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Câncer de Pele Não Melanoma D E R M A T O L O G I A Rodovalho Gonçalves do Nascimento Junior LADERM-UFR 12/03/2021 Existem três principais tipos de câncer de pele: melanoma, carcinoma de células basais (CBC) e o carcinoma de células escamosas ou espinocelular (CEC). Esses dois últimos são corriqueiramente referidos como Câncer de Pele Não Melanoma (CPNM). Introdução1. CPNM são relativamente não letais e curáveis por cirurgia. LIU-SMITH et al. 2017 Iniciação Promoção Carcinógeno completo Conceitos Básicos: 2. Carcinogênese RUV: dímero de timina e imunossupressão. Alterações maléficas: intensidade da exposição e cor da pele. Mecanismos desencadeadores da carcinogênese AZULAY, 2015. Não existe quadro clínico peculiar, inclusive aspectos histopatológicos são extremamente variados e polimorfos. 3. Dermatoses Pré-cancerosas Além do aspecto estatístico, vale salientar, frequentemente, a presença, ab initio, de alterações histopatológicas de características anaplásicas Dermatoses adquiridas ou genéticas que, com frequência acima da casualidade, podem evoluir para um câncer verdadeiro cutâneo. AZULAY, 2015. BOLOGNIA, 2015 3.1 QA e Ceratoacantoma AZULAY, 2015. Arquivo Pessoal Ceratose Aquitínica Ceratoacantoma Ceratoacantoma Tumor que surge em pele danificada pelo Sol. É raro nas palmas e solas ou membranas mucosas. Foram descritos mais de 26 diferentes tipos de CBC, mas não existe classificação universalmente aceita. Nodular Superficial Morfeiforme Fibroepitelial Classificaremos em 4 tipos, assim como Bolognia et. al, 2015. São eles: 4. Carcinoma Basocelular BOLOGNIA et. al, 2015 Locais: face, especialmente regiões malares, pregas nasolabiais, fronte e pálpebras (podem surgir em qualquer área pilosa da pele). Raros em locais não pilosos como mucosa genital. Diagnóstico diferencial: neoplasias anexiais, nevos melanocíticos intradérmicos (vasos mais suaves e vírgula, à dermatoscopia), carcinoma de células de Merkel e melanoma cutâneo. 4.1 CBC Nodular BOLOGNIA et. al, 2015 4.1 CBC Nodular Subtipo mais comum, ± 50% de todos os CBCs. Lesão: pápula perolada brilhante ou nódulo com uma superfície lisa e presença de telangiectasias arbóreas (A). Pode se ampliar e ulcerar, mas borda elevada laminada geralmente permanece e é um indício clínico para o diagnóstico (B). BOLOGNIA et. al, 2015 Pápula bem circunscrita, eritematosa, mácula/placa ou pápula/placa fina, com diâmetro variando de poucos milímetros a vários centímetros (A). Novas descobertas incluem escama focal e/ou crostas, uma fina borda convoluta, e quantidades variáveis de melanina; nas lesões maiores, áreas de regressão espontânea podem estar presentes, caracterizadas pela atrofia e hipopigmentação. 4.2 CBC Superficial BOLOGNIA et. al, 2015 Idade média de diagnóstico: 57 anos, idade mais jovem do que para outros tipos (grupos etários mais jovens, CBC superficial é o mais comum). Locais: no tronco e nas extremidades e região da cabeça e pescoço (menos frequente). Múltiplas lesões podem estar presentes. Padrão de crescimento: essencialmente horizontal; podem se tornar bastante invasivos (endurecimento, ulceração e formação de nódulo). Diagnóstico diferencial: queratose liquenoide solitária e a doença de Bowen (mais escamosa); doenças inflamatórias, como dermatite, psoríase e lúpus eritematoso cutâneo 4.2 CBC Superficial BOLOGNIA et. al, 2015 Subtipo menos comum; apresenta-se como área ligeiramente elevada até uma área deprimida, de endurecimento, na qual pode-se observar bordas rosa-claro a esbranquiçadas mal definidas (A). Pode se assemelhar a uma cicatriz. 4.3 CBC Morfeiforme BOLOGNIA et. al, 2015 Superfície é lisa (eventualmente apresenta crostas com erosões ou ulcerações e pápulas sobrepostas. Borda elevada nacarada é tipicamente ausente, telangiectasias podem estar presentes. Comportamento biológico é mais agressivo, com uma destruição local extensa. 4.4 CBC Fibroepitelial BOLOGNIA et. al, 2015 Variante rara da CBC; placa séssil cor de pele ou rosa ou papulonodulares pedunculados com uma superfície lisa (A). Acomete principalmente o tronco (dorso inferior). Ocorrem em indivíduos com múltiplos CBCs superficiais. Diagnóstico diferencial: pólipo fibroepitelial grande ou nevo intradérmico Neoplasia maligna (tem capacidade de invasão local e metástase) originária de células epiteliais do tegumento, com certo grau, maior ou menor, de diferenciação no sentido da queratinização, sendo exceção a esse último aspecto CEC altamente indiferenciado. Ocorre em todas as raças; frequência maior que CBC e ocorrência mais tardia (6ª década de vida) e mais frequente em homens que mulheres. Representa 20% dos CAs cutâneos.. 5. Carcinoma Espinocelular AZULAY, 2015. Ceratoses aquitínicas e tóxicas. Doenças cutâneas crônicas. Cicatrizes antigas (úlceras de Marjolin - de queimaduras). Genodermatoses Lesão pode surgir em pele sã, mas é mais frequente em pele alterada por processo anterior. Lesões que originam CEC: 5. Carcinoma Espinocelular Lesão inicial: surge como pequena papúla com algum grau de ceratose. Crescimento mais rápido que do CBC e ocorre verticalmente (vegetante). AZULAY, 2015 // GLOSTER & NEAL, 2006 Localização mais comum: áreas expostas ao Sol: face e dorso da mão, principalmente. Mas diferentemente do CBC é comum em mucosa, especialmente no lábio inferior. Além do tipo e velocidade de crescimento, ponto de referência importante é sangramento discreto, porém recorrente. De forma geral e com valor prático: carcinomas acima de uma linha que vai da comissura labial ao lóbulo da orelha são CBCs e abaixo dessa linha são CECs, Maior chance de metástase quando em mucosas. 5. Carcinoma Espinocelular Lupus eritematoso discoide AZULAY, 2015 // GLOSTER & NEAL, 2006 Diagnóstico diferencial: CBC, melanoma amelanótico, granuloma piogênico, lesões ulceradas, vegetantes ou úlcerovegetantes e sobretudo com ceratoacantoma. Aspectos histopatológicos para diagnóticos são difíceis de discernir. Profilaxia para CBC e CEC é identica e envolve tratar úlceras crônicas e orientar os pcts quanto a possibilidade de cancerização. 5. Carcinoma Espinocelular AZULAY, 2015. 6. Tratamento CPNM Excisão padrão (ñ indicada para CEC). Curetagem com eletrocoagulação. Curetagem isolada Radioterapia (1ªopção para CBC e CEC inoperáveis. Criocirurgia (QAs) Terapia fotodinâmica (QAs) Laser (incomum para CPNM) Tratamento cirúrgico: 5-fluorouracil tópico: QA, CBCs superficiais e CEC in situ Diclofenaco tópico: QA Tratamento clínico BOLOGNIA et. al, 2015 Referências Bibliográficas AZULAY, Rubem David e AZULAY, David Rubem. Dermatologia. 6. ed. revisada e atual. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. BOLOGNIA, J. L.; JORIZZO, J. L.; SCHAFFER, J. V. Dermatologia. 3. ed. Philadelphia, PA: Elsevier Saunders; 2015. GLOSTER, H. M.; NEAL, K. Skin cancer in skin of color. From the Department of Dermatology, University of Cincinnati, School of Medicine, J AM ACAD DERMATOL, Ohio, Cincinnati, Novembro, 2006. Liu-Smith F., Jia J., Zheng Y. (2017) UV-Induced Molecular Signaling Differences in Melanoma and Non- melanoma Skin Cancer. In: Ahmad S. (eds) Ultraviolet Light in Human Health, Diseases and Environment. Advances in Experimental Medicine and Biology, vol 996. Springer, Cham. https://doi.org/10.1007/978-3- 319-56017-5_3
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