcançado precisa se melhorado pois não contempla todos os aspectos requeridos pelo autor para definição de um objetivo. As informações do caso da TANAMODA são suficientes para apresentar, por exemplo, seu objetivo da seguinte forma: Elaborar um projeto para verificar qual a melhor entre as alternativas de “Reforçar a posição da empresa no atual nicho de mercado” e “Diversificar a atuação da empresa passando a produzir roupas no segmento de sportware”. Ao analisarmos as informações retiradas do caso verifica-se que o tema é claro: os sócios querem que um projeto seja elaborado, entretanto, não foi definido qual o ponto de partida para o projeto e projeções tomadas com base em um período mais recente podem apresentar resultados diferentes se caso forem considerados períodos maiores. O objetivo é claro em relação ao resultado alvo – um projeto que dê subsídio à tomada de decisão entre as alternativas levantadas pelos sócios mas não fala dos prazos de início e término. Verifica-se que, da forma como expresso as partes podem, em algum momento, entrar em conflito em relação a resultados parciais e ou do próprio projeto, visto que o objetivo não é claro suficiente e deixa margens de interpretação para os envolvidos. Fim da resposta comentada 3. REQUISITOS DE ENTRADA DO GRUPO DE PROCESSOS DE INICIAÇÃO Os interessados na realização de um projeto são, em um primeiro momento, os responsáveis em prover o gerente do projeto das informações necessárias para que seja possível delimitar os limites do projeto. O conjunto dessas informações deve ser consolidado em um documento específico: o Termo de Abertura de Projeto. Trata-se do documento que 11 contém todas as informações necessárias para caracterizar um projeto e, embora o futuro gerente do projeto possa participar de sua elaboração, não é o responsável por essa atividade. Na realidade o gerente do projeto é o receptor do Termo de Abertura do Projeto. Aliás, deve- se destacar que sem o Termo de Abertura de Projeto não há a formalização da existência do projeto, então, também não existe gerente de projeto. Se o projeto for realizado por uma empresa contratada, documentos como a proposta apresentada em resposta à consulta do cliente, minuta do contrato, termo de confidencialidade, legislações específicas, plantas baixas e ou croquis etc. deverão acompanhar o Termo de Abertura de Projeto como anexos. É desejável que tanto o contrato quanto o Termo de Abertura do Projeto sejam assinados no mesmo instante, entretanto, na prática, isso nem sempre acontece. Às vezes em função de acertos financeiros pendentes, responsabilidades não definidas, ou ainda, pela impossibilidade de antever claramente como o projeto deverá ser desenvolvido para que os objetivos sejam atingidos, não é possível concluir de forma definitiva a formalização das obrigações. Neste caso, uma alternativa é assinar um contratocom termos gerais acerca dos objetivos e obrigações que envolvem o projeto e, para sua operacionalização, são assinados termos aditivos, associados a cada fase do projeto. Na medida em que o projeto avança e as necessidades e custos são mais bem definidos estes são apresentados ao patrocinador para autorização. A vantagem é que cada objeto de contrato é mais bem definido, entretanto, possíveis diferenças entre o que se deseja e o que é possível fazer, em uma fase intermediária não pactuada inicialmente, aumentam, sobremaneira, o risco de realização do projeto com sucesso. Ao avaliar sua situação o gerente da TANAMODA entendeu porque ficou desorientado ao final da reunião na qual foi designado gerente do projeto para Expansão das atividades da TANAMODA. Pediu, então, uma reunião com os proprietários da empresa e relatou que era necessário que os mesmos definissem de forma mais estruturada as necessidades que deveriam ser atendidas ao final do projeto, bem como os limites de decisão acerca de sua atuação, prazos, despesas etc. Informou aos proprietários da empresa que apenas a apresentação inicial das duas opções a serem estudadas durante a reunião que tiveram: 1) Reforçar a posição da empresa no atual nicho de mercado e 2) Diversificar a atuação da empresa passando a produzir roupas, poderia não ser suficiente para que pudesse realizar um projeto que atendesse suas expectativas. Como vimos, era necessário mais! 12 A partir de sua solicitação e as devidas explicações, os proprietários compreenderam que realmente não forneceram informações suficientes para que um projeto fosse iniciado. Após uma série de contatos entre os sócios e o gerente foi realizada uma reunião na qual as referências básicas do projeto seriam agrupadas em um único documento – o Termo de Abertura de Projeto. Como responsável pelo futuro projeto, agora denominado Expansão das atividades da TANAMODA, o gerente da empresa pesquisou e sugeriu que o documento deveria ter informações suficientes para embasar as ações futuras. Dessa forma, seria possível identificar quais as ações necessárias para se chegar a cada marco do projeto, inclusive aquele que irá caracterizar o seu final, e também seria a referência para avaliar se a qualidade dos resultados está em conformidade com o que foi solicitado. Para tanto, foi adaptado o modelo de Soyille (2006) citado por Mendes, Valle e Fabra (2009, p.26), cujos elementos necessários para elaboração de um Termo de Abertura de Projetos e um exemplo de sua aplicação são apresentados a seguir. Designação do gerente de projetos: nome do responsável pelo gerenciamento do projeto Responsabilidades: descrição das responsabilidades do gerente do projeto Autoridade: descrever a autoridade do gerente do projeto Propósito e justificativa do projeto: problema ou a oportunidade (necessidade) que justifica o desenvolvimento do projeto Requisitos: condições ou capacidade que devem ser atendidos Objetivos: a contribuição ou o auxílio que o projeto visa trazer para a solução do problema, ou benefício que o projeto visa gerar, em termos qualitativos. Metas (critérios de sucesso): especificar as metas e seus indicadores de forma realista e quantificada inclusive em termos de prazo e custos Descrição: especificação dos produtos e ou serviços que deverão ser gerados pelo projeto Riscos: identificação dos possíveis riscos envolvidos e possíveis impedimentos organizacionais Prazo: determinação dos prazos em datas Investimento: determinação do investimento necessário no projeto Principais fases: Relacionar as principais fases (marcos) requeridas de forma que seja possível avaliar as datas mais críticas 13 Datas: estimar datas de encerramento de cada fase Custos: estimar custos de cada fase Comentários: considerações adicionais consideradas necessárias Aprovação: indicação e assinatura do responsável pela aprovação Tabela 6.1 – Termo de Abertura de Projeto – Expansão das atividades da TANAMODA Designação do gerente de projetos Foi designado o gerente da empresa TANAMODA, como gerente do projeto Expansão das atividades da TANAMODA Responsabilidades do gerente de projetos Elaborar o plano do projeto Controlar as atividades do projeto Empreender ações para que o projeto seja entregue dentro dos requisitos Autoridade do gerente de projetos Gerenciar os recursos alocados no projeto Requisitar e coordenar colaboradores da TANAMODA Contratar e coordenar colaboradores Objetivo Elaborar um parecer técnico sobre as opções de expansão de atividades da TANAMODA Justificativa A TANAMODA não consegue manter sua participação de mercado e os sócios precisam de informações estruturadas para alterar essa situação. Escopo Pesquisa de mercado – Expansão das ativdades atuais da TANAMODA Pesquisa de mercado – Diversificação das atividades atuais da TANAMODA Estudo e viabilidade técnica e econômico-financeira (EVTE) Parecer sobre as alternativas de expansão das atividades da TANAMODA Premissas: A empresa pode melhorar seus resultados se:: Reforçar a posição da empresa no atual nicho de mercado Diversificar a atuação da empresa passando a produzir roupas Restrições Riscos identificados: Falta de experiência do gerente de projetos Principais marcos Definição da equipe Relatório da pesquisa de mercado Relatório da pesquisa de mercado Relatório com o EVTE Elaboração e apresentação do parecer Datas dos marcos 15 dias 90 dias 15 dias 7 dias Total: 127 dias a contar do início do projeto Custo do marco Pesquisa de mercado Pesquisa de mercado Estudo de viabilidade técnico-econômica Parecer técnico Principais envolvidos Empresa de pesquisa Consultor financeiro Fonte: Adaptado de Soyille (2006) citado por Mendes, Valle e Fabra (2009). 14 O Termo de Abertura do Projeto Expansão das atividades da TANAMODA contribui para que o projeto tome forma. Com as informações compiladas, o gerente do projeto estará mais seguro para empreender os esforços necessários que façam com que o projeto seja entregue como descrito. Atividade 2 (Objetivo 2) Início da resposta comentada Considere as informações acerca da situação da TANAMODA consolidadas na Figura 6.1, Termo de Abertura do Projeto. Como as informações apresentadas irão contribuir para que as variáveis críticas de um projeto – escopo, custo, prazo e qualidade – sejam atendidas? Considerando ainda as informações da TANAMODA apresente e discuta exemplos associados a cada uma das variáveis críticas. Início da resposta comentada As informações apresentadas irão servir como referência inicial para o gerente do projeto. Como estão muito consolidadas ainda não servem para definição das atividades específicas que deverão ser executadas para que o objetivo seja atendido, entretanto, servem como referência para que o gerente do projeto possa definir qual o caminho a ser tomado para que as necessidades expressas pelas variáveis críticas do projeto sejam atendidas e, por conseqüência, o propósito do projeto. A declaração do objetivo do projeto “Elaborar um parecer técnico sobre as opções de expansão de atividades da TANAMODA” deve ser tratada apenas como a referência inicial e provisória para definição do escopo do projeto. Para ser considerado como o objetivo definitivo do projeto, como já discutimos, carece de melhorias no sentido de apoiar, de forma clara, a realização e análise dos produtos e ações a serem executadas ao longo do ciclo de vida do projeto. Podemos destacar osmarcos que compõem o Termo de Abertura do Projeto como parte da variável crítica prazo e, ao mesmo tempo, do custo. Para cada marco foi definido um prazo para sua realização cuja finalização depende de aporte de recursos, logo, temos também custos associados a cada um dos marcos definidos. Deve-se se destacar que as informações em Termo de Abertura de Projeto são gerais e resumidas, então, ao estimar em 15 dias o prazo necessário para definir a equipe do projeto, fica explícito o prazo e implícito a despesa com o pessoal a ser contratado. O valor específico com a equipe deverá ser definido em um segundo momento mas deve estar claro para os envolvidos no projeto que esta ação consome tempo e recursos financeiros. 15 Em relação à variável qualidade podemos destacar as premissas que foram apresentadas no Termo de Abertura do Projeto: “Reforçar a posição da empresa no atual nicho de mercado” ou “Diversificar a atuação da empresa passando a produzir roupas Finalmente”. Ao apresentar as informações necessários para os sócios decidirem por uma das alternativas podemos afirmar que o projeto terá conformidade com seus propósitos, caso contrário, não terá a qualidade esperada pelos proprietários da empresa TANAMODA. Fim da resposta comentada 4. DECLARAÇÃO PRELIMINAR DO ESCOPO DO PROJETO O escopo do produto refere-se às características e especificações que o produto, serviço ou resultado deverá apresentar, seja ele parcial ou final. Deve ser derivado dos requisitos e especificações fornecidos pelo cliente e não é raro que seja desenvolvido de forma conjunta entre clientes e a equipe de projeto. O escopo do projeto refere-se ao esforço que deverá ser empreendido para definir o produto, serviço ou resultado com as características e especificações definidas no escopo do produto. Tratam-se das atividades que irão compor cada uma das fases do projeto As diferenças entre o escopo do produto e o escopo do projeto são evidenciadas na Tabela 6.2. 16 Tabela 6.2 – Características do escopo do produto e do escopo do projeto. Escopo do produto Escopo do projeto Características funcionais As especificações funcionais traduzem as necessidades e expectativas do cliente em termos de desempenho que o produto deverá alcançar. Estas descrevem o produto em linguagem que não é técnica e que o cliente leigo entende. Exemplos de características funcionais são: autonomia, tamanho de equipamento, velocidade, capacidade de carga, questão que uma pesquisa irá responder, habilidades que um treinamento terá que desenvolver etc. Trabalho que precisa ser realizado para entregar um produto, serviço ou resultado com as características e funções especificadas. Em alguns casos esse escopo é derivável de forma clara e inequívoca a partir do escopo do produto. A base para sua elaboração é a descrição sucinta inicial apresentada no Termo de Abertura do Projeto e consiste em dividir o produto principal em partes administráveis. Em sua elaboração busca-se detalhar os produtos do projeto que deverão ser entregues e estes serão tratados como marcos a serem alcançados por meio da realização do escopo do projeto. Características técnicas As especificações técnicas são derivadas das especificações funcionais. Estas descrevem as características do produto em termos de seus atributos técnicos. Exemplos de características técnicas são: capacidade de memória de um computador, conteúdo programático de um programa de treinamento, quantidade de matéria-prima utilizada etc. Fonte: Elaborado a partir de Maximiano (2002); Mendes, Valle e Fabra (2009). A definição e o gerenciamento do escopo do projeto tratam do trabalho requerido, e tão somente o trabalho requerido, para que o projeto seja realizado com sucesso. É o trabalho que precisa ser realizado para entregar o produto de um projeto. Com as informações consolidadas, o gerente do projeto estará mais seguro para empreender os esforços necessários que façam com que o projeto seja entregue como acordado. Xavier (2009), afirma que a declaração do escopo do projeto fornecerá a documentação que servirá de base para tomada de decisões e para a confirmação ou o desenvolvimento de um entendimento comum do escopo entre as partes envolvidas. O escopo do produto é a base para todo o planejamento do projeto. Tratam-se das características e funções que descrevem um produto, serviço ou resultado, enquanto o escopo do projeto é o trabalho a ser realizado para que se chegue a um produto com àquelas características e funções. 17 A declaração do escopo pode ser tratada como um anteprojeto do trabalho a ser realizado cujos principais componentes correspondem ao detalhamento das informações que foram apresentadas no Termo de Abertura de Projeto. A equipe de projeto deve elaborá-las de forma progressiva à medida que o projeto avança com o objetivo de definir uma relação completa das entregas e critérios de medição, possibilitando sua avaliação contínua dos produtos que deverão realizados ao longo do projeto. A diferença entre o Termo de Abertura de Projetos e o Escopo do projeto é que o segundo é uma expansão do primeiro, apresentando um conjunto mais detalhado de informações que deve esgotar todas as entregas (marcos) do projeto, critérios de aceitação do cliente, restrições e premissas do projeto, tal como apresentado a seguir (Xavier, 2009). Escopo do cliente (requisitos): a descrição do escopo do cliente documenta as características do produto ou serviço que o projeto deverá entregar não se esgota com a elaboração do Termo de Abertura do Projeto. A partir das definições iniciais há um processo de coleta dos requisitos quando são obtidas informações adicionais acerca do produto, as quais geram a documentação do escopo do cliente. Deve-se destacar que essas novas informações não podem alterar o produto do projeto constante do Termo de Abertura do Projeto. Se isso for necessário, uma alteração do Termo de Abertura de Projetos deve ser negociada. Principais entregas do projeto: é uma lista das principais entregas do projeto que serão entregues. Podem tratar-se de resultados intermediários a serem entregues ao cliente ou ainda que sirvam de base para que a próxima etapa do projeto seja realizada. As entregas podem ser descritas de forma sumária ou em detalhes, dependendo de sua complexidade e ou das informações disponíveis no momento. Limites do projeto (escopo não incluído): devem ser relacionadas às atividades que poderiam compor o projeto e que por motivos diversos não foram definidas como pertinentes ao escopo do projeto. Critérios de aceite do projeto: são critérios quantificáveis que devem ser alcançados pelo projeto para que ele seja considerado um sucesso. Um critério claro é especifico e mensurável. Principais estratégias para condição do projeto: a partir das alternativas identificadas é necessário escolher aquelas que devem ser executadas. Como cada alternativa possui seus pontos fortes e seus pontos fracos é necessário definir quais critérios são condizentes e lógicos para suportar o processo de priorização e seleção das alternativas. 18 Considerando a situação da TANAMODA, a seguinte declaração de escopo foi elaborada. Esta será a base para elaboração da Estrutura Analítica de Projeto, tratada na segunda fase do Ciclo de Vida do projeto – Planejamento. Tabela 6.3: Declaração de escopo do projeto Itens do escopo do projeto Detalhamento do escopo Escopo do cliente (requisitos) Os proprietários da TANAMODA querem um parecer indicando entre as duas possibilidades inicialmente apresentadas quala mais adequada para realizar a expansão das atividades da empresa Principais entregas do projeto Pesquisa de mercado Pesquisa de mercado Estudo de viabilidade técnico-econômica Parecer indicando a melhor opção Limites do projeto (escopo não incluído) O gerente do projeto ficará encarregado pela identificação, seleção e contratação de profissionais para realizarem as atividades do projeto. Sua responsabilidade restringe-se a coordenar e monitorar as ações necessárias para obter os resultados esperados. Critérios de aceite do projeto As pesquisas de mercado deverão ser probabilística tendo como universo o mercado em que a empresa TANAMODA atua. O Estudo de viabilidade técnico-econômica deverá considerar um custo de capital igual a 20% ao ano. O parecer deve ser conclusivo quanto a escolha das opções de expansão da empresa. Principais estratégias para condição do projeto Em função do acumulo de atividades – gerencia da empresa e gerência do projeto – as atividades necessárias para realização dos produtos serão contratadas junto a terceiros. Fonte: Adaptado de Xavier, 2009. Atividade 3 (Objetivo 3) Diferencie, com suas palavras, escopo do produto e escopo do projeto. Considere as informações apresentadas acerca da situação da TANAMODA e apresente um exemplo de cada um desses tipos de escopo. Início da resposta comentada Escopo do produto está relacionado com as características de resultados que se espera obter a cada fase do projeto ou mesmo ao seu final. Já o escopo do projeto está relacionado com as ações necessárias para que os resultados esperados aconteçam. No primeiro caso, tamanho, cor, embalagem, duração etc são características que podem compor o 19 escopo de um produto. Já em relação ao escopo do projeto, podemos citar a realização de orçamentos, reunião com um fornecedor, elaboração de um relatório, etc. como exemplos de atividades que, ao longo do projeto, devem ser executadas para que o produto final seja realizado. Em relação à situação da TANAMODA, podemos apresentar a pesquisa de mercado como um dos produtos intermediários a serem apresentados ao longo do projeto, então, suas características podem ser apresentadas como elementos do escopo do produto: número de entrevistas, região onde foi realizada, metodologia de tratamento dos dados, forma do relatório etc. Uma ação que pode ser apresentada como um dos elementos do escopo do projeto é a contratação de uma empresa para realizar a pesquisa de mercado: consulta a possíveis fornecedores, orçamento, contratação, análise etc, são ações que podem ser apresentadas como exemplo daquelas que compõem o escopo do projeto Fim da resposta comentada CONCLUSÃO Quanto ao objetivo de apresentar o processo de iniciação como aquele que define e autoriza o projeto ou uma fase de um projeto verificou-se que este processo e seus constituintes, quando o projeto como um todo é o item de análise, vai tratar de um problema ou oportunidade que uma organização possui. Em função de sua forma única, prazo associado e custo determinado por meio deste processo uma idéia poderá ser transformada em projeto. O processo de iniciação se repete cada vez que uma etapa ou fase do projeto é concluída visto que, é necessário verificar se os motivos para realização do projeto persistem e também bem como as condições para tratar da questão ainda estão presentes. ATIVIDADE FINAL Atividade 4 (Todos os objetivos) “A realização de um projeto é progressiva. Cada atividade e ou etapa é um requisito que será utilizado na fase seguinte até que a última chegue ao resultado motivo do qual o projeto foi criado”. Diante do exposto, é possível afirmar que o conjunto de informações apresentadas pelos sócios ao gerente, sua estruturação no Termo de abertura do projeto, e sua síntese na Declaração do escopo do projeto, são adequadas e suficientes para que o gerente possa passa para a próxima fase do projeto: o planejamento, considerando que estas devem responder a algumas questões: 1) De que se trata o projeto? 2) Qual a situação, problema ou necessidade que deu origem ao projeto? 3) Por que vale a pena investir recursos no desenvolvimento do 20 projeto? 4) Quais serão os beneficiados com sua realização? 5) Qual sua dimensão em termos de público alvo? 6) Qual informação você considera que deveria ter sido tratada Início da resposta comentada Podemos considerar que as informações que foram coletadas e sistematizadas são suficientes para equilibrar as expectativas dos interessados no projeto (os sócios da TANAMODA) com as obrigações do responsável pela condução do projeto (o gerente da empresa e agora nomeado gerente do projeto. Devemos nos lembrar que a elaboração de um projeto é um processo progressivo, então, as informações são suficientes para responder às questões apresentadas ainda que de forma geral: 1) A elaboração de um parecer indicando entre as duas possibilidades inicialmente apresentadas qual a mais adequada para realizar a expansão das atividades da empresa. 2) Para conseguir manter sua participação de mercado e os sócios precisam de informações estruturadas para alterar essa situação. 3) Porque os resultados irão fornecer subsídios para decisão da forma como a TANAMODA irá expandir suas atividades. 4) Tomar uma decisão estratégica para o futuro da empresa com base em informações estruturadas. 5) Clientes atuais e potenciais da empresa. 6) Sempre que formos verificar os resultados de uma fase de um projeto devemos ter em mente suas variáveis críticas: escopo, prazo custo e qualidade. Em um segundo momento, podemos nos voltar a aspectos mais específicos que irão compor o projeto. Assim, destacar que não foi realizada nenhuma ação, ainda que preliminar, para determinação dos custos envolvidos no projeto assim como os prazos para realização das atividades foram definidos mais não as datas em que as mesmas deverão ocorrer. Estes aspectos não invalidam e ou comprometem o processo de iniciação mas este poderia contribuir mais para o processo de planejamento se aspectos mais detalhados pudessem ser apresentados já nesta fase do projeto. Término da resposta comentada RESUMO A realização de um projeto é progressiva e, na medida em que as ações evoluem, há avanços em seu detalhamento e no volume de atividades para sua realização. Então, a primeira etapa de seu ciclo de vida – O processo de Iniciação – visa identificar aspectos gerais acerca do problema e ou oportunidade que justificam a realização de um projeto e, em paralelo, o que deve ser feito para solucionar o problema e ou aproveitar a oportunidade. Os processos subseqüentes do ciclo de vida de um projeto irão detalhar os aspectos e resultados tratados nas etapas anteriores. Normalmente, a principal fonte de informações de um projeto, em seu início, são os interessados em sua realização que, na medida do possível, devem ser envolvidos nas 21 atividades de definição dos objetivos para que o resultado a ser obtido fique dento do planejado. Espera-se que ao término do processo de iniciação, tanto os interessados nos resultados do projeto quanto os responsáveis por sua realização, tenham equilibrado expectativas e obrigações e, principalmente, sobre o que deve ser apresentado ao final dos trabalhos para considerar que o projeto atende aos requisitos determinados em sua elaboração. Visando o alcance dos objetivos traçados e respeitando a progressividade de um projeto, após a consolidação das informações preliminares no Termo de Abertura do Projeto o gerente deve se ocupar de detalhar essas informações para que, tanto o produto, como a forma de fazê-lopossam ser mais facilmente realizados. Essas informações serão a referência para elaborar a Declaração do escopo do projeto. A princípio as informações obtidas e sistematizadas durante a realização do processo de iniciação irão acompanhar todo o Ciclo de Vida, entretanto, se durante sua realização forem identificados problemas e ou barreiras não previstas, um novo processo de iniciação deve ser realizado. Busca-se, assim, criar condições para alterar e ou complementar os resultados inicialmente apresentados de forma que os processos subseqüentes possam ser executados. Nesse sentido, destaca-se que, ao concluir cada etapa de um projeto, há a possibilidade de verificar sua evolução, se há a possibilidade de alcançar os resultados esperados e se esses resultados realmente vão ao encontro da questão inicial que gerou o projeto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KEELLING, Ralph. Gestão de projetos: uma abordagem global. São Paulo: Saraiva, 2002. MAXIMIANO, Antônio Cezar Amaru. Administração de Projetos: como transformar idéias em resultados. São Paulo: Atlas, 2002. MENDES, José Ricardo Mendes; VALLE, André Bitencout do; FABRA, Marcantonio. Gerenciamento de projetos. Rio de Janeiro: FGV, 2009. PMBOK. Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos. 3ª edição. Project Management Institute, 2004. SOARES, Antônio José. TIBO, Márcio. PMBOK – Project management body of knowledge, Project Management Institute-MG. Tradução livre V 1.0. Belo Horizonte, 2000. www.tavbrasil.gov.br/apresentacao.asp. Acesso em 1 de outubro de 2011. XAVIER, Carlos Magno da S. Gerenciamento de projetos: como definir e controlar o escopo do projeto. São Paulo: Saraiva, 2009.
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