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Aula2 mercado financeiro

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Katia Pinto
MERCADO FINANCEIRO
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AÇÕES E 
TIPOS DE AÇÕES
AÇÕES
Segundo Assaf Neto (2003, p. 222) as ações constituem--se em títulos representativos da menor fração do capital social de uma empresa.
Uma ação não tem prazo de resgate, sendo convertida em dinheiro a qualquer momento mediante negociação no mercado. O investidor pode, sempre que desejar, alterar sua participação acionária.
ASSAF NETO, A. Mercado Financeiro. 5. ed., São Paulo: Atlas, 2003.
AÇÕES
O acionista, ao investir em ações, adquire uma série de direitos e responsabilidades definidas pela lei 6.404/76, como:
 Direito de participar nos lucros.
 Direito à informação.
 Direito à preferência na subscrição de ações em aumento de capital.
 Direito de participar de oferta pública por alienação do controle de com-
panhia aberta (tag along).
AÇÕES
As companhias que emitem ações são as sociedades 
anônimas, podendo ser de dois tipos:
Companhia aberta
Companhia de capital fechado
TIPOS DE AÇÕES
Ações Ordinárias: segundo Assaf Neto (2003, p.222) são as que comandam a 
assembléia de acionistas de uma empresa, conferindo ao seu titular o direito de 
voto. Os acionistas ordinários podem: eleger e destituir os membros da diretoria e 
do Conselho Fiscal, reformar o estatuto social, decidir sobre o destino dos lucros, 
votar contas patrimoniais, autorizar emissão de debêntures etc.
As ações ordinárias pagam 10% a menos de dividendos, em relação às ações 
preferenciais, além de possuírem valor de mercado e liquidez menores. Isto deve- 
-se ao fato de que a maioria dessas ações encontram-se em poder de proprietários 
que desejam controlar a empresa, e não estão dispostos a negociá-las.
AÇÕES ORDINÁRIAS
Pinheiro (2009, p. 202), confirma que as ações ordinárias têm como característica principal o direito ao voto. Numa sociedade anônima, é por meio do voto que o 
acionista tem o direito legal do controle da organização.
Uma ação ordinária equivale a um voto, ou seja, é nas assembléias gerais de 
acionistas e nas convocações especiais que o acionista ordinário vota, onde o peso do seu voto corresponde á quantidade de ações que possui.
TIPOS DE AÇÕES
Ações Preferenciais: de acordo com Assaf Neto (2003, p. 223), não atribuem a seu titular o direito de voto, porém conferem certas prefe-rências, como:
Prioridade no recebimento de dividendos, geralmente um percentual mais elevado que o valor das ações ordinárias;
Prioridade no reembolso do capital na hipótese de dissolução da empresa
AÇÕES PREFERENCIAIS
Para o investidor que adquire estas ações, o lucro é mais importante que o controle da companhia, priorizando a distribuição dos resultados. 
Se uma companhia passar três anos consecutivos sem distribuir divi-dendos preferenciais, essas ações adquirem o direito de voto, situaçã-o essa capaz de alterar o controle acionário. De outro modo, as ações preferenciais podem ter direito a voto se estipuladas no estatuto da 
companhia. (ASSAF NETO, 2003, p. 223)
FORMA DE CIRCULAÇÃO DAS AÇÕES E OS RENDIMENTOS DOS ACIONISTAS
FORMA DE CIRCULAÇÃO DE AÇÕES E OS RENDIMEN-TOS DOS ACIONISTAS
Além dos tipos estudados anteriormente, as ações podem ser classificadas de acordo com sua forma de circulação. Assim temos ações: nominativas, ao por-tador e escriturais.
AÇÕES NOMINATIVAS
Segundo Assaf Neto (2003, p. 224), as ações nominativas são repre-sentadas por cautelas (certificados) e trazem o nome do investidor re- gistrado em livro de registro das ações nominativas. A cautela identi-fica, entre outros dados, a companhia, o proprietário, o tipo de ação, a forma de emissão e os direitos já exercidos com menção às assem-
bleias onde eles foram decididos.
AÇÕES AO PORTADOR
As ações ao portador são emitidas sem constar o nome do compra- dor e são transferidas de uma pessoa a outra por transferência manual
 Gozam de preferência de muitos investidores, tendo geralmente 
curso mais amplo no mercado (PINHEIRO, 2009, p. 207).
AÇÕES AO PORTADOR
As ações escriturais, sem suas respectivas cautelas são denominadas ações escriturais. Segundo Assaf Neto (203, p. 224), essas ações têm seu controle executado por uma instituição fiel depositária das ações da companhia, a qual mantém uma conta de depósito em nome dos seus proprietários. A movimentação destas ações, pelo fato de não haver manuseio físico, ocorrem mediante extratos bancários emitidos pelas instituições depositárias.
MERCADO PRIMÁRIO, MERCADO SECUNDÁRIO E SEU FUNCIONAMENTO
MERCADO PRIMÁRIO, MERCADO SECUNDÁRIO E SEU FUNCIONAMENTO
O mercado financeiro pode ser classificado segundo a natureza do título negociado, maturidade, além do momento da negociação. 
O lançamento de um novo ativo financeiro ocorre no mercado primário. As negociações posteriores em Bo-lsa ou no mercado de Balcão são realizadas no merca-do secundário.
MERCADO PRIMÁRIO
Esse mercado canaliza diretamente os recursos monetários superavitários dos poupadores para o financiamento das empresas com a venda inicial de ações emitidas. As empresas buscam mais efetivamente os recursos próprios necessá-rios para a consecução de seu crescimento. 
MERCADO PRIMÁRIO
 A colocação inicial dos títulos no mercado é chamada de lançamento no mer-cado primário. Quando essa colocação é feita pela primeira vez, no caso de ações, por exemplo, diz-se que a empresa está sendo listada em bolsa (em inglês IPO- Initial Public Offering).
MERCADO SECUNDÁRIO
A renegociação entre os agentes econômicos das ações adquiridas no mercado primário ocorre nos mercados secundários específicos. No Brasil, temos as bolsas de valores em que se negociam ações; a Cetip (Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados) para os títulos de dívida das empresas; e o Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) para títulos públicos. Os valores monetários obtidos nesse mercado não são transferidos para o financiamento das empresas. 
MERCADO SECUNDÁRIO
O papel do mercado secundário é dar liquidez ao mercado primário, viabilizando o lançamento de ativos financeiros. Um mercado secundário mais dinâmico somente é possível mediante certas condições de liquidez para as ações emitidas e verificadas nas transações em Bolsa. Além disso, o papel informacional desse mercado envolve a incorporação das informações relevantes aos preços dos papéis negociados, possibilitando transferência de riscos.
ABERTURA DE CAPITAL:
INTEGRANTES E PROCESSO
ABERTURA DE CAPITAL:INTEGRANTES E PROCESSO
O financiamento de uma empresa mediante recursos próprios pode desenvolver- se pela retenção de seus 
resultados líquidos (autofinanciamento) e, principal-
mente, pelo lançamento de ações ao público.
ASSAF NETO, A. Mercado financeiro. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
ABERTURA DE CAPITAL	
O investidor deve encarar a oferta inicial de ações (IPO) como uma iniciativa da empresa para levantar dinheiro por meio da venda de uma parte de seu patrimônio aos sócios. Os recursos obtidos com a IPO poderão servir, entre outras atividades (CAVALCANTE, MISUMI e RUDGE, 2009, p. 248):
Comprar equipamentos novos ou modernizar equipamentos antigos;
Expandir-se em uma nova região ou em um novo tipo de negócios;
Honrar dívidas antigas e evitar o pagamento de juros;
Gerar liquidez para o proprietário ou para os investidores originais.
INTEGRANTES
O lançamento de ações interessa ainda (CAVALCANTE, MISUMI e RUDGE, 2009, p. 248):
• Aos funcionários e a fornecedores da empresa: eles poderão participar do ê- xito empresarial; 
• Ao governo: pelo disclosure de informações e modernização das práticas con-tábeis.
PROCESSO
A colocação de ações no mercado pode ocorrer tanto pela emissão de novas ações pela empresa, como pela oferta pública de ações detidas por um investidor. Para ter ações negociadas no mercado, a sociedade deve, em primeiro lugarser registrada como “Companhia Aberta” junto à Comissão de Valores Mobiliários. Uma companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários (ASSAF NETO,
2011, p. 194). 
PROCESSO
A abertura de capital efetua-se por meio da colocação de ações para o público investidor. Tal fato poderá ocorrer em razão de duas fórmulas (BRITO, 2005, p. 156):
• operação de aumento de capital com colocação de novas ações para opúblico investidor (underwritting);
• leilão de ações antigas (de posse da companhia ou de algum acionista), com colocação para o público investidor (block-trade).
PROCESSO
Fonte: Brito (2005, p. 156).
PROCESSO
 Para que a ação possa ser negociada no mercado secundário (Bolsa de Valores) é necessário que se obtenha o registro nas Bolsas de Valores, além do registro na Comissão de Valores Mobiliários. 
 Como regra geral, para a obtenção desse registro, se faz necessário o envio de cópia da mesma documentação enviada com número de registro na CVM e requerimento de solicitação. 
O processo é examinado pelo Conselho de Administração da Bolsa e após análise, se favorável, marca-se o dia para o início das negociações. 
PROCESSO
Ao registrar-se na Bolsa de Valores, a empresa assume o compromisso de atualizar periodicamente as informações e os documentos constantes do processo do registro (BRITO, 2005, p. 171). 
O fechamento de capital é o processo inverso, identificado quando uma empresa deseja retirar suas ações de negociações em Bolsas de Valores. Para o fechamento de capital é necessário que no mínimo 2/3 dos acionistas com direito a voto aprovem a operação, tornando a companhia fechada (ASSAF NETO, 2011, p. 195). 
PROCESSO
Fonte: Elaborado com base em Assaf Neto (2003).
O MECANISMO DO TAG ALONG
O MECANISMO DO TAG ALONG
Segundo a BM&FBOVESPA, o tag along é um mecanismo previsto pela Lei das SA (Lei nº 10.301/ 2001) que assegura a alienação direta ou indireta do controle acionário de uma companhia ocorrerá condicionada a possibilidade do acionista adquirente se obrigue a fazer oferta pública de aquisição das de- mais ações ordinárias, de modo a assegurar a seus detentores o preço mínimo de 80% do valor pago pelas ações integrantes do bloco de controle.
O MECANISMO DO TAG ALONG
Assaf Neto (2003) indica que essa operação procura conceder aos acionistas minoritários ordinaristas o recebimento de um preço próximo ao recebido pelos controladores. Contudo, esse direito não é obrigatório para os acionistas preferenciais, mas algumas companhias estendem esse direito voluntariamente aos detentores de ações preferenciais. Além disso, o pagamento do acionista minoritário do valor mínimo estabelecido é de responsabilidade do adquirente do controle.
AS BOLSAS DE VALORES
AS BOLSAS DE VALORES
As ações são comercializadas em um mercado de leilões organizado, conhecido como bolsa de valores. Até pouco tempo, a negociação ocorria fisicamente nos prédios das bolsas de valores. Era o pregão viva-voz.
Atualmente substituído pelo pregão eletrônico, a história da bolsa de valores no mundo é controversa. Alguns au- tores citam a Bourse de Paris, fundada em 1.141 por Luiz VII, como a mais antiga. (KERR, 2011, p. 93).
AS BOLSAS DE VALORES
No Brasil, atualmente, a única bolsa de valores é a BM&FBOVESPA, formada pela fusão de duas grandes bolsas de São Paulo: a Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) e a Bolsa de Mer- cadorias e Futuros (BM&F). A fusão ocorreu em 2.007, depois de uma reorganização societária que transformou a BOVESPA em sociedade anônima. (KERR, 2011, p. 93).
AS BOLSAS DE VALORES
A palavra bolsa, no sentido que conhecemos comercialmente, nasceu em Bruges na Bélgica, onde eram realizadas assembléias de comerciantes. 
A primeira bolsa de valores oficial foi fundada em 1698 em Londres conhecida como Bolsa de Fundos Públicos de Londres, que não era de acesso para o público em geral, mas era orientada por um delegado com associados brokers (corretores intermediários) e os jobbers (que negociavam por conta própria)
AS BOLSAS DE VALORES
As bolsas de valores podem desempenhar um importante papel social, beneficiando todos os agentes econômicos e a sociedade, pois ajudam as empresas a levantar capital para aplicá-lo em pro-jetos de investimento, e permitem que pequenos investidores se- jam acionistas de grandes empresas, participando, portanto, dos projetos de investimento e tornando mais equitativa a distribui- ção de renda de uma sociedade (KERR, 2011, p. 93).
Produtos financeiros
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Negociados 
no Mercado FinanceiroPrincipais Papéis Privados 
DeAções
positary Receipts
Commercial Papers e Export Notes
Debêntures
Letras de Câmbio
Certificados de Depósitos Bancários (CDB)
Recibos de Depósitos Bancários (RDB)
Certificados de Depósitos Interfinanceiros (CDI)
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Ações: menor parcela do capital social de uma S.A. Têm valores negociáveis e são distribuídos aos subscritores de acordo com sua participação monetária. Podem ser emitidas com e sem valor nominal.
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Principais Papéis Privados Negociados 
no Mercado Financeiro
Ações
Ações ordinárias: direito a voto. 
		 Dividendo obrigatório fixado por lei ou o indicado nos estatutos.
Ações Preferenciais: sem direito a voto.
	 Preferência no recebimento dos dividendos
	 Preferência no reembolso do capital
Ações de Gozo ou Fruição: montante em ações, que caberia aos 
 acionistas em caso de dissolução da companhia
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Depositary Receipts: são recibos de depósitos de ações depositadas em custódia em uma instituição financeira custodiante, responsável por manter a guarda dos títulos. O DR é emitido com base nesse lastro de ações, por um banco depositário no exterior.
ADR: American Depositary Receipt, são recibos lançados nos Estados Unidos.
IDR: Internacional DR, são recibos emitidos em outros países.
BDR: recibos representativos de valores mobiliários emitidos no país, por empresas sediadas no exterior e negociados no Brasil.
Principais Papéis Privados Negociados 
no Mercado Financeiro
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Commercial Papers: nota promissória de curto prazo emitida por sociedade tomadora de recursos para financiar seu capital de giro. A garantia do título é o desempenho da empresa e os títulos podem ser adquiridos pelas IF para sua própria carteira ou para repasse aos seus clientes.
Principais Papéis Privados Negociados 
no Mercado Financeiro
Principais Papéis Privados Negociados 
no Mercado Financeiro
Export Notes: representa a cessão de créditos de contratos de exportação de empresas brasileiras. O exportador transfere a um investidor, por este título, seus direitos sobre uma exportação realizada recebendo em troca o pagamento em moeda nacional. Este título é negociável no Mercado Financeiro.
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Debêntures: títulos de crédito emitidos por sociedades anônimas, tendo por garantia seus ativos. Os recursos gerados por esta emissão se usam para o financiamento do capital de giro e o capital fixo das empresas. 
	Oferecem juros, participação nos lucros e prêmios de reembolso. Se emitidas com cláusula de conver-sibilidade, por opção do debenturista, a debênture é resgatada no vencimento em dinheiro ou em seu equivalente em ações.
Principais Papéis Privados Negociados 
no Mercado Financeiro
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Letras de Câmbio: são emitidas pelos financiados dos contratos de crédito. Após do aceite, a Letra de Câmbio é vendida a investidores através do Mercado Financeiro. São a principal fonte de recursos para financiar bens duráveis, utilizadas pelas Sociedades Financeiras.
Certificados de Depósitos Bancários (CDB): é uma obrigação de pagamento futura de um capital aplicado em depósito a prazo fixo em Instituição Financeira. Transferível.
Principais Papéis Privados Negociados 
no Mercado Financeiro
Principais Papéis Privados Negociados 
no Mercado Financeiro
Recibos de Depósitos Bancários (RDB): similar ao anterior, intransferível, obrigatoriamente nominativos.
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Certificados de Depósitos Interfinanceiros (CDI): títulos emitidos pelas instituições que participam do mercado financeiro.
 As taxas negociadas não sofrem normalmente intervenções oficiais diretas, refletindo as expectativas do mercado com relação ao comportamento
das taxas de juros da economia.
 A taxa CDI pode ser entendida como taxa básica do mercado financeiro que influencia a formação das demais taxas de juros.
Principais Papéis Privados Negociados 
no Mercado Financeiro
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro. 3. ed. São 
Paulo: Atlas, 2003.
ASSAF NETO, A. Mercado financeiro. 10. ed. São Paulo: Atlas 2011.
ASSAF NETO, A. Mercado Financeiro. 5. ed., São Paulo: Atlas 2003.
BM&FBOVESPA. Empresas com Tag Along. Disponível em: <http://www.bmfbovespa.com.br/cias-listadas/consultas/empresas-com-tag-along.aspx?idioma=pt-br >. Acesso em: 20 out. 2014.
BRITO, O. Mercado financeiro: estruturas, produtos, serviços, riscos, controle gerencial. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
KERR, R. Mercado financeiro e de capitais. 1. ed. São Paulo: Pearson, 2011.
PINHEIRO, J. L. Mercado de capitais: fundamentos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
PINHEIRO, Juliano Lima. Mercado de Capitais: fundamentos e técnicas. 5. Ed. São Paulo:
Atlas, 2009.
PINHEIRO, J. L. Mercado de Capitais: Fundamentos e Técnicas. São Paulo: Atlas, 2005.
SELAM, B. Mercado Financeiro. Rio de Janeiro: SESES. 1. ed. 2015.

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