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Julyana Van-Derlinden Fares | Estudante de Nutrição (resumos) AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Anotações sobre a aula Tema: proteínas como marcadores de estado nutricional. Exames que podem ser solicitados para avaliar proteínas: Proteínas totais: soma de todas as proteínas presentes no plasma. Albumina e globulinas Pré-albumina Transferrina Proteína transportadora de retinol Indice de creatina e altura Albumina: • Sintetizada e excretada pelo fígado • Maior porção proteica presente no plasma • Função de transporte e na pressão oncótica • É considerada um indicador do estado das proteínas viscerais e o nível sérico está associado a maior morbidade. • Meia vida: 20 dias Paciente com alteração de função hepática – não se pode dosar albumina para saber estado nutricional do paciente. Poderia dosar a albumina para saber funcionamento hepático. Exames para saber função hepática: dosagem de albumina, porém não reflexe estado nutricional no paciente hepatopata - com deficiência hepática. Albumina é marcador de função hepática. Obs.: quando paciente está no estado de inflamação o paciente produz proteína de fase aguda (PCR). Esse estado vai também causar quebra e proteínas. Quando o paciente está em estado de inflamação – sinaliza vias catabólicas para quebrar proteínas não fundamentais e priorizar a recuperação do paciente, logo há uma queda importante de quantidade de albumina. Logo, nesse caso a meia vida da albumina irá diminuir. Mas a meta sempre será manter o nível de albumina (proteína) alta, pois nesse caso está melhorando o estado nutricional do paciente. Mesmo no paciente critico, embora o marcador baixar ele continua sendo um marcador importante para o estado nutricional. Albumina tem sempre que estar acima de 3,5 g/dL. Alterações dos níveis séricos – tem no caderno! Transferrina: Principal proteína transportadora de Ferro. Meia vida curta de +- 8 dias. Não pode ser utilizada para marcador com deficiências hepáticas. Marcador mais rápido. Serva para marcar níveis de pacientes com dietas restritivas em proteínas. Para usar a transferrina como marcador proteico com 100% de segurança é preciso avaliar os índices de ferro no organismo. Se houver baixa quantidade de ferro (deficiência) – tendência aumentar transferrina. Pois ela tenta captar qualquer ferro que esteja “solto”. A transferrina irá ter uma interferência no estado de ferro. Se o paciente está ok com o fígado e com o ferro – marcador proteico. Pré-albumina Meia vida de 2 a 3 dias - útil na avaliação de doenças agudas e graves. Melhor indicador de estado de proteína visceral. Sintetizada no fígado. Proteína carreadora do retinol (RBP) Meia-vida de 12 horas. Proteínas de fase aguda negativa Produzida no fígado, logo não pode ser utilizada como marcador em pacientes com qual doença no fígado – alterada em hepatopatias Altera-se na desnutrição energético-proteica Reduzem em 48 – 72 horas após início da DEP Necessita de zinco e vitamina A - necessário para marcador. Atenção: Como saber o estado nutricional relativa a proteína em pacientes com doenças hepáticas – hepatopatias? INDICADOR DE PROTEÍNAS SOMÁTICAS. É preciso saber a diferença entre proteínas visceral e proteínas somáticas. Proteínas visceral: proteínas hepáticas – sintetizadas no fígado e lançada na corrente sanguínea. Proteínas somáticas: musculares. Logo paciente com alteração hepática usa-se indicadores de proteínas somáticas. Principal marcador de proteína somática: creatina/ creatinina ou seu produto metabólico. Obs.: creatina: reserva de ATP - alta intensidade e curta duração. Julyana Van-Derlinden Fares | Estudante de Nutrição (resumos) Enzima: creatina fosfatase. Uma vez quebrada a creatina é convertida em creatinina e é excretada. Não serve mais - é liberada. Pode dosar a creatinina liberada como estimativa de dosagem muscular? Sim. A quantidade de creatinina que é liberada é um indicador indireto de índice muscular. Dosagem de creatinina urinaria – dependendo do quanto de creatina que libera serve de marcado de massa muscular. Um dos usos da creatinina é ser indicador indireto de massa muscular. Nesse caso, não pode ter alteração de função renal. Pode ser usada em paciente hapatopata, mas a creatinina urinária não pode ser usada como marcador para paciente com alteração de função renal. Obs.: se o paciente malha pode ser que o valor de creatina urinária esteja um pouco maior do que o estabelecido. Porém se for um valor exorbitante – indicativo de lesão muscular. Se o paciente tem suplementação de creatina – a excreção vai ser maior. Obs.: a liberação de creatinina é de acordo como a necessidade muscular. Lesão muscular – liberação de CPQ. Marcador importante para lesão muscular – dosagem de CPQ. EXAMES PARA ACOMPANHAMENTO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES. -Aterosclerose. 1- Lipídios séricos – lipidograma: um dos principais exames. Determinação do risco cardiovascular. Fatores independentes Dislipidemias Cada fator individualizado do exame – é um fator de risco para doença cardiovascular. Cada valor deve ser avaliado e analisado. Interpretação de perfil lipídico: Quais os fatores de risco? Estratificação de risco LDL: primeiro olha a escala de risco para saber qual categoria e qual valor usar. Em crianças e adolescentes – valores como ponte de corte único. Classificação das dislipidemias: Hipercolesterolemia isolada > LDL Hipertigliceridemia isolada > TGC Hiperlipidemia mista > LDL e >TGC Diminuição isolada do HDL < HDL Porque HDL auto é um fator protetor? Transporte reverso de colesterol. É uma proteína de alta densidade, mecanismo de síntese é diferente da síntese das outras frações. É uma lipoproteína. Tem 50%de proteína (LDL tem 50 % de colesterol). Enquanto tem VLDL saindo do fígado e entrega o colesterol e TGL para os tecidos, o HDL pega o colesterol excedente e leva de volta para o fígado. Tem efeito cárdio protetor. Conduta dietoterápica para melhorar HDL: fibra, diminuir gordura saturada, oleaginosas – redução de HDL (ômega 9). Porém não se sabe o impacto dessas mudanças no perfil lipídico. Há produtos como resveratrol, atividade física – melhores condutas. Fator endógeno no HDL é muito forte. Obs.: álcool tem efeito benéfico na quantidade certa para produzir HDL. O CFN informou que não pode usar o álcool como medida terapêutica. Dosagem de homocisteína para dosar risco cardiovascular. Porque dosagem de homocisteína é importante para avaliar risco cardiovascular? DOENÇAS ENDÓCRINAS: Glicose em jejum acima de 126 já é diabético. Nutricionista não pode dá diagnostico. O exame serve para exame de estado nutricional e com isso adequar dieta para cada paciente de acordo com as necessidades e os exames realizados. Julyana Van-Derlinden Fares | Estudante de Nutrição (resumos) AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Interpretação de exames laboratoriais Exames bioquímicos – doenças cardiovasculares Os lipídios são moléculas insolúveis em água – logo é insolúvel no sangue. Os lipídios são transportados no sangue por meio das lipoproteínas, que são moléculas formadas por lipídios e proteínas, no qual os lipídios são colesterol, éster de colesterol, triglicerídeos e fosfolipídios; as proteínas são Apolipoproteína. As dislipidemias são classificadas: • Hipercolesterolemia isolada: ↑ isolado do LDL-colesterol ou LDL-C ≥ 160 mg/dl. • Hipertrigliceridemia isolada: ↑ dos triglicerídeos – TG ≥ 150mg/dl. • Hiperlipidemia mista: ↑ de ambos – LDL-C ≥ 160 mg/dl e TG ≥ 150 mg/dl; HDL-C ↓. Em casos de TG = 400 mg/dl, quando o cálculo do LDL-C pela formula de Friedewald é inadequado – considera-se a hiperlipidemia mista se oCT ≥ 200 mg/dl. • ↓ isolada do HDL-C → homens < 40 mg/dl e mulheres < 50 mg/dl ou associada a um ↑ dos TG ou LDL-C. IV diretriz brasileira sobre dislipidemias e prevenção de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia → afirma que o perfil lipídico do paciente é indicado para avaliar os riscos de doenças cardiovasculares. Exame do perfil lipídico: jejum de 12-14hrs. E consiste em: TG, CT, HDL-C e LDL-C. • Triglicerídeos (TG) • Colesterol total (CT) • HDL-colesterol (HDL-C) • LDL-colesterol (LDL-C) 1 – TRIGLICERÍDIOS ou TG. • Sua dosagem é a soma de moléculas de TG que se encontram presentes em todas as lipoproteínas circulantes. • TG ↑ → ↑ das lipoproteínas de densidade muito baixa – VLDL (very low density lipoprotein) – que é uma lipoproteína rica em TG – sintetizada pelo fígado e que faz parte do metabolismo endógeno ou dos QM. Valores de referências: Idade: 2 até 19 anos: • Desejável: < 100 mg/dl • Limítrofe: de 100 a 129 mg/dl • Elevado: ≥ 130 mg/dl. Adultos: maiores de 20 anos – homens mulheres e diabéticos: • Desejável: Inferior a 150 mg/dl. 2 – COLESTEROL TOTAL ou CT. • Dosagem feita pelo método enzimático colorimétrico em amostra de soro ou plasma. • É a soma de todas as lipoproteínas circulantes. Valores de referência: Idade 2 até 19 anos: • Desejável: < 150 mg/dl • Limítrofe: de 150 a 169 mg/dl • Elevado: ≥ 170 mg/dl Adultos maiores de 20 anos – homens, diabéticos e mulheres • Desejável: inferior a 150mg/dl A dosagem do colesterol total pode indicar a dislipidemia e, também, pode ser utilizado para avaliação do estado nutricional do paciente. A hipocolesterolemia, valor superior a 160mg/dl, tem sido associada ao aumento da mortalidade, e como causa de maior permanência hospitalar, Julyana Van-Derlinden Fares | Estudante de Nutrição (resumos) principalmente entre idosos e em casos de má absorção. O CT também vem sendo estudado como índice de prognostico em pacientes com desnutrição. 3 – LIPOPROTEÍNA DE ALTA DENSIDADE – COLESTEROL ou HDL-C. • Dosagem de HDL-C: indica a fração do colesterol total que está presente nessa lipoproteína, que possui como função o transporte reverso do colesterol. • Níveis plasmáticos de HDL-C: correlação negativa com as doenças cardiovascular. Valores de referência: • Idade de 2 até 19 anos → Desejável é dosagem de 45mg/dl; • Homens maiores de 20 anos → Desejável é dosagem 45mg/dl; • Mulheres maiores de 20 anos → Desejável é 50 mg/dl; • Diabéticos com idade superior a 20 anos → 50 mg/dl. 4 – LIPOPROTEÍNA DE BAIXA DENSIDADE- COLESTEROL • LDL-C pode ser determinada pelo método enzimático, porém é calculada geralmente pela formula de Friedewald. • Uso limitado para dosagens de TG < 400 mg/dl. Valores de referência: Idade: 2 até 19 anos: • Desejável: < 100 mg/dl • Limítrofe: de 110 a 129 mg/dl • Elevado: ≥ 130 mg/dl. Adultos com idade > do que 20 anos: • Pacientes em baixo risco: (< 10%) → < 160 mg/dl • Pacientes em risco intermediário: (10 a 20%) → < 130 mg/dl • Pacientes em alto risco ou diabéticos: < 100 mg/dl (> 20%) → (opcional < 70 mg/dl) • Pacientes com aterosclerose significativa: (>20%) → < 70 mg/dl. OUTROS MARCADORES PARA ACOMPANHAMENTO DE RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES. São marcadores obtidos por exames laboratoriais que podem ser indicados para avaliação do risco de doenças cardiovasculares, quando o perfil lipídico por si só não se mostra suficiente. Logo, além do perfil lipídico, há outros marcadores que auxiliam na avaliação de risco de doenças cardiovasculares. São elas: lipoproteína (a); homocisteína; proteína C reativa de alta sensibilidade. 1 – LIPOPROTEÍNA (A): • Possui características semelhantes as lipoproteínas LDL-C. • No entanto, possuem uma proteína adicional – Apolipoproteína (a). • Apolipoproteína (a) → glicoproteína acoplada a Apo B100 por ponte de dissulfeto. Essa glicoproteína é da família do plasminogênio - proteína precursora da plasmina - que é uma enzima proteolítica encontrada no plasma. • Lipoproteína (a) → compete com o plasminogênio, bloqueando sua ação e inibindo a produção de plasmina e a fibrinólise, que tem como função produzir a lise do coágulo. Logo, a lipoproteína (a) é considerada pró-aterogênica. • Nível plasmática da lipoproteína (a) → determinado geneticamente. • Quando a lipoproteína (a) se encontra elevada no plasma → fator de risco para aterosclerose Julyana Van-Derlinden Fares | Estudante de Nutrição (resumos) - para (apenas) indivíduos brancos e amarelos (não para negros). Valores de referência: • < 30 mg/dl. 2 – HOMOCISTEÍNA • É um aminoácido não proteico formado pelo metabolismo da metionina. • Pode sofrer remetilação para formar novamente a metionina; ou transulfuração que forma a cisteína. A primeira via é dependente de vitamina B12 e do ácido fólico; e a segunda via depende da vitamina B6. • Hiper-homocisteína → correlacionada ao aumento da disfunção endotelial e do risco de doenças cardiovasculares. (alguns estudos) • Não existe, ainda, um consenso sobre o nível elevado de homocisteína como fator de risco isolado para doenças cardiovasculares. • Determinada no plasma ou soro - método de espectrometria de massa. • Deficiências de vitamina B6, B12 e ácido fólico – causar um aumento dos níveis plasmáticos de homocisteína. Valores de referência: • Plasma de 5 a 14 μmol/l; • Soro de 5,5 a 17 μmol/l. 3 – PROTEÍNA C REATIVA DE ALTA SENSIBILIDADE. • Produzida e liberada pelo fígado em resposta à presença das citocinas na corrente sanguínea. • É considerada uma proteína de fase aguda de resposta inflamatória - níveis plasmáticos podem aumentar entre 10 a 100 vezes nas primeiras 24hrs de um processo inflamatório. • Associados a vários processos inflamatórios e infecciosos decorrentes de vírus, bactérias, neoplasias e doenças autoimunes. • Desde 1990 : correlação entre a presença de células inflamatórias na parede das artérias e as placas ateroscleróticas. • Dosagem de PCR: necessita de métodos de alta sensibilidade para avaliação de risco de doenças cardiovasculares → proteína C reativa de alta sensibilidade - para diferenciar os baixos níveis de inflamação. • Por meio de métodos de alta sensibilidade, com o objetivo de discriminar baixos níveis de inflamação é que se pode usar esse marcador de forma independente para avaliar os ricos de doenças cardiovasculares. • Pacientes com doença renal → podem apresentar altos níveis de PCR, e não terem doenças cardiovasculares. • Início da doença renal → processo inflamatório no início de doença renal pode possuir um papel importante no desenvolvimento de desnutrição e doenças cardiovasculares. • PCR – pode ser usado como marcador indireto da desnutrição. • Exame realizado pelo método de nefelometria. Valores de referência: • Avaliação de risco cardiovascular: < 0,11 mg/dl. De acordo com a American Heart Assiciation (Associação Americana do Coração), os riscos são estabelecidos, conforme delineado abaixo: • Alto risco: > 0,3 mg/dl • Risco médio: de 0,1 a 0,3 mg/dl • Baixo risco: < 0,1 mg/dl Na avaliação de processos infecciosos e outros processos inflamatórios: • < 0,5 mg/dl Obs.: a ferritina pode ser encarada como mais um marcador não lipídico para avaliação de doenças arteriais coronariana, em decorrência da formação de Julyana Van-Derlinden Fares | Estudante de Nutrição (resumos) radicais livres pelo ferro, com posterior peroxidação lipídica. Dessa forma, além dos marcadores citados, alguns estudos mostram que a ferritina pode ser mais um marcador dessas doenças.
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