Buscar

alterações pós mortais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 Patologia veterinária | Profª Valíria Cerqueira | Medicina Veterinária UFPA 2019 | @drabichinho 
Alterações pós-morte ou cadavéricas, são todas 
aquelas alterações observadas num cadáver que não 
tenham ocorrido no indivíduo em vida. É importante o 
conhecimento dessas alterações a fim de se evitar que 
se confundam as alterações da morte e as lesões 
provocadas em vida pelas doenças. 
 Fenômenos: 
• Autolíticos: abiótico destrutivo que implica 
em autodigestão celular 
• Putrefativos: é de natureza bacteriana devido 
aos germes presentes no trato digestivo ou 
que penetram no organismo provenientes do 
meio externo após a morte. 
 Velocidade da alteração pós-morte variam: 
• Tempo de morte 
• Presença de infecção bacteriana 
• Estado nutricional 
• Peso 
• Idade e espécie 
• Nível de ATB no corpo 
• Temperatura ambiental 
• Temperatura corporal no momento da morte 
• Tipo de pelagem 
• Saúde e estado metabólico 
• Tipo de tecido 
 
Cronologia pós-morte 
Características Tempo 
Corpo flácido, quente e sem livores - 2hr 
Rigidez da nuca e mandíbula 2-4hr 
Rigidez dos membros anteriores, 
nuca, mandíbula e livores acentuados 
4-6hr 
Rigidez generalizada, manchas de 
hipóstase 
8-36hr 
Início de flacidez e putrefação 24hr 
Flacidez generalizada e putrefação 48hr 
Coliquação manifesta 72hr 
Desaparecimento de tecidos moles 2-3 anos 
Esqueletização completa +3 anos 
 
TIPOS DE ALTERAÇÕES CADAVÉRICAS 
 Rigor mortis: é a condição na qual os músculos 
mostram-se rígidos e contraídos, não sendo 
possível a movimentação passiva das articulações. 
Após a morte somática ocorre a interrupção da 
circulação do sangue. No entanto, a atividade 
muscular continua até a redução dos substratos 
energéticos celulares. Ocorre a diminuição 
progressiva do pH do músculo, nível de oxigênio, 
do trifosfato de adenosina (ATP) e da creatina-
fosfato. 
Este enrijecimento está relacionado com a contração 
pós-morte das fibras musculares à medida que o ATP 
decresce. O ATP pode ser ressintetizado a partir do 
glicogênio e por isso há retardamento do enrijecimento 
dos músculos de animais bem alimentados e com alto 
teor de glicogênio muscular. As fibras musculares se 
encurtam desencadeando a fase de rigor. Esse 
processo é semelhante à contração muscular. 
 
 
 
 Coagulação post-mortem do sangue: se inicia logo 
após a parada cardíaca, após o sangue parar no 
leito vascular, iniciando o processo de coágulos. 
• Tipos de coágulos: 
o Lardáceos: predominam leucócitos, 
plaquetas e fibrina 
o Mistos: há uma mistura de leucócitos e 
hemácias 
 
 
 
Coágulo pós morte Trombo 
Liso Seco 
Gelatinoso Friável 
Elástico Inelástico 
Brilhante Sem brilho 
Vermelho intenso ou 
amarelo 
Branco ou amarelo 
opaco 
Estrutura uniforme Estrutura estratificada 
Fibrina Plaquetas e fibrina 
Forma-se no sangue 
estagnado 
Forma-se no sangue 
em fluxo (ante-mortem) 
 
2 Patologia veterinária | Profª Valíria Cerqueira | Medicina Veterinária UFPA 2019 | @drabichinho 
(post-mortem) 
Sempre solto no SCV Sempre aderido à 
parede vascular. 
Formado no animal após 
a morte 
Forma-se no animal 
durante a vida 
Iniciado por 
tromboplastina após a 
morte. 
É causado por lesão 
endotelial 
 
 Autólise: autodigestão dos tecidos produzida pelas 
enzimas lisossômicas citoplasmáticas, após a 
morte. Essa alteração precoce traz como 
consequência a perda de detalhes celulares e 
tintoriais, que podem causar alguma confusão e 
dificuldade para o diagnóstico diferencial com os 
processos degenerativos. O citoplasma torna-se 
granuloso e hialino, há perda dos limites celulares 
e da afinidade pelos corantes. A ausência de reação 
inflamatória e a ocorrência de hemólise 
intravascular diferenciam estas alterações da 
necrose. 
 Putrefação e enfisema post-mortem: destruição 
de um tecido por enzimas proteolíticas produzidas 
por bactérias decompositoras. Geralmente, 
provindos do trato intestinal, que decompõem 
(putrefazem) o organismo, alterando de tal 
maneira suas características de modo a torná-lo 
impróprio para a necropsia. O enfisema cadavérico 
são gases originados da putrefação surgem no 
interior das vísceras e tecido subcutâneo. A 
proliferação de bactérias putrefativas decompõe 
os tecidos levando à formação de pequenas bolhas 
de gás sulfídrico (H2S). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ruptura e deslocamento do TGI: modificação na 
posição das vísceras, às vezes com torção e até 
ruptura. Ocorre por fermentação e putrefação do 
conteúdo gastrointestinal produzem gases que 
deslocam vísceras, 
forçando-as 
muitas vezes a 
mudar de posição, 
distenderem e 
torcerem, às 
vezes, conforme a 
distensão e/ou a 
torção podem se 
romper. 
 
 
 Congestão hipostática: acomodação gravitacional 
do sangue para os lados de decúbito do animal 
durante a fase agônica que precede a morte do 
animal, ou seja, quando o sangue vai todo pra um 
lado do órgão/tecido. É mais evidente em órgãos 
pares tipo rins, pulmões, etc. 
 
 
 
3 Patologia veterinária | Profª Valíria Cerqueira | Medicina Veterinária UFPA 2019 | @drabichinho 
 Pseudomelanose: presença de manchas cinza-
esverdeadas nas vísceras e pele produto da 
sulfameta-hemoglobina derivada do gás sulfídrico 
com a hemoglobina. O ácido sulfídrico (H2S) 
oriundo das putrefações reage com o ferro liberado 
da hemoglobina após a hemólise formando o 
sulfureto de ferro que cora os tecidos em cinza 
esverdeado. 
 
 
 
 Embebidamento pela bile: constatação de uma 
coloração amarelo-esverdeada nos tecidos 
circunvizinhos à vesícula biliar. A ação dos sais 
biliares promove uma autólise rápida da parede da 
vesícula que facilita a 
difusão dos pigmentos 
biliares que determina 
uma coloração 
semelhante a esses 
pigmentos nas 
estruturas próximas a 
vesícula biliar, como: 
fígado, estomago e 
alças intestinais. 
 
 
 
 Livor mortis: acomodação gravitacional do sangue 
para o lado de decúbito do animal. Manchas 
violáceas, nos locais de declive, que desaparecem 
pela compressão digital. Aparecem entre 2-4 horas 
se o animal permanecer na mesma posição. 
 
 
ACHADOS EXTERNOS E GERAIS 
 Descarga nasal sanguinolenta: congestão e 
ruptura dos vasos sanguíneos da mucosa na hora 
da morte. Diferenciar de: 
• Hemorragias verdadeiras da cavidade nasal: 
hemorragias pulmonares pela ruptura da 
artéria pulmonar em bovinos com abcessos 
pulmonares de uma ruptura prévia de 
abcessos hepáticos e subsequente 
tromboflebite séptica da veia cava caudal. 
 
 Descarga nasal 
 
Hemorragia verdadeira 
 
 Descarga de conteúdo gastrointestinal pelas 
cavidades nasais/oral: achado pós-mortal comum, 
mesmo pouco tempo após a morte pelo 
relaxamento do esfíncter gástrico. 
 
 
 
 
 
4 Patologia veterinária | Profª Valíria Cerqueira | Medicina Veterinária UFPA 2019 | @drabichinho 
 Prolapso vaginal/retal: distensão das vísceras 
abdominais, principalmente de animais 
submetidos à alimentação fermentativa. Pode ser 
confundido com timpanismo ante-mortem. 
 Melanose: pigmentação cinza-escura ou preta e 
ocorre particularmente naqueles animais de 
pelagem cinza, marrom e preta, devido à 
deposição (ectópica) de melanina. Onde 
aparecem: 
• Artéria pulmonar e aorta de ovinos 
• Encéfalo, meninges, adrenais, útero (nas 
carúnculas uterinas), epiglote, traqueia, rins, 
cavidade oral, pulmões (pleura) e esôfago em 
outras espécies. 
 
 
 
 Pseudoicterícia do cavalo: acentuação do tom 
amarelado dos tecidos de certas raças de gado 
como Guernsey e Jersey. 
 
 
 
 Locais de injeção: material de aspecto seco e 
bronzeado junto com líquido e fibrina com odor de 
medicamento. É encontrado nas cavidades pleural 
e pericárdica pode ser resultante de injeções de 
barbitúricos ou outras soluções usadas para 
eutanásia. 
 
 
 
 
 
SISTEMA HEMOLINFOPOIÉTICO 
 Baço: pode apresentar defeitos na cápsula 
esplênica, extrusão da polpa vermelha, nódulos 
sideróticos. 
 Nodos hemáticos: são encontrados apenas em 
ruminantes. 
 
FÍGADO E VESÍCULA BILIAR 
 Lipidosede tensão: fígado aumentado de volume 
faz tensão da cápsula e estroma incluindo os vasos 
há comprometimento vascular com hipóxia do 
parênquima e uma subsequente degeneração 
gordurosa dos hepatócitos. 
 Outros achados: fibrose capsular e teleangiectasia.

Outros materiais