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Leishmaniose tegmentar americana • Existe uma variedade de quadros clínicos; a leishmaniose cutânea é mais comum, mas a leishmaniose visceral é mais grave e pode ser fatal se não for tratada. • O diagnóstico é confirmado por vários exames, incluindo exame microscópico, cultura ou exame molecular, dependendo do tipo de leishmaniose e da disponibilidade do exame. • Os tratamentos possíveis dependem da apresentação clínica, da espécie e da cepa parasitárias e da região do mundo em que a infecção foi adquirida. • O tratamento menos efetivo e, às vezes, mais tóxico nas pessoas imunocomprometidas que nas imunocompetentes. DEFINIÇÃO - As leishmanioses são um grupo de doenças causadas por protozoários que infectam os seres humanos e outros animais, provocando lesões cutâneas, comprometimento de mucosas ou infiltração no baço, fígado e medula óssea. Elas são causadas pelo protozoário intracelular (macrófago) obrigatório do gênero Leishmania e a principal via de transmissão é por picada do flebotomíneo conhecido como mosquito-palha infectado. Ocasionalmente, a infecção ocorre congenitamente, por meio de transfusões sanguíneas ou transplante de órgãos/tecidos, ou por infecções laboratoriais. De modo geral, as leishmanioses podem ser classificadas em 2 formas clinicopatológicas principais: leishmaniose cutânea (LC) e leishmaniose visceral (LV). A leishmaniose cutânea (LC) é a forma mais comum e pode ser subclassificada em uma gama de diferentes manifestações, como leishmaniose cutânea localizada, leishmaniose cutânea difusa, leishmaniose recidivante, leishmaniose disseminada e leishmaniose mucosa (às vezes classificada como um subtipo separado). A leishmaniose visceral (LV) ocorre quando os parasitas são disseminados pelo sistema reticuloendotelial. Ela é potencialmente fatal se ficar sem tratamento. A leishmaniose dérmica pós-calazar pode se manifestar meses ou anos após o tratamento da leishmaniose visceral (LV). Condição esta que exibe uma erupção cutânea macular, maculopapular ou nodular. - Doença infecciosa parasitária crônica não contagiosa causada por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania - Doença polimorfa. O achado cutâneo mais comum é uma pápula que se desenvolve no local da inoculação e, então, se alarga e ulcera - Não existe acometimento visceral na LTA - Tem uma distribuição mundial, mas é endêmica na América Latina, na Bacia do Mediterrâneo e em algumas partes da Ásia e da África Fatores de risco • alta exposição a picadas de flebotomíneo • pobreza • proximidade com um paciente com uma história de infecção • proprietário de animais domésticos • imunossupressão Sinônimos: ferida oriental, furúnculos de Delhi, furúnculos de Bagdá, úlcera chiclero (México), uta e espundia (Peru), úlcera de Bauru (Brasil), bolhas das matas ou floresta, pian boi (Guianas), leishmaniose anérgica, disseminada, lepromatosa ou pseudolepromatosa, calazar, febre Dumdum, ferida brava, nariz de anta. LEISHMANIA - - Gênero: Leishmania - Subgênero: leishmania (desenvolvimento esôfago ao estomago) e viannia (desenvolvimento esôfago ao íleo) - Espécie: classificadas diversas especies A leishmaniose envolve um espectro de infecções crônicas em humanos e em diversas espécies de animais. É causada por mais de vinte espécies de Leishmania, protozoários flagelados transmissão ocorre via picada do mosquito-pólvora fêmea infectado dos gêneros Phlebotomus e Lutzomyia. • parasitas intracelulares obrigatórios – 2 formas: a promastigota e a amastigota • As manifestações clínicas da leishmaniose dependem principalmente da resposta mediada por células do hospedeiro e das espécies de Leishmania envolvidas: – resposta Th1 intensa (IL-2 e IFNγ ): resolução mais rápida – resposta do tipo Th2 (IL-4 e IL-10): progressão da doença •infecções por leishmaniose cutânea não imunizam contra outras formas de leishmania, entretanto foi relatado que sobreviver a um episódio de leishmaniose visceral confere imunidade por toda a vida contra todos os tipos de leishmaniose. No intestino do mosquito-pólvora, os microrganismos se multiplicam como promastigotos flagelados extracelulares -> são inoculados (sob a forma promastigota) via picada do mosquito-pólvora -> são fagocitados por fagócitos mononucleares do hospedeiro, onde se transformam em amastigotas e se multiplicam por cisão binária. Espectro clinico: - assintomática em indivíduos resistentes - cutânea localizada >95% - mucocutanea (polo hiperérgico - Th1) - mucosa (polo hiperergico - Th1) - cutânea alérgica difusa (polo anérgico - Th2) Histopatologia - Forma anérgica • Mais macrófagos vacuolizados Forma cutânea localizada • macrófagos vacuolizados ricamente parasitados com infiltrado linfoplasmocitário Forma mucocutânea •mais infiltrado linfoplasmocitário e necrose Leishmaniose cutânea - geralmente começam como uma pequena pápula bem - circunscrita no local da inoculação. Essa lesão pode ampliar lentamente durante várias semanas em um nódulo ou placa e, em seguida, tornar-se ulcerada ou verrucosa. - Locais expostos, como face, pescoço, braços e pernas são mais comumente envolvidos. - PI=15 a 30 dias - frequentemente são lesões solitárias, mas também podem ser múltiplas, com a formação de satélites ou disseminação linfática - A maioria das infecções cutâneas agudas resolve-se espontaneamente com cicatrizes, porém algumas podem tornar-se crônicas ou disseminadas. - teste de Montenegro - A – lesão infiltrada única, crônica, com grande quantidade de formas amastigotas e teste de Montenegro negativo - B- lesões vegetantes ou ulcero- verrucosas, extensas, com ausência de formas amastigotas e teste de Montenegro positivo - C/D- Forte reação linfadenopática, acompanhando drenagem linfática formas amastigotas encontradas Leishmaniose cutânea difusa (disseminada): - A leishmaniose cutânea difusa geralmente desenvolve-se no estabelecimento de imunidade reduzida mediada por células. - múltiplas lesões do tipo queloide na face e nos membros. Infiltração e ulceração nasal podem estar presentes, mas sem destruição do septo nasal. Leishmaniose mucocutânea - Depois de um período que varia de alguns meses a mais de 20 anos, alguns pacientes infectados com Leishmania spp. no subgênero Viannia desenvolvem doença mucocutânea. As lesões mucosas variam de edema dos lábios e nariz a perfurações da cartilagem nasal e da laringe, bem como do palato. A infiltração e/ou a ulceração do nariz, lábios e orofaringe é característica. - A perda de tecido tanto da boca como do nariz, o que causa uma característica “face de anta” , conhecida como espundia. Alterações na fonação causadas por destruição das cordas vocais também pode ocorrer. Diagnostico: • demonstração do agente causal (provas diretas) – exame parasitológico direto – cultura – isolamento em animal de laboratório – identificação específica do parasita – exame histopatológico •provas indiretas • demonstração do agente causal (provas diretas) – exame parasitológico direto: fixado em metanol 70% e corado com Giemsa, Leishman ou Wright – cultura: 3 semanas, formas promastigotas, identifica a espécie – isolamento em animal de laboratório: injeção intradérmica na pata traseira do hamster ou camundongo, que desenvolve a doença. Demora 2 meses, usado para pesquisa. – identificação específica do parasita: quando ocorre resistência clínica ao tratamento ou recaídas. Sequenciamento de DNA – exame histopatológico: formas amastigostas dentro de macrófagos •provas indiretas • demonstração do agente causal (provas diretas) • provas indiretas – Reação intradérmica de Montenergo – Reação sorológica de imunofluorescência indireta (RIFI) e ELISA – Reação imuno-histoquímica – Testes de biologia molecular • demonstração do agente causal (provas diretas) • provas indiretas – Reação intradérmica de Montenergo: hipersensibilidade celular tardia, só em imunocompetentes, não significa doença ativa,pode ser usado para avaliar prognóstico da doença. Na face anterior do antebraço -> injeção intradérmica de concentrado de formas promastigotas mortas -> leitura em 48-72h – Reação sorológica de imunofluorescência indireta (RIFI) e ELISA: avaliam resposta imune de Ac, resultados controversos, poucos Ac – Reação imuno-histoquímica: Ac anti-leishmania, muito trabalhoso – Testes de biologia molecular: PCR demonstra fragmentos de DNA, persistência em indivíduos já tratados Tratamento: A doença cutânea é tratada a fim de acelerar a cura, diminuir a cicatriz (especialmente importante para as lesões em sítios cosmeticamente sensíveis) e impedir a difusão ou a recaída. Antimoniais pentavalentes – no Brasil tem o antimoniato de N-metilglucamina drogas leismanicidas, com alta toxicidade 2a opção é a Pentamidina Drogas alternativas: alopuronol, pentoxifilina, paromomicina
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