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1 Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT-CUS 2020 A toxoplasmose é uma zoonose produzida pelo Toxoplasma gondii. A infecção congênita ocorrerá após infecção materna primária durante a gestação. Transmissao para o feto é por via transplacentária. Quanto mais precoce a idade gestacional, menor é a probabilidade de transmissão, porém mais grave é o quadro clínico. Depois de replicar-se ativamente na placenta, a parasitemia atinge praticamente todos os sistemas orgânicos do feto, com exceção da hemácia. Os locais mais acometidos são as túnicas oculares e o sistema nervoso central. Maioria dos RN são assintomáticos ao nascer. Quando tem manifestações a maioria são viscerais, neurológicas ou oftalmológicas. Lesões no SNC Normalmente ocorre divido a infecções nas fases iniciais da gestação, como: alterações liquoricas, calcificações intracranianas, hidrocefalia, convulsões e microcefalia. Hidrocefalia é a manifestação mais comum. O achado de proteinorraquia > 1g/dl é um marcador de doença neurológica grave. Lesões oculares Aceita-se que todos os indivíduos com infecção intraútero que não sejam adequadamente tratados vão evoluir com lesões oftalmológicas até a idade adulta. As lesões são localizadas na retina e na coroide, podendo complicar com iridociclite, catarata, glaucoma, estrabismo, nistagmo e descolamento de retina. A coriorretinite (retinocoroidite) é o comprometimento clássico mais frequente na toxoplasmose congênita, sendo uni ou bilateral. Outras alterações Podemos encontrar hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, icterícia, trombocitopenia, anemia, pneumonite, miocardite, síndrome nefrótica e alterações ósseas. A tétrade de Sabin é caracterizada por coriorretinite, calcificações intracranianas, hidrocefalia ou microcefalia e deficiência intelectual. 2 Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT-CUS 2020 • Radiografia simples de crânio • TC de crânio e USG transfontanela Feto • USF fetal • PCR em líquido amniótico (amniocentese entre 17 e 21 semanas) RN • Avaliação sorológica o ELISA o IgM + = infecção. Recomendações do MS para diagnóstico de toxo congênita: • Crianças que apresentem persistência de positividade de IgG após 12 meses de vida, independentemente da presença de sinais ou sintomas da doença. • Crianças com sinais e/ou sintomas sugestivos de toxoplasmose congênita, filhas de mães com IgG positiva para toxoplasmose, após exclusão de outras possíveis etiologias. • Crianças cujas mães apresentaram PCR positiva para toxoplasmose no líquido amniótico. Outros exames • Avaliação oftalmológica • Avaliação auditiva • Hemograma • Analise de liquor • Função hepática Todos os RNs e lactentes com toxoplasmose congênita, independentemente da presença de manifestações clínicas, devem ser tratados desde o nascimento até o final do primeiro ano de vida. Medicamentos: • Pirimetamina + • Sulfadiazina + • Ácido folínico (o ácido fólico não pode ser usado em substituição ao ácido folínico). O ácido folínico é associado ao tratamento para prevenir e tratar a toxicidade medular pela pirimetamina. Devemos associar prednisona ou prednisolona quando houver retinocoroidite em atividade e/ou proteinorraquia > 1 g/dl. As crianças devem realizar avaliações oftalmológicas semestrais até a idade escolar, mantendo-se exames anuais a seguir. Prevenção → pré-natal adequado.
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