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AULA 04 - AÇÃO EMPREENDEDORA COMO ESTÍMULO AO DESENVOLVIMENTO INDIVIDUAL E COLETIVO

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Empreendedorismo, Inovação e Economia 
Criativa
Aula 04
Ação empreendedora como estímulo ao desenvolvimento 
individual e coletivo
Objetivos Específicos
• Apresentar a relação do empreendedorismo com sustentabilidade, 
responsabilidade social, ética e conhecimento.
Temas
Introdução
1 A importância da busca do conhecimento
2 Sustentabilidade e responsabilidade social em negócios
3 O empreendedor e a ética nos negócios
Considerações finais
Referências 
Nelson Nogueira
Professor Autor
Senac São Paulo – Todos os Direitos Reservados
Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
2
Introdução
O tema desta aula é a ação empreendedora como estímulo ao desenvolvimento individual 
e coletivo. Sabemos que estamos diante de um cenário extremamente competitivo, no qual 
o ambiente externo à empresa e ao redor das pessoas possui uma dinâmica nunca antes 
encontrada, abrangendo o mundo corporativo, toda a sociedade e o ambiente de negócios. 
Ao crescer em importância no contexto organizacional, o conhecimento passou a ser 
avaliado não mais como um privilégio do poder dominante, só para alguns, e sim como um 
instrumento fundamental que permeia as interações humanas em todos os níveis; nisso 
reside uma oportunidade enorme para as pessoas empreendedoras e para os negócios com 
foco no empreendedorismo.
Outro aspecto a ser abordado é a sustentabilidade e responsabilidade social, com seus 
conceitos e suas características, além de exemplos práticos para um melhor entendimento.
Devemos lembrar que “saber muito” sobre algo nem sempre é um diferencial competitivo 
para a empresa ou para o indivíduo; o importante é usar esse conhecimento como força 
motriz para projetos sustentáveis, com responsabilidade em relação aos indivíduos e ao meio 
ambiente. 
E, por fim, trataremos do empreendedor e da ética nos negócios: é possível ser 
competitivo sendo ético? Falaremos da importância da tomada de decisão e do pensamento 
abrangente – todas as pessoas envolvidas nos negócios devem contribuir para que o sistema 
evolua eticamente, tanto em termos de produtos, serviços e negócios como no que diz 
respeito à carreira profissional.
A inovação passa a ser uma espiral evolutiva que permeia cada tópico tratado; a cada 
interação colaborativa, surgem ideias novas, e novos resultados são obtidos por todos os 
envolvidos no processo. Assim, o lucro passa a ser uma mera consequência desse novo 
formato, sempre pensando na construção de um mundo melhor.
Os clientes estão mais exigentes e querem mais por menos – todos nós somos assim! 
Como será quando ouvirmos que alguns produtos ou serviços disponíveis no mercado são 
realizados por empresas que não pagam seus impostos, despejam poluentes à noite nos rios e 
não dão os benefícios garantidos por lei a seus colaboradores?
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Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
3
1 A importância da busca do conhecimento
Em um passado recente, o maior patrimônio de uma empresa eram seus ativos 
tangíveis1 (prédios, frotas de caminhões, terrenos, máquinas, equipamentos), e quanto 
maior o contingente destes, maior relevância empresarial seria atribuída a ela. Neste novo 
milênio, estamos vendo empresas como Google, Facebook, Microsoft e Apple com baixos 
ativos tangíveis e com um valor de mercado impressionante devido à sua inteligência no 
desenvolvimento de produtos e serviços.
Esse desenvolvimento, atrelado às pesquisas, com a criação de valor2 ao cliente, só é 
conseguido através do conhecimento. Qual o preço desse conhecimento?
Buscar conhecimento significa organizar e sistematizar os pontos de contato que o 
empreendedor ou intraempreendedor possui; esses pontos são constituídos de informações, 
tanto internas como externas. 
Veja, por exemplo, as informações vindas da comunidade, dos funcionários, dos 
fornecedores, do mercado, do concorrente, do governo, dos clientes, do proprietário do 
negócio. Os empreendedores necessitam analisar, traduzir, transformar, modelar, armazenar, 
disseminar e implantar as informações recebidas. Uma vez incorporadas ao dia a dia da 
empresa, passam a constituir um tipo de ativo que chamamos de ativo intangível.3
Segundo Domeneghetti e Meir (2008), estamos em uma sociedade do conhecimento, e 
vários são os sinais dessa tendência. Podemos listar alguns:
• Digitalização de economias (países, empresas, indivíduos, etc). Ex.: formação de 
bancos de dados, arquivos em cloud, sites de busca, trocas de arquivos em tempo 
real. Todas essas facilidades diminuem custos ligados à operação das empresas e 
agilizam a troca e o acesso às informações vitais do negócio. 
• Velocidade, amplitude e riqueza de acesso, transação e uso de informação e recursos 
de conhecimento. Ex.: acesso em vez de propriedade (é possível acessar um terno 
Armani alugando-o por uma noite; ou alugar uma máquina de lavar por um valor 
mensal; ou comprar softwares educativos com downloads em tempo real).
1 Ativos tangíveis – bens materiais que compõem a empresa.
2 Valor agregado – total de benefícios que o cliente percebe como tal e paga por isso.
3 Ativo intangível – relaciona-se a propriedade intelectual, conhecimento, inteligência, criatividade, inovação, patentes.
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Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
4
• Abrangência, acesso. Ex.: a informação e o conhecimento atravessam fronteiras, sem 
barreiras entre povos, línguas, raças, religiões; o que antes era acessível só para os 
privilegiados agora está disponível a todos, e grande parte das vezes gratuitamente, a 
exemplo dos softwares de treinamento, como os de aprendizagem de línguas. 
• Intensificação das trocas, relações e relacionamentos entre os agentes econômicos, 
independentemente de localização, cultura, raça, religião, etc. Ex.: podemos ter um 
automóvel cujos componentes são fornecidos por cerca de 12 países; ou uma peça 
teatral com artistas de vários países, culturas, raças, treinados on-line até o dia da 
estreia; ou uma cirurgia feita por médicos especialistas, cada um em seu país de 
origem, utilizando videoconferência.
• Abertura obrigatória das empresas para os agentes de sua cadeia de valor – os 
stakeholders4 –, mesmo que não desejada, planejada ou lucrativa. Ex.: as empresas 
precisam ser transparentes e mostrar sua idoneidade em toda a cadeia de valor. Os 
fornecedores devem ser homologados e certificados; a qualidade, rastreada; e a 
comunicação com a sociedade, constante, tornando públicos resultados de auditorias 
e avaliações internacionais. 
• Aumento do nível de busca por eficiência e colaboração entre os agentes pertencentes 
às redes, mesmo que sejam concorrentes tradicionais. Ex.: fornecedores e 
participantes do processo ajudam a desenvolver projetos a muitas mãos (imagine 
o desenvolvimento de um curso com a participação de alunos, representantes da 
comunidade e especialistas da área, com foco em qualidade e custo).
• Ajuste forçado do modelo de negócios das empresas, envolvendo completa revisão 
de estratégia, arquitetura de processos e fronteiras organizacionais, privilegiando 
a flexibilidade e adaptabilidade com consistência. Ex.: as estruturas rígidas são 
quebradas; surgem novos modelos de trabalho, multidisciplinares; o organograma 
passa a ser estruturado por processos, e não mais por funções. 
• A busca de soluções para diminuição dos impactos socioambientais. Ex.: pesquisas de 
novas tintas sem cheiro e à base de água, produtos biodegradáveis e de fabricantes 
éticos e com práticas sociais de inclusão são hoje uma realidade. As empresas já 
entenderam que não é mais possível continuar ganhando mercado destruindo o meio 
ambiente e explorando a mão de obra das comunidades em que estão instaladas. 
• Maior interesse das pessoas em possuírem seu próprio negócio. Ex.: um maior 
número de pessoas busca a sua independência, liberdade, fazendo o que gosta e 
transformando isso em negócio.
4 Stakeholders – partes interessadas na empresa (funcionários, acionistas,comunidade, fornecedores, governo, parceiros).
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Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa
5
A partir dessas tendências, temos o chamado conhecimento competitivo, que envolve 
experiência; sabedoria; cultura; poder de lógica, análise e síntese; capacidade de ensinar, de 
se comunicar e de se relacionar. Essa vasta gama de ativos intangíveis pode ser utilizada pelos 
empreendedores para dinamizar o seu negócio e para melhorar o seu desempenho como 
gestores. 
Nesse momento, então, começa a ficar claro que podemos dividir nosso raciocínio em 
duas frentes: 
• o conhecimento que buscamos para ter uma carreira empreendedora de sucesso; e
• o conhecimento do mercado para que nosso negócio empreendedor siga no caminho 
certo em relação aos seus produtos e serviços.
No primeiro caso, para subsidiar as decisões estratégicas oriundas do conhecimento 
técnico, científico (proveniente dos métodos formais de ensino-aprendizagem), é importante 
que o empreendedor procure o que há de melhor e mais novo para se atualizar e saber quão 
sintonizado com a modernidade e com o mercado em que sua empresa atua seu próprio 
conhecimento está. Essa formação pode ser adquirida pela frequência a cursos técnicos, 
tecnológicos, cursos livres, graduações, pós-graduações, mestrados, doutorados, MBAs e 
estágios e pela participação em eventos diversos. 
Também é importante considerar que a inovação, elemento vital do empreendedorismo, 
relaciona-se diretamente com a criatividade. E não é possível dissociar criatividade de 
conhecimento. 
John Lasseter5 escreveu em uma lousa branca dentro do elevador de sua empresa: 
“Libere a sua imaginação: inove ou morra. A escolha é sua! Trabalhamos muito duro, mas 
também nos divertimos muito, e isso se refletiu em nosso trabalho”.
 No caso da busca do conhecimento de mercado, é interessante referenciar Porter 
(1996), que de uma forma geral fala sobre o gerenciamento de valor, a síntese das entradas 
de informações quantitativas e qualitativas transformadas em conhecimento, fornecendo a 
base para qualquer decisão estratégica. 
5 John Alan Lasseter Jr. é um diretor e produtor americano. Ele é mais conhecido por ser o chefe de criação da Pixar, dos Walt Disney Animation 
Studios e DisneyToon Studios. 
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6
Figura 1 – Como capturar oportunidades
Importância do 
cliente e suas 
preferências
Um comparativo 
competitivo com 
outros negócios: 
custo, qualidade, 
outras dimensões
Capacidade de 
fornecimento e 
logística
As tecnologias 
disponíveis para 
inovar
531
2 4
Parceiros nos 
negócios, as partes 
que adicionarão 
valor ao negócio
 Dentro dessa captura de oportunidades, devemos enxergar o potencial de tudo o que 
nos é oferecido; isso nos torna uma esponja com uma grande receptividade para a inspiração 
por qualquer coisa, por qualquer um, em qualquer lugar. Veja algumas dicas de Capodagli e 
Jackson (2010) para liberar a sua imaginação e criatividade:
1. Faça uma viagem rodoviária. Pegue sua equipe e saia de ônibus, pare em alguns 
lugares, discuta apenas o que estão vendo, incluindo o ônibus e os passageiros. 
Experimente comidas no caminho e converse com pessoas estranhas.
2. Recolha objetos que inspirem um bom trabalho. Durante a viagem rodoviária, 
pegue objetos pelo caminho: espiga de milho, parafusos, etc. Leve para o trabalho e 
discuta cada um. Que objetos podem nos inspirar?
3. Vá atrás dos fatos. Visite seu cliente, seus fornecedores. Se estiver envolvido no 
mercado de roupas, por exemplo, visite lojas, fale com profissionais do ramo. Que 
visitas podem expandir a imaginação da equipe?
4. Vá brincar no parque ou passear no museu. Planeje um passeio com a equipe, 
promova uma pelada, brinque no gira-gira, no balanço e recorde como é bacana se 
sentir criança novamente. Como podemos capturar esse entusiasmo infantil e levar 
para a nossa vida profissional? No museu, divida a equipe em grupos, que devem 
refletir e anotar as impressões sobre os estilos de arte observados. No dia seguinte, 
compartilhe as ideias entre todos.
5. Faça algo audacioso todo dia. É fácil ficar preso em uma valeta quando fazemos o 
mesmo caminho todos os dias. Faça algo arrojado: escreva em vez de digitar, almoce 
comidas estranhas, vá trabalhar de pijama, vá ao shopping com a equipe usando 
luvas. Não caia na valeta – seja animado, descontrolado, desinibido!
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7
 
Você gostaria de boas dicas de como ser mais criativo? E também gostaria de aprofundar 
os seus conhecimentos sobre ativos intangíveis e como eles geram valor às empresas? Visite a 
Midiateca da disciplina e saiba como!
2 Sustentabilidade e responsabilidade social em negócios
As decisões e ações, tanto do empreendedor quanto do intraempreendedor, devem 
estar pautadas na sustentabilidade e responsabilidade social nos negócios. Devemos lembrar 
que o intraempreendedor é aquele funcionário que atua dentro de uma organização e tem 
como missão inovar os processos, produtos e serviços, com o fim de deixar a empresa em que 
trabalha mais competitiva; já o empreendedor tem um negócio com certo grau de inovação 
e compete no mercado com seus concorrentes diretos e indiretos, busca todos os dias ser 
criativo para levar suas empresas a outros patamares de performance. A preocupação com 
os impactos socioambientais causados por seus negócios passou a fazer parte do dia a dia 
desses profissionais.
Os desafios que enfrentamos hoje como sociedade são sem precedentes na história 
da humanidade (ROCKSTRÖM, 2010). Os problemas sociais, a crise ambiental, uma (fenda) 
distância entre o que somos e o que queremos ser como seres humanos têm nos colocado 
em situações de conflitos e emergências globais (SCHARMER, 2013). 
Nossas instituições atuais, com suas possibilidades e limitações, não estão sendo capazes 
de lidar com problemas tão complexos. Nossas grandes questões são a legitimidade dos 
modelos de negócios tradicionais e as empresas com foco meramente econômico diante 
desse cenário.
O empreendedorismo com foco no social está habilitado para abordar diretamente esses 
complexos problemas sociais e ambientais e apresenta-se como uma importante ferramenta 
de transformação de algumas realidades. Essa prática, que se desenvolve objetivando gerar 
impactos sociais, tem se realizado transversalmente6 em nossa sociedade, de maneira 
sistêmica, influenciando e sendo influenciada por todos os seus componentes. 
É, sem dúvida, uma alternativa, porém não tira dos modelos de negócios tradicionais 
o desafio de mudar hábitos e adotar novas posturas, pois qualquer negócio que queira se 
manter competitivo deverá ter como elemento de sua cultura organizacional valores como 
sustentabilidade (em todas as suas dimensões) e responsabilidade social.
6 Atravessando várias áreas, segmentos, pessoas.
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Os empreendedores e intraempreendedores devem, em seus projetos e soluções, 
levar em consideração os impactos sociais que serão gerados e avaliar que dimensões da 
sustentabilidade são contempladas. 
Um empreendedor desenvolve uma máquina de venda de salgadinhos e refrigerantes, 
como a que encontramos hoje em lojas de conveniência, hospitais, lanchonetes, aeroportos, 
etc., que funciona pela colocação de uma moeda ou uma cédula para que seja feita a entrega do 
produto. A proposta é prática, interessante e agrega valores para o cliente, como comodidade, 
rapidez, segurança. Outro empreendedor pensa na mesma máquina, mas com outra finalidade 
– coloca-se uma moeda ou uma cédula e sai a quantidade correspondente em mantimentos 
como feijão, arroz, fubá, açúcar, sal. 
Temos a mesma máquina com duas propostas. E agora? Como avaliar se uma é melhor 
que a outra? 
No segundo exemplo, não é difícilperceber que se trata de um projeto de considerável 
impacto social, uma vez que a solução foi desenvolvida para atender a um público que 
possui poucos recursos e que, ao ir ao mercado, encontrava mantimentos embalados em 
porções maiores, como sacos de 5 quilos, com um custo maior do que sua possibilidade de 
compra, dada a sua condição social. Pode-se dizer que é um projeto que, além de seu caráter 
empreendedor, tem um viés social muito importante. Se a máquina também contemplar 
alguns aspectos da dimensão ambiental da sustentabilidade – se for feita, por exemplo, 
com materiais reciclados e oferecer embalagens biodegradáveis para levar os mantimentos 
–, então temos um projeto inovador, que conseguiu aliar a responsabilidade social e a 
sustentabilidade às suas características básicas. 
E a máquina convencional? Não há características no projeto que o tornem sustentável? 
Ou não é possível agregar à proposta nenhum aspecto relacionado à responsabilidade social 
que a faça se tornar competitiva e mais convergente com as expectativas dos consumidores 
conscientes? Claro que sim. Tudo vai depender de como o empreendedor construirá seu 
modelo de negócio. 
A questão da sustentabilidade pode ser resolvida analisando-se de maneira ampla as três 
dimensões que a compõem: ambiental, sociocultural e econômica. O empreendedor deve 
pensar de que maneira essa máquina vai ser fabricada e implantada, gerando menor impacto 
ambiental, respeitando as características socioculturais da região e tendo sua viabilidade 
econômica garantida. 
É possível, ainda, pensar a responsabilidade social aliada à proposta do projeto se, mais 
uma vez, ampliarmos o foco de análise. Uma empresa socialmente responsável é aquela que, 
fundamentalmente, zela pela qualidade de vida de seus funcionários. Então, ao proporcionar 
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boas condições de trabalho, salário justo, capacitação e benefícios, por exemplo, a empresa 
está cumprindo o seu papel. 
O objetivo de todo empreendedor é criar produtos e serviços que superem a expectativa 
do cliente, oferecendo a ele benefícios em diferentes níveis. Sem dúvida alguma, no cenário 
atual, a sustentabilidade e a responsabilidade social estão inclusas nesses benefícios. 
Figura 2 – Benefício de uma oficina mecânica
Benefício central – carro consertado
Benefício básico – confiança no serviço
Benefício esperado – rapidez, pontualidade, preço justo 
Benefício ampliado – Brinde, lavagem de carro grátis
Benefício potencial – Impacto ambiental, social, contribuição para um mundo melhor
Fonte: adaptado de Kotler e Keller apud Nakagawa (2013, p. 142).
O benefício potencial é como um complemento do serviço principal. No exemplo da 
figura 2, a oficina pode ter práticas relacionadas a esse item, como: inclusão social de jovens 
carentes, treinando-os para serem mecânicos; recolhimento e destinação de todo o óleo 
e de todas as peças para centros de reciclagem; incentivo aos clientes para que realizem 
doações de objetos; campanhas de leitura; e cursos gratuitos para a comunidade para os 
primeiros reparos de automóveis.
Será que é possível que todos os projetos, negócios, produtos e serviços sejam direcionados 
para a sustentabilidade e a responsabilidade social?
3 O empreendedor e a ética nos negócios
Dos valores que compõem a cultura de uma empresa, os valores éticos estão, atualmente, 
incluídos entre os mais importantes. 
Gordon (1986, p. 601) define: “Ética é o código de princípios e valores morais que 
regula o comportamento de uma pessoa ou de um grupo em relação ao que é certo ou 
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errado, os valores éticos estabelecem padrões para o que é bom ou ruim na conduta e na 
tomada de decisão”.
A ética empreendedora é o princípio que norteia as decisões e os comportamentos de 
uma empresa e determina se eles estão certos ou errados em um sentido moral. O conceito 
de responsabilidade social é uma extensão dessa ideia; consiste em fazer com que as decisões 
tomadas pela empresa beneficiem não só a si própria, mas contribuam para o bem-estar da 
sociedade e atendam aos interesses desta (EUGENE, 1986). 
Figura 3 – Forças que moldam a ética em um negócio
Ética pessoal:
Crenças e valores,
desenvolvimento moral,
quadro estrutural ético
Sistemas organizacionais:
Estrutura, políticas, regras, 
código de ética, sistema de 
recompensa, seleção, 
treinamentos
Cultura organizacional:
Rituais, cerimônias, 
histórias, heróis, 
linguagem, slogans, 
símbolos, fundador
Interessados externos:
Regulamentações 
governamentais, 
consumidores, grupos de 
interesse especial, forças 
do mercado global
Decisão ou
comportamento do 
empreendedor:
são éticos ou
socialmente 
responsáveis?
Fonte: adaptado de Daft (2002).
Existem forças que atuam na decisão final de um empreendedor: de um lado, a ética 
pessoal; do outro, a cultura e os sistemas organizacionais; e, por fim, os interessados externos 
ligados ao mercado. Essa lógica também funciona se estivermos considerando a atuação de 
um intraempreendedor. 
Ética pessoal – o desenvolvimento de qualquer melhoria em um produto ou serviço, 
ou o desenvolvimento de um novo negócio, deve dedicar especial atenção a responder aos 
interessados se as práticas e decisões da empresa estão sendo realizadas de forma correta, 
ou seja, de forma social e moralmente aceita, considerando-se o impacto que cada decisão 
pode produzir nas partes interessadas. Isso deve ser percebido pelos clientes, funcionários, 
sócios, governo, comunidade em geral. 
O empreendedor ou intraempreendedor deve contemplar em suas soluções inovadoras 
também soluções éticas ou socialmente responsáveis. Cada pessoa leva para seu local de 
trabalho um conjunto de crenças e valores pessoais; esses valores pessoais e o raciocínio 
moral que traduz esses valores em comportamentos são um importante aspecto da tomada 
de decisões éticas pelas empresas.
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O empreendedor ou intraempreendedor leva, para as soluções inovadoras, seus 
princípios, valores e crenças. É importante lembrar que é essencial que essas soluções 
contemplem aspectos ligados à responsabilidade social e ambiental, pois o mercado está 
cobrando mais esse tipo de preocupação, que acaba se refletindo também nos processos de 
trabalho, nos produtos e serviços. 
Cultura organizacional – as práticas empresariais refletem os valores, atitudes e padrões 
de comportamento da cultura de uma organização, por isso a ética deve fazer parte da 
cultura da empresa, envolvendo todos os funcionários. É importante que cada funcionário 
saiba claramente o que se espera dele em termos de comportamento, o que é aceitável como 
conduta pessoal e profissional, os símbolos que devem ser respeitados, a linguagem aceita no 
ambiente de trabalho e as práticas que são consideradas antiéticas pela organização. 
Sistemas organizacionais – moldam a ética dos empreendedores. Envolvem questões 
como saber se os valores éticos estão ou não incorporados às políticas e regras, se há um código 
de ética explícito e divulgado entre os membros, se há recompensas, elogios, promoções 
vinculados ao comportamento ético, se a ética é considerada na seleção e treinamento dos 
funcionários.
Interessados externos – a tomada de decisão ética e socialmente responsável leva ao 
reconhecimento de que a empresa faz parte de uma comunidade maior e leva em conta o 
impacto de uma decisão ou ação sobre todos os interessados.
Um empreendedor que possui uma concessionária de veículos usados trabalha duro para 
personificar práticas empresariais éticas, voltadas aos clientes e funcionários, e o faz em conjunto 
com eles. Esse comportamento cria uma forte vantagem competitiva, pois a reputação do setor 
se apresenta no imaginário dos clientes ligada a práticas obscuras (BRENNER;MOLANDER, 1989).
Você concorda?
Algumas vezes, o funcionário sente que, “tomando emprestado” alguns materiais de 
escritório da empresa, está compensando alguma desigualdade percebida em termos de 
salário ou outros benefícios. Isso está certo?
Será que as autoridades devem permitir que as indústrias farmacêuticas anunciem seus 
produtos com promessas milagrosas e, muitas vezes, sem exigir a obrigatoriedade de receita 
médica?
Será que as autoridades devem permitir o funcionamento de empresas que não pagam 
os salários dos funcionários?
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Será que as autoridades devem autorizar o lançamento de produtos que apresentam em 
sua composição produtos cancerígenos? 
Considerações finais
O tema de nossa aula foi a relação do empreendedorismo com a sustentabilidade, a 
responsabilidade social, a ética e o conhecimento. Sabemos que cada empreendedor tem 
uma paixão por algo, por fazer um negócio ou implantar uma ideia em seu local de trabalho. 
Essa paixão, misturada com conhecimento e a necessidade do mercado, fará surgirem novos 
produtos ou serviços ou melhorará os que existem.
Aqui, a intenção não foi interromper essa iniciativa, mas levar o empreendedor a pensar 
e refletir sobre a busca de soluções que considerem a responsabilidade social e a ética, 
utilizando seu conhecimento para isso. 
Portanto, ao longo de nossa aula, definimos os conceitos de cada item, lançando mão 
de alguns exemplos práticos para reflexão, reafirmando que é sempre possível ter uma 
visão sistêmica, preocupar-se com o todo – como dizem os jogadores de xadrez, olhar o 
tabuleiro, e não apenas a peça do jogo. A cada ação ou tomada de decisão, é preciso analisar 
as consequências, quem vai ser beneficiado, quem não vai ser beneficiado, e daí por diante.
As empresas do século XXI deverão cada vez mais se preocupar com a criação de valor 
não somente econômico, mas também ambiental e social, pois isso pode trazer benefícios 
competitivos tangíveis para as empresas – na prática, isso se traduz em maior lucro.
É o que se tem observado nas principais bolsas de valores do mundo. Índices como o 
Dow Jones Sustainability Index (DJSI), da Bolsa de New York, e o Índice de Sustentabilidade 
Empresarial (ISE), da Bovespa (SP), mostraram, no Guia Exame 2010, que das 140 empresas 
pesquisadas um terço atrela a política de remuneração ao desempenho ambiental e social.
Essa mudança de modelo mental fez com que bancos lançassem fundos de investimento 
que permitissem ao correntista contribuir para a neutralização de gases responsáveis 
pelo efeito estufa e que empresas produtoras de hardware cedessem capacidade ociosa 
de seus micros para pesquisas voltadas para questões de saúde e do meio ambiente. São 
alguns exemplos que comprovam que sustentabilidade, ética e responsabilidade social são 
praticamente sinônimos de competitividade. 
Esperamos que os empreendedores sejam capazes de criar um mundo melhor!
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Referências 
BRENNER, S.; MOLANDER, E. Is the ethics of business changing? In: ANDREWS, Kenneth R. (ed.). 
Ethics in practice: managing the moral corporation. Cambridge, MA: Harvard Business School 
Press, 1989. 
CAPODAGLI, B.; JACKSON, L. Nos bastidores da Pixar. São Paulo: Saraiva, 2010. 
DAFT, L. R. Organizações, teorias e projetos. São Paulo: Thomson Learning, 2002.
DOMENEGHETTI, D.; MEIR, R. Ativos intangíveis. São Paulo: Campus, 2008.
EUGENE, W. S. The myths and realities of research on organizational misconduct. Greenwich 
Conn: JAI Press, 1986.
GORDON, F. S. Practical ethics. New York: American Management Association, 1998.
KOTLER, P.; KELLER, K. Administração de marketing. São Paulo: Pearson, 2006.
MARULANDA, N. R. de; TANCREDI, F. B. De la innovación social a la política pública: histórias 
de éxito en América Latina y el Caribe. [s. l.]: CEPAL, 2010.
MONTEIRO JR., J. G. Criatividade e inovação. São Paulo: Academia Pearson, 2013.
NAKAGAWA, M. H. Faça diferente, faça a diferença. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2013.
PORTER, M. E. What is strategy? Harvard Business Review, v. 74, n. 6, p. 61-79, 1996.
ROCKSTRÖM, J. Planetary boundaries. New Perspectives Quarterly, v. 27, n. 1, p. 72-74, 2010.
SCHARMER, O. 10 insights on the Ego-2-Eco Economy Revolution. Otto’s Blog, 10 set. 2013. 
Disponível em: http://www.blog.ottoscharmer.com/?p=557. Acesso em: 21 out. 2016.
THROSBY, David. Economics and culture. Cambridge: Cambridge University Press, 2001. 
	Introdução
	1 A importância da busca do conhecimento
	2 Sustentabilidade e responsabilidade social em negócios
	3 O empreendedor e a ética nos negócios
	Considerações finais
	Referências

Outros materiais

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