Gerenciamento Orçamentário: Planejamento, Execução e Controle

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Gerenciamento orçamentário
Aula 01: A Natureza do processo de Planejamento, Execução e
Controle
Apresentação
Para começarmos, é necessário entendermos o contexto atual no qual as empresas estão inseridas; estamos em um
mercado altamente competitivo, em que novos produtos e serviços surgem a todo o momento. Diante destes desa�os, as
empresas buscam cada vez mais ferramentas e mecanismos para se manterem sustentáveis e maximizar seus
resultados.
Planejar e orçar ajudam as empresas a nortear suas ações e tomar decisões de forma mais assertiva, com maior
e�ciência e e�cácia para o uso dos seus recursos, minimizando perdas e maximizando lucros. Neste contexto, veri�ca-se
a importância do gerenciamento orçamentário para o bom desempenho organizacional.
Nesta aula trataremos sobre os conceitos de orçamento, planejamento e controle, dentro de uma visão sistêmica da
empresa. Descreveremos os níveis de diretrizes do planejamento. E, por �m, apontaremos a importância do orçamento
como ferramenta de planejamento e controle empresarial.
Objetivos
Esclarecer os conceitos de orçamento e planejamento;
Reconhecer a importância do orçamento como ferramenta para a gestão e controle empresarial;
Descrever os níveis do planejamento e a visão sistêmica da empresa.
Palavras iniciais
As empresas, e nós todos como sociedade, vivemos atualmente um período em que os meios estão cada vez mais escassos,
tanto os monetários, econômicos, quanto os naturais. Neste cenário, torna-se indispensável o uso de ferramentas que
permitam o consumo de recursos de forma assertiva, com e�ciência e e�cácia.
Foi pensando nestas ferramentas que chegamos ao orçamento. Orçar e planejar estão diretamente ligados e podem ser
utilizados como um diferencial competitivo que ainda possibilitará à empresa manter-se sustentável e maximizar os seus
resultados.
 Ambiente empresarial. (Fonte: Shutterstock).
Ao pensar antecipadamente sobre suas ações e decisões, a empresa está planejando, e ao quanti�car esse planejamento, ou
seja, ao dar valores monetários para suas ações e decisões, a empresa está orçando - elaborando um orçamento.
Assim, numa visão simplória, o orçamento nada mais é do que um planejamento convertido em valores monetários.
Podemos perceber que o orçamento e o planejamento estão diretamente ligados entre si, e que ambos contribuem para o
melhor controle do uso de recursos nas ações e decisões empresariais. A seguir explicaremos melhor essas relações e como o
controle pode ser melhor realizado com o uso da ferramenta orçamentária, mas antes precisamos aprofundar alguns
conceitos.
1
Planejamento
Pense na própria palavra planejamento. O que vem a sua mente?
Se dividirmos a própria palavra já nos ajuda a compreender o seu signi�cado:
Planeja  Mento
o sufixo -mento é utilizado em substantivos derivados de verbos para indicar ação, ou o resultado desta ação; assim, se analisarmos
somente a palavra planejamento, já temos nela o seu real sentido e conceito: resultado da ação de planejar.
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Mas aí você se pergunta: e o que é planejar?
Planejar é pensar antes, é o contrário de agir por impulso, é o pensar antes de agir. Não é necessário planejamento se você
quer, apenas, reagir conforme as coisas ocorram; neste caso, qualquer resultado que alcance será apenas um resultado. Ou
seja, quando não almejamos chegar a lugar nenhum, qualquer lugar que chegarmos será um lugar.
Em um cenário competitivo, as empresas
que desejem maximizar seus lucros e se
manter sustentáveis não podem agir sem
planejamento, é preciso pensar à frente, se
antecipar ao concorrente, conhecer o
mercado, conhecer seus clientes, entender
as necessidades e mudanças de
comportamento de seus consumidores,
entender as tendências de consumo...,
en�m é preciso planejar, e planejar com
ação, planejar para gerar resultado, é
preciso então planejamento.
Continue lendo...

O planejamento vai ser o projeto para se
alcançar o objetivo, ou seja, o mapa da
ação, do caminho, para se chegar ao
objetivo desejado, antecipando e
analisando os cenários e possibilidades
existentes.
Ao planejarmos estamos pensando em
nossas ações futuras, focando nossos
esforços para alcançarmos um objetivo
desejado, levando em consideração
possíveis problemas ou possíveis
oportunidades futuras. Mas todo plano
está sujeito à ação do tempo.
Exemplo
Por exemplo: Vamos pensar em uma empresa que esteja estabelecida em determinado bairro afastado da cidade, e que por
questões de visibilidade no mercado deseje mudar sua sede para uma região mais central visando a uma maior proximidade com
futuros parceiros e clientes.
Os gestores da empresa deverão fazer o planejamento de tal mudança levando em conta alguns questionamentos: onde a empresa
ficará?
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Todas as atividades exercidas na sede atual serão transferidas para
a nova sede? Qual o impacto da mudança nos gastos da empresa?
Que resultados esperamos alcançar com esta mudança? Qual o
impacto da mudança para os nossos colaboradores? O custo-
benefício compensa a mudança?.
3
A empresa precisa saber para o que ela existe (missão) e aonde ela quer
chegar (visão) para assim planejar melhor suas ações. Digamos que uma
empresa que atua no mercado eletrônico queira abrir sua primeira loja
física. É preciso analisar seus clientes em potencial, escolher o local que
melhor atenda esses clientes, estabelecer uma política de preço compatível
com o mercado já existente, conhecer seus principais concorrentes locais. O
planejamento ajuda a gestão a entender melhor o negócio como um todo.
 (Fonte: Shutterstock).
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O planejamento é necessário para a gestão e�ciente e e�caz
das empresas, pois leva-as a pensar à frente, antecipar
cenários e, assim, tomar decisões mais assertivas. Mas
planejar não pode ser um ato de um dia e pronto. Planejar,
pensar à frente, precisa ser um exercício constante de:
pensar, repensar, replanejar, rever, avaliar, reavaliar, pois
vivemos em constantes mudanças, que podem ocorrem
nos cenários como um todo, ou seja, podemos ter
mudanças: nos concorrentes, nos mercados, no governo, no
câmbio, nas relações internacionais, na moeda, na in�ação,
nos impostos, nas taxas, na economia, nas políticas
públicas ... en�m, é preciso estar sempre alerta a tais
mudanças e no possível impacto delas nos resultados e
objetivos esperados pela empresa .4
 Planejamento estratégico. (Fonte: Shutterstock).
O planejamento guiado pela missão, visão e valores da empresa se divide em três principais níveis como veremos a seguir.
 Principais níveis do planejamento
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1. Níveis de Planejamento Empresarial
Segundo Martins (2019), é possível identi�car três tipos de planejamento empresarial, que se diferenciam segundo
o nível hierárquico que mobilizam: planejamento estratégico, planejamento tático e planejamento operacional.
1. 1 Planejamento Estratégico
Planejamento de longo prazo;
Envolve toda a organização, visão global da empresa;
Elaborado pela alta hierarquia da empresa;
Visa planejar e avaliar mais os cenários externos da empresa (mudanças na economia, no mercado, nos
concorrentes etc.).
Para elaborar o planejamento estratégico, é necessário pensar nos objetivos estratégicos da empresa que possuem
ligação direta com a missão que a empresa possui, ou seja, analisar a longo prazo como a empresa poderá cumprir
sua missão - a qual objetivo ela quer chegar num âmbito geral. Destacamos que o planejamento estratégico pode ser
considerado a parte qualitativa do orçamento, ou seja todo, o pensar à frente. Para se realizar o planejamento
estratégico é necessário saber a missão, a visão, os objetivos, as metas da empresa para criar o plano de ação e
acompanhar sua execução. Para a execução do plano de ação estabelecido no planejamentoestratégico, é necessário
mensurar esse plano monetariamente, e neste momento se estabelece o orçamento.
1. 2 Planejamento Tático
Representa um desdobramento, ou uma parte do planejamento estratégico;
Planejamento de médio prazo;
Envolve uma determinada área da empresa;
Elaborado pelos níveis intermediários da hierarquia da empresa;
Visa a um resultado especí�co de uma área determinada.
Para elaborar o planejamento tático, é necessário dividir os objetivos estratégicos em partes. Cada parte pode
representar uma área e/ou setor especí�co da empresa que gera seu próprio resultado e que se une às outras de
modo a contribuir para que se alcance o resultado �nal almejado por toda a organização.
1. 3 Planejamento Operacional
Representa um desdobramento, ou uma parte, do planejamento estratégico;
Planejamento de curto prazo;
Envolve as atividades rotineiras da empresa;
Elaborado pelos níveis inferiores da hierarquia da empresa;
Visa ao resultado de operações relacionadas às atividades básicas da empresa.
Elaborando o planejamento operacional, é possível de�nir objetivos operacionais para a empresa, o que signi�ca
colocar em prática os objetivos táticos. Ou seja, determinar tarefas e ações especí�cas para cada setor da empresa, de
forma que cada setor seja responsável por cumprir a sua meta, contribuindo para o cumprimento da meta geral da
empresa, gerando assim o alcance do seu objetivo estratégico ao longo prazo.
Para ilustrar os níveis de planejamento, vamos pensar que no nível estratégico a empresa decide que quer aumentar a
quali�cação pro�ssional dos seus funcionários. Assim, no nível tático, ela decide que para isso todos os seus
colaboradores devem possuir um diploma de nível superior. Já no nível operacional, para que o planejado se
concretize, a empresa fecha parceria com uma universidade, garantindo assim que todos os seus funcionários
possam obter a quali�cação desejada pela empresa.
Martins (2019) destaca ainda a existência de outros tipos de planejamento, são eles:
Planejamento Agregado – avalia os recursos disponíveis e os seus usos no aumento ou diminuição da produção;
Planejamento Financeiro – projeta os valores das receitas e despesas, identi�cando os valores em dinheiro que
estarão disponíveis, e como melhor aplicá-los para evitar imprevistos que possam ocasionar endividamento para
a organização;
Planejamento Tributário – estuda a legislação tributária vigente e analisa os tributos devidos pela empresa,
buscando dentro da lei a redução da carga tributária.
Para que para o planejamento seja e�caz e e�ciente, é necessário que se considerem duas visões de cenários:
Análise externa - requer observação e estudo do cenário externo à empresa, onde ela está inserida, que fatores
ambientais, sociais, culturais, locais e mercadológicos podem in�uenciar e impactar o desempenho da
organização, permitindo assim traçar cenários futuros e prever como a empresa poderá se comportar diante de
tais cenários;
Análise interna - requer o conhecimento e o estudo dos pontos fortes e fracos da empresa para saber como ela
se posiciona no mercado em relação aos seus concorrentes e aos seus consumidores.
Martins (2019) destaca que, após a de�nição dos objetivos e estratégias da empresa, é preciso colocá-los em prática;
para isso, é necessário acompanhar a sua implementação, adotando indicadores de controle. Para gerar esses
indicadores, é importante que o planejamento da empresa se converta em orçamento.
Orçamento - Planejamento Operacional
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"o orçamento empresarial pode ser considerado como a
tradução do planejamento estratégico em números e que
com ele se é capaz de determinar metas da maneira mais
precisa possível, determinando como se espera que ocorram
os negócios da empresa, possibilitando uma visão bem
próxima da situação futura. "
- Martins, 2019.
 Orçamento. (Fonte: Shutterstock).
Ainda segundo o autor, é comum que o planejamento
estratégico seja realizado para um prazo de um a três anos;
já o orçamento deve ser pensado para o prazo de um ano.
Devemos destacar que os prazos vão depender diretamente
do ramo de atividade de cada empresa, bem como os
objetivos e metas a serem alcançados por essas empresas.
Martins (2019) a�rma que, ao converter o planejamento em
números no orçamento, as empresas podem dar a sua
equipe uma visão nítida de onde planejam chegar ,
de�nidos assim seus objetivos. O que o autor quer destacar
é que o orçamento, como ferramenta de gestão, deve servir
como um direcionador das ações de todos no sentido de
alcançar os objetivos e metas gerais da empresa.
5
 Pontos essenciais sobre orçamento
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1 Vantagens e Desvantagens do orçamento
Martins (2019) destaca como as principais vantagens do orçamento:
a. Estabelecimento de metas e objetivos para a empresa e para cada setor da empresa;
b. Integração de orçamentos de vários setores com o orçamento geral da empresa, destacando a participação de
cada setor nos objetivos da empresa;
c. Quanti�cação e de�nição de prazos e datas para a realização das atividades;
d. Descentralização nas decisões, uma vez que os altos gestores não precisaram aprovar cada pequena tarefa
diária, pois estarão “pré-aprovadas” no orçamento;
e. Destacar pontos de e�ciência e ine�ciência e acompanhamento da evolução destes pontos para o alcance dos
objetivos;
f. Tende a apontar um melhor uso para os recursos disponíveis.
Por outro lado, alguns autores citam como desvantagens do orçamento:
a. Baseado em previsões – o que nos leva a pensar que o orçamento representa uma previsão, e provisões podem
ocorrer ou não;
b. In�exibilidade – algumas empresas podem fazer mau uso da ferramenta orçamentária e transformar o
orçamento em lei, ou seja, deve ser aplicado a qualquer custo, e assim não percebendo as mudanças no
mercado, ou situações não previstas quando da elaboração de seus cenários;
c. Di�culdade de obtenção de dados para elaboração do orçamento – dependendo da cultura organizacional da
empresa os setores podem ter di�culdade de comunicação e isso di�culta a obtenção de dados de extrema
necessidade para a realização e�caz das previsões orçamentárias;
d. Consumo excessivo de tempo – o orçamento leva tempo para ser elaborado, pois precisa de um bom
planejamento estratégico, e de várias informações internas; quanto mais tempo para elaborar o orçamento, mais
dispendioso ele �ca para a empresa, podendo até se tornar obsoleto em relação aos cenários traçados, pois
todos serão realizados dentro da perspectiva do tempo em que foram elaborados;
e. Falta de Cultura Orçamentária – a falta da prática orçamentária na empresa pode levar todo o processo ao
fracasso, pois se todos os setores não estiverem envolvidos, será difícil obter informações essenciais para sua
elaboração, bem como será consumido mais tempo e mais recursos do que o necessário para sua confecção,
ocasionando mais perdas do que ganhos com o processo;
f. Tecnologias inadequadas – vivemos na era da tecnologia, em que temos muitas informações e uma in�nidade de
serviços disponíveis ao alcance de nossas mãos. Existem softwares, aplicativos e programas que se apresentam
como solução e�caz para “todos” os problemas da empresa, inclusive de elaboração do planejamento e do
orçamento, mas nem todos os programas, aplicativos ou softwares servem para todas as empresas. Devemos
encarar as tecnologias como ferramentas para auxiliar na condução de nosso trabalho e não como “fórmulas
mágicas” solucionadoras de todos os nossos problemas. O uso de tecnologia errada por uma determinada
empresa pode ocasionar mais perdas do que benefícios. Por isso, é importante estarmos sempre atentos ao tipo
de ferramenta que realmente precisamos como auxílio em nossos trabalhos.
2 Execução do Orçamento
Para uma execução e�caz do orçamento, é necessário que ele seja elaborado objetivamente e com fácil entendimento
por todas as partes que irão utilizá-lo, como devido apoio da alta administração e o comprometimento dos gestores,
requerendo habilidades e competências para liderar todos no sentido de alcançar os objetivos esperados e traçados no
planejamento.
Vamos então ao conceito de execução: segundo o dicionário Priberam da língua portuguesa, execução signi�ca ato ou
efeito de executar, ou seja, de colocar em ação o que foi planejado, em outras palavras signi�ca realizar. E é
exatamente disso que trata a execução do orçamento: colocar em ação, colocar em prática o que foi planejado. A
execução do orçamento requer a ação direta dos gestores/administradores, pois serão eles os responsáveis por
garantir que tudo o que foi planejado seja colocado em ação. Também serão eles os responsáveis por acompanhar de
perto a execução veri�cando possíveis desvios e corrigindo as direções.
A ação dos gestores é o principal instrumento para a execução do orçamento; a comunicação dos gestores com todos
os envolvidos no processo, passando informações assertivas e conscientizando todos das etapas e metas
pretendidas, é o que garantirá a menor margem de erros, possibilitando antever situações e cenários para evitar que a
empresa perca o foco dos reais objetivos traçados. Compete ao gestor garantir que o orçamento seja efetivamente
executado, e para isso a comunicação e a liderança e�caz e e�ciente são de suma importância.
A importância do Planejamento e Controle
Uma vez que já explicamos os conceitos de planejamento e orçamento, cabe a
pergunta: e qual a importância deles?
Vamos explicar! Conforme mencionamos aqui, o planejamento nos leva a pensar à frente; então, ao planejar, a empresa está se
colocando à frente, pensando hoje em decisões futuras. Ao transcrever essas decisões e objetivos em números, a empresa
está elaborando uma rota a ser seguida, de�nindo metas a serem alcançadas e criando um parâmetro de comparação – o
Orçamento. Ou seja, ao transformar o planejamento em números no orçamento, a empresa cria indicadores de comparação;
assim, o orçamento cumpre o seu papel primordial como ferramenta de gestão.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
 Conceito de planejamento. (Fonte: Shutterstock).
Ao criar um padrão, o orçamento permite ao gestor controlar e avaliar onde estão os pontos de fragilidades e os pontos fortes
da empresa em suas atividades. Ao destacar tais pontos, é possível usar os recursos existentes de maneira mais e�caz e
e�ciente. Estabelecendo metas, o orçamento, como ferramenta de gestão, possibilita avaliar onde estão ocorrendo os desvios
de rota, auxiliando os gestores a regularem suas decisões às novas circunstâncias enfrentadas.
 Dados orçamentários. (Fonte: Shutterstock).
O Controle orçamentário ocorre quando confrontamos os
valores orçados com os valores realizados, podendo assim
veri�car pontos positivos e pontos a serem corrigidos. Por
exemplo, digamos que uma empresa previu obter em
Receita Bruta de vendas a quantia de R$ 1.000.000,00 nos
primeiros três meses de funcionamento. No decorrer do
primeiro mês a empresa já obteve R$ 700.000,00 em
Receita Bruta de Vendas; os gestores, ao confrontarem o
que foi orçado com o que está sendo realizado, podem
avaliar que estão no caminho certo e que possivelmente vão
ultrapassar a meta estabelecida, correto? Sim! Mas também
reavaliar e controlar, questionando: será que subestimamos
a meta? Ou ainda, onde estamos acertando para
alcançarmos boa parte da meta já no primeiro mês? Como
nossa equipe de vendas contribuiu para esse resultado?
Devemos aumentar nossa meta?
Vivemos em um tempo de alta concorrência , o avanço tecnológico permite que empresas do mundo inteiro concorram umas
com as outras, e com o agravante de os recursos disponíveis estarem em escassez. Assim, ganha a disputa quem oferece
produtos ou serviços com qualidade e com preços mais atrativos; para isso é preciso que as empresas utilizem da melhor
forma seus recursos, evitando desperdícios e corrigindo falhas.
6
Visão Sistêmica da Empresa
Para entendermos a dimensão da aplicação do Planejamento e consequente Orçamento nas empresas, é necessário
compreender o que é uma empresa. Devemos ter em mente para essa compreensão a ideia de sistema. A palavra sistema
signi�ca, de maneira geral, entre inúmeras de�nições, o conjunto de elementos independentes, de modo a formar um todo
organizado
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Agora pense em uma empresa, você vai
concordar que todas as empresas, da
menor até a maior, se dividem em setores,
cada um exercendo uma atividade, de
maneira independente, mas que
contribuem para alcançar um objetivo
comum, ou seja o conjunto de elementos
independentes que formam um todo
devidamente organizado. Assim, a
empresa nada mais é do que um sistema,
onde cada elemento exerce a sua função,
de maneira organizada, visando alcançar o
objetivo comum.

Vale destacar que, dentro da concepção de
sistema, cada elemento é importante, cada
elemento tem a sua função e di�cilmente
um elemento pode ser substituído pelo
outro, ou seja, cada setor da empresa
separadamente tem a sua meta, a sua
função dentro do todo, e cada função ou
atividade é necessária para que o objetivo
geral, ou a função geral do todo, seja
alcançada. Para exempli�car, podemos
pensar: a função do setor de vendas é
vender o produto, mas caso o setor de
produção não faça a sua função, que é
produzir o produto a ser vendido, como o
setor de vendas pode exercer sua função e
alcançar sua meta?
Então, para que o sistema como um todo funcione de maneira e�ciente e
e�caz, é necessário que cada elemento/setor tenha seus objetivos e metas
de�nidos e reconheça o quanto estes afetam o resultado geral da empresa
como um todo.
 Analise de dados. (Fonte: Shutterstock).
Dentro da visão de sistema, as empresas são consideradas sistemas abertos e sociais organizados segundo valores, regras,
princípios, normas e leis que evoluem de acordo com a interrelação e a comunicação entre as partes. Ser considerada um
sistema aberto quer dizer que as empresas sofrem in�uências (negativas ou positivas) do ambiente.
O processo de interação com o ambiente é descrito como entradas e saídas da empresa. Analisar e avaliar esse processo de
entradas e saídas permite aos gestores preverem mudanças, adequando-se a elas, e assim se mantendo no mercado. As
entradas do sistema podem ser consideradas como os recursos, as pessoas, as informações, o tempo, o local físico, que após
serem processadas dentro da empresa dão origem às saídas: produtos e/ou serviços. As in�uências que o ambiente exerce
nas empresas, quando negativas, devem ser analisadas como ameaças; quando positivas, devem ser encaradas como
oportunidades .6
Ambiente de Negócios
Todo ambiente onde as empresas atuam é composto de forças e organizações externas a elas e que podem afetar o seu
desempenho. Este ambiente envolve os clientes, fornecedores, entidades sindicais, governos, órgãos de classes e
�scalizadores, grupos de investidores, etc. O ambiente em que cada empresa atua é diferenciado sendo in�uenciado pelo seu
mercado de atuação.
 Conceito de SWOT. (Fonte: Shutterstock).
Segundo Martins (2019), podemos considerar três ambientes para as empresas: externo, remoto e próximo. O ambiente
externo é representado pelo conjunto de empresas que direta ou indiretamente afetam ou são afetadas por sua atuação.
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Esses impactos podem acontecer por trocas de recursos, sejam eles tecnológicos, monetários, econômicos,
ecológicos, etc. O ambiente remoto representa as organizações que, mesmo não se relacionando diretamente com a
empresa, possuem poder para afetar sua atuação, como governo, entidades de classes etc. Já o ambiente próximo é
formado por organizações atuam e competem com as empresas, como os fornecedores, os clientes, os
concorrentes etc.
Há outros autores que caracterizam a análise do ambiente de negócios com a análise da matriz SWOT. Estes
consideram como ambiente interno a análise das forçase fraquezas; e como ambiente externo a análise das
ameaças e oportunidades.
O estudo detalhado do ambiente de negócios contribui para a melhor formação de diretrizes que vão guiar o
planejamento estratégico e, portanto, a elaboração posterior do orçamento empresarial, facilitando assim a criação
de objetivos e metas realistas que possibilitarão o controle orçamentário e o replanejamento sempre que as
condições mudarem, e assim necessitarem de correções no rumo da empresa, em prol de maximizar seus lucros e
utilizar de maneira mais assertiva seus recursos disponíveis.
Para entendermos melhor a empresa como um sistema aberto, sofrendo in�uências e também in�uenciando os ambientes que a
cercam, faz-se necessário demonstrar com a �gura a seguir:
 Figura 1: Ambiente de Negócios (Fonte: Adaptado de PADOVEZE (2005)).
Na �gura 1 podemos observar que a empresa está dentro do ambiente próximo a ela que é composto de in�uenciadores diretos
como: clientes, fornecedores, sociedade local, etc. Além disso, a empresa se encontra em um macroambiente que é composto de
um universo maior de in�uências como a economia, a geogra�a onde está inserida, a ausência e/ou falta de recursos naturais etc.
Tanto os macros como o ambiente mais próximo in�uenciam e também
sofrem in�uência das ações de cada empresa. A própria empresa já é em si
um sistema que, através das entradas (recebidas dos ambientes que a
cercam, como as pessoas, os insumos, as informações), afetam o seu
processamento, ou seja, o seu ambiente interno, e gerando as suas saídas
(o que ocasionará sua in�uência no ambiente, com produtos, bens e
serviços). Tudo isso, devemos lembrar, estará em constante movimento,
realinhamento e feedback.
Atividades
1. Para a elaboração com e�cácia do Planejamento Estratégico, é necessário, antes de tudo, que a empresa seja apoiada na sua
missão, visão e valores, ferramentas estas por vezes mal utilizadas pelas organizações. Considerando a importância de tais
ferramentas para o planejamento estratégico, explique e exempli�que: Missão, visão e valores de uma empresa.
2. Dentro os conceitos de orçamento apresentados abaixo, assinale o correto:
a) Orçamento é o instrumento que descreve o plano de operações e o passivo da empresa, orientados por objetivos e metas
propostos pela direção da empresa para a trajetória de mais de 20 anos da empresa.
b) Orçamento é o método de controle das empresas, que define metas e é utilizado somente para cortes de custos e pessoal.
c) Orçamento é o método de planejamento e controle financeiros vinculado aos planos estratégicos, visando otimizar o rendimento de
recursos físicos e monetários da empresa.
d) Orçamento é o método de planejamento e controle da empresa que utiliza técnicas de adivinhação para prever tendências e
necessidades do mercado.
e) Orçamento é o método de planejamento da empresa utilizado apenas por grandes corporações e sem envolver todos os setores da
empresa.
3. Qual dos objetivos apresentados abaixo não representa um objetivo do orçamento empresarial?
a) Definir padrões e metas para auxiliar a organização na execução de suas atividades.
b) Permitir quantificar e mensurar valores das atividades necessárias para alcançar as metas.
c) Possibilitar avaliar os resultados obtidos, confrontando com as estimativas elaboradas.
d) Agir de forma rígida no controle das atividades da empresa, verificando os desvios e indicando ações, sempre punitivas, para que
as metas da empresa sejam alcançadas.
e) Através do controle do que está sendo realizado com o que foi orçado, permite que a empresa replaneje suas ações visando
maximizar os resultados e utilizar melhor os recursos disponíveis.
4. Qual ferramenta do sistema de Orçamento Empresarial permite aos gestores comparar e analisar os resultados obtidos em
relação ao que foi planejado, podendo ser utilizada tal análise para um replanejamento quando necessário, visando direcionar os
esforços e os recursos para atingir os objetivos previamente de�nidos?
5. A visão sistêmica das organizações caracteriza as empresas como sistemas em que parte individuais se interligam, de maneira
organizada em busca de um objetivo comum. Dentro desta visão, as empresas que mantêm trocas com o ambiente por meio de
entradas e saídas são consideradas como sistemas:
a) Abertos
b) Fechados
c) Sólidos
d) Disciplinados
e) Dinâmicos
Notas
orçamento 1
O orçamento permite que a empresa tenha em mãos uma ferramenta de comparação, que possibilita nortear suas ações,
avaliar e controlar suas decisões, visando à utilização consciente dos recursos existentes para atender as suas necessidades,
sem comprometer sua saúde �nanceira. Prevendo antecipadamente seus gastos, e a utilização de seus recursos, a empresa
poderá analisar e avaliar qual o impacto que determinada ação ocasionará em seus resultados, optando, ou não, por sua
realização.
Continue lendo...2
Assim, o planejamento deve ser compreendido como uma ferramenta de gestão que visa apontar e traçar caminhos possíveis,
dentro da percepção e previsão de cenários existentes, para se chegar ao objetivo geral da empresa, seja ele ser líder do seu
segmento, aumentar os lucros, aumentar as vendas, ampliar seu raio de ação, agir em outros segmentos, etc.
Atividades exercidas 3
Você irá concordar que todo esse questionamento deve ser feito com certa antecedência, para que o planejamento de toda a
ação seja feito com e�ciência e e�cácia, não é mesmo? Todos concordamos com isso! Mas, e se no decorrer do tempo em que
estamos fazendo esse planejamento alguma variável mudar? E se nosso principal concorrente mudar exatamente para onde
estamos indo? E se houver algum problema na região que se deseja ir? As coisas podem mudar no decorrer do tempo. Por
isso, o planejamento não pode ser estático; se planejamos a longo prazo, de tempos em tempos devemos reavaliar o nosso
planejamento, veri�carmos se alguma condição mudou, ou se ocorreu algum fato novo que possa impactar no resultado �nal, e
que ainda não teria sido avaliado no planejamento, simplesmente porque não existiam informações sobre este fato na época
em que o planejamento foi realizado.
Objetivos esperados pela empresa4
Para sabermos onde a empresa deseja chegar, é importante conhecer e sermos guiados pela missão, visão e os valores da
empresa, são eles os norteadores principais de todo o planejamento empresarial, e devem ser de�nidos antes da realização do
planejamento estratégico.
visão nítida de onde planejam chegar 5
O orçamento é, portanto, um método de planejamento e controle �nanceiros, vinculado aos planos estratégicos, visando
otimizar o rendimento de recursos físicos e monetários da empresa. Em outras palavras, podemos simpli�car da seguinte
maneira: planejamos (planejamento estratégico), transformamos esse plano em números – metas (orçamento) e depois
confrontamos o que realizamos com o que orçamos (controle orçamentário); depois, quando necessário, replanejamos
(feedback) e se inicia o ciclo novamente, tudo isso visando ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis nas empresas.
alta concorrência6
Diante deste cenário, se faz necessário cada vez mais o uso de ferramentas de gestão que auxiliem esse controle, destacando
assim o planejamento e o orçamento, que deixam de ser uma simples de�nição de limites de gastos e passam a ser uma
ferramenta de gestão que visa analisar e avaliar a maneira mais produtiva e lucrativa de utilizar os recursos disponíveis na
empresa. As empresas que desejam se manter sustentáveis e maximizar seus resultados devem adotar como rotina em sua
gestão o controle orçamentário, destacando que os tipos de controle serão trabalhados na aula 10.
Oportunidades 7
O estudo antecipado das ameaças e oportunidades do mercado externo permite às empresas se anteciparem e tomarem
decisões a tempo de minimizarem as ameaças e potencializarem as oportunidades, assim atendendo melhor à demanda da
sociedade. Ao desenvolverem suas atividades com o melhor uso dos recursos, as empresas também estão afetandoa
sociedade ao seu redor, gerando mais empregos, contribuindo com o desenvolvimento econômico, ambiental e social local,
reforçando assim a condição de sistemas quando todas as partes estão interligadas em prol de um mesmo resultado.
Referências
CARNEIRO, M. Orçamento empresarial. Rio de Janeiro: SESES, 2015.
EXECUÇÃO. In: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Lisboa: Priberam Informática, 1998. Disponível em: https://dicionario.
priberam.org/ execu%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 16 jul. 2019.
FREZATTI, F. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
MARTINS, A. L. C. Gerenciamento Orçamentário. Rio de Janeiro: SESES, 2019.
PADOVEZE, L. C. Planejamento Orçamentário: textos e exercícios. São Paulo: Thomson Learning, 2005.
Próxima aula
Limitações e tipos de orçamentos;
Etapas operacionais de montagem do orçamento;
Preparação para a prática.
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Acesse o Livro disponível na biblioteca virtual: HOJI, Masakazu. Administração Financeira e orçamentária (Biblioteca
Virtual). 12 ed.. São Paulo: Grupo GEN, 2017.
Para maiores informações sobre indicadores de desempenho organizacional, pesquise sobre Balanced Score Card. Uma
explicação resumida sobre o assunto pode ser encontrada em:BSC - Balanced Score Card em 3 minutos-
Muito interessante pesquisar sobre estratégia empresarial para auxiliar no planejamento estratégico, utilizando conceitos
da estratégia de guerra como as do Livro “Arte da Guerra”, de Sun Tzu.
Acesse também:
“Ensinamentos de Sun Tzu para a gestão empresarial – parte 1”, autor: César Loiola;
“O processo decisório nas organizações”, autora: Rafaela Sales;
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