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Thaís Pires PAGE \* MERGEFOR MAT2 Febre e Tuberculose 1. Patogenia da Febre Regulação da Temperatura – Animais homeotérmicos são aqueles que alteram a temperatura corporal de acordo com o meio em que se encontram, i.e., em ambientes frios reduzem a perda de calor; em ambientes quentes aumentam a perda de calor. A informações quanto a TEMPERATURA EXTERNA são provenientes de TERMORRECEPTORES CUTÂNEOS e a INTERNA (sanguínea) proveniente de NEURÔNIOS TERMORRECEPTIVOS CENTRAIS localizados na parte anterior do hipotálamo. A regulação da temperatura se dá como SERVOMECANISMO, i.e., usa o feedback negativo para controlar outro sistema, como o AUTÔNOMO, SOMÁTICO E ENDÓCRINO. Resfriamento – causa TREMORES por meio de contrações musculares sincrônicas que aumentam a produção de calor (resposta autônoma); há um aumento da atividade TIREOIDIANA e simpática, que acelera o metabolismo (resposta endócrina); ereção de pelos, vasoconstrição – o hipotálamo, por meio de conexões CORTICAIS cerebrais, pode influenciar na realização de comportamentos SOMÁTICOS, como vestir um casaco O hipotálamo atua como SERVOMECANISMO de temperatura – a PERDA DE CALOR é organizada no centro de perda de calor na região PRÉ-OPTICA E ANTERIOR DO HIPOTÁLAMO, então lesões aí impediriam a sudorese e vasodilatação; a resposta de PRODUÇÃO/CONSERVAÇÃO DE CALOR é organizada na região POSTERIOR DO HIPOTÁLAMO – Ou seja, na área anterior do hipotálamo, há um divisão em anterior (dissipador de calor) e posterior (produtor de calor) Tbucal – 36 a 37,8°C; Taxilar – 36 a 37,8°C Hipertermia – condição em que há aumento da temperatura corporal SEM O AUMENTO da temperatura do TERMOSTATO HIPOTALÂMICO, i.e., a produção de calor supera a dissipação!!! Na febre, a TERMORREGULAÇÃO ESTÁ ATUANTE, o que diferencia é que a temperatura do hipotálamo está com um LIMITE MAIOR Febre – é um SÍNDROME na qual o sintoma predominante é a HIPERTERMIA, geralmente associada a ASTENIA, TAQUICARDIA e OLIGÚRIA - nesse caso, o ponto que define a temperatura corporal está elevado (liberação de pirogênio pelo microorg.), levando ao aumento na produção de calor por meio de tremores e na conservação pela vasoconstrição. As CAUSAS da febre são amplas e variadas: infecções, neoplasias, fármacos, distúrbios endócrinos e estresse psicológico – Essas possíveis causas conduzem à FORMAÇÃO DE PIRÓGENOS (exógenos ou endógenos)! Os EXÓGENOS podem induzir a febre POR SI MESMOS ou por INDUÇÃO SÍNTESE PIRÓGENOS ENDÓGENOS! Ação Pirógenos – grande parte dessas substâncias atuam nos RECEPTORES TOLL-LIKE localizados em NEUTRÓFILOS, MACRÓFAGOS, MONÓCITOS e CÉLULAS DENDRÍTICAS, ao nível extra/trans/intramembranar. O componente extramembranar apresenta repetições de LEUCINA, sendo em uma delas o local de LIGAÇÃO a um componente estrutural de um microorganismo, como o LIPOPOLISSACARÍDEO das bactérias gram – ou dos ÁCIDOS NUCLEICOS de determinados vírus. O componente intramembranar possui regiões com sequências específicas de AA Thaís Pires PAGE \* MERGEFOR MAT2 para a LIGAÇÃO DE PROTEINAS INTRACELULARES, que organizam a via de sinalização 🡪 a CASCATA INFLAMATÓRIA produz FATOR NUCLEAR KB, que leva a produção de pirógenos !!! Dentre os pirógenos endógenos, a IL-1 é a citocina MAIS POTENTE, sendo uma estimuladora da SÍNTESE DE COX2 que, consequentemente, produz PROSTAGLANDINA E2 (PGE2) – Obs: a IL1 usa a mesma via de sinalização nos TLR, então ela pode desencadear a produção de outros pirógenos endógenos – Depois de produzida, a PGE2 é transportada para a corrente sanguínea e liga-se a RECEPTORES HIPOTALÂMICOS (EP1 e EP3), alterando o “set point” térmico hipotalâmico A febre clássica induzida por INFECÇÃO se dá pelo LIPOPOLISSACARÍDEO produzido pelas bactérias gram negativas, que ativa as CÉLULAS FAGOCÍTICAS, estimulando a produção de PIRÓGENOS ENDÓGENOS, que entram no sangue e atravessam a BHE até atingir as CÉLULAS ENDOTELIAIS HIPOTALÂMICAS, onde irão transformar ÁCIDO ARAQUIDÔNICO 🡪 PGE2 por meio da ação da COX2 / A PGE2 produz AMPc que causa o aumento do ponto de ajuste térmico do hipotálamo, INDUZINDO A VASOCONSTRIÇÃO E CONTRAÇÃO MUSCULAR, gerando e retendo calor = FEBRE Benefícios Febre – a febre AUMENTA A EFICÁCIA da resposta imune e DIMINUI REPLICAÇÃO de microorganismos pela diminuição dos níveis sanguíneos de FERRO, ZINCO E COBRE 2. Rever a morfofisiologia do aparelho respiratório Anatomia – inclui o NARIZ, CAVIDADE NASAL e SEIOS PARANASAIS; FARINGE; LARINGE; TRAQUEIA; BRONQUIOS e RAMOS MENORES; PULMÕES e ALVÉOLOS / Funcionalmente, essas estruturas são divididas em CONDUÇÃO, que transportam, umidificam e filtram o ar; e RESPIRAÇÃO, que é onde ocorrem as TROCAS GASOSAS = bronquíolos respiratórios, ductos alveolares e sacos alveolares Nariz – parte externa e cavidade nasal – Imediatamente após as narinas, há o vestíbulo nasal repleto de vibrissas e glândulas sebáceas - a cavidade é por onde o ar passa após atravessar as NARINAS, sendo dividida ao meio por um SEPTO NASAL, que é formado pela lâmina perpendicular do osso etmoide, pelo osso vômer e pela cartilagem do septo! O assoalho da cavidade é composto pelo palato duro e mole e, posteriormente, a mucosa nasal é contínua com a NASOFARINGE por meio das COANAS As vibrissas do vestíbulo nasal são responsáveis por filtrar as grandes partículas no ar, sendo a filtragem mais minuciosa realizada pelo EPITÉLIO RESPIRATÓRIO, que consiste em EPITÉLIO PSEUDOESTRATIFICADO COLUNAR CILIADO permeado por CÉLULAS CALICIFORMES. Esse epitélio repousa em cima de uma LÂMINA PRÓPRIA rica em GLÂNDULAS TUBULOALVEOLARES COMPOSTAS (células mucosas e serosas), que secretam muco e fluido contendo lisozimas que DIGERE E DESTRÓI BACTÉRIAS Conchas Nasais – a partir da parede lateral da cavidade nasal, existem 3 CONCHAS NASAIS (superior e média, que são do osso etmoide; e inferior que é do osso da face) com seus respectivos MEATOS, que correspondem ao sulco da concha. Essas conchas permitem um turbilhonamento do ar ao entrarem na cavidade nasal, RETENDO PARTÍCULAS DO AR, UMEDECENDO e AQUECENDO; e, na saída do ar, RECUPERAM O CALOR E UMIDADE Thaís Pires PAGE \* MERGEFOR MAT2 Seios Paranasais – circundam a cavidade nasal e estão localizados no OSSOS FRONTAL, ESFENOIDE, ETMOIDE e MAXILAS, possuem a mesma mucosa respiratória e se ABREM NA CAVIDADE NASAL Faringe – une a cavidade oral e nasal a laringe e ao esôfago, respectivamente – NASOFARINGE imediatamente posterior à cavidade nasal e superior ao palato mole, serve unicamente para a passagem de ar, sendo isolada das outras estruturas quando o palato mole se reflete sobre ela. Na linha média da parte mais superior da nasofaringe, encontram-se a TONSILA FARÍNGEA = adenoide e nas paredes laterais os ÓSTIOS DA TUBA AUDITIVA / OROFARINGE posterior à cavidade bucal, estende-se até o nível da EPIGLOTE, sendo via de passagem para os alimentos e o ar. / LARINGOFARINGE localizada posteriormente à laringe Laringe – tem como funções PRODUZIR SONS e CONDUZIR o ar até a traqueia – A laringe é composta por 9 CARTILAGENS, sendo a maior delas a TIREÓIDEA, localizada abaixo da PROEMINÊNCIA LARÍNGEA e acima da CRICÓIDEA. Pequenas cartilagens se articulam para a movimentação das pregas vocais, e a nona cartilagem é a EPIGLOTE, que delimita superiormente a laringe. Traqueia – contínua a laringe, é um tubo composto por ANEIS DE CARTILAGEM HIALINA que não são totalmente fechados, apresentando na parte posterior uma parede membranácea que está em contato com o esôfago. Ao nível da CARINA, a traqueia se bifurca em BRÔNQUIOS PRINCIPAIS – lembrar que a carina é altamente sensível a substâncias irritantes, sendo o local do reflexo da tosse / Epitélio pseudoestratificado ciliado com células caliciformes BRONQUIOS – iniciam como brônquios de CONDUÇÃO = B. PRINCIPAIS D e E = PRIMEIRA ORDEM 🡪 são ramos diretos da traqueia ao nível da vertebra torácia 4 (carina)– esses brônquios seguem obliquamente e lateralmente até os HILOS PULMONARES 🡪 o DIREITO é mais curto, mais largo e mais vertical (objetos broncoaspirados) Depois de entrarem nos pulmões, os brônquios se dividem em SECUNDÁRIOS ou LOBARES ou SEGUNDA ORDEM que ventilam um lobo pulmonar 🡪 depois se ramificam em BRONQUIOS SEGMENTARES ou TERCEIRA ORDEM que se dividem geralmente em 23 ordens 🡪 BRONQUÍOLOS 🡪 BRONQUÍOLOS TERMINAIS Histologicamente, os brônquios possuem o mesmo tecido que a traqueia (epitélio pseudoestratificado ciliar) – a medida que diminuem de ordem, as estruturas cartilaginosas se tornam irregulares, sendo, ao nível dos bronquíolos, AUSENTES!!! (as fibras elásticas permanecem, apesar da diminuição de ordem) + o epitélio torna-se DELGADO (pseudoestratificado 🡪 colunar 🡪 simples cúbico), havendo perda dos CÍLIOS e das células produtoras de muco nos BRONQUÍOLOS + o musculo liso da traqueia permanece nos brônquios e, nos bronquíolos, formam estruturas helicoidais que os revolvem (controla a entrada de ar) Alvéolos – a estrutura final da árvore respiratória! As primeiras estruturas de RESPIRAÇÃO que se ramificam dos bronquíolos terminais são os BRONQUÍOLOS RESPIRATÓRIOS, que levam aos DUCTOS ALVEOLARES, cujas paredes são formadas por alvéolos. Esses ductos conduzem aos SACOS ALVEOLARES (tipo cacho de uva). Thaís Pires PAGE \* MERGEFOR MAT2 As paredes alveolares dos pulmões são revestidas por dois tipos de células: PNEUMÓCITOS TIPO 1 (próximos as paredes capilares, sem atividade secretora), que possui uma parede MUITO DELGADA que é revestida por uma DENSA REDE DE CAPILARES, formando a MEMBRANA RESPIRATÓRIA; E TIPO 2 (sintetizam e armazenam surfactante pulmonar) – o surfactante é responsável pela estabilização alveolar, uma vez que DIMINUI A TENSÃO SUPERFICIAL, o que diminui a pressão necessária para sua expansão, IMPEDINDO O SEU COLABAMENTO – O principal fosfolipídio de ação surfactante no pneumócito é a LECITINA, i.e., responsável pela maturação pulmonar / Os alvéolos se comunicam por POROS, que permitem a equalização da pressão Pulmões - Os pulmões estão livres em sua cavidade pleural, exceto pela fixação ao coração, à traqueia (hilo brônquio) e pelo ligamento pulmonar – é extremamente elástico e sua superfície é lisa e dividida por LINHAS FINAS E ESCURAS em pequenos domínios poliédricos, que representam as áreas de contato entre os LÓBULOS PERIFÉRICOS e a SUPERFÍCIE PLEURAL // o tecido pulmonar/estroma pulmonar é composto por FIBRAS ELÁSTICAS imersas em TECIDO CONJUNTIVO ÁPICE – se projeta acima da abertura torácica e é recoberto pela membrana suprapleural, ficando ao nível do COLO DA PRIMEIRA COSTELA 🡪 por isso é considerado intra-torácico BASE – repousa sobre a superfície superior da cúpula do diafragma, separando os pulmões dos órgãos abdominais – como a cúpula direita, pela presença do fígado, é mais alta que a esquerda, a CONCAVIDADE da base é mais funda no lado direito DUAS SUPERFÍCIES – a superfície COSTAL, lisa e convexa, está em contato com a PLEURA COSTAL, apresentando sulcos das costelas sobrejacentes / a superfície MEDIAL possui duas regiões: uma VERTEBRAL e uma MEDIASTINAL, sendo a mediastinal extremamente côncava pela presença do coração e das ESTRUTURAS DO HILO PULMONAR PULMÃO DIREITO – possui uma fissura OBLÍQUA (superior) e uma HORIZONTAL (inferior), formando os lobos SUPERIOR, MÉDIO e INFERIOR PULMÃO ESQUERDO – possui uma fissura OBLÍQUA, que o divide em lobos SUPERIOR e INFERIOR – possui a INCISURA CARDÍACA um desvio na sua margem anterior devido ao coração 🡺 Cada um dos lobos divididos pelas fissuras forma um SEGMENTO BRONCOPULMONAR, que são separados por tecido conjuntivo denso – sendo assim, cada segmento recebe ar de um BRONQUIO SEGMENTAR INDIVIDUAL – isso limita a disseminação de doenças dentro do pulmão + permite a dissecção de segmentos em cirurgias 3. Discutir os aspectos epidemiológicos da TB e da paracoccidioidomicose Tuberculose – Pode ser causada por qualquer uma das SETE espécies do gênero Mycobacterium tuberculosis: M.tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti, M. pinnipedi e M. caprae – Na saúde pública, a espécie mais importante é a M. tubercolosis AKA Bacilo de Koch, que consiste em um BACILO ÁLCOOL-ÁCIDO RESISTENTE (BAAR), aeróbio (por isso preferem os ápices pulmonares), com parede celular rica em LIPÍDIOS, o que o torna pouco permeável a maioria dos ANTIBIÓTICOS, facilitando a sobrevida!! Transmissão – a transmissão se dá por VIA AÉREA, geralmente pela inalação de aerossóis produzidos pela tosse/fala/espirro de um doente com TB ativa pulmonar ou laríngea, que, geralmente, é POSITIVO para o exame do escarro, sendo esses indivíduos os MAIORES TRANSMISSORES da doença, responsáveis, em 1 ano, pela contaminação, em média, de 10-15 pessoas – embora não sejam somente os com baciloscopia positiva que façam parte da cadeia de contaminação!!! A probabilidade de uma pessoa ser infectada depende, também, de FATORES EXÓGENOS, como duração do contato com a fonte, tipo de ambiente compartilhado, grau de infectividade do caso fonte As gotículas LEVES exaladas no meio externo (gotículas de Flugge) rapidamente se tornam SECAS e transformam-se em PARTÍCULAS MENORES, que são os NÚCLEOS DE WELLS (contém de 1 a 2 bacilos) – esses núcleos podem se manter em SUSPENSÃO no ar por muitas horas, sendo capazes de alcançar os alvéolos onde irão se multiplicar e formar a PRIMO-INFECÇÃO! As partículas médias e pesadaras ficam retidas no TRATO RESPIRATÓRIO Thaís Pires PAGE \* MERGEFOR MAT2 SUPERIOR e são removidas por meio do fluxo mucociliar, sendo digeridas pelo suco gástrico e, consequentemente, inativadas! Bacilos que se depositam em roupas, lençóis e copos dificilmente se DISPERSARÃO em aerossóis Risco de Adoecimento – adoecimento representa a progressão de INFECÇÃO 🡪 TB ATIVA, evento que depende de fatores ENDÓGENOS, principalmente a integridade do sistema imune!! A condição de infecção representa a nidação de um foco com microorganismos que podem ou não causar DANO TECIDUAL!! O maior risco de adoecimento é a INFECÇÃO PELO HIV, porém também existem outros fatores, como o tempo decorrido desde a infecção (maior risco de adoecimento nos 2 primeiros anos pós infecção), indivíduos menores de 2 anos ou maiores que 60 anos e a presença de determinadas condições clínicas (doença ou tto imunossupressor) – alguns grupos populacionais apresentam maio vulnerabilidade: A distribuição do número de casos no mundo se dá de forma DESIGUAL, concentrando-se nos grupos SOCIAIS DESFAVORECIDOS, como pessoas em situação de pobreza, fome, ppl, minorias étnicas – além de ser uma CAUSA da TB, a pobreza acaba se perpetuando após o acometimento pela doença, pois incapacita o indivíduo Epidemiologia – em 2015, estima-se que 10,4 milhões de pessoas desenvolveram a TB, e 1,4 milhão morreram da doença, porém, nesse mesmo ano, só foram notificados 6,1 milhões de casos, o que, por incrível que pareça, já é uma grande diminuição da subnotificação! Essa diminuição é decorrente da maior notificação da ÍNDIA, que aumentou em 35% as notificações! A ÁSIA E ÁFRICA concentram 88% dos casos novos de TB! A região das américas representa cerca de 3% dos casos mundiais de TB, sendo que o BRASIL é responsável por 33% desses casos, com maior incidência e prevalência no SEXO MASCULINO E MENOR DE 15 ANOS! O brasil está entre os 30 PAÍSES DE alta carga para TB E TB-HIV, sendo definido como um dos principais países com PRIORIDADE PARA O TTO – a cada ANO ocorrem cerca de 73 MIL NOVOS CASOS (10% deles com TB-HIV), com em média 4 MIL ÓBITOS No brasil, a incidência, prevalência e mortalidade da TB se dá de forma bastante HETEROGÊNEA, demonstrando que existem fatores de VULNERABILIDADE! O estado com maior INCIDÊNCIA é o AMAZONAS, enquanto o com maior MORTALIDADE é o RIO DE JANEIRO – a população mais afetadaé a NEGRA (57,5%), havendo um destaque também para os PRESIDIÁRIOS (mil casos/100 mil pessoas) Com relação ao tratamento, o percentual de SUCESSO foi de 83% entre os casos novos e reicidivas, e de TB coinfectada com HIV foi de 75%! De acordo com a OMS, para que a CADEIA DE TRANSMISSÃO seja quebrada, é recomendado que o percentual de cura esteja ACIMA DE 85%, com taxas inferiores a 5% - caso não atinja esse valor, é possível que pacientes bacilíferos continuem transmitindo a doença! Determinantes de INFECÇÃO: ● Concentração de bacilos expelidos pela fonte – grande parte dos indivíduos infectados pelo bacilo, i.e., bacilíferos positivos, não transmitem a doença, apenas aqueles COM A DOENÇA DESENVOLVIDA podem (PODEM, não devem!!) eliminar bacilos e transmiti-los. Os PAUCIBACILÍFEROS, que são formas não cavitárias, possuem baciloscopia de escarro NEGATIVA, mas CULTURA POSITIVA / ATENÇÃO: as crianças com TB pulmonar NÃO SÃO BACILÍFERAS, então não participam da cadeia de transmissão! Por isso, é importante procurar o ADULTO-FONTE ● Intensidade e Frequência do contato – teoricamente, um ÚNICO BACILO é suficiente para iniciar uma infecção, porém, na prática, são necessários pelo menos 20-200 bacilos – Quanto MAIOR O INÓCUO de bacilos e MENOR A RESPOSTA IMUNOLÓGICA, maior a INFECÇÃO (não doença)!!! Contatos esporádicos raramente são infectantes, sendo os cotidianos e domiciliares os maiores responsáveis pela TRANSMISSÃO ● Condições ambientais – as partículas dispersas no ar podem ser DILUÍDAS se estiverem em ambientes ao AR LIVRE, onde costumam ser inativadas pela LUZ ULTRAVIOLETA – o risco de transmissão é muito maior em ambientes fechados e pouco iluminados!!! Thaís Pires PAGE \* MERGEFOR MAT2 ● Sistema Imunológico do indivíduo exposto Patogênese Instalação da Primoinfecção – são os eventos decorrentes do primeiro contato com o agente infeccioso, sendo, no BR – endêmico, um contato mais comum na INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA! Ao alcançar o espaço alveolar, os bacilos são FAGOCITADOS por macrófagos locais na tentativa de uma inativação, porém essas células não conseguem inativá-los ou destruí-los, então inicia-se um processo de PROLIFERAÇÃO LIVRE no interior dos macrófagos! Após um ACÚMULO, há a lise da célula, liberando cerca de 100 mil bacilos livres para invasão de OUTROS MACRÓFAGOS, desenvolvendo um pequeno foco pneumônico imperceptível na radiografia. Os bacilos são drenados para os LINFONODOS HILARES E MEDIASTINAIS, onde irão atingir a corrente sanguínea e se disseminar por VÁRIOS ÓRGÃOS = DISSEMINAÇÃO LINFO-HEMATOGÊNICA! Surgimento da Imunidade – 95% dos casos há o controle da infecção aqui! – após 2-10 semanas a imunidade celular ESPECÍFICA se desenvolve plenamente por meio da proliferação de LINFÓCITOS T HELPER CD4+ ESPECÍFICOS contra os bacilos, que tem como principal função a ativação de MACRÓFAGOS pela liberação de INTERLEUCINAS – essa ativação consiste no AUMENTO DO CITOPLASMA e da CAPACIDADE BACTERICIDA, que permite o acúmulo dessas células ao REDOR DO FOCO PRIMÁRIO e nos focos de DISSEMINAÇÃO E HEMATOGÊNICOS 🡪 macrófagos circundados por um infiltrado de linfócitos = GRANULOMA, que é um tipo de reação inflamatória de hipersensibilidade tipo 4 O granuloma pode conter, no seu interior, CÉLULAS GIGANTES DE LANGERHANS, que são resultantes da fusão de vários macrófagos ativados – na TB, existe um tipo específico de granuloma em que há uma NECROSE SÓLIDA CASEOSA no centro da reação, dando o nome de GRANULOMA CASEOSO! Essa aparência caseosa é decorrente da lise de lipídios da PC do bacilo!! O granuloma primário, onde tudo começou, é chamado de NÓDULO DE GHON, geralmente de localização no TERÇO MÉDIO, podendo se instalar em qualquer lugar do pulmão – normalmente não é visível no RX, mas, caso ultrapasse 8mm, pode aparecer como um NÓDULO SOLITÁRIO Obs: pode ser que alguns bacilos permaneçam LATENTES no interior de alguns granulomas, permitindo que, futuramente, sejam reativados, causando uma TUBERCULOSE PÓS-PRIMÁRIA! Adenopatia Satélite + Nódulo de Ghon = Complexo de Ranke Mecanismo da Doença – a evolução de infecção 🡪 doença, é um fruto da guerra entre BACILO X HOSPEDEIRO, sendo que a lesão tecidual é, na verdade, decorrente da tentativa de defesa do hospedeiro!! Quando a carga de bacilos é muito grande, o granuloma caseoso tende a ser maior, porém não é por essa característica que ele irá conter o Thaís Pires PAGE \* MERGEFOR MAT2 processo infeccioso! Pode acontecer do granuloma ficar apenas tentando eliminar o bacilo, sem conseguir efetivar a tentativa, formando os FOCOS PROGRESSIVOS No granuloma caseoso, os bacilos se proliferam com MUITA DIFICULDADE, pela escassez de O2 – quando o cáseo é mantido, há grandes chances de LIQUEFAÇÃO DA NECROSE CASEOSA, i.e., liberação de enzimas destrutivas pelos macrófagos do granuloma. Os produtos da degradação AUMENTAM A OSMOLARIDADE da região, permitindo a infiltração de água e, consequentemente, estabelecendo um MEIO PARA CULTURA para os bacilos! Se essa liquefação atingir um BRÔNQUIO, pode permitir a comunicação GRANULOMA CASEOSO – AR, que é muito rico em O2 = CAVERNA TUBERCULOSA, que despeja o material liquefeito MUITO RICO em bacilos para os brônquios, FAVORECENDO CONTAMINAÇÃO! Patologia - São 3 os tipos de lesão parenquimatosa na TB: PROLIFERATIVA, EXSUDATIVA e MISTA ● Proliferativa - formação de granulomas caseosos bem delimitados por uma cápsula fibrosa, contendo a infecção ao local dos focos ● Exsudativa – pneumonia tuberculosa – alvéolos preenchidos por MACRÓFAGOS E NEUTRÓFILOS em meio a NECROSE CASEOSA, a resposta EXSUDATIVA costuma ocorrer nos focos de DISSEMINAÇÃO BRONCOGÊNICA / Então quanto maior o inócuo, maiores as chances de bacilos residuais nos granulomas – necrose de liquefação – reativação – caverna tuberculosa – disseminação broncogênica 🡪 EXSUDAÇÃO ● Mista – os dois tipos de lesão em áreas diferentes do pulmão Síndromes da Tuberculose – a doença se desenvolve em apenas 10% dos indivíduos infectados, sendo que em 5% dos casos a primo-infecção evolui para a doença = TB PRIMÁRIA, o que ocorre em ATÉ 3 ANOS após a infecção 🡪 forma clássica em crianças; e os outros 5% a doença se desenvolve depois de 3 anos da primo-infecção = TB PÓS-PRIMÁRIA, podendo ser resultante de uma REATIVAÇÃO do foco latente ou de uma REINFECÇÃO 🡪 forma clássica em mais de 15 anos de idade ▪ TB Primária Típica – após até 3 anos da primo-infecção, mais comum em crianças < 4 anos, uma vez que a resposta imunológica dos LINFONODOS HILARES E MEDIASTINAIS é exacerbada! Esse aumento linfonodal pode levar a COMPRESSÃO BRÔNQUICA, cursando com ATELECTASIAS o Quadro Clínico – semelhante ao de uma PNEUMONIA ATÍPICA – febre baixa + tosse seca, o que muitas vezes pode ser confundido com uma GRIPE FRACA, embora não apresente coriza, cefaleia, e não motiva o atendimento médico; pode haver DOR PLEURÍTICA, o que sugere uma pleurite tuberculosa / Essa síndrome febril dura, em média, 14-21 dias, podendo atingir 2-3 meses o Achados Radiológicos – embora o quadro clínico seja bastante inespecífico, os achados radiológicos são específicos! Na fase de primo-infecção, pode-se observar OPACIDADE PARENQUIMATOSA (nódulo Ghon ou consolidaçõa) ADENOPATIA HILAR IPSILATERAL AO FOCO PRIMÁRIO unilateral – geralmente, o nódulo de Ghon está localizado no LOBO MÉDIO DO PULMÃO DIREITO, mas pode variar. Esses achados podem desaparecer em 6m - 1 ano, deixando uma cicatriz = TUBERCULOMA visto no RX / Quando inicia a necrose de caseosa e disseminação broncogênica, CAVITAÇÕES o Complicações – dependem de eventuais complicações do quadro principal, como ATELECTASIAS por compressão hilar, principalmente no lobo direito; PNEUMONIA TUBERCULOSA devido a ruptura para o brônquio; evolução para a forma LINFO-HEMATOGÊNICA (miliar) mais comum < 2 anos; evolução para PROGRESSIVA ▪ TB Primária Progressiva – ou aconteceem pcts com GRANDE INÓCUO ou naqueles IMUNOCOMPROMETIDOS – o foco primário evolui para GRANDE INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA e EXSUDATIVA, causando pneumonia tuberculosa Thaís Pires PAGE \* MERGEFOR MAT2 ▪ TB Miliar – mais comum em crianças MENORES DE 2 ANOS NÃO VACINADAS ou IMUNOCOMPROMETIDOS MOD- GRAVE – Na fase de primo-infecção, a disseminação linfo-hematogênica não é contida, o que continua a lançar bacilos no sangue, sendo as MENINGES e o INTERSTÍCIO PULMONAR muito afetados, além de fígado, baço, linfonodos – o nome se dá pelos diversos focos pulmonares, com aspecto de sementes ▪ TB Pós-primária – desenvolvimento da TB em pcts infectados há mais de 3 anos, seja por REATIVAÇÃO, seja por REINFECÇÃO, ou seja, é a FORMA CRÔNICA, típica de indivíduos entre 15-40 anos, que já tem o PPD positivo há muito tempo! – Os focos granulomatosos da primo-infecção contém o bacilo na forma latente e, por mecanismos não muito bem conhecidos, como uma diminuição no sistema imune, pode haver uma REATIVAÇÃO deles, que iniciam a proliferação. A reinfecção desencadeia uma resposta semelhante a reativação, porém com uma resposta imunológica muito mais rápida. A LIQUEFAÇÃO DA NECROSE CASEOSA – hiperosmolaridade – meio de cultura – proliferação bacilo – erosão da parede brônquica – contato com oxigênio – muita proliferação – PACIENTE MULTIBACILÍFERO!! o Segmentos acometidos – Segmento posterior dos lobos superiores e segmento superior dos lobos inferiores – Maior tensão de oxigênio e menor drenagem linfática o Quadro Clínico – principal característica é que o paciente é OLIGOSSINTOMÁTICO, sendo a principal queixa a TOSSE CRÔNICA (seca, mucoide, expectoração purulenta, hemoptoica), associada a PERDA DE PESO, FEBRE VESPERTINA e SUDORESE NOTURNA! Como o pct é multibacilífero e dificilmente procura um médico por esses sintomas, quando vai ao médico já está em FASES AVANÇADAS e provavelmente já CONTAMINOU várias pessoas / Quando se inicia a disseminação broncogênica, os bacilos podem atingir QUALQUER LOBO OU SEGMENTO PULMONAR, causando novos infiltrados ipsi ou contralaterais o Exames Laboratoriais – podem revelar LEVE ANEMIA normocítica e normocrômica, aumento do VHS ▪ Fase Inicial – infiltrado pulmonar misto ▪ Fase cavitária – infiltrado pulmonar com cavitação ▪ Fase cavitária com disseminação broncogênica – surgimento de novos infiltrados ▪ Fase avançada – fibrose pulmonar o Complicações TB pós-primária – ao contrário da primária, essa NÃO É AUTOLIMITADA, tende a progredir LENTAMENTE e, como um mecanismo de defesa pulmonar, há ATIVAÇÃO FIBROBLASTOS que podem causar FIBROSE PARENQUIMATOSA, levando a dispneia e possível cor pulmonale – os bacilos expelidos de uma cavidade podem infectar LARINGE, causando TB laríngea ▪ TB-HIV – pct HIV + tem cerca de 30x risco de desenvolver TB doença - a manifestação varia de acordo com o grau de comprometimento dos T CD4+ - se estiver entre 350-500/mm3 a TB tem padrão CAVITÁRIO (tipo pós primária); se estiver abaixo de 350/mm3 tem padrão EXSUDATIVO – Se imunossupressão extrema, é uma reação inflamatória EXTENSA E INERPECÍFICA PPD/Prova Tuberculínica/Teste de Mantoux – identifica os indivíduos infectados pelo bacilo, seja INFECÇÃO LATENTE, seja INFECÇÃO-DOENÇA, por meio de uma proteína que foi purificada ao ponto de conter os principais antígenos do bacilo! Como a resposta imune surge depois de 2-10 semanas da infecção por TB, a partir desse período a PPD vai causar uma LESÃO INDURADA E ERITEMATOSA após 48h-72h 🡪 linfócitos T CD4+ causaram reação de hipersensibilidade tardia A prova é feita com a administração de 2 UNIDADES TUBERCULÍNICAS no terço médio da face anterior do antebraço – Mede-se a INDURAÇÃO e não o eritema após 48h-72h ▪ TB Primária Adulto – pode seguir um curso semelhante ao da infância, porém NÃO APRESENTA ADENOPATIA HILAR (a não ser em HIV positivo) – nesses casos, é mais comum a TB PLEURAL PRIMÁRIA do que a PULMONAR Thaís Pires PAGE \* MERGEFOR MAT2 Diagnóstico ▪ Pct Adulto – TB pós primária – a confirmação diagnóstica REQUER a demonstração da PRESENÇA DO BACILO no corpo do pct, podendo ser feito por 3 métodos: teste rápido molecular; baciloscopia; cultura – Pode, ainda, fazer o diagnóstico clínicoepidemiológico, que é aquele em que o pct tem quadro clínico típico, contexto epidemiológico condizente – outros exames podem corroborar a impressão inicial, como EXAMES DE IMAGEM, HISTOPATOLÓGICO ⮚ Teste Rápido Molecular – é um teste que utiliza a técnica de REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (PCR), detectando especificamente o DNA do M. tuberculosis (vivo ou morto) e identificando a existência de GENES que conferem resistência à RIFAMPICINA (grande parte das bactérias resistentes à rifampicina também são a isoniazida – TB MULTIRRESISTENTE) / O resultado sai em 2h, tem 90% sensibilidade e 99% de especificidade 🡪 Ele não serve para ACOMPANHAR RESPOSTA AO TTO, uma vez que o DNA detectado pode ser do bacilo vivo ou morto / dificuldade para crianças para obter uma amostra viável, geralmente é utilizado em ADULTOS E ADOLESCENTES ⮚ Baciloscopia – é um teste para a pesquisa DIRETA do bacilo de Koch pelo exame microscópico do escarro ou de outros fluidos corporais – método de Ziehl-Nielsen, BAAR– se o material coletado for o escarro, devem ser realizadas duas coletas: uma no momento da consulta e outra na manhã seguinte / Se o pct tiver fortes indícios clínicos e radiológicos de TB, mas as duas baciloscopias forem NEGATIVAS, pode-se reconsiderar a REPETIÇÃO / A baciloscopia é o exame de escolha para o acompanhamento do TRATAMENTO de tb pulmonar bacilífera, uma vez que a negativação é o parâmetro mais confiável para avaliar a EFICÁCIA DO TTO / a baciloscopia tem SENSIBILIDADE diminuída nas crianças, pela dificuldade de obter uma amostra viável ⮚ Cultura + TSA – Possui elevada sensibilidade e especificidade (principalmente especificidade), podendo ser realizada em meios sólidos ou líquidos – baixo custo, 14-60 dias pro crescimento bacteriano (geralmente no meio líquido sai mais rápido, porém é mais caro) / Se a CULTURA POSITIVA, são realizados testes bioquímicos para a definição da ESPÉCIE e o TSA (Teste de Sensibilidade Antimicrobiana), onde se testam rifampicina, isoniazida, etambutol, estreptomicina ▪ Estratégia para Confirmação Diagnóstica de TB o Sempre que disponível o TRM-TB, deve ser solicitado para a suspeita de tuberculose o Nas populações vulneráveis (índios, presidiários, HIV, morador de rua), independente do resultado do TRM-TB, há solicitação de CULTURA + TSA Thaís Pires PAGE \* MERGEFOR MAT2 ▪ Exames Complementares o RX Tórax – tem como papel AUXILIAR no diagnóstico, uma vez que seus achados são SUGESTIVOS e não PATOGNOMÔNICOS / Em pcts com baciloscopia positiva, i.e., TB DOENÇA CONFIRMADA, indica- se a realização do RX para afastar outras causas pulmonares o TC Tórax – é responsável por detectar a doença em casos de RX IMPRECISO, geralmente em lesões antigas que não conseguem ser diferenciadas de TB ATIVA o Broncoscopia – é útil para formas em que os achados micobacteriológicos sejam negativos, suspeita de doença pulmonar que não a tuberculose o Dosagem de ADA – a adenosina deaminase é uma enzima secretada por linfócitos e macrófagos ativados – quando elevada no líquido pleural, possui elevado VPP para confirmação da TB mesmo sem a positividade do BK Diagnóstico Diferencial – com relação às MICOSES PULMONARES, a HISTÓRIA EPIDEMIOLÓGICA é importante e, ao contrário da TB, a necrose do granuloma é do tipo LIQUEFAÇÃO, apresentando no RX nódulos de MÚLTIPLOS TAMANHOS, BILATERAIS e SIMÉTRICOS Diagnóstico Precoce - depende da PROCURA PASSIVA DE SINTOMÁTICOS RESPIRATÓRIOS, pela apresentação do doente ao serviço de saúde (SS), e da RÁPIDA SUSPEIÇÃO, pelo serviço, para a solicitação de baciloscopia para o diagnóstico / Os doentes gastam umagrande quantidade de tempo e dinheiro BUSCANDO SOLUÇÕES ALTERNATIVAS PARA AMENIZAR OS SINAIS E SINTOMAS antes de começarem o tratamento, e, muitas vezes, não recebem o diagnóstico ou tratamento efetivo Os SSs devem se organizar para um dos principais desafios no controle da TB, que é melhorar a detecção de casos, por meio DA BUSCA ATIVA DE SINTOMÁTICOS RESPIRATÓRIOS, a despeito da prática habitual, que é a utilização da busca passiva Tratamento Os fármacos utilizados no tto INTERFEREM no sistema enzimático ou BLOQUEIAM a síntese de algum metabólito essencial para o crescimento do bacilo, portanto são medicamentos que atuam somente em BACILOS VIVOS, e não em latentes Lembrar: lesão cavitária é ótima pro crescimento do bacilo, então a probabilidade de existirem espécies mutacionadas para resistência a antibiótico é muito alto; na lesão caseosa, que é fechada, as condições de crescimento do bacilo estão limitadas, e esses que são chamados de LATENTES, responsáveis pela TB pós primária / Dessa forma, o medicamento antiTB varia de acordo com o METABOLISMO BACILAR: na lesão caseosa fechada, predominam os medicamentos que se difundem no meio intracelular e em pH ácido (rifampicina, etambutol); na lesão cavitária, a rifampicina, isoniazida e estreptomicina são muito efetivas! Thaís Pires PAGE \* MERGEFOR MAT2 A oms propõe o TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO, que se baseia em 5 princípios: ▪ Compromisso político com a estratégia e mobilização da sociedade ▪ Garantia de exames bacteriológicos de qualidade ▪ Tto padronizado e supervisionado ▪ Fornecimento de medicamentos ▪ Sistema de notificação dos casos Tratamento Diretamente Observado - No brasil, TODOS os casos de TB devem ser submetidos ao TDO, que aumenta a adesão ao tto! Esse tto consiste em não apenas observar a deglutição do medicamento, mas a construição de um vínculo, geralmente PROFISSIONAL DE SAÚDE – DOENTE, pois familiares tem piores tacxas de sucesso de tto A indicações para o ESQUEMA BÁSICO são CASOS NOVOS de tb pulmonar infectados ou não por HIV e RETRATAMENTO exceto meningoencefalite Esquema de TTO – é dividido na fase INTENSIVA, que tem como objetivo reduzir rapidamente a população bacilar e, conseq., a transmissão; e na de MANUTENÇÃO, que tem como objetivo eliminar os bacilos LATENTES/RESISTENTES por meio do uso de dois medicamentos com AMPLO poder bactericida No brasil para ADULTOS E ADOLESCENTES, 4 fármacos na fase intensiva e 2 na fase de manutenção – RHZE / RH Para crianças < 10 anos – 3 fármacos na fase intensiva e 2 na manutenção – RHZ / RH 🡪 A principal diferença entre o tto para >10 anos é o ETAMBUTOL, fármaco que apresenta grande toxicidade OCULAR nos menores de 10 anos Os 4 medicamentos são ingeridos UMA ÚNICA VEZ Efeitos Colaterais – são divididos em 2 grandes grupos: Thaís Pires PAGE \* MERGEFOR MAT2 Paracoccidiodomicose Etiologia – é causada por FUNGOS TERMODIMÓRFICOS de duas principais espécies: Paracoccidoides brasiliensis e P. lutzii, sendo o primeiro dividido em 5 grupos filogenéticos diferentes, que acometem regiões diferentes (S1a, S1b...), e o segundo em somente um grupo, com distribuição predominante no CENTRO-OESTE Ecoepidemiologia – os paracocos se desenvolvem como estruturas FILAMENTOSAS e produzem os CONÍDIOS, que são a forma infectante / Depois de inalados, esses propágulos/conídios, dão origem a formas LEVEDURIFORMES do fungo, que são os parasitas. Os conídios também podem infectar ANIMAIS, como o tatu-galinha, onde irão se transformar em leveduras e servirão como reservatório. A UMIDADE do solo é importante na ESPORULAÇÃO E DISPERSÃO do fungo, sendo maior, nos períodos chuvosos, as taxas de infecção pelo conídio Contaminação – o grande risco está correlacionado a atividade ocupacional exercida pelo indivíduo, sendo aquelas de manejo do solo as de maior risco, como ATIVIDADE AGRÍCOLA, TERRAPLANAGEM, PREPARO DO SOLO / Em grande parte dos casos, os pcts apresentam o contato com atividades agrícolas em anos anteriores, desenvolvendo a doença muitos anos depois. Há uma correlação POSITIVA entre ALCOOLISMO/TABAGISMO e blastomicose; uma relação neutra entre IMUNODEPRESSÃO e blastomicose Incidência/Prevalência – não é uma doença de notificação COMPULSÓRIA, então os dados não são muito precisos, uma vez que são provenientes de casos hospitalares principalmente. Nos estados SÃO PAULO, PARANÁ, RIO GRANDE DO SUL e GOIÁS, a incidência pode chegar a 3-4/milhão / O pico de incidência é entre 10-20 ANOS DE IDADE, sendo mais prevalente em HOMENS (15:10) Imunopatogenia – o controle da infecção está correlacionado a uma RESPOSTA IMUNE específica, sendo que cada apresentação clínica da PCM é resultante de um tipo específico de resposta. Para aqueles que NÃO DESENVOLVEM A DOENÇA, há uma resposta de TH1, que é resultante da ativação de macrófagos e linfócitos T CD4+, formando GRANULOMAS. Já os indivíduos que desenvolvem a doença apresentam uma RESPOSTA TH1 DEFICIENTE, sendo o grau da deficiência determinante da gravidade da doença! Indivíduos com a forma grave, como AGUDA/SUBAGUDA ou CRÔNICA DISSEMINADA GRAVE, apresentaram um padrão de resposta TH2, que ativa os LINFÓCITOS B, culminando na liberação de MUITOS ANTICORPOS ESPECÍFICOS em detrimento da formação do GRANULOMA!! Classificação Clínica – a PCM, por ser uma MICOSE SISTÊMICA, pode atingir QUALQUER ÓRGÃO ● Forma Aguda/Subaguda (Juvenil) – responsável por 5-25% dos casos, podendo ser mais frequente em regiões endêmicas (Maranhão, Minas, Pará, Goiás e SP) – acomete mais CRIANÇAS, ADOLESCENTES e ADULTOS JOVENS / Essa forma mostra uma EVOLUÇÃO RÁPIDA com ampla disseminação em múltiplos órgãos, sendo diagnosticada poucas semanas após o início dos sintomas Thaís Pires PAGE \* MERGEFOR MAT2 o Achados: Envolvimento do sistema fagocítico-mononuclear com ADENOPATIA LOCALIZADA OU GENERALIZADA que pode apresentar fistulização, supuração, HEPATOESPLENOMEGALIA, além de manifestações digestivas e lesões cutâneas; FEBRE, PERDA DE PESO (queixas digestivas); pode ser uma adenomegalia do HILO HEPÁTICO, determinando ICTERÍCIA OBSTRUTIVA; o acometimento dos linfonodos MESENTÉRICOS pode dificultar a drenagem dos intestinos, provocando uma ENTEROPATIA PERDEDORA DE PROTEÍNAS e ASCITE o Obs: cerca de 5% dos casos pode ter comprometimento das adrenais, cursando com hiperpigmentação cutânea, anorexia, sintomas TGI, hipotensão, hipoglicemia e distúrbios hidroeletrolíticos ● Forma Crônica (Adulto) – é responsável pela MAIORIA dos casos de PCM (prevalência de até 96%), predominando em ADULTOS COM 30-60 ANOS e do sexo MASCULINO (22:1) / A doença tem um curso de instalação LENTO e com sintomas por 6 meses -1 ano, acometendo, principalmente, PULMÕES, PELE, VIAS AERODIGESTIVAS o É dividida em forma LEVE, MODERADA ou GRAVE, sendo grave quando apresenta TRÊS OU MAIS dos seguintes critérios: ▪ Perda ponderal maior que 10% ▪ Comprometimento pulmonar ▪ Acometimento de outros órgãos (adrenais) ▪ Títulos de Anticorpos elevados o História clínica: meses de evolução com TOSSE, EXPECTORAÇÃO e DISPNEIA AOS ESFORÇOS. Os achados no EF pulmonar contrastam com as alterações RADIOLÓGICAS (dissociação clinicoradiológica).. o As lesões mucosas são polimórficas e acometem LÁBIOS, MUCOSA ORAL, OROFARINGE, LARINGE, TRAQUEIA, ESÔFAGO, manifestando-se como ROUQUIDÃO INEXPLICADA, TOSSE SECA ou ODINOFAGIA Diagnóstico – Na forma crônica, o RX TÓRAX é o principal exame, uma vez que quase sempre estará alterado, o que nem sempre acontece na forma aguda, que pode poupar os pulmões Características Radiológicas – infiltrado pulmonar bilateral simétrico peri-hilar que acomete os terços médios ▪ Infiltrado Micronodular – nódulos de variados tamanhos, ao contrário da TB miliar ▪ Alveolar – distribuição simétrica peri-hilar = ASA DE MORCEGO ▪ Cavitário – pequenascavitações irregulares e confluentes ▪ Fibrótico – estrias grosseiras do hilo para a periferia pulmonar Exame de Sangue – poucas alterações compatíveis, geralmente indicando doença crônica inespecífica, como anemia e aumento do VHS. EOSINOFILIA pode estar na forma aguda e MONOCITOSE nas formas crônicas / Caso haja insuficiência adrenal, pode apresentar hipoglicemia, hiponatremia, hipercalemia e eosinofilia Diagnóstico – é feito pela PESQUISA DIRETA DO FUNGO ou CULTURA do material do escarro/aspirado linfonodal/raspado de lesões cutâneas / Se os resultados forem NEGATIVOS, o diagnóstico pode ser buscado pelo exame HISTOLÓGICO (biópsia pulmonar, linfonodal ou cutânea), que mostrará o fungo Sorologia – utiliza-se a imunodifusão, ELISA e contra imunoeletroforese – feita para o controle de CURA, embora alguns pacientes apresentem ANTICORPOS CIRCULANTES mesmo após a cura, sendo importante a confirmação da cura pela demonstração direta da ausência do fungo Teste Intradérmico – utilizado apenas em inquéritoes epidemiológicos, NÃO SERVINDO PARA DIAGNÓSTICO – ele pode estar negativo no momento do diagnóstico e positivo após a cura, indicando apenas que existe imunidade Tratamento Dividido em fase de ATAQUE E MANUTENÇÃO, com duração média de 6 a 12 meses / A droga de escolha é o ITRACONAZOL 100-200mg/dia, VO, 1x dia (muito caro); ou CETOCONAZOL 200-400 mg/dia, que é mais barato, menos Thaís Pires PAGE \* MERGEFOR MAT2 potente e com mais efeitos colaterais (hepatotoxicidade); ANFOTERICINA B é utilizada em casos GRAVES, DISSEMINADOS e somente na fase inicial Os pacientes que voltaram a positivar a sorologia e/ou voltaram a apresentar sinais e sintomas clínicos característicos devem receber o retratamento com a mesma droga ou com droga diferente
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