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Álcool na adolescência COLETÂNEA

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EIXO: DEPENDÊNCIA QUÍMICA
O CONSUMO DE ÁLCOOL POR ADOLESCENTES NO BRASIL
TEXTO I: DEPENDÊNCIA QUÍMICA É CONSIDERADA TRANSTORNO MENTAL, ALERTA PSIQUIATRA
Especialista informa que o apoio da família é fundamental no processo de recuperação do paciente
 
A todo o momento as pessoas são cobradas e influenciadas pelo meio em que vivem, sendo que muitas vezes, a sociedade determina como o indivíduo deve pensa, agir e se comportar. Essas normas impostas, o excesso de
 liberdade, cobrança de resultados nos estudos, no trabalho e no convívio familiar, fazem com que haja fuga do indivíduo para outros meios, onde a droga e o álcool figuram como solução para os problemas. O uso de drogas é considerado, atualmente, um grave problema de saúde pública.
No Relatório Mundial sobre Drogas de 2015, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC) destaca que cerca de 246 milhões de pessoas, ou um pouco mais de 5% da população mundial entre 15 e 64 anos de idade, usaram drogas ilícitas em 2013. Usuários de drogas problemáticos, somaram por volta de 27 milhões, das quais quase metade são pessoas que fazem uso de drogas injetáveis. Só no Brasil, o índice é de mais ou menos seis milhões de brasileiros dependentes químicos, o equivalente a 3% da população geral.
Conforme o médico psiquiatra e cooperado da Unimed Cuiabá Mario Vinicios Silva Martello, a dependência química é uma doença causada pelo consumo repetitivo de determinadas substâncias, levando a prejuízos severos ao indivíduo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a dependência química como uma doença crônica, progressiva, ou seja, que piora com o passar do tempo, primária, que gera outras doenças e fatal.
A dependência química é um transtorno mental caracterizado por um grupo de sinais e sintomas decorrentes do uso de drogas. Esses sinais e sintomas são: compulsão pelo uso da droga; sintomas de abstinência, necessidade de doses crescentes para atingir o mesmo efeito; falta de controle sobre a quantidade do uso; abandono de outras atividade e manutenção do uso, mesmo tendo prejuízos evidentes causados pela droga. “Três desses sintomas já são suficientes pra se diagnosticar a dependência química”, ressalta o médico.
De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), as substâncias causadoras de dependência são: álcool, tabaco, cocaína e derivados como o crack e a pasta-base, maconha, alucinógenos, solventes e inalantes, a exemplo da cola de sapateiro e acetona, estimulantes como anfetaminas e cafeína, opióides, sedativos e hipnóticos (medicações como o diazepam). “As drogas que mais comumente causam dependência em nossa sociedade são o álcool, tabaco, cocaína e seus derivados, que vem aumentando de forma alarmante sua incidência nos últimos anos. Outra grande preocupação é com o abuso de medicações sedativas, os famosos "tarja preta", cujo uso indiscriminado tem tornado muita gente dependente”, explica Mario.
TEXTO II: 4 FATORES DE RISCO QUE PODEM INDICAR DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Fevereiro 2018
Dependência química é um problema de escala global. O abuso de drogas afeta as pessoas
 independentemente de sua condição social ou histórico familiar.
Um relatório divulgado em junho de 2017 pela Organização das Nações Unidas (ONU) apontou que cerca de 5% da população mundial consumiu algum tipo de droga em 2015. Isso significa que pelo menos 250 milhões de pessoas no mundo tiveram contato com entorpecentes naquele ano.
Além disso, 190 mil pessoas morreram em 2015 por causas diretamente relacionadas ao consumo de
 drogas, de acordo com o mesmo documento. Esses dados mostram o quanto o abuso dessas substâncias é uma ameaça para a sociedade como um todo.
Apesar de as drogas não escolherem suas vítimas, existem alguns fatores de risco que deixam uma pessoa mais próxima da dependência química. Veja quais são eles a seguir!
1. Círculo social
É muito comum pessoas terem o seu primeiro contato com as drogas ainda na infância.
Entre crianças, não são raros os relatos de consumo de substâncias como álcool e nicotina por membros da família ou pessoas próximas. E isso quando não há consumo de entorpecentes.
Um indivíduo que tenha contato desde cedo com as drogas ou tenha o exemplo de pessoas mais velhas consumindo essas substâncias está mais propenso a desenvolver a dependência química.
A fase da vida também pode influenciar. Na adolescência, por exemplo, uma pessoa está mais sujeita ao abuso de drogas devido às suas inseguranças e ao seu círculo de amizades.
Independentemente da idade, estar em um meio em que outros têm o hábito de consumir drogas facilita o contato com esses compostos e abre uma porta para o vício.
2. Traumas
Uma situação de intenso estresse ou alguma perda podem levar uma pessoa a buscar conforto no consumo de drogas.
A perda de um familiar ou amigo querido, separação conjugal, o estresse no trabalho, o bullying ou mesmo a tomada de decisões difíceis podem levar um indivíduo ao consumo de entorpecentes para obter alívio.
Dessa forma, os traumas acabam sendo uma porta de entrada para as drogas.
Isso pode acontecer de forma direta, quando elas são usadas para a fugir da realidade. Também há situações em que a dependência vem de forma indireta, quando o uso de medicamentos acaba se tornando um vício.
3. Transtornos mentais
O desequilíbrio mental é um fator de risco para a dependência química à medida em que uma pessoa precisa das substâncias para regular as funções do organismo.
Este é o quadro que mais demanda o apoio de um especialista, pois apenas inibir o consumo não basta. E em alguns casos, abandonar o uso pode ser ainda mais danoso para o indivíduo, pois os efeitos da abstinência podem agravar seu quadro clínico.
4. Vulnerabilidade
A situação social de uma pessoa pode torná-la mais ou menos exposta ao consumo de drogas. A proximidade de grupos de usuários ou de regiões de intenso consumo podem facilitar o contato com essas substâncias.
A falta de atividades sociais que afastem a pessoa da dependência química também contribui. Não ter referências ou perspectivas de um universo sem drogas aumenta a exposição de um indivíduo a seu consumo.
Todos esses fatores são agravantes para pessoas que têm alguma possibilidade de desenvolver a dependência química.
Lembre-se do mais importante para o combate às drogas: diálogo e compreensão. Lutar contra o vício é um caminho difícil tanto para o dependente quanto para as pessoas à sua volta. Ter um relacionamento de confiança com alguém ajuda no progresso do tratamento e evita recaídas.
Conhece mais algum fator de risco relacionado à dependência química? Compartilhe este artigo nas redes sociais e não deixe de contar sua experiência nos comentários.
http://www.hospitalsantamonica.com.br/4-fatores-de-risco-que-podem-indicar-dependencia-quimica/
TEXTO III: O CONSUMO DE ÁLCOOL NA ADOLESCÊNCIA: QUAIS SÃO OS RISCOS?
Por Fabrícia Ramos de Freitas
A Adolescência, que acontece dos 12 aos 18 anos de acordo com o Estatuto da criança e do Adolescente (ECA), é uma fase marcada por inúmeras mudanças, questionamentos, alterações hormonais e inquietações emocionais, justamente pelo fato de que neste período a personalidade do indivíduo está sendo definida e os lutos da infância vivenciados. Os adolescentes enfrentam decisões sociais e psicológicas para toda a vida, e muitas vezes apresentam comportamentos extemos, imediatistas, opositores e podem até, em alguns momentos, negligenciar os cuidados com sua saúde.
O consumo de bebidas alcoólicas é um problema de saúde pública cada vez mais agravante, particularmente no que se refere aos adolescentes, que é quando, na maioria das vezes, se inicia a ingestão do álcool.
Algumas pesquisas revelam que entre todas as substâncias avaliadas, o álcool foi a que apresentou a menor média de idade para o início do consumo, sendo um pouco mais de 12 anos. Dado este bastante preocupante, já que quanto mais precoce for a iniciação, piores as consequências e riscos para desenvolver a dependência ou futuros abusos no consumo.
O álcool na adolescência é extremamente desaconselhávelporque o sistema nervoso central do jovem ainda está se desenvolvendo, também pela possibilidade de atrapalhar seu amadurecimento normal, causar alterações no desenvolvimento da personalidade e prejudicar funções como memória e atenção. Por sua vez, estes prejuízos podem levar a dificuldade de aprendizagem e piora no desempenho escolar.
De acordo com um recente estudo realizado da Finlândia, adolescentes que bebem em excesso tendem a ter menos massa cinzenta no cérebro, que é a estrutura responsável pela memória, tomada de decisões e autocontrole.
Sendo assim, o consumo de bebidas alcoólicas pode acarretar uma série de problemas sociais e de saúde e contribuir para a vulnerabilidade dos jovens a acidentes de trânsito, violência, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada, uma vez que o sentimento de onipotência marcante nessa etapa do desenvolvimento é intensificado pelo uso do álcool, possibilitando que os adolescentes acreditem que podem se expor aos riscos sem que lhe ocorram maiores danos..
A naturalização atribuída às bebidas alcoólicas é um dos fatores de risco ao consumo, já que em diversos contextos culturais a cerveja e a cachaça estão presentes nas comemorações e festividades brasileiras e são incessantemente expostas e divulgadas pela mídia. A bebida é associada então à busca de prazer que os jovens atribuem a bebida, à desinibição, à sociabilidade e autoafirmação.
As pesquisas têm mostrado muitos outros fatores de risco para o abuso de substâncias psicoativas. No entanto, alguns autores acreditam que as condições familiares são cruciais, já que a família é a base da estruturação emocional e psíquica do ser humano.
Como fatores protetores podemos destacar a família bem estruturada; com o envolvimento afetivo dos pais na vida dos filhos e determinando regras de conduta e limites claros; o desempenho escolar satisfatório; e as relações com outras referências da comunidade como igreja, ações sociais e esportivas.
Portanto, os riscos imediatos e de longo prazo provenientes do consumo do álcool pelos jovens reforçam a necessidade do desenvolvimento de programas de prevenção e de tratamento. O conhecimento e a compreensão dos fatores sociais, pessoais e ambientais que contribuem para a iniciação e o aumento no consumo é essencial para a iniciativa de ações eficazes de combate ao problema.
TEXTO IV: USO DE DROGAS NA ADOLESCÊNCIA E SEUS IMPACTOS NO ÂMBITO FAMILIAR
1.Uso de Drogas na Adolescência e as Relações no Ambiente Familiar
Tomando como referencia a contextualização histórica acerca da adolescência no item anterior, e utilizando as reflexões de Nery Filho e Torres (2002, p.31), pergunta-se: Porque o adolescente usa drogas? Diante de tal questão os autores afirmam:
Não existe resposta única ou homogênea. Podemos encontrar diferentes tipos de produtos, com variados efeitos procurados e desejados, bem como diferentes motivações que levam um indivíduo a usar, eventualmente ou de forma contínua e intensa, determinada substância psicoativa.
E os autores ainda sustentam que este consumo pode ser de cunho individual ou coletivo. Compreende-se que das motivações individuais de consumo, torna-se importante levar em conta os aspectos intrínsecos da personalidade do indivíduo, sua historia de vida e as circunstâncias que envolvem sua relação com a droga. Por outro lado, para compreender o fenômeno coletivo do consumo e sua expansão mundial, devem-se buscar explicações que extrapolam o âmbito das motivações individuais de consumo. É preciso compreender o papel social das drogas em cada sociedade e sua inserção, inclusive na economia e no mercado.
Na opinião de Gikovate (1992) cada ser humano tem uma história diferente, não existe uma fórmula que explique como, porque ou com que conseqüências um jovem procura as drogas.
Grynberg e Kalina (2002 p.46) analisam o uso de drogas na adolescência como uma crise em que os jovens se defrontam com o meio social em que vivem e sua história individual. Dessa maneira os jovens acreditam estar dando provas de sua autonomia e auto-suficiência, sendo ele capaz de alcançar seus objetivos, muitas vezes não tão claros
Os autores ainda afirmam que o uso emerge como um protesto a sua impotência de lidar com a realidade e com as forças que se movimentam dentro de si próprio, ao mesmo tempo.
O jovem precisa encontrar um ambiente familiar capaz de suportar as crises que vivencia, onde este não seja propício a resistências excessivas ás suas proporções e impulsos ainda tão desordenados.
Por ser um período de transformações, o adolescente, por vezes, se sente inferior incompreendido pela família ou pela sociedade. Isso faz com que muitos desejem sumir do mundo, que se torna para eles cruel. Neste sentido, a partir de uma experimentação, o jovem vê nas drogas algo prazeroso, capaz de solucionar problemas, eliminar angústias, dando uma sensação de força, potência e realização pessoal.
Porém, sabemos que esta sensação de poder é ilusória. É uma forma de vencer suas fragilidades no momento em que se consome. Ainda citando os autores, o consumo de drogas aparece entre alguns adolescentes como uma marca inscrita nessa travessia, caracterizando-se como um uso adolescente. Para esses jovens, as drogas permitem o estabelecimento de laços sociais, propiciando ao indivíduo o pertencimento a um grupo.
De acordo com os estudos de Caldeira (1999 p.15), o desafio da transgressão às normas estabelecidas pelo mundo dos adultos, a curiosidade pelo novo e pelo proibido, a pressão de seu grupo para determinados comportamentos, são alguns dos fenômenos típicos da adolescência que podem ler
Publicado por: Nathália Justino
TEXTO V: BINGE POTENCIALIZA OS EFEITOS ENTRE OS JOVENS
A gravidade das consequências do consumo de álcool depende da frequência e das quantidades consumidas. Um padrão de consumo de risco que tem despertado interesse internacional e que nos últimos anos começou a ser investigado no Brasil é denominado de Binge Drinking (BD) ou “beber em binge”. Esse padrão é caracterizado pelo consumo de, no mínimo, quatro doses de álcool em uma única ocasião por mulheres e cinco doses por homens. Os episódios de uso abusivo agudo de álcool não apenas têm influência na mortalidade geral, mas contribuem para desfechos agudos como acidentes e agressões. O BD está associado a maiores índices de abuso sexual, tentativas de suicídio, sexo desprotegido, gravidez indesejada, overdose alcoólica, quedas, gastrite e pancreatite.
O álcool é a droga mais consumida pela população brasileira e, apesar de ser uma droga lícita, sua venda e consumo não são permitidos para menores de 18 anos. Apesar disso, estudo realizado pelo Cebrid, em 2010, em uma amostra nacional de estudantes de ensino fundamental e médio nas 27 capitais brasileiras, evidenciou que não só os adolescentes bebem, como o seu padrão mais comum é o BD. Cerca de três em cada dez adolescentes relatou que este comportamento ocorreu pelo menos uma vez no ano anterior à pesquisa.
O fato de uma criança experimentar bebida alcoólica na infância, mesmo que apenas um gole, aumenta em quase 60% a chance de ela ser uma praticante do beber em binge na adolescência. Além disso, este comportamento está associado a questões parentais, como a falta de percepção de punição. Adolescentes que acreditam que não serão punidos apresentam 2,2 vezes mais chance de se engajarem em binge na adolescência. Além disso, ser filho de mãe que bebe com frequência e estar em uma escola particular também aumentam a chance desta prática. Por fim, é mais comum que o binge ocorra entre adolescentes mais ricos. A associação entre classe socioeconômica e binge é mais forte nas regiões norte e nordeste do Brasil.
O BD também é o comportamento de risco mais prevalente em baladas em São Paulo. Estudo realizado em 2013, entre baladeiros dos mais diferentes perfis, evidenciou que cerca de 30% dos entrevistados saiu do estabelecimento com dosagem no sangue equivalente à prática de binge. O BD, nas baladas, multiplica por 9, para homens, e por 5, para mulheres, a chance de queocorra um “apagão”, ou seja, que eles não saibam o que ocorreu após a saída do estabelecimento, quando comparados a baladeiros que beberam, mas não praticaram o binge.
As festas open bar favorecem este comportamento em ambos os sexos. O fato de cobrarem uma quantia fixa (em geral, baixa) e permitirem que o frequentador beba quanto quiser, “até cair”, faz com que este se sinta compelido a ingerir o máximo que pode. É crucial, por isso, que a sociedade debata a adequabilidade deste tipo de festas.
• Zila van der Meer Sanchez Dutenhefner – Cebrid
No Brasil, cresce a taxa de usuários frequentes
O Brasil tornou-se um dos principais mercados de substâncias psicoativas legais e ilegais. O aumento da renda per capita de uma nação é geralmente acompanhado por um elevado consumo de substâncias recreativas. Uma combinação de fatores, tais como uma indústria não regulamentada, um grande mercado e uma rede ampla e organizada de drogas ilícitas, pode levar a um resultado negativo e facilmente previsível. A obtenção de dados epidemiológicos é fundamental para estabelecer estratégias nacionais e locais para a prevenção, tratamento e controle do uso dessas substâncias.
No Brasil, como em muitas economias emergentes, há uma grande disponibilidade de álcool, graças à profusão de pontos de venda, à falta de regulamentação quanto a horários permitidos para sua comercialização e preços relativamente baixos. Embora as taxas de abstinência continuem idênticas nos últimos 6 anos (48% em 2006 e 52% em 2012, diferença não significativa), houve um aumento de 20% na proporção de bebedores frequentes (que bebem uma vez por semana ou mais), que subiu de 45% para 54%. Destaca-se um aumento maior entre as mulheres, de 29% em 2006 para 39% em 2012. Entre 2006 e 2012, houve um aumento significativo do consumo no padrão binge (5 ou mais doses na mesma ocasião), que passou de 45% para 59% entre bebedores.
Outra maneira de avaliar a forma como a população ingere álcool é calcular a distribuição do volume consumido: 5% dos adultos que mais bebem são responsáveis pela ingestão de 24% de todo álcool consumido por adultos e os 10% que mais consomem por 45%. A maioria (80%) da população bebe menos da metade (44%) de todo o álcool consumido no país e 20% bebem 56%.
O início do consumo do álcool na população jovem ocorre pouco abaixo dos 15 anos (3 anos antes da idade permitida por lei). Não há diferença entre os sexos na etapa inicial. Praticamente metade dos jovens consome álcool, e esta taxa é de 26% entre os menores de idade. Grande parte dos adolescentes e jovens que relataram beber fazem uso nocivo de álcool (em forma de binge).
A associação do consumo de álcool com violência é largamente conhecida. Contudo, a disponibilidade de dados referentes a este fenômeno ainda é escassa no Brasil. Na segunda edição do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), observou-se que 8% da população possuía pelo menos uma arma de fogo. Entre homens, a prevalência de andar armado era de 5% e esta proporção aumenta quando analisamos esse comportamento entre bebedores problemáticos (com abuso ou dependência de álcool), chegando a 10.3% entre adultos jovens (com menos de 30 anos de idade).
A proporção de homens que relatam terem se envolvido em alguma briga com agressão física, em 2015, aumenta exponencialmente quando são considerados fatores de risco, como uso de álcool e de substâncias ilícitas.
O consumo do álcool também aumenta a tendência a comportamentos agressivos, nas ruas e dentro de casa. A violência física na infância é um grande problema. Crianças que sofrem abuso precocemente têm maiores chances de desenvolverem doenças psiquiátricas e de se tornarem usuárias problemáticas de álcool e drogas ilícitas na vida adulta. O II Lenad constatou que dois a cada dez brasileiros já sofreram algum tipo de violência física na infância. Destes, em 20% dos casos a vítima relatou que o abusador havia ingerido alguma bebida alcoólica na situação de abuso.
Cerca de 6% dos brasileiros relataram terem sido vítimas de agressão física por seu parceiro(a). Observou-se relação com o consumo de álcool na metade destes casos.
• Clarice Sandi Madruga, Ilana Pinsky, Marcelo Ribeiro, Ronaldo Ramos Laranjeira, Sandro Mitsuhiro, Sergio Duailibi - Uniad/Inpad
Associação perigosa
A partir da década de 1990, aumentou o consumo de álcool associado a bebidas energéticas. Os primeiros estudos científicos controlados, em seres humanos e em animais de laboratório, sobre esta interação foram realizados no início dos anos 2000, pelos pesquisadores Sionaldo Eduardo Ferreira e Maria Lucia O. S. Formigoni. Eles demonstraram que as bebidas energéticas aumentam o efeito estimulante do etanol e potencializam a sensibilização (o efeito se torna progressivamente maior com uso crônico). Além disso, as bebidas energéticas induziram estimulação em animais que não apresentavam este efeito após a administração de etanol isoladamente. Se o mesmo ocorrer em seres humanos, o uso desta associação poderá levar a um aumento da proporção de pessoas com problemas associados ao uso de álcool. Usuários brasileiros relataram recorrer à combinação para reduzir os efeitos de sonolência e amplificar os efeitos estimulantes do álcool. Entretanto, foi demonstrado que embora a sensação subjetiva de embriaguez seja atenuada, os prejuízos na coordenação motora permanecem inalterados – ou seja há uma falsa sensação de estar menos bêbado, o que pode levar uma pessoa a julgar erroneamente que estaria em condições de dirigir ou realizar outras tarefas que requerem sobriedade.
Estudos realizados em outros países mostram que os sintomas de dependência surgem mais precocemente em jovens universitários que fazem uso de bebidas alcoólicas associadas a energéticos quando comparados àqueles que utilizam somente álcool em quantidades e frequência similares.
Efeitos prejudiciais do beber
32% dos adultos que bebem referiram já ter sido capaz de conseguir parar depois de começar a beber (21,8 milhões de pessoas).
10% referiram que alguém já se machucou em consequência do seu consumo de álcool (6,6 milhões de pessoas).
8% admitem que o uso de álcool já teve efeito prejudicial no seu trabalho (7,4 milhões de pessoas).
4,9% dos bebedores já perderam o emprego devido ao consumo de álcool (4,6 milhões de pessoas).
9% admitem que o uso de álcool já teve efeito prejudicial na sua família ou relacionamento (12,4 milhões de pessoas).
Medidas preventivas alcançam melhores resultados
O fato de o álcool ser uma substância legalizada e com poucas restrições quanto à sua comercialização contribui para a disseminação de uma falsa ideia de que ele não causaria sérios problemas. Além disso, apesar de haver uma legislação adequada, o mesmo não se aplica à sua fiscalização. A despeito de uma rigorosa lei de trânsito, que prevê punição para quem dirige sob qualquer nível de álcool no sangue, o Brasil ainda é recordista no número de acidentes e vítimas fatais associadas ao uso da droga.
As consequências desse uso são bem heterogêneas e variam em diversos países (questões culturais, econômicas, etc.). Segundo os dados do Relatório Global sobre Álcool e Saúde, da OMS, publicado em 2014, muitas destas mortes são decorrentes de acidentes, assassinatos ou suicídios e estão aumentando na maioria dos países monitorados. Além disso, na Rússia e em países do leste europeu, uma em cada cinco mortes de homens está relacionada ao uso de álcool, sendo esta substância associada a 8% das mortes de indivíduos entre 15 e 29 anos. Aproximadamente 3,3 milhões de mortes por ano, no mundo, estão relacionadas ao abuso de álcool, sendo 30% decorrentes de cirrose hepática.
No Brasil, alguns estudos indicam que 35% dos motoristas afirmam fazer uso de bebidas alcoólicas antes ou durante o ato de dirigir. Estudantes que ingeriram, pelo menos, uma dose de álcool tiveram uma chance quatro vezes maior de pegar carona com um motorista alcoolizado. Aqueles que relataram utilizar mais de cinco doses apresentaram uma chance cinco vezes maior de se envolverem em acidentes automobilísticos.Os impactos do uso de álcool são consideráveis na sociedade. Por exemplo, há alguns anos, um grupo de pesquisadores da Unifesp analisou 726.429 internações hospitalares decorrentes do uso de substâncias psicotrópicas entre os anos de 1988 a 1999 e observou que o uso abusivo de álcool era responsável por 90% daquelas internações. Apesar dos dados alarmantes, segundo a OMS, até o início do ano 2000, somente 34 países adotavam oficialmente algum tipo de política para reduzir os danos provocados pelo uso do álcool. Existem poucas ações de prevenção com resultados comprovados cientificamente. O antigo modelo, baseado no amedrontamento, apresenta baixa efetividade e adesão.
As mais recentes linhas preventivas mostram melhores resultados na medida em que focam em habilidades, qualidade de vida e redução de riscos relacionados ao consumo. Na perspectiva de redução de riscos (potencial de dano), o projeto School Health and Alcohol Harm Reduction Project (SHAHRP), desenvolvido na Austrália pela professora Nyanda McBride, do National Drug Research Institute e adaptado na Irlanda do Norte, tem sido apontado como efetivo para mudança de comportamento e latência dos resultados ao longo dos anos. O projeto é conduzido por professores em dois anos subsequentes, com oito sessões/aulas no 1º ano e cinco sessões no 2º ano. As atividades são interativas e informativas, com técnicas de role-playing e exercícios de tomadas de decisões focadas na redução de riscos do álcool. No Brasil, com auxílio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o projeto SHAHRP foi adaptado e avaliado em escolas particulares, recebendo o nome de Programa de Estímulo à Saúde e Redução de Riscos Associados ao Uso de Álcool Aplicado a Ambientes Educacionais (Perae). No primeiro ano, o programa foi aplicado pela equipe do Nepsis em quatro escolas, atingindo 266 alunos do oitavo ano do ensino fundamental. Com apoio do CNPq, está em curso um estudo exploratório para avaliar as adaptações do programa para estudantes de escolas públicas.
Apesar de existir uma regulamentação sobre horário de veiculação de propagandas sobre bebidas alcoólicas, as restrições são limitadas e as sobre bebidas com menor concentração alcoólica, como as cervejas, são muito frequentes. Além disso, as propagandas apelam para supostas propriedades do álcool como facilitador da desinibição social, associando seu uso a situações alegres, de riqueza e forte apelo sexual. A advertência obrigatória sobre riscos à saúde é veiculada em poucos segundos, de forma acelerada e ineficaz.
Por ser uma molécula pequena (CH3-CH2-OH), o álcool penetra facilmente nos tecidos do corpo humano, afetando praticamente todos os órgãos e causando os mais diversos problemas, incluindo gastrite, úlceras, cirrose, vários tipos de câncer (esôfago, intestino), problemas cognitivos, de memória, demência, hipertensão, alterações ósseas, etc. O seu uso abusivo durante a gravidez pode causar danos irreversíveis ao feto, tais como malformações craniofaciais, redução de peso e perímetro cefálico ao nascer e, o mais grave, problemas cognitivos e retardo mental.
Um dos primeiros estudos nesta área resultou na tese de doutorado Álcool e Teratogênese (1981) de Vilma A. Silva, orientada por Jandira Masur (1940-1990), na época, docente do Departamento de Psicobiologia e que havia sido autora da primeira tese de doutorado defendida no Programa de Farmacologia da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp), em 1971, e uma das cientistas brasileiras pioneiras no estudo dos efeitos do álcool no sistema nervoso central. Foi desenvolvido sob sua orientação um estudo que mostrou não existir tolerância, mas sim sensibilização aos efeitos estimulantes do álcool. Essa linha de pesquisa foi continuada pelas pesquisadoras Maria Lucia Oliveira de Souza Formigoni e Isabel Marian Hartmann de Quadros, que, com diversos pós-graduandos, estudaram por mais de uma década, em animais, a importância da variabilidade individual no efeito estimulante do álcool. Assim como em seres humanos, alguns animais apresentavam efeitos estimulantes, reforçadores, mas outros não e isto pode ter uma importante relação com desenvolvimento do uso abusivo. Estes estudos ajudaram a entender as bases biológicas da dependência de álcool, um transtorno que atinge entre 10% e 15% da população adulta e traz muitas consequências deletérias à saúde física, mental e ao relacionamento social.
Para evitar problemas decorrentes do uso crônico de álcool, é essencial a sua detecção precoce e a oferta de intervenções breves – utilizadas para ajudar o usuário a reconhecer seus problemas e a motivá-lo a mudar seus hábitos. Esta é uma das principais linhas de atuação da equipe da Unidade de Dependência de Drogas (Uded) do Departamento de Psicobiologia, setor criado na década de 1980 por Jandira Masur e atualmente coordenado por Maria Lucia Formigoni e por José Carlos F. Galduróz. O desenvolvimento e validação, no Brasil, de um importante instrumento para detecção do uso de risco de álcool e outras drogas (Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test - Assist) associado à realização de intervenções breves, para adultos, foi desenvolvido na década de 1990 pela equipe da Uded em parceria com pesquisadores de diversos países, com o apoio da OMS, gerando alguns dos artigos mais citados na literatura da área. Na década seguinte, essas técnicas foram adaptadas para adolescentes por Denise De Micheli. De modo complementar às abordagens psicossociais, a equipe liderada por José Carlos F. Galduróz têm avaliado a efetividade de novas ferramentas farmacológicas para tratamento da compulsão de dependentes de álcool, tabaco e cocaína/crack.
O uso excessivo de bebidas alcoólicas e os problemas físicos decorrentes têm sido fortemente associados ao absenteísmo e aos inúmeros problemas de relacionamento no ambiente de trabalho e familiar. Em especial, a violência doméstica é um problema bastante complexo, que tem sido alvo de estudos do grupo coordenado por Ana Regina Noto.
• Ana Regina Noto, Denise De Micheli, José Carlos Fernandes F. Galduróz e Maria Lucia Oliveira de Souza Formigoni - Nepsis/Uded
TEXTO VI: ÁLCOOL NA ADOLESCÊNCIA: COMO LIDAR COM ISSO?
Médico traz as principais orientações para prevenir esse problema bastante comum entre os jovens brasileiros
Por Dr. João Paulo Becker Lotufo, pediatra*
access_time2 abr 2019, 17h43 - Publicado em 10 jul 2018
A bebida alcoólica representa um risco enorme para a nossa sociedade. É responsável, direta e indiretamente, pela maior parte das mortes entre adolescentes e causa de parcela expressiva dos problemas sociais. O momento da iniciação na bebida alcoólica é um dos pontos mais preocupantes. E a falta de conscientização a respeito — por parte dos pais e mesmo de alguns pediatras — tem chamado a atenção da Sociedade de Pediatria de São Paulo. 
Em estudo piloto realizado no Ambulatório de Pediatria do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, mostrou-se que o consumo de álcool no ambiente familiar é bastante elevado (43,5%). A bebida alcoólica é seguida, nesse sentido, pelo cigarro (34,5%), pela maconha (27,5%) e pelo crack (11,5%). Os números obtidos em nossa pesquisa preocupam ainda mais porque indicam que o início no uso de álcool e outras drogas começa dentro de casa.
A popularidade da bebida alcoólica se amplifica quando levamos em conta que muita gente não associa a cerveja ao álcool. A cerveja está fora, inclusive, da lei de propaganda que regula as bebidas alcoólicas — isso porque tem menos de 13 graus de teor alcoólico, limite a partir do qual se proíbe a veiculação de anúncios de bebida alcoólica na mídia. Sabemos que a propaganda nos horários em que as crianças assistem TV é fator de iniciação no uso precoce do álcool.
Diante disso, quando me peguntam a partir de que idade devemos conversar com a família a respeito de álcool e drogas, respondo que isso deve começar desde a fase em que o bebê está no útero. Sim, se existempessoas que têm problema com álcool no ambiente familiar, o médico precisa discutir isso com os pais. E estes com os filhos.
Se a mãe for alcoolista, precisamos alertar e intervir porque o risco de síndrome alcoólica fetal é sério e irreversível. O álcool é um perigo na gestação. Hoje temos visto adolescentes grávidas só diagnosticadas como tal no terceiro ou no quarto mês de gestação. Muitas estão ingerindo álcool sem saber de sua condição, expondo bebê e elas próprias a danos.
Quando pegamos a faixa etária de 17 anos, já temos 60% de experimentação de álcool nos jovens pesquisados em dez escolas do entorno da USP. O uso começa por volta dos 10 anos e em 20% dos casos já temos usuários de mais de uma dose diária. Isto é, já são dependentes. Se há consumo abusivo de álcool ou outras drogas na família, mais precoce tende a ser a iniciação da criança. E, para qualquer droga utilizada antes da maturação do cérebro (ao redor dos 21 anos), eleva-se o risco de dependência e problemas ligados a ela.
Estar ciente disso e detectar as possíveis drogas lícitas ou ilícitas que entram em casa é fundamental para prevenir e saber como lidar com o uso do álcool na adolescência. Geralmente os pais só ficam sabendo que os filhos bebem quando estes chegam alcoolizados em casa.
Não é possível que tenhamos casos de coma alcoólico aos 14 ou 15 anos nos consultórios pediátricos, consequência de jovens se embriagando em festas de 15 anos com bebidas oferecidas pelos próprios pais do aniversariante! Colocar em pauta essa discussão e incentivar a troca de ideias com a família foi o único fator positivo para reduzir a experimentação de álcool e drogas pelos jovens, segundo nossa pesquisa conduzida em escolas do Butantã, na capital paulista — esse fator superou a presença de espiritualidade, prática de esportes e participação em atividades culturais.
TEXTO VII: ÁLCOOL E DROGAS NA ADOLESCÊNCIA: QUAIS SÃO SUAS CONSEQUÊNCIAS?
Dra. Cristiane Pires, urologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia - Agosto 2018
A adolescência é uma fase na vida marcada por transformações físicas, psíquicas e sociais. Nesse período, o jovem está testando possibilidades. É o momento em que naturalmente se afasta da família e se adere ao grupo de “iguais”. Nessa fase está vulnerável a comportamentos que podem fragilizar sua saúde. Ao entrar em contato com drogas nesse período de maior vulnerabilidade, expõe-se também a muitos riscos. Os prejuízos provocados pelo uso do álcool e de drogas podem ser agudos (intoxicação ou overdose) ou crônicos, produzindo alterações mais duradouras ou até irreversíveis.
Todas as substâncias psicoativas usadas de forma abusiva produzem o aumento do risco de acidentes e violência, e adolescentes são mais vulneráveis, por tornar mais frágeis os cuidados de autopreservação, que já são enfraquecidos nesse período da vida. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o álcool é o maior fator de risco de morte entre adolescentes entre 15 e 19 anos, superando o uso de drogas. Cerca de 14 mil mortes de crianças e jovens com idade menor de 19 anos, nas Américas, foram atribuídas ao álcool em 2010. O álcool é a droga mais utilizada nessa faixa etária e pode causar intoxicações agudas graves, convulsões e hepatites.
O uso de maconha pode produzir a síndrome amotivacional, caracterizada por passividade, apatia, falta de objetivos, de ambição, de interesses e de comunicação, podendo levar à queda do desempenho escolar, aumentar a ansiedade e, consequentemente, aumentar o seu uso. Durante intoxicações por drogas alucinógenas, quadros delirantes e alucinatórios aumentam o risco de acidentes e podem desencadear quadros psicóticos.
O uso de drogas, tabagismo e o consumo abusivo de bebidas alcoólicas podem desencadear problemas para a fertilidade do adolescente do sexo masculino. O comportamento de risco, com uso de drogas e excesso de álcool, também aumenta o risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis, que por sua vez podem afetar a qualidade do sêmen. O tabagismo, mesmo passivo, pode alterar o volume do sêmen e prejudicar a sua qualidade. O uso crônico de maconha e drogas alucinógenas também pode alterar a qualidade do sêmen, podendo levar à diminuição da quantidade e da motilidade dos espermatozoides.

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