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Apostila aulao- SAUDE[11480]

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nezonaoeste@gmail.com 
www.nezoeducacional.com.br 
 
Núcleo De Estudos Da Zona Oeste 
AULÃO GRATUITO 
 
Conteúdo: Saúde: Lei 8.080/142/1990 
Organizador (a): Professora Maria Abreu 
 
 
 
 
 
 
Núcleo de Estudos da Zona Oeste 
 
 
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SAÚDE 
 
Coordenação Geral NEZO 
Profª. Drª. Tatiana M.A. Fonseca 
 
Coordenação Pedagógica 
Profª. Drª. Tatiana Fonseca 
Mestre e Doutora em Política Social-UFF 
Assistente Social do INTO e SMAS RJ 
 
Capa, arte 
 
NEZO EDUCACIONAL 
 
Revisão Final 
ProfªMSc. Maria Silv
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1. Introdução 
Não há como analisar a saúde no Brasil contemporâneo, sem considerar a trajetória 
desta no marco do desenvolvimento industrial e urbano brasileiro, no início do século XX. 
Esta apostila visa traçar em linhas gerais essa trajetória e dar ênfase no Sistema único 
de Saúde, implementado no país como política social pública e universal. 
A leitura do conteúdo aqui trabalhado não exime o aluno de consultar outros textos. 
Ao contrário, o conteúdo deve ser complementar aos estudos rotineiros de um aluno que 
sonha em se tornar um funcionário público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. Antecedentes da Saúde no Brasil 
 
Primeiramente foi criada a CAP para os ferroviários, sendo logo depois estendida às 
categorias dos marítimos e dos portuários. As CAP’s eram organizadas por empresas e se 
caracterizavam por prestar assistência médica e benefícios previdenciários, mantidas por 
contribuições financeiras do empresariado e Até o final da década de 1920, as CAP’s cobriam 
somente as três categorias citadas – com prestação de serviços previdenciários e a 
assistência médica – e estava em tramitação no Congresso a extensão para a categoria dos 
comerciários. 
Na década de 1930 as CAP’s foram, paulatinamente, sendo agrupadas ou 
incorporadas aos IAP’s – Institutos de Aposentadoria e Pensões, criados por Getúlio Vargas. 
Os IAP’s, ao contrário das CAP’s, são inseridos na órbita do Estado, com a participação deste 
no seu custeio, contudo com o poder de nomeação da presidência dos Institutos21. Em 1933 
foi criado o primeiro IAP, o IAPM (Marítimos), pelo decreto nº 22.872, de 29/06/1933. As 
CAP’s só foram totalmente extintas na década de 50 e é em 1954 que é promulgado o 
“Regulamento Geral dos Institutos de Aposentadoria e Pensões”. O que passava por trás 
deste ato eram a centralização (característica muito própria deste período) e o interesse de 
Vargas pelo controle do montante de dinheiro que essas instituições gerenciavam do 
trabalhador, sendo administradas por representantes destes segmentos (Oliveira e Teixeira. 
1989: 31). 
As quatro décadas, desde a implantação da primeira CAP até aos IAP’s, são marcadas 
por diferentes conjunturas políticas, que, naturalmente, vão marcar as políticas sociais em 
construção. Tomando como referência a assistência médica, podemos afirmar que no 
período até 1930 esta é entendida como função precípua do sistema previdenciário 
emergente. 
 
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2.1 Da ditadura estadonovista ao autoritarismo militar: um resumo da evolução do 
sistema 
Seguridade no governo Vargas 1930-1945: 
No período de 1930 a 1945, essa política irá mudar a partir de um discurso de ampla 
contenção dos gastos previdenciários: os serviços de assistência médica serão restringidos e 
prestados por clínicas e hospitais conveniados. Tanto que em 1945 só existiam em todo o 
país quatro hospitais próprios dos IAP’s. No período da redemocratização, 1945 a 1960, essa 
situação irá se transformar com o aumento do número de serviços previdenciários e com a 
construção de serviços próprios para a assistência médica. 
Entretanto, emergem, após 1955, diversas críticas à crise financeira da previdência e 
discursos do próprio Estado na defesa – legal, já que na prática não existia – da não 
contrapartida estatal no custeio da previdência social. Enfim, um debate sobre a contenção 
dos gastos, ao mesmo tempo em que esse período era marcado pelo aumento progressivo 
da contribuição dos trabalhadores para a previdência (Oliveira e Teixeira. 1989). 
Na realidade, no final desse período, mesmo com o discurso da crise, nenhum 
governante pode assumir a redução dos serviços prestados pelos IAP’s. Exemplo desta 
contradição é a promulgação da Lei Orgânica da Previdência Social, em 1960, que nivelou os 
benefícios por alto e garantiu o direito à assistência médica; bem como a III Conferência 
Nacional de Saúde, realizada em 1963, que, mesmo sendo realizada sem a participação da 
população aprovou em suas diretrizes a municipalização da saúde. 
Uma nova fase a partir de 1966: unificação dos diversos Institutos que compunham o 
sistema – sofre uma série de mudanças; o que impõe mudanças na década de 80. 
Em 1966, no ápice do regime militar imposto em abril de 1964, os IAP’s são 
unificados e, com isto, se cria o INPS, por meio do decreto n°. 72 de 21 de novembro de 
1966, gerando, consequentemente, uma enorme centralização e uma junção de recursos 
nunca vistos na história deste país. O processo de unificação é marcado por duas 
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características fundamentais: o “crescente papel do Estado como regulador da sociedade e o 
alijamento dos trabalhadores do jogo político” (Oliveira e Teixeira. 1989: 201). 
Pensando as particularidades da política de saúde em cada fase da ditadura militar, 
podemos observar, com auxílio de autores da área, que o período de 1964 a 1968 foi 
marcado pela adaptação em geral, e não só na política de saúde, do Estado brasileiro ao 
autoritarismo da ditadura. Varreu-se com os mecanismos democráticos existentes e se 
instalou um aparelho que suportasse à ditadura, sendo o maior exemplo o Ato 
Inconstitucional n°. 5, de 1968, que fechou o congresso e suspendeu os diretos civis. 
Daí a criação do INPS, em 1966, e de seus mecanismos de legitimidade, a extensão da 
cobertura. Para Oliveira e Teixeira (1989) a política de saúde nesse período tem as seguintes 
características: extensão da cobertura para quase toda a população urbana e parte da 
população rural; privilegiamento da prática médica curativa, em detrimento da saúde 
pública; desenvolvimento de um complexo médico industrial, de medicamentos e 
equipamentos, promotor de acumulação do capital; e ênfase em uma prática médica 
orientada para a lucratividade, a partir da intervenção estatal. 
O período que vai de 1968 até 1974/75, é conhecido como o “milagre econômico”, 
[...]. As principais orientações da política de saúde nesta época foram: a generalização da 
demanda por consultas médicas; o elogio da medicina como sinônimo de cura; a construção 
e reforma de inúmeras unidades de saúde privadas; o aumento do número de faculdades 
particulares de medicina em todo o país; o aumento de recursos para convênios do INPS 
com o setor privado, em detrimento do investimento no serviço público (Luz. 1991: 82). 
Por sua vez, o terceiro período, 1974/75 a 1979, é marcado pela necessidade da força 
presente no aparelho estatal para buscar canais de mediação que legitimassem a dominação 
burguesa frente à crise, sendo a marca para isso a distensão política. Como balanço da 
política de saúde nesse período, Bravo (1996:47) aponta a tensão existente entre a demanda 
para a ampliação dos serviços e sua disponibilidade; os diferentes interesses entre os setores 
estatal e empresariadomédico; e a emergência de um movimento social contestatório a 
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essa política de saúde, que mais à frente será aqui tematizado. As reformas realizadas nesse 
período reafirmaram a ênfase da política de saúde dividida em atendimento curativo, 
através da previdência social com ações comandadas pelo setor privado, e as ações de saúde 
pública, através do Ministério da Saúde, que “embora de forma limitada, aumentaram as 
contradições no Sistema Nacional de Saúde” (Bravo. 1996: 48). 
No que tange à saúde, que no Brasil nunca foi direito de cidadania, há um 
agravamento da situação que se expressa, por exemplo: no investimento no setor privado 
em detrimento do público (investimento incessante do Estado através de convênios com 
isso, muitos foram os hospitais particulares construídos e equipados com dinheiro público); 
na inversão de prioridades, com a saúde pública sendo, em termos de investimento 
financeiro, relegada a um segundo plano (favorecendo o ressurgimento de doenças já 
extintas), priorizando-se, assim, a assistência médica; no acirramento do desvio do dinheiro 
oriundo da contribuição dos trabalhadores para outras ações que não a previdência social, a 
saúde e seus serviços e benefícios; na introdução acrítica de novas tecnologias em saúde e 
na ênfase na ideologia do modelo hospitalocêntrico. 
Também data do período da ditadura militar, mais precisamente da década de 1970, 
um movimento importantíssimo para a saúde no país, que é o “Movimento Sanitário”. Este 
movimento questionava o sistema de saúde vigente, qualificando-o de irracional, e 
apresentava propostas para a construção de um sistema de saúde que não discriminasse 
nenhuma pessoa, ou seja, que não exigisse contribuir financeiramente para ser atendido, e 
que fosse eficaz e eficiente. 
É difícil definir quando um “movimento” tem início. Essa palavra por si já mostra a 
dificuldade disso. Mas é no final da década de setenta, com a crise da ditadura e o CEBES 
sendo um órgão aglutinador, que o movimento sanitário pode ganhar expressão abrangente 
e nacional. 
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Além do CEBES também foram criados neste período o REME (Renovação Médica), 
em 1977, e a ABRASCO (Associação Brasileira de Pós-graduação em Saúde Coletiva) em 
1979. 
Um marco do movimento da reforma sanitária no Brasil foi o I Simpósio Nacional de 
Política de Saúde, promovido pela Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, evento no 
qual, segundo Rodriguez Neto (1994 e 2003), puderam ser apresentadas para o debate, pela 
primeira vez, as propostas do movimento sanitário. 
É, portanto, na década de 1980 que se evidencia a crise do Estado brasileiro gerido 
sob os princípios da ditadura militar e, logo, de suas políticas, inclusive a de saúde. É 
também, neste período que se dá o debate de ideias entre as proposições do Movimento 
Sanitário e as propostas contrárias à construção da política pública de saúde, propostas estas 
defendidas pela Federação Brasileira de Hospitais (FBH) e pela Associação Brasileira de 
Medicina de Grupo (ABRAMGE). 
 
2.3 Aspectos Históricos – Era Pré SUS 
Reforma Sanitária (CEBES, 1976 e ABRASCO, 1979): 
 Universalizar o direito a saúde; 
 Integralizar as ações, estruturando os serviços de saúde de forma a haver uma 
ordenação na prestação dos serviços de acordo com as demandas apresentadas; 
 Inverter a entrada no sistema de saúde; 
 Descentralizar a gestão; 
 Promover a participação e o controle social. 
 
1980 – 7° Conferência Nacional de Saúde: 
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 Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (PREV-Saúde). Pela grave crise fiscal 
que o país vive naquela época, cria-se órgãos para administrar melhor os poucos 
recursos. O Prev-saúde, por falta de apoio político, não é implementado. 
 
1983 - Ações Integradas de Saúde (AIS): 
 AIS - Discussão entre reformistas com os setores do INAMPS tentando solucionar a 
crise previdenciária. Executadas pelos MS-INAMPS-Secretarias estaduais 
 
1986 - 8° Conferência Nacional de Saúde: 
“...saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, 
meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e o 
acesso a serviços de saúde. É assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização 
social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida...” 
 
1988 - Constituição Federal – Artigo 196 
 
“ A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação.” 
 
 
2.4 Panorama da política de saúde nos anos noventa: do direito conquistado à perversa 
realidade 
Os anos noventa no Brasil foram marcados pelo êxito ideológico do projeto 
neoliberal. Estratégia de rearticulação do capital ao nível planetário após 1973, ele traz 
consigo a defesa de um Estado mínimo para as questões do social e promove também uma 
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reestruturação do mundo do trabalho, onde a precarização das conquistas sociais e 
trabalhistas são revistas ou postas em cheque (Tavares Soares, 1999). 
O governo de Fernando Collor de Mello foi o primeiro a tentar implementar o projeto 
neoliberal no país. Entretanto, ele foi deflagrado, de fato, desde o primeiro governo de 
Fernando Henrique Cardoso (FHC). 
A reforma do Estado defendida por FHC e seus intelectuais partia do discurso da 
constatação da falência dos estados sociais (a crise do Estado de Bem-Estar Social nos países 
desenvolvidos, a crise do Estado desenvolvimentista nos países em desenvolvimento, a crise 
do Estado socialista nos países socialistas) e sugeria a criação de um novo Estado, que seria 
“social-liberal”. Segundo o mesmo discurso seria social porque estaria preocupado com a 
sociedade e liberal por que não seria estatizante (Bresser Pereira, 1997; Bresser Pereira e 
Grau, 1999). 
Assim, de maneira sumária, podemos afirmar que a reforma do Estado defendida 
pelo governo FHC e seus intelectuais apontou para a redução do espaço público, a quebra de 
direitos sociais e trabalhistas (já que a reforma pouco informava sobre como ficariam os 
direitos dos funcionários que trabalhavam nas instituições que se tornariam OS/OPNES), o 
desmantelamento das políticas públicas entendidas como direitos dos cidadãos e dever do 
Estado, entre outros. Sendo assim, sem sombra de dúvida se constituiu numa estratégia de 
contra-reforma, já que pretendeu obstruir os direitos conquistados na Constituição Federal 
de 1988 (Matos, 2000; Bravo e Matos, 2001). 
No breve panorama que acabamos de delinear pudemos observar que a reforma do 
Estado foi uma intenção em desenvolvimento com clara ideologia neoliberal. Agora iremos 
pontuar alguns desses impactos na política de saúde do período. Analisamos a política de 
saúde na década de noventa em quatro fases (Matos, 2000; Bravo e Matos, 2001). 
A primeira (1990-1992) compreende o período da presidência de Fernando Collor de 
Mello, em que a política de saúde acompanhou a política de governo, marcada pelo 
desmonte do parco que existia e pela obstaculização da implementação das políticas 
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asseguradas na Constituição Federal de 1988. Neste período praticamenteo único avanço 
foi a promulgação da Lei Orgânica da Saúde, apesar dos inúmeros vetos feitos pelo 
presidente à primeira Lei. 
A segunda fase compreende o período de Itamar Franco na presidência (1992-1994). 
Inicialmente, até meados de 1993, há uma conjuntura sanitária favorável (Paim, 1998) com 
Jamil Haddad no Ministério da Saúde. É nesse período que se dá finalmente a extinção do 
INAMPS, órgão federal centralizador da prestação de serviços de saúde criado, ainda, na 
ditadura militar33. Também ocorre a edição da Norma Operacional Básica de 1993 
(NOB1993), que instituiu três estágios de municipalização – pleno, semipleno e incipiente – e 
foi um incentivo para o avanço da descentralização da saúde, na perspectiva da 
municipalização. Contudo, desde 1993, com Henrique Santillo à frente da pasta da Saúde, o 
período é marcado por uma ausência de iniciativas com vistas ao avanço do SUS e também, 
pela ausência de propostas que lhe fossem contrárias. 
 A terceira fase (1995-1996) é referente ao início do primeiro mandato de Fernando 
Henrique Cardoso na presidência, quando o Ministério da Saúde foi gerenciado por Adib 
Jatene. Esse período é marcado por um descaso governamental com a política de saúde, 
havendo constante polêmica entre o responsável pela pasta e os ministros controladores 
das finanças. 
A quarta fase (1996 até o final do segundo mandato de FHC em 2002) finalmente é 
marcada por uma adaptação do Ministério da Saúde aos ditames da pasta econômica do 
governo. Além da gestão interina de José Carlos Seixas, esse período é marcado pelas 
gestões de Carlos Albuquerque (1996-1998) e de José Serra (desde 1998) no Ministério da 
Saúde. Nesta fase é aprofundada no Ministério da Saúde a construção da política de saúde 
pautada nos princípios da contrarreforma do Estado. Não há um avanço do SUS, na 
perspectiva do movimento sanitário, mas sim o seu redirecionamento. 
 
2.4 A política de saúde, na perspectiva da seguridade social, no Governo Lula 
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No plano de governo de Lula, escrito para a campanha eleitoral, as principais 
propostas para a saúde eram: “garantir a descentralização na gestão do SUS, com 
fortalecimento da gestão solidária; organizar um Sistema Nacional de Informações em Saúde 
para suporte e monitoramento da gestão da atenção à saúde; reorganizar o Ministério da 
Saúde com o objetivo de tornar sua estrutura horizontal; fortalecer os hospitais 
universitários; implementar uma política de pessoal do SUS voltada para a humanização do 
atendimento; fortalecer os conselhos de saúde” (apud Bravo: 2004: 35- 36). 
Um fato também relevante desse período foi a aprovação, através da portaria 
ministerial n°. 2.607 de 10/12/2004, do Plano Nacional de Saúde, denominado “Uma pacto 
pela paz”; a equipe do Ministério ao concluir o Plano Plurianual (PPA) para o período de 
2004-2007, decidiu elaborar o plano de saúde, uma atitude inédita da gestão federal do SUS. 
O plano de saúde, previsto na Lei Orgânica da Saúde, visa ser um documento onde o 
gestor de cada esfera de governo aponta – a partir do diagnóstico do quadro sócio-sanitário 
– metas de ações e serviços de saúde para um determinado período. Assim sendo, é uma 
estratégia importante de planejamento em saúde que, quando elaborada, deve ser 
submetida à aprovação do conselho de saúde da respectiva esfera de governo. 
Durante esse período, um dado importante foi a rearticulação do movimento 
sanitário que, mesmo nunca tendo se dissolvido, estava em refluxo, muitas das vezes na 
defensiva, resistindo aos ataques ao SUS. Expressão disto foi a “Carta de Brasília”, resultante 
do “8° Simpósio sobre a Política de Nacional de Saúde”, realizado na Câmara dos Deputados 
em junho de 2005, que retoma temas caros ao movimento sanitário. 
Um desdobramento deste evento foi a instituição do “Fórum da Reforma Sanitária” 
formado pelo CEBES, pela ABRASCO e, também, pelas seguintes entidades: Associação 
Brasileira de Economia da Saúde (ABRES), Rede Unida, Associação Nacional do Ministério 
Público em Defesa da Saúde (AMPASA). Este fórum também lançou dois documentos 
importantes sobre a política de saúde e, sob iniciativa do CEBES, organizou um debate na 
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ENSP/FIOCRUZ. Finalmente, houve a proposta de refundação do CEBES, lançada durante o 
VIII Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, realizado em 2006, sob o título “O CEBES vive – 
viva o CEBES”, quando também foi eleita a nova diretoria, tendo como presidente a 
professora Sônia Fleury para a gestão 2006-2009 (Bravo e Menezes, 2007). 
 
2.5 A Saúde no governo Temer 
Apresentação- Três projetos em disputa 
O Projeto da Reforma Sanitária, construído a partir de meados dos anos 1970, com 
base nas lutas populares e sindicais pelo direito à saúde e nos posicionamentos críticos às 
limitações do modelo médico assistencial previdenciário, vigente no Brasil até o advento do 
SUS, por parte das universidades e entidades que congregavam o pensamento sanitário 
brasileiro (Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) e Centro Brasileiro de Estudos 
em Saúde (CEBES)). 
Sofreu influências: pelo Movimento da Reforma Sanitária Italiana, e pelo novo 
pensamento em saúde latino americano, que, por essa época, discutia e formulava um novo 
referencial para a explicação do processo saúde-doença, o modelo da determinação social. 
Perspectiva de Saúde: a saúde possui um caráter universal, configurando-se como 
direito social, a ser garantido por políticas públicas intersetoriais e ações em saúde com 
qualidade, respondendo a todas as necessidades da população, executadas, 
primordialmente, pelo próprio Estado (BRAVO, 1996). 
O Projeto Privatista, que adquire robustez no período da ditadura civil militar iniciada 
em 1964, tem sua lógica orientada pelas regras de mercado e fundamentada na exploração 
da doença como sua principal fonte de lucros. Representando os interesses do setor privado 
nacional na área de saúde, possui fortes vínculos com o capital internacional, através de sua 
relação com o complexo financeiro industrial médico, hospitalar, farmacêutico e de insumos. 
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Além da exploração da população que faz uso de serviços através da compra direta de 
consultas, procedimentos e exames, ou utilização de planos e convênios privados, a partir da 
década de 1990 passa a atuar também na execução de ações de saúde, substituindo o Estado 
no provimento de serviços através dos chamados “Novos Modelos de Gestão” (Organizações 
Sociais, Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, Parcerias Público-privadas e 
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, entre outros) que, associado a subvenções e 
isenções fiscais, avança sob o fundo público como uma nova forma de garantia de 
acumulação de capital (BRAVO; MATOS, 2004). 
E um terceiro projeto: o da Reforma Sanitária Flexibilizada, que adquire contornos 
próprios em meio às contradições inerentes à implementação do SUS no contexto da 
reconfiguração do Estado brasileiro e progressivo desmonte e subfinanciamento das políticas 
públicas, atendendo às exigências da política macroeconômica adotada no país pautada pelo 
Consenso de Washington (1989). 
Características desse projeto de SUS: arranjos institucionais, mecanismos gerenciais e 
responsabilização dos profissionais para a adequação da política de saúde às exigências de 
uma política de rebaixamento da proposta inicial do Projeto da Reforma Sanitária, mesmo 
que isso envolva concessões que contrariam os interesses dos trabalhadores e o pleno 
usufruto do direito à saúde. Esteprojeto se consolida nos governos petistas (BRAVO, 2013). 
A Saúde no governo petista: Na saúde não foi diferente. A análise que se faz após os 
governos petistas é que a disputa entre esses projetos na saúde continuou. Algumas 
propostas procuraram enfatizar a Reforma Sanitária, mas não houve vontade política e 
financiamento para viabilizá-las. 
O que se percebe é uma continuidade das políticas focais, a falta de democratização 
do acesso, a não viabilização da Seguridade Social, a articulação com o mercado e a 
manutenção da política de ajuste fiscal. Com relação ao movimento sanitário, algumas 
entidades históricas, a partir de 2008, tem procurado debater alguns eixos temáticos que 
considera importantes para a atualização da agenda da Reforma Sanitária brasileira, 
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entretanto flexibilizando seu referencial teórico que vai ser orientado pela socialdemocracia, 
não tendo como preocupação a superação do capitalismo, concepção anterior que tinha 
como horizonte a emancipação humana, que só seria alcançada com o socialismo (BRAVO; 
MENEZES, 2013). 
E no governo Temer? Com o advento do governo Temer, é flagrante a aceleração e a 
intensificação das políticas que contribuem com o desmonte do Estado brasileiro, 
configurando uma nova fase de contrarreformas estruturais que atacam os direitos dos 
trabalhadores, como pode ser observado nos documentos Agenda Brasil. 
 
2.6 Impasses vividos pela saúde a partir dos anos 1990 e a conjuntura do governo temer 
No Brasil, desde os anos 1990, vivencia-se o processo de contrarreforma do Estado 
(BEHRING, 2003), resultando em inflexões no campo das políticas sociais que atingem 
diretamente a saúde pública e o conjunto da Seguridade Social, em consonância com as 
orientações de mudanças no mundo do trabalho, por meio da reestruturação produtiva 
(HARVEY, 1993) e de redefinição das funções e responsabilidades do Estado com vistas à 
inserção do Brasil na economia mundializada (CHESNAIS, 1996). 
No contexto de crise estrutural do capital, a saúde tem sido um espaço de grande 
interesse de grupos econômicos em sua busca por lucros e em seu movimento para impor a 
lógica privada nos espaços públicos. Nesse processo, o caráter público e universal da saúde, 
tão caro ao Movimento de Reforma Sanitária e aos lutadores da saúde, é ameaçado. 
Documentos em que se encontram sistematizadas as propostas de contrarreforma 
que vem sendo implementadas pelo governo Temer, destacando-se aquelas de maior 
impacto para as políticas de saúde: Agenda Brasil, Uma Ponte para o Futuro e Travessia Social 
Agenda Brasil: com relação à saúde, explicita as seguintes propostas: impedir o 
pagamento pelo SUS de tratamentos experimentais, sob o argumento de evitar a 
judicialização da saúde; maior desvinculação de Receitas da União; e introdução do 
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copagamento no SUS, ou seja, começar a cobrar por consulta, exames e outros 
procedimentos dentro do sistema público de saúde, de acordo com a renda do cidadão. 
Uma Ponte para o Futuro: acabar com as vinculações constitucionais, como no caso 
da saúde e educação; fim de todas as indexações, sejam para salários, benefícios 
previdenciários etc.; nova Reforma da Previdência, que amplie a idade mínima para 
aposentadoria; viabilizar a participação mais efetiva do setor privado na construção de 
infraestrutura; maior cooperação do Estado com o setor privado na abertura dos mercados 
externos; executar uma política de desenvolvimento centrada na iniciativa privada; 
estabelecer uma agenda de transparência e de avaliação de políticas públicas que permita 
identificação dos beneficiários e análise dos impactos dos programas. 
 Travessia Social: tem como propostas: conter a inflação e realizar o ajuste fiscal, o 
que exigirá cortes nos gastos sociais; a retomada do crescimento, que possibilitará a inserção 
das pessoas no mercado de trabalho; transferir para o setor privado tudo o que for possível; 
focalização das ações nos 40% mais pobres da população pobre. 
Destaca como papel do Estado qualificar as pessoas para que tenham mais 
competitividade no mercado de trabalho. No que se refere à Educação, é ressaltada a ênfase 
na formação técnica. Com relação à Saúde e ao SUS, coloca como questões importantes: a 
ênfase no gerencialismo, considerando como problema do SUS a má gestão; a necessidade 
de focalização na parcela que não pode pagar planos privados de saúde; e o estímulo ao 
aumento de cobertura dos planos privados. 
A SAÚDE NO GOVERNO TEMER: aceleração dos processos de contrarreforma e a 
continuidade do processo de privatização não clássica na saúde, adensados pelo 
congelamento de recursos orçamentários para as políticas sociais por vinte anos, a 
proposição dos chamados planos de saúde acessíveis, propostas de retrocessos na política 
de saúde mental e de mudanças na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB); articulação 
efetiva com o setor privado através da Coalizão Saúde que serão abordados a seguir. 
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A justificativa para o ataque: o país não conseguirá sustentar os direitos da 
Constituição Federal de 1988 como o acesso universal à saúde, e será preciso repensá-los, 
pois não haverá capacidade financeira para suprir todas as garantias. 
Qual a proposta? Planos de Saúde Populares como um dos pilares da sua gestão à 
frente do Ministério da Saúde. 
Com esse intento, foi editada a Portaria nº 1.482, de 4 de agosto de 2016 (BRASIL, 
2016b), que institui um grupo de trabalho para discutir o projeto de Plano de Saúde 
Acessível. 
O resultado das discussões realizadas por esse grupo se encontra sistematizado no 
ofício nº 60 da Secretaria de Atenção à Saúde, encaminhado à Agência Nacional de Saúde 
Suplementar (ANS) em 18 de janeiro de 2017 (BRASIL, 2017a), para avaliação e manifestação 
com relação à sua viabilidade técnica. 
Neste ofício, encontra-se expresso a principal motivação utilizada pelo Ministério da 
Saúde para a defesa desse projeto: a redução de cerca de 1,5 milhões de pessoas que 
deixaram de fazer usos de planos privados de saúde em 2016, devido à recessão econômica 
e à elevada taxa de desemprego. 
Esse documento apresenta as seguintes propostas para o Plano de Saúde Acessível: - 
Plano Simplificado: cobertura para atenção primária, incluindo consultas nas especialidades 
previstas no Conselho Federal de Medicina (CFM) e serviços auxiliares de diagnóstico e 
terapias de baixa e média complexidade. Nessa proposta não há previsão para exames 
ambulatoriais de alta complexidade, para internação, terapias e exames de alta 
complexidade, atendimento de urgência e emergência e hospital dia. 
- Plano Ambulatorial + hospitalar: cobertura de toda atenção primária, atenção 
especializada, de média e alta complexidade. O paciente passaria obrigatoriamente por uma 
prévia avaliação realizada por médico da família escolhido pelo beneficiário. Caberá a esse 
médico encaminhar o paciente para a rede especializada, caso julgue necessário. Havendo 
indicação para atendimento hospitalar, o beneficiário poderá ser encaminhado para uma 
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segunda avaliação médica que reafirme a necessidade para o encaminhamento do 
procedimento. Vale ressaltar que a cobertura do plano está adaptada à disponibilidade de 
infraestrutura no município e à capacidade operacional da rede particular. Bem como a 
criação de dupla autori zação pela operadora, o que é vedado pela legislação, dificultandoo 
acesso após uma única autorização. 
Plano em Regime Misto de Pagamento: oferece serviço por intermédio de 
contraprestação mensal para cobertura de serviços hospitalares, terapias de alta 
complexidade e medicina preventiva, bem como, quando necessário, atendimento 
ambulatorial. Fica sob a responsabilidade do beneficiário o pagamento do procedimento, de 
acordo com valores previstos em contrato. Os modelos de pré e pós-pagamento serão 
acordados, assegurando o Rol de Procedimentos da ANS. Nessa modalidade as operadoras 
seriam livres para cobrar um fator moderador (coparticipação) de 50%. 
Com relação ao financiamento, uma medida drástica do governo foi o congelamento 
dos gastos, através da PEC 95/2016 (BRASIL, 2016a), cujos impactos para a saúde são 
enormes. 
Com relação à Política de Saúde Mental, têm sido propostas alterações avaliadas 
como ameaça às conquistas da Reforma Psiquiátrica no país. Por meio da Portaria 
3.588/2017 (BRASIL, 2017c), o atual Governo engendrou mudanças na Rede de Atenção 
Psicossocial (RAPS) que apontam para o fortalecimento das internações em hospitais 
psiquiátricos e criação de leitos em hospitais gerais e serviços ambulatoriais, por meio de 
ampliação de recursos para tais fins. A proposta foi aprovada pela CIT em 21 de dezembro de 
2017, sem que pesquisadores e representantes do controle social tivessem direito a fala e 
sem consulta à sociedade. 
Outra característica do governo Temer, conforme já sinalizado, é a articulação efetiva 
com o setor empresarial de saúde que pode ser observada nas propostas apresentadas pelo 
governo de modificação da política de saúde. A medida mais importante do setor privado, 
até o momento, foi a elaboração do documento Coalizão Saúde Brasil: uma agenda para 
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transformar o sistema de saúde, divulgado em 2017. Este documento foi elaborado pelo 
Instituto Coalizão Brasil, formado por representantes da cadeia produtiva do setor saúde e 
que tem como objetivo enfrentar e construir um novo sistema de saúde para o Brasil. 
Outras medidas do Ministério da Saúde neste governo são as propostas de Alterações 
na Lei dos Planos de Saúde. 
Em setembro de 2017, o relator da Comissão Especial sobre Planos de Saúde da 
Câmara dos Deputados, Rogério Marinho (PSDB/RN), apresentou os principais pontos que 
pretende inserir no seu relatório, quais sejam: - Revogação da Lei dos Planos de Saúde – é 
nítida a intenção do relator de revogar a Lei 9656/1998 para estabelecer um novo marco - 
Segmentação de Cobertura Assistencial, na medida em que propõe que ao contratar um 
plano de saúde, o usuário, família ou empresa escolheria quais procedimentos quer incluir 
no plano, quais doenças seriam cobertas e, com isto, pagaria menos; Reajuste após 60 anos 
de idade, o que denota a intenção de alterar o Estatuto do Idoso, que hoje proíbe reajuste 
após 60 anos. 
Na prática, a possibilidade de aplicação de reajustes após 60 anos significará a 
expulsão dos idosos dos planos de saúde; - Diminuição do valor do Ressarcimento ao SUS, o 
que acarreta perda de recursos pelo SUS bem como, Redução do Valor de Multas aplicadas 
pela ANS contra planos de saúde legal que prejudicará os usuários dos planos e beneficiará 
as operadoras; Diminuição do valor do Ressarcimento ao SUS, o que acarreta perda de 
recursos pelo SUS bem como, Redução do Valor de Multas aplicadas pela ANS contra planos 
de saúde. 
 
2.7 Principais decretos e leis adicionais ao SUS 
 
Decreto nº 1.651, de 28 de setembro de 1995; 
Regulamenta o Sistema Nacional de Auditoria no âmbito do SUS; 
 Lei nº 9.836, de 23 de setembro de 1999; 
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Acrescenta dispositivos à Lei 8.080, que “dispõe sobre as condições para a promoção, 
proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes e dá outras providências”, instituindo o Subsistema de Atenção à Saúde 
Indígena. 
Lei nº 10.424, de 15 de abril de 2002; 
 Acrescenta capítulo e artigo à Lei 8.080, que dispõe sobre as condições para a 
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento de serviços 
correspondentes e dá outras providências, regulamentando a assistência domiciliar no 
Sistema Único de Saúde. 
Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005; 
Altera a Lei 8.080, para garantir às parturientes o direito à presença de 
acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do 
Sistema Único de Saúde. 
Lei nº 12.401, de 2011; 
Altera a Lei 8.080, para dispor sobre a assistência terapêutica e a incorporação de 
tecnologia em saúde no âmbito do SUS; 
Lei nº 12.466, de 24 de agosto de 2011; 
 Acrescenta arts. 14-A e 14-B à Lei 8.080, que “dispõe sobre as condições para a 
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes e dá outras providências”, para dispor sobre as comissões intergestores do 
Sistema Único de Saúde (SUS), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o 
Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e suas respectivas 
composições, e dar outras providências; 
 Lei nº 12.864, de 24 de setembro de 2013; 
Altera a Lei 8.080, incluindo a atividade física como fator determinante e 
condicionante da saúde. 
Lei nº 12.895, de 18 de dezembro de 2013; 
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Altera a Lei 8.080, obrigando os hospitais de todo o País a manter, em local visível de 
suas dependências, aviso informando sobre o direito da parturiente a acompanhante. 
 Lei nº 13.097, de 19 de janeiro de 2015; 
 Altera o arts. 23 e 53 da Lei 8.080, permitindo a participação de empresas ou de 
capital estrangeiro na assistência à saúde; 
 
Quadro: Teor de cada capítulo, sem detalhar minuciosamente cada artigo. 
QUADRO RESUMO – LEI 8.080 
TÍTULO ASSUNTO 
TÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Reafirma a saúde como direito e dever 
do Estado, concretizando-se pela 
formulação e execução de políticas que 
garantam um acesso universal e 
igualitário às ações e serviços de saúde. 
Descreve o que são determinantes de 
saúde. 
TÍTULO II DO SUS O SUS é formado por órgãos das 3 
esferas de poder – municipal, estadual e 
federal, por meio de instituições de 
administração direta e indireta. 
 Poderá contar com a participação da 
iniciativa privada em caráter 
complementar. 
CAPÍTULOS ARTIGO 
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I Objetivos Atribuições 5º e 6º Objetivos do SUS: identificação de 
determinantes, formulação de políticas, 
assistência integral e prevenção. 
Atuação do SUS: vigilâncias (inclusive 
nutricional); assistência integral; 
participação no saneamento básico; 
ordenamento na formação de RH; 
colaboração na proteção ambiental; 
formulação de políticas de 
medicamentos, equipamento e 
materiais; fiscalização de serviços, 
produtos, substâncias e alimentos; 
desenvolvimento tecnológico; política de 
sangue. Definição das vigilâncias: 
epidemiológica, sanitária e saúde do 
trabalhador. 
II Princípios Diretrizes 7º Princípios do SUS: universalidade, 
equidade, integralidade, controle social, 
preservação da autonomia, direito a 
informação, priorização epidemiológica, 
participação da comunidade, 
descentralização, intersetorialidade, 
conjugação de recursos, resolutividade, 
evitar duplicidade. 
III Organização Direção Gestão 8º - 14 Organização regionalizada e 
hierarquizada; Direção única a ser 
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exercida pelo Ministério e Secretarias 
(municipais e estaduais); Municípios 
podem formar consórcios; Criação de 
comissões intersetoriais para assuntos 
que extrapolam a esfera do SUS (ou seja, 
) a articulação de políticas e programas 
de interesse para a saúde, cuja execução 
envolva áreas não compreendidas no 
âmbito do SUS); criação de comissões 
permanentes de integração saúde e 
ensino; 
CIB e CIT como foros de pactuação; 
CONASS e CONASEMS como entidades 
representativas das Secretarias de 
Saúde; COSEMS como representantes 
das Secretarias Municipais no âmbito 
dos Estados. 
IV Competência Atribuições 15 – 19 Atribuições “comuns” da União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios. 
Competências “específicas” da direção 
nacional, estadual e municipal. O Distrito 
Federal acumula competências de 
Estado e Município. 
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V Saúde Indígena 19: A - 
H 
Instituição do Subsistema de Atenção à 
Saúde Indígena com base nos Distritos 
Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). 
Financiamento federal. Estado e 
Municípios poderão complementar. 
Articulação do Subsistema com os 
órgãos responsáveis pela Política 
Indígena. 
Levar em consideração a realidade local 
e as especificidades da cultura dos povos 
indígenas. 
 O Subsistema deverá ser 
descentralizado, hierarquizado e 
regionalizado. SUS servirá de retaguarda 
e referência. 
 Direito a participar dos Conselhos de 
Saúde. 
VI Internação Domiciliar 19: J e L Permissão da presença de 1 
acompanhante durante o período de 
trabalho de parto, parto e pós-parto, 
indicado pela própria parturiente. 
 Os hospitais devem manter, em local 
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visível, aviso informando sobre esse 
direito. 
VII Incorporação de Tecnologia 19: M-U Define o que compõe a assistência 
terapêutica integral: dispensação de 
medicamentos e produtos; oferta de 
procedimentos terapêuticos, em regime 
domiciliar, ambulatorial e hospitalar; 
Detalha procedimentos da política de 
medicamentos; 
 Descreve a composição da Comissão 
Nacional de Incorporação de Tecnologias 
no SUS e algumas de suas atribuições e 
procedimentos; 
TÍTULO III – SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA 
I Funcionamento 20 – 23 Define e caracteriza as possibilidades de 
atuação da iniciativa privada no sistema 
de saúde, respeitando as regras 
expedidas pelos órgãos gestores do SUS. 
 Permite participação direta ou indireta 
de empresas ou capital estrangeiro na 
assistência, em alguns casos. 
II Participação Complementar 24 – 26 O SUS poderá recorrer à iniciativa 
privada para complementar seus 
serviços. Essa participação deve ser por 
meio de contrato ou convênio. Entidades 
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Filantrópicas e sem fins lucrativos tem 
preferência. 
Os critérios, valores e parâmetros 
assistenciais serão estabelecidos pela 
direção nacional do SUS e aprovados no 
Conselho Nacional de Saúde (CNS). Ø Aos 
proprietários e dirigentes de entidades 
contratadas é vedado exercer cargo de 
confiança no SUS. 
TÍTULO IV – RECURSOS HUMANOS 
 27 – 30 Objetivos da política de recursos 
humanos: organização de um sistema de 
formação de recursos humanos em 
todos os níveis de ensino; valorização da 
dedicação exclusiva aos serviços do SUS. 
 Ø Os serviços públicos constituem 
campo de prática para ensino e 
pesquisa. Ø Os cargos e funções de 
chefia, direção e assessoramento só 
poderão ser exercidos em regime de 
tempo integral. Ø Servidores que 
acumulam 2 cargos poderão exercer 
suas atividades em mais de 1 
estabelecimento. Ø As especializações 
na forma de treinamento em serviço sob 
supervisão (Programas de Residência) 
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serão regulamentadas por Comissão 
Nacional. 
TÍTULO V – FINANCIAMENTO 
I Recursos 31 – 32 O orçamento da seguridade social 
destinará ao SUS os recursos 
necessários, de acordo com a LDO. 
 Define outras fontes de recursos. 
Atividades de pesquisa e 
desenvolvimento científico e 
tecnológico serão cofinanciadas pelo 
SUS, pelas universidades e com 
recursos de instituições de fomento. 
II Gestão Financeira 33 -35 Recursos financeiros movimentados 
ficam sob fiscalização dos respectivos 
Conselhos de Saúde. 
 Na esfera federal, os recursos 
financeiros serão administrados pelo 
Fundo Nacional de Saúde (FNS). 
 Auditoria do MS acompanha a 
aplicação dos recursos repassados 
conforme programação. Critérios para 
o estabelecimento de valores a serem 
transferidos para Estados e Municípios. 
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III Planejamento Orçamento 36 – 38 Planejamento e orçamento devem ser 
ascendentes. 
 Vedado o financiamento de ações não 
previstas nos planos de saúde, exceto 
em situações emergenciais. 
 Não é permitido auxílio financeiro a 
instituições prestadoras de serviços 
com finalidade lucrativa 
DISPOSIÇÕES FINAIS 
O acesso aos sistemas de informação dos ministérios da seguridade social será 
assegurado às Secretarias de Saúde, e o MS deve organizar um sistema nacional. 
 Hospitais universitários e de ensino integram-se ao SUS, mediante convênio. 
 Em tempos de paz, serviços das Forças Armadas poderão integrar-se ao SUS. 
 
2.8. LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 
 Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a 
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte lei: 
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Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, 
executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas 
naturais ou jurídicas de direito Público ou privado. 
 
Essa lei regulamenta toda e qualquer atividade de saúde no Brasil e não apenas as 
promovidas pelo poder público. 
TÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
 Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as 
condições indispensáveis ao seu pleno exercício. 
 
A saúde como direito e dever do Estado, conforme o artigo 196 da Constituição Federal de 
1988. 
Art. 3º Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a 
saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o 
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o 
transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. 
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no 
artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar 
físico, mental e social. 
 
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De acordo com definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), os determinantes sociais 
da saúde estão relacionados às condições em que uma pessoa vive e trabalha. Também 
podem ser considerados os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, 
psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemasde saúde e 
fatores de risco à população, tais como moradia, alimentação, escolaridade, renda e 
emprego. 
TÍTULO II 
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DISPOSIÇÃO PRELIMINAR 
 Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas 
federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações 
mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS). 
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e 
municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, 
inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde. 
 § 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter 
complementar. 
O primeiro grupo é das instituições públicas, mais fácil de se distinguir, pois são aquelas 
geridas diretamente pelos órgãos competentes da saúde (secretarias de saúde e Ministério 
da Saúde). Já o segundo grupo, da administração indireta, está dividido em diferentes 
modalidades: autarquias, Fundações, Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista. 
Observação: Há também uma outra categoria não representada nessa ilustração, referente 
às atividades chamadas paraestatais. Esse grupo é composto por instituições de natureza 
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privada, mas sem fins lucrativos, e que podem participar das atividades gerenciais do SUS 
(Terceiro Setor). Exemplo: Os principais exemplos que temos disso são as Organizações 
Sociais (OS) e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). 
Parágrafo 2: refere sobre a possibilidade de atuação de empresas privadas que podem 
vender serviços ao SUS, contanto que a Administração Direta não os tenha ou não possa 
ofertá-los em quantidade suficiente para a população pela qual é responsável. Exemplo: 
hospitais e clínicas privadas. 
CAPÍTULO I 
Dos Objetivos e Atribuições 
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: 
 I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde; 
 II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e 
social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei; 
 III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação 
da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas. 
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): 
 I - a execução de ações: 
 a) de vigilância sanitária; 
 b) de vigilância epidemiológica; 
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c) de saúde do trabalhador; 
e d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; 
 II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico; 
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; 
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; 
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho; 
 VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros 
insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção; 
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde; 
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano; 
IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização 
de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; 
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico; 
 XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados 
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou 
prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio 
ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da 
saúde, abrangendo: 
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 I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, 
compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; 
 e II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a 
saúde. 
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o 
conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e 
condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as 
medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. 
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que 
se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção 
e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da 
saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de 
trabalho, abrangendo: 
 I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença 
profissional e do trabalho; 
II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, 
pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no 
processo de trabalho; 
 III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da 
normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, 
transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de 
equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador; 
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IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde; 
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os 
riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados 
de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de 
demissão, respeitados os preceitos da ética profissional; 
 VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do 
trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; 
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, 
tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e 
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a 
interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver 
exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores. 
Vamos pensar? 
 
 
 
 
 
 
A vigilância em saúde tem por objetivo a observação e análise 
permanentes da situação de saúde da população, articulando-se em um 
conjunto de ações destinadas a controlar determinantes, riscos e danos 
à saúde de populações que vivem em determinados territórios, 
garantindo-se a integralidade da atenção, o que inclui tanto a 
abordagem individual como coletiva dos problemas de saúde. 
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Portaria nº 1.378 de 2013 
 vigilância da situação de saúde da população, com a produção de análises que 
subsidiem o planejamento, estabelecimento de prioridades e estratégias, 
monitoramento e avaliação das ações de saúde pública; 
 detecção oportuna e adoção de medidas adequadas para a resposta às emergênciasde saúde pública; 
 vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis; 
 vigilância das doenças crônicas não transmissíveis, dos acidentes e violências; 
 vigilância de populações expostas a riscos ambientais em saúde; 
 vigilância da saúde do trabalhador; 
O conceito de vigilância em saúde inclui: a 
vigilância e o controle das doenças transmissíveis; a vigilância das 
doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância da situação de 
saúde; vigilância ambiental em saúde; vigilância da saúde do 
trabalhador e a vigilância sanitária. 
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 vigilância sanitária dos riscos decorrentes da produção e do uso de produtos, serviços 
e tecnologias de interesse da saúde; 
De acordo com a Portaria nº 1.378, de 09 de Julho de 2013, art.6º ,inciso XIX - 
Compete à Secretaria de Vigilância em Saúde o provimento dos seguintes insumos 
estratégicos: 
a) imunobiológicos definidos pelo Programa Nacional de Imunizações; 
b) seringas e agulhas para campanhas de vacinação que não fazem parte daquelas já 
estabelecidas ou quando solicitadas por um Estado; 
c) medicamentos específicos para agravos e doenças de interesse da Vigilância em 
Saúde, conforme termos pactuados na Comissão Intergestores Tripartite (CIT); 
d) reagentes específicos e insumos estratégicos para as ações laboratoriais de 
Vigilância em Saúde, nos termos pactuados na CIT; 
e) insumos destinados ao controle de doenças transmitidas por vetores, 
compreendendo: praguicidas, inseticidas, larvicidas e moluscocidas - indicados pelos 
programas; 
f) equipamentos de proteção individual (EPI) para as ações de Vigilância em Saúde 
sob sua responsabilidade direta, que assim o exigirem; 
g) insumos de prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças sexualmente 
transmissíveis, indicados pelos programas, nos termos pactuados na CIT; e 
h) formulários das Declarações de Nascidos Vivos (DNV) e de óbitos (DO); 
CAPÍTULO II 
Dos Princípios e Diretrizes 
 Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou 
conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo 
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com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos 
seguintes princípios: 
 I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; 
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e 
serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os 
níveis de complexidade do sistema; 
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; 
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; 
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; 
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização 
pelo usuário; 
 VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de 
recursos e a orientação programática; 
VIII - participação da comunidade; IX - descentralização político-administrativa, com direção 
única em cada esfera de governo: 
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; 
 b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; 
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico; 
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XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde 
da população; 
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; 
e XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins 
idênticos. 
QUADRO: Principais conceitos que embasam os princípios do SUS 
Princípios doutrinários Princípios organizativos 
Universalidade: significa que o Sistema 
Único de Saúde deve atender a todos por 
meio de sua estrutura e serviços, sem 
distinções ou restrições, oferecendo toda 
a atenção necessária, sem qualquer 
custo. Não importando, por exemplo, se 
a pessoa possui um plano de saúde. 
 Equidade: preconiza o direito das 
pessoas a serem atendidas de acordo 
com as suas necessidades de saúde, sem 
privilégios ou preconceitos. O SUS deve 
disponibilizar recursos e serviços de 
forma justa, de acordo com as 
necessidades de cada um. Portanto, não 
é sinônimo de igualdade, apesar de o 
texto da lei colocar nesses termos e esses 
Regionalização: trata-se de uma forma de 
organização do Sistema de Saúde, com base 
territorial e populacional, adotada por muitos 
países na busca por uma distribuição de 
serviços que promova equidade de acesso, 
qualidade, otimização dos recursos e 
racionalidade de gastos. 
Hierarquização: diz respeito à possibilidade de 
organização dos níveis de atenção do Sistema 
conforme o grau de densidade tecnológica dos 
serviços, isto é, o estabelecimento de uma rede 
que articula os serviços dos diferentes níveis de 
atenção, por meio de um sistema de referência 
e contrarreferência de usuários e de trânsito de 
informações. 
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conceitos terem muito em comum. 
Ocorre que essa concepção evoluiu, 
visando, entre outros aspectos, reduzir o 
impacto dos determinantes sociais da 
saúde que acabamos de estudar. 
 Integralidade: preconiza a garantia ao 
usuário de uma atenção que abrange as 
ações de promoção, prevenção, 
tratamento e reabilitação, com garantia 
de acesso a todos os níveis de atenção do 
Sistema de Saúde. A integralidade 
também pressupõe a atenção focada no 
indivíduo, na família e na comunidade 
(inserção social) e não num recorte de 
ações programáticas ou doenças. plano 
de saúde privado. 
 
 Descentralização: é o processo de transferência 
de responsabilidades da gestão e recursos para 
os municípios, atendendo às determinações 
constitucionais e legais que embasam o SUS e 
que definem atribuições comuns e 
competências específicas à União, estados, 
Distrito Federal e municípios. 
Controle Social: é um mecanismo 
institucionalizado pelo qual se procura garantir 
a participação social, com representatividade, 
no acompanhamento da formulação e execução 
das políticas de saúde. Ele se concretiza 
primordialmente por meio dos Conselhos e 
Conferências de Saúde, mas se dá também em 
outras instâncias. 
CAPÍTULO III 
Da Organização, da Direção e da Gestão 
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja 
diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão 
organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente. 
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Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do art. 
198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes 
órgãos: 
 I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; 
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão 
equivalente; 
Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as ações 
e os serviços de saúde que lhes correspondam. 
§ 1º Aplica-se aos consórciosadministrativos intermunicipais o princípio da direção única, e 
os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua observância. 
e III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente. 
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá organizar-se em distritos de 
forma a integrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das 
ações de saúde. 
Art. 11. (Vetado). 
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao 
Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por 
entidades representativas da sociedade civil. 
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade de articular políticas e 
programas de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no 
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). 
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Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais, 
abrangerá, em especial, as seguintes atividades: 
I - alimentação e nutrição; 
II - saneamento e meio ambiente; 
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; 
IV - recursos humanos; 
V - ciência e tecnologia; e 
VI - saúde do trabalhador. 
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração entre os serviços de 
saúde e as instituições de ensino profissional e superior. 
 Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor prioridades, 
métodos e estratégias para a formação e educação continuada dos recursos humanos do 
Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera correspondente, assim como em relação à pesquisa 
e à cooperação técnica entre essas instituições. 
Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são reconhecidas como foros de 
negociação e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único 
de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). 
 Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite terá por 
objetivo: (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). 
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 I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão 
compartilhada do SUS, em conformidade com a definição da política consubstanciada em 
planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde; (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). 
 II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a respeito da 
organização das redes de ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua 
governança institucional e à integração das ações e serviços dos entes federados; (Incluído 
pela Lei nº 12.466, de 2011). 
 III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integração de territórios, 
referência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração das ações e 
serviços de saúde entre os entes federados. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). 
CAPÍTULO IV 
Da Competência e das Atribuições 
Seção I 
 Das Atribuições Comuns 
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito 
administrativo, as seguintes atribuições: 
 I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e de fiscalização das ações e 
serviços de saúde; 
II - administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados, em cada ano, à 
saúde; 
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III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da população e das 
condições ambientais; 
IV - organização e coordenação do sistema de informação de saúde; 
V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade e parâmetros 
de custos que caracterizam a assistência à saúde; 
VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade para 
promoção da saúde do trabalhador; 
VII - participação de formulação da política e da execução das ações de saneamento básico e 
colaboração na proteção e recuperação do meio ambiente; 
 VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde; 
IX - participação na formulação e na execução da política de formação e desenvolvimento de 
recursos humanos para a saúde; 
X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde (SUS), de conformidade 
com o plano de saúde; XI - elaboração de normas para regular as atividades de serviços 
privados de saúde, tendo em vista a sua relevância pública; 
 XII - realização de operações externas de natureza financeira de interesse da saúde, 
autorizadas pelo Senado Federal; 
 XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de 
situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a 
autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e 
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serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa 
indenização; 
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados; 
XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos internacionais relativos à 
saúde, saneamento e meio ambiente; 
 XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção e recuperação da saúde; 
XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício profissional e outras 
entidades representativas da sociedade civil para a definição e controle dos padrões éticos 
para pesquisa, ações e serviços de saúde; 
XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde; 
 XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde; 
XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscalização inerentes ao poder de 
polícia sanitária; 
XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos e de atendimento 
emergencial. 
QUADRO: COMPÊTENCIAS DOS ENTES FEDERATIVOS 
Federal Estadual Municipal 
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Participar na formulação e na 
implementação das políticas: de 
controle das agressões ao meio 
ambiente; de saneamento básico; e 
relativas às condições e aos 
ambientes de trabalho 
Participar da formulação da 
política e da execução de 
ações de saneamento básico 
e das ações de controle e 
avaliação das condições e 
dos ambientes de trabalho 
Gerir laboratórios 
públicos de saúde e 
hemocentros 
Definir e coordenar os sistemas: de 
rede de laboratórios de saúde 
pública; de vigilância 
epidemiológica; e vigilância 
sanitária 
Coordenar e, em caráter 
complementar, executar 
ações e serviços: de 
vigilância epidemiológica; de 
vigilância sanitária 
Planejar, organizar, 
controlar e avaliar as 
ações e os serviços de 
saúde e gerir e executar 
os serviços públicos de 
saúde 
Participar da definição de normas e 
mecanismos de controle, com 
órgão afins, de agravo sobre o meio 
ambiente 
Participar, junto com os 
órgãos afins, do controle dos 
agravos do meio ambiente 
Executar serviços de 
alimentação e nutrição 
Participar da definição de normas e 
coordenar a política de saúde do 
trabalhador 
Coordenar e, em caráter 
complementar, executar 
ações e serviços de saúde do 
trabalhador 
 
Estabelecer normas e executar a 
vigilância sanitária de portos, 
aeroportos e fronteiras 
Colaborar com a união na 
execução da vigilância 
sanitária de portos, 
aeroportos e fronteiras 
Participar do 
planejamento,programação e 
organização da rede 
regionalizada e 
hierarquizada, em 
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articulação com sua 
direção estadual 
Formular, avaliar, elaborar normas 
e participar na execução da política 
nacional e produção de insumos e 
equipamentos para a saúde 
Em caráter suplementar, 
formular, executar, 
acompanhar e avaliar a 
política de insumos e 
equipamentos para a saúde 
 
Prestar cooperação técnica e 
financeira aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios 
Prestar apoio técnico e 
financeiro aos Municípios e 
executar supletivamente 
ações e serviços de saúde 
 
Promover a descentralização para 
as Unidades Federadas e para os 
Municípios, dos serviços e ações de 
saúde 
Promover a 
descentralização para os 
Municípios dos serviços e 
das ações de saúde 
 
 
Normatizar e coordenar 
nacionalmente o Sistema Nacional 
de Sangue, Componentes e 
Derivados 
 
Coordenar a rede estadual 
de laboratórios de saúde 
pública e hemocentros 
 
 Acompanhar, controlar e avaliar 
as ações e os serviços de saúde, 
respeitadas as competências 
Acompanhar, controlar e 
avaliar as redes 
hierarquizadas e gerir 
 
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estaduais e municipais sistemas públicos de alta 
complexidade, de referência 
estadual e regional 
Formular, avaliar e apoiar políticas 
de alimentação e nutrição; 
Coordenar e, em caráter 
complementar, executar 
ações e serviços de 
alimentação e nutrição 
 
 
Estabelecer critérios, parâmetros e 
métodos para o controle da 
qualidade sanitária de produtos 
 
 
 
Formular normas e 
estabelecer padrões, em 
caráter suplementar, de 
procedimentos de controle 
de qualidade para produtos 
 
 
 
Elaborar o Planejamento 
Estratégico Nacional no âmbito do 
SUS 
 
Promover articulação com os 
órgãos educacionais e de 
fiscalização do exercício 
profissional, bem como com 
entidades representativas de 
formação de recursos humanos na 
área de saúde 
 
Estabelecer o Sistema Nacional de 
Auditoria e coordenar a avaliação 
 
 
 
 
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técnica e financeira do SUS em 
todo o Território Nacional em 
cooperação técnica com os 
Estados, Municípios e Distrito 
Federal. (Vide Decreto nº 1.651, de 
1995) 
 
 
Executar ações de vigilância 
epidemiológica e sanitária em 
circunstâncias especiais, como na 
ocorrência de agravos inusitados à 
saúde, que possam escapar do 
controle da direção estadual SUS 
ou que representem risco de 
disseminação nacional. 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO V 
Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena 
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento das populações 
indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao 
disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, componente do Sistema 
Único de Saúde – SUS, criado e definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro 
de 1990, com o qual funcionará em perfeita integração. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 
1999) 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8142.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9836.htm#art1
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Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o Subsistema de Atenção à 
Saúde Indígena. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído por esta Lei com os 
órgãos responsáveis pela Política Indígena do País. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governamentais e não-governamentais 
poderão atuar complementarmente no custeio e execução das ações. (Incluído pela Lei 
nº 9.836, de 1999) 
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a realidade local e as 
especificidades da cultura dos povos indígenas e o modelo a ser adotado para a atenção à 
saúde indígena, que se deve pautar por uma abordagem diferenciada e global, 
contemplando os aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, 
meio ambiente, demarcação de terras, educação sanitária e integração 
institucional. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, como o SUS, 
descentralizado, hierarquizado e regionalizado. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como base os Distritos Sanitários 
Especiais Indígenas. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
§ 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, 
devendo, para isso, ocorrer adaptações na estrutura e organização do SUS nas regiões onde 
residem as populações indígenas, para propiciar essa integração e o atendimento necessário 
em todos os níveis, sem discriminações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
§ 3o As populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em âmbito local, regional e 
de centros especializados, de acordo com suas necessidades, compreendendo a atenção 
primária, secundária e terciária à saúde. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar dos organismos colegiados de 
formulação, acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho 
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Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o 
caso. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
CAPÍTULO VI 
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR 
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) 
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o atendimento domiciliar 
e a internação domiciliar. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) 
§ 1o Na modalidade de assistência de atendimento e internação domiciliares incluem-se, 
principalmente, os procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos 
e de assistência social, entre outros necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu 
domicílio. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) 
§ 2o O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por equipes 
multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e 
reabilitadora. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) 
§ 3o O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados por indicação 
médica, com expressa concordância do paciente e de sua família. (Incluído pela Lei nº 
10.424, de 2002) 
CAPÍTULO

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