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MARÍLIA ARAÚJO – P2 MEDICINA Replicação, transcrição e tradução GENE E INFORMAÇÃO BIOLÓGICA • Dogma central por Watson e Crick • A sobrevivência de uma espécie requer estabilidade genética • Acidentes aleatórios e erros acontecem, alterando sequência de nucleotídeos – criando mutações (sem mutação não existe evolução) REPLICAÇÃO ➔ Características da replicação: Semiconservativa, Origem de replicação e Bidirecional ➔ Agentes da replicação: 1. DNA polimerases 2. Primases 3. Topoisomerases 4. Ligases 5. Helicases ➔ Cofatores (íons) Ex; Mg é um importante cofator da DNA Polimerase ➔ Bases: NATUREZA SEMICONSERVATIVA DO DNA • Cada uma das fitas de DNA é usada como molde para formação da fita de DNA complementar, a dupla hélice da molécula de DNA pode ser copiada precisamente • A fita original do início da replicação permanece intacta através de muitas gerações ORIGEM DE REPLICAÇÃO • Locais específicos na sequência do DNA, nos quais determinadas proteínas se ligam para iniciar a replicação → forquilha de replicação (espaço que abre para iniciar o processo de duplicação como consequência da ação da helicase) • O DNA utiliza padrões/sequências de nucleotídeos específicas para sinalizar às enzimas que determinado ponto é uma origem de replicação • A helicase tem a capacidade de reconhecer a origem de replicação, se liga a ela e abre as fitas do DNA • O processo de replicação se inicia em vários pontos para ser mais rápido • Uma origem está distante da outra no DNA em aproximadamente 30 mil bases • Eucariontes: múltiplas origens • Procariontes: única origem OBS: A replicação é bidirecional a partir da sua origem → a forquilha abre para os dois lados. Na mesma fita, uma parte é sintetizada de forma contínua (leading) e a outra de forma descontínua (lagging) DNA POLIMERASES • A maioria delas tem a capacidade de adicionar nucleotídeos • Complexo enzimático constituído por 20 cadeias polipeptídicas • Alta processividade, potência catalítica e fidelidade • Adiciona nucleotídeos trifosfato à extremidades 3’OH livre → atividade polimerase que catalisa o crescimento sempre no sentido 5’ para 3’ OBS: A fita que é feita de forma contínua é aquela em que a molde é a 3’-5’ (então vai ser feita no sentido 5’- 3’ só com um primer). A fita que é feita de forma descontínua tem como molde a fita 5’-3’, porém no MARÍLIA ARAÚJO – P2 MEDICINA trecho ela cria uma alça para que ela consiga fazer no sentido 5’-3’ OBS: Limitação da DNA polimerasse¨- não adiciona o primeiro nucleotídeo, poque sempre precisa da extremidade 3’OH livre. Para isso a primase faz o primer (sequência de 7 nucleotídeos) para fornecer a extremidade 3’OH livre para que a adição pela DNA polimerase se inicie • Incapaz de fazer DNA do zero (precisa ter extremidade 3’OH livre) • Atividade exonuclease 3’ para 5’, que remove bases incorretas (volta para a correção de erros) → 1 erro a cada 10 milhões de nucleotídeos • Em procariontes a DNA polimerase adiciona 1000 nucleotídeos por segundo (em eucariontes essa velocidade é 10 vezes menor) OBS: O giro da alça serve pra deixar a fita descontínua na polaridade ideal no sentido de sua síntese OBS: DNA polimerases com números romanos → procarióticas / DNA polimerases com números gregos → eucarióticas OBS: PCR → simulação de um processo de replicação que acontece in vivo, em um processo in vitro. Replicação das cópias do material genético do vírus após ação da transcriptase reversa. Os primers utilizados na PCR não precisam de uma enzima para produzi-los, pois as indústrias de biotecnologia os constroem COMPLEXO DE PROTEÍNAS QUE AUXILIAM A DNA POLIMERASE • DNA Helicase – abrem a dupla fita • Topoisomerases (girases) – desenrola a dupla hélice, não atuam na forquilha. Giram o DNA para evitar a tensão e evitar que ele quebre • DNA Ligase – liga os fragmentos de Okazaki (pedaços em que a fita descontínua é feita, possuem de 100 a 200 nucleotídeos) • Primase RNA – síntese do RNA primer (não tem uracila, é só porque é uma fita simples) • Diversas outras proteínas ETAPAS DA REPLICAÇÃO TELÔMEROS E ENVELHECIMENTO • Os telômeros (pontas/extremidades cromossômicas) são regiões em que o DNA é repetido (sequência em tandem) • Não existem genes nessas pontas, só servem para proteger as partes mais internas • No espaço em que o último primer foi retirado da fita descontínua, não há possibilidade de a DNA polimerase preenchê-lo com nucleotídeos, já que a ponta do DNA/cromossomo é a 5’ (não há a extremidade 3’OH) • A telomerase é uma transcriptase reversa que complementa e conclui o DNA, ela possui um molde de RNA que irá aumentar a fita molde de DNA, pareando-se aos seus 2 últimos nucleotídeos. Ao aumentar e extremidade ele abriu espaço para outro primer colocado na MARÍLIA ARAÚJO – P2 MEDICINA ponta pela primase, oferecendo à DNA polimerase uma extremidade 3’OH e uma fita molde, para que se complete o DNA • A DNA polimerase tira o primer, fazendo uma ponta do DNA ficar maior que a outra. Daí os mecanismos de reparo vêm e cortam o pedaço que está sobrando para deixar as duas fitas de tamanhos iguais → o corte não é prejudicial pois a sequência de nucleotídeos adicionada não faz parte da informação inicial do cromossomo • A telomerase não está presente em células somáticas, então os telômeros continuam encurtados a cada divisão, fazendo com que as células se envelheçam • O encurtamento do telômero atinge regiões que possuem genes, que são perdidos ao longo do tempo. Chega uma hora em que as células não conseguem mais se dividir pela falta desses genes → senescência celular • Há perda da capacidade de realizar mitoses, os tecidos não se renovam e as células que vão morrendo não são substituídas • O gene responsável pela produção da telomerase está presente nas células somáticas, porém não se expressa (está silenciado) OBS: A respiração aeróbica produz mais radicais livres, que atacam algumas bases do DNA e aumentam as taxas de mutação, além de destruir as células → acelera o processo de envelhecimento. Necessidade de dieta rica em alimentos que combatam os radicais livres pelos atletas que praticam exercícios aeróbios DOENÇAS • Síndrome de Werner – Envelhecimento precoce - Causada por mutação no gene WRN (cromossomo 8), quantidade reduzida de helicase (sem abrir o DNA, sem replicação, sem renovação) - Síndrome rara, hereditária, caracterizada por envelhecimento prematuro, com início da terceira década de vida - Baixa estatura, pele seca e enrugada, calvície prematura, olhos proeminentes, crânio aumentado, veias cranianas salientes, ausência de sobrancelhas e pestanas, problemas cardíacos, peito estreito com costelas marcadas, estreitamento das artérias coronárias, manchas na pele (mau metabolismo da melanina), doenças degenerativas, morte natural aos 20 anos • Síndrome de Hutchinson-Gilford (envelhecimento precoce - Mutação no gene LMNA (1q22) – codifica proteínas laminas nucleares, as células ficam paradas em prófase mitótica e não se renovam - Expectativa de vida de 14 anos para meninas e 16 para meninos TRANSCRIÇÃO • Expressão do DNA → forma em que ele consegue expressar sua informação por meio da produção de moléculas de RNA • A essência das doenças genéticas são falhas no processo de transcrição • São sintetizados todos os RNAs da célula • Procariontes - desprovidas de envoltório nuclear. Os ribossomos estão juntos com o DNA, a transcrição acontece ao mesmo tempo que a tradução, as bactérias não possuem íntrons (não há splicing), então suas proteínas já serão funcionais • Eucariontes – Há separação dos processos de forma sequencial. Providas de envoltório nuclear (separação do material genéticodo citoplasma): se não fosse ele, as nossas proteínas produzidas seriam afuncionais → Assim que é produzido o primeiro transcrito, ele não está pronto para ser traduzido, pois precisa sofrer um processo de edição (splicing → remove os íntrons e recompõe os éxons). Quando pronto, as esportinas os transportam através de poros nucleares para que se inicie a tradução. • Esse processo é catalisado pela RNA polimerase • Ocorre no sentido 5’-3’ • Iniciação, alongamento e término • Ocorre no núcleo celular (eucariontes) OBS: Antes do processo de clonagem para produção de insulina por bactérias, isola-se o gene de interesse e são tirados os íntrons antes de inseri-lo no plasmídeo da bactéria, para que ela faça a transcrição e a tradução MARÍLIA ARAÚJO – P2 MEDICINA TIPOS DE RNA • RNA mensageiro (mRNA) • RNA transportador (tRNA) • RNA ribossômico (rRNA) • RNA nucleares (snRNA) – são transcritos, mas não são exportados para o citoplasma pois cumprem função no próprio núcleo, junto com outras proteínas formam os complexos de spliceossomos (fazem o splicing) • Micro-RNA (miRNA) • RNA interferência (siRNA) • RNA não codificadores longos (ncRNA) GENE EUCARIÓTICO: ESTRUTURA • 3 grandes partes: região promotora, região codificante (onde estão os éxons e íntrons) e região de terminação • Região codificante: é onde tem a informação para fazer a proteína propriamente dita. Na região codificante vão estar os códons, que são responsáveis por direcionar os ribossomos a trazerem os aminoácidos específicos que irão formar as proteínas • Éxons: regiões codificantes de proteínas • Íntrons: regiões não codificastes de proteínas • Região promotora: início da transcrição, sequência padrão, forma que o DNA tem de sinalizar que ali há um gene para ser expressado, é onde a RNA polimarase vai se ligar (sem ser transcrita) • Regiões promotoras eucarióticas: • +1 = primeiro nucleotídeo transcrito (após a região promotora) • Região de terminação: término da transcrição, para numa região específica rica em A e T, o RNA é solto para sofrer o splicing e a tradução (se for RNAm) • Só o que está na região codificante será traduzido (após a retirada dos íntrons) OBS: Os íntrons são muito maiores que os éxons OBS: Foi descoberto que quase metade do genoma humano é formado por pseudogenes (gene que não é expresso pois está inativo/silenciado → não possui região promotora) OBS: A região de terminação é transcrita, a região promotora não é PROCESSO DE TRANSCRIÇÃO • A RNA polimerase realiza a transcrição no sentido 5’-3’ em uma das fitas do DNA • A melhor fita é a que está na polaridade oposta/inversa ao sentido de síntese, ou seja, a fita molde é 3’-5’ (já que o RNAm é feito no sentido 5’-3’) • A RNA polimerase chega no DNA junto com proteínas auxiliadoras chamadas fatores de transcrição. Elas se ligam à região promotora antes de chegar a RNA polimerase, para ajuda-la a reconhecer a região promotora • A RNA polimerase chega e com ajuda de outras proteínas, tem a ajuda de proteínas que a auxilia a se ligar bem ao DNA, para depois deslizar nele e começar a transcrição RNA POLIMERASE • A RNA polimerase não precisa de helicase, pois ela mesma abre a fita de DNA • A RNA polimerase não precisa da primase, pois ela mesma adiciona o primeiro nucleotídeo → não é utilizado primer na transcrição • Não tem atividade de correção, por isso faz a síntese na metade da velocidade da DNA polimerase. OBS: Se acontecerem erros na transcrição, o dano vai ser mínimo por ficar restrito a proteínas atingidas, diferente de erros no DNA que serão perpetuados • RNA polimerase I – transcreve os genes para rRNA • RNA polimerase II – transcreve todos os genes que codificam proteínas (RNAm), mais alguns genes que codificam pequenos RNAs • RNA polimerase III – transcreve os genes de tRNAs, rRNA 5S e genes para pequenos RNAs estruturais OBS: Acentuadores – regiões que estão antes da região promotora e vão se ligar a proteínas que vão acentuar a tradução (melhora a afinidade das proteínas com a região promotora) OBS: Fatores de transcrição – proteínas que auxiliam a RNA polimerase no processo OBS: Bolha de transcrição - abertura que a RNA polimerase faz para que ela tenha acesso às bases. MARÍLIA ARAÚJO – P2 MEDICINA Participação da protoisomerase à frente da bolha fazendo a distorção do DNA para evitar que a tensão o quebre Bolha – transcrição / Forquilha – replicação • Existem mecanismos intrínsecos à célula, por exemplo, a degradação de RNAs exógenos por exonucleases/endonucleases (enzimas). Elas cortam algum RNA que esteja vagando pelo núcleo e o inativam, pois podem interpretá-lo como um invasor. Muitos vírus que entram na célula não conseguem infectá- la graças a esse processo • Por outro lado, existe um mecanismo que protegem o RNA contra a degradação das nucleases, que começam pelas pontas. Por isso as 2 extremidades (5’ e 3’) são protegidas. A extremidade 5’ é protegida por uma capa (CAP). A CAP é uma guanina metilada que é colocada uma ligação atípica (é colocado o carbono 5 da guanina com outro carbono 5 – ligação 5’-5’). Isso fecha a molécula e impede o corte do RNA pelas nucleases. Na extremidade 3’ é adicionada uma cauda poli A (sequência de 200 adeninas) → não vão ser traduzidas. Essas adições auxiliam o RNAm a ser transportado para o citoplasma. Além disso, a CAP é importante para sinalizar ao ribossomo aonde a tradução se iniciará • Ao fim desse processo, ainda falta o splicing para que o processamento esteja completo para a tradução. SPLICING • Remoção dos íntrons e junção dos éxons • Executado por pequenos RNA nucleares – snRNA (U1, U2, U4, U5, U6) associados a mais de 100 proteínas - SPLICEOSSOMO • Ao permanecer apenas com os éxons, chama- se de RNAm verdadeiro. As enzimas exportinas o levam através dos poros nucleares para o citoplasma, para então ser traduzido. • O limite entre o éxon e o íntron, por onde o spliceossomo fará o reconhecimento para o corte, é um padrão: mais próximo da extremidade 5’, na divisa entre eles existe sempre GU; mais próximo da 3’, AG. Existe um ponto de ramificação que é uma adenina localizada de 15 a 45 bases da AG. • Na extremidade 5’ do RNAm (ou mais próxima dessa extremidade), no limite entre um éxon e um íntron, existe sempre uma “GU”, uma guanina, e uma uracila. Mais próximo da extremidade 3’, existe uma “AG”. • Então, o spliceossomo reconhece o “GU” e o “AG” como os limites do íntron, e existe esse ponto de ramificação que podemos observar na imagem (15-45 bases) que a Adenina está sempre nessa posição. Temos então 3 sequências, A/G A C/U, assim, sendo um padrão entre os íntrons. • O spliceossomo é formado por RNA’s e um complexo de proteínas ligado a ele. Ele faz o corte causando uma alteração na estrutura do RNA, segurando e puxando MARÍLIA ARAÚJO – P2 MEDICINA repetidamente, mudando sua estrutura física de linear, para “bolhinha”. • O spliceossomo corta primeiro o GU do íntron, próximo a extremidade 5’ ligando ao A como podemos ver na imagem acima, assim formando uma raquete, e posteriormente corta a outra extremidade 3’. Após sair o íntron, fica em forma de uma raquete, e assim fica impossibilitado de fazer ligações estranhas com outros ac. Nucleicos. Depois que os íntrons são retirados, o spliceossomo junta os éxons, como a ligase faz, e assim está pronto o mensageiro. • Ao criar o genoma humano, observaram que nós tínhamos 100mil proteínas, assim, esperavam que tivéssemos também 100mil genes, pois achavam que para cada proteína existia um gene. Posteriormente foi descoberto que temos apenas 19 ou 20mil genes. Assim, sabemos que um gene tem a capacidade de produzir mais de uma proteína.É assim que entra o splicing alternativo, que remove éxons juntamente com os íntrons para gerar variabilidade. Assim ele consegue com um gene, fazer 5 proteínas diferentes. TRADUÇÃO • Tradução é quando o RNA é traduzido em proteína, é o desfecho do dogma central, acontece rapidamente. Watson e Crick foi a dupla responsável por desvendar a estrutura dupla-hélice do DNA. Watson e Crick não só desvendou a estrutura do DNA, como também desvendaram o dogma central, mas eles tinham uma dúvida ao chegar na tradução. • Como um código de 4 letras (adenina, timina, citosina e guanina) consegue codificar mais de 20 aminoácidos? Então, eles começaram a explorar novas possibilidades: um padrão com uma dupla = 4 nucleotídeos x 4 nucleotídeos dando origem a 16 combinações, o que a descartava, e posteriormente pensou em uma trinca = 3 nucleotídeos x 3 nucleotídeos o que também não explicaria as 20 combinações de aminoácidos. • A lógica seria que seria de três a três e ao fim 64 códons caracterizando o código genético como degenerado que significa que existe mais de uma trinca para um mesmo aminoácido. Assim, as quatro letras estão organizadas no DNA mensageiro em trincas de nucleotídeos, chamadas de códons (para cada códon existe 1 aminoácido a ser codificado) → são 64 códons para 20 aminoácidos existentes MARÍLIA ARAÚJO – P2 MEDICINA Características do código genético: ● Composto por trincas; ● Não é superposto, ou seja, uma letra utilizada em um códon não pode ser compartilhada para a formação de um novo no qual a leitura é única; ● Sem vírgula, não há paradas; ● É redundante, ou seja, degenerado (para a maioria dos aminoácidos existe mais de um códon possível) → proteção contra mutação ● É repetitivo (Vantajoso em caso de mutações por garantir estabilidade em nossa espécie). ● Ordenado: Organizado e os códons são específicos para aqueles aminoácidos), eles contêm códons de início e fim OBS.: O único código que é singular é o da metionina (AUG), o código de iniciação, ou seja, o primeiro códon a ser traduzido que indica o início da tradução. Não há repetições. • Assim como é importante o códon de iniciação para a sinalização do processo, existem três códigos de parada (UAA, UAG e UGA) que delimitam o tamanho da proteína. Esses códons de paradas não possuem aminoácidos correspondentes. Assim, a região codificante sempre terá códons a mais que os aminoácidos. • Esses stop códons foram dados a eles nomes gregos que não tem muita diferença, pois eles vão exercer a mesma função, que é parar a tradução. Então, existem nomes quando se olha o código genético. • Se uma proteína tem 100 aminoácidos, ela terá 101 códons • O código genético é quase universal: Dentre todas as espécies vivas, praticamente essa codificação entre códons e aminoácidos é a mesma. Então o que forma uma pulga, um ácaro, um cachorro e os seres humanos é a relação entre códons e aminoácidos que é praticamente a mesma. • Se pra gente UCU UCC UCA UCG codifica a serina, quase todas as espécies vivas também serão assim. Isso é a prova que tudo que existe vivo veio de algo único (somos diferentes em termos fenotípicos, no entanto no âmbito molecular somos bem parecidos). Pergunta: Se sempre começa com AUG, todas as proteínas eucarióticas (proteínas humanas) ela terá AUG no início? R - NÃO, pois uma proteína quando é traduzida ainda não está pronta. Ela irá sofrer alterações pós traducionais (elas vão sofrer metilação, alquilação, irão modificar sua forma tridimensional, irão perder aminoácidos, se tornarão funcionais). Essa metionina inicial só serve para indicar ao ribossomo onde começa a síntese, mas após a síntese ela é retirada, pois não é importante para função da proteína. Então se for procurar a metionina no início de proteínas humanas não será encontrada, pois ela só serviu para identificar que ali começa a tradução. Toda síntese proteica quem faz é uma única organela, os ribossomos. A gente aprendeu que existe outra organela que faz isso, que seria o RER, porém ele nada mais é que o liso cheio de ribossomos. É tanto que quando a pessoa usa muita substância química, em que o fígado precisa aumentar a metabolização daquela droga, ele retira os ribossomos do RER e transforma em REL, pois o REL tem a capacidade de metabolizar essas drogas. Então a diferença entre o RER e o REL é que um tem ribossomo e outro não. Portanto quem faz a síntese proteica do RER são os ribossomos. Pergunta: Por qual motivo algumas proteínas são formadas pelos ribossomos livres e outras pelos ribossomos aderidos a membrana do RER? R - Depende da função da proteína. Toda proteína que é feita no Retículo, após acabar a tradução ela é empacotada por uma vesícula e usa o citoesqueleto como um trilho e manda aquela vesícula até o complexo de golgi. A partir daí o complexo de golgi pega essa proteína e processa dando um destino para ela. Ou ela vai para fora da célula (insulina é produzida pelo RER dentro da célula, é mandada para o complexo que formará uma bolha, manda para a membrana e essa vesícula se une a membrana da célula que secreta para fora da célula à insulina) ou para uso próprio (ela é feita por ribossomos livres, pois não precisa empacotar e nem direcionar para o complexo de golgi). Como é que o ribossomo sabe? Porque toda síntese proteica começa por ribossomos livres, ele só vai para o RER depois que a tradução começar. Porque existe uma sequência no início das proteínas que chamamos de “sequência sinal” que é específica de aminoácidos, mais uma vez como o DNA é modificado que existe uma sequência que quando é especifica que ao passar pelo ribossomo ele entende que aquela proteína deve ser enviada para o RER. A partir daí ele vai fazendo a tradução em direção ao retículo e se junta à membrana, ai essa proteína ao invés de ser produzida e ficar solta, ela é produzida e colocada dentro do RER. Em seguida é empacotada e enviada para o complexo de golgi e direcionada para onde tem que ir. Pergunta: Se você pegar uma célula e bloquear toda síntese proteica, qual organela não será vista lá dentro? MARÍLIA ARAÚJO – P2 MEDICINA R - O ribossomo estará presente, ele só não irá fazer a tradução. A organela que não estará presente é o RER, pois só é vista se estiver ocorrendo a tradução. O ribossomo só estará nele se ele estiver realizando esse processo, quando não o ribossomo sai e fica livre. Ou seja, irão existir ribossomos livres ou ribossomos unidos ao RER, à proteína que determinará a localização desses ribossomos. ● Quem participa da síntese proteica diretamente? Descobrimos que existe diversos tipos de RNAs. No entanto os que participam da síntese são: o RNAt, RNAr e o RNAm (serve de molde para realizar a tradução) Então, é a partir disso que há a compreensão da importância do RNA. Inicialmente, o primeiro ácido nucleico a surgir seria o RNA e a partir dele houve o aparecimento do DNA. No entanto, o material genético é formado por DNA devido a maior estabilidade em relação a mutações e de assumir formas estranhas no espaço. O RNA abrange formas variáveis no espaço, de certas formas loucas, podendo realizar interações intramoleculares – formação de duplas em algumas regiões - pelo pareamento de suas próprias bases em uma estrutura estranha que poderia ser, em alguns casos, o RNA transportador. Esse acontecimento é o que determina a frase do RNA ser quase sempre fita dupla, pois apresenta exceções de dupla ligação (altamente instável). O RNA transportador apresenta duas regiões ativas em uma única molécula com funções diferentes – formas diferentes – devido a dupla fita dessa estrutura. Em uma ponta, no caso inferior, irá apresentar um anticódon para complementar umcódon específico do RNA mensageiro com o intuito de se ligar ao códon e na ponta superior irá ter um aminoácido que é correspondente a esse anticódon. RNA TRANSPORTADOR • Em forma de trevo, quatro alças em dupla- hélice e três alças unifilamentares • Possui anticódons (3’-5’) que se ligam aos códons do RNAm • Ligação com aminoácidos catalisada pela aminoacil-tRNA sintetases (20 tipos) • Só existem 20 RNAt, um para cada aminoácido → alguns tRNA possuem códons alternativos - o RNAt consegue oscilar o último nucleotídeo de acordo com a necessidade • Aminoacil – enzima responsável por catalisar a ligação do aminoácido na extremidade do ribossomo • Os ribossomos tem 2 subunidades, uma maior e uma menor. Os ribossomos eucarióticos tem um volume maior. Os procarióticos conseguem fazer a tradução de genes eu carióticos • O ribossomo é uma riboenzima (catalisa reações), estrutura complexa formada por RNAr + proteínas. • A subunidade maior catalisa a ligação peptídica que une os aminoácidos • A subunidade menor reconhece inicialmente o RNAm e vai andar sobre ele, além de ter os sítios de entrada para os RNAt (utiliza a CAP como referência) • As 2 subunidades só estão juntas quando o ribossomo estiver fazendo a tradução • Toda síntese proteica inicia com ribossomos livres no citoplasma. Vai depender da proteína que está sendo feita, se aquele ribossomo continua livre ou se irá para a membrana do RER (se precisam ser exportadas) • Células que não realizam mais síntese proteica, não possuem RE com ribossomos (fica liso) • Dentro da subunidade menor do ribossomo existem 3 sítios ativos (espaço para entrada do RNAt) • Sítio A – aminoacil, RNAt que chega (os ribossomos vão andar e saem do A para o P) MARÍLIA ARAÚJO – P2 MEDICINA • Sítio P – peptidil-transferase, complexo da subunidade maior que é responsável por fazer a ligação peptídica • Sítio E – saindo do P vai para o E, sítio de saída OBS: Com exceção do primeiro RNAt, ele vai chegar no P, que vai trazer a metionina no códon de iniciação OBS: é o ribossomo que anda sobre o RNAm e não o contrário OBS: O fator de terminação se liga aos stops códons, entendendo que deve parar para liberar a proteína e soltar o ribossomo. Após o RNAm ser traduzido, ele será degradado Então, o RNA transportador possui duas funções básicas: um anticódon para o reconhecimento do códon do RNA mensageiro e como cada códon do mensageiro equivale a um aminoácido especifico, o transportador irá ter um aminoácido correspondente ao seu anticódon e complementar ao códon. Ou seja, para o reconhecimento de um certo códon há a necessidade do anticódon pela procura de uma sequência complementar e ao encontrar, ele irá abandonar o aminoácido naquela localização determinada. OBS: É importante salientar que a ponte de hidrogênio é altamente instável O RNA retira-se vazio e o aminoácido irá procurar outro aminoácido para a formação de proteínas determinadas. RNA mensageiro com seu sentido 5-3 e o anticódon para ser complementar deverá possuir uma polaridade invertida 3-5, ou seja, sendo complementares e usado pelo transportador como forma de certeza da localização. O processo ocorre com inúmeros RNA transportadores com apenas um correspondente a aquela sequência para o pareamento e liberação do aminoácido e com isso o transportador retorna para buscar outro aminoácido idêntico, uma vez que o RNA transportador também é específico para cada aminoácido. Há a presença de uma enzima acetil RNA sintetase (aminoacil) que irá realizar a união do RNA transportador com o aminoácido específico e essa enzima apresenta dois sítios ativos: um para a entrada do aminoácido e outro para o transportador. Esse RNA transportador será sempre correspondente ao aminoácido pois essa enzima é altamente específica para cada aminoácido. Então há 20 enzimas acetil, pois só ocorre a entrada de um aminoácido que é compatível com o anticodón do RNA transportador. Então, o aminoácido surge e ocorre um tipo de ataque ocorrendo a ligação com o transporte até o RNA mensageiro do aminoácido que é correspondente ao anticódon e complementar ao códon. OBS: Há 61 codóns, pois 3 não codificam para nenhum aminoácido (STOP codón ). O código genético é degenerado e devido a isso há a necessidade de 20 RNA transportador, pois não é um códon correspondente a apenas um aminoácido, uma vez que o transportador pode colocar de três a quatro anticódon diferentes em sua ponta de ligação. O reconhecimento do códon ocorre devido a oscilação da última base pois é essa que se altera, sendo o G trocado por C ou U e isso altera o anticódon e consequentemente o aminoácido.
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