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Aula 2 - Subespaços Vetoriais Combinações Lineares 18/08/2020 Definição 1. (Espaço Vetorial) Um espaço vetorial V é uma coleção de objetos denominados vetores munida de duas operações: (A) Adição vetorial: (u,v) ——> u+v (M) Multiplicação por escalar : (λ,u) ——> λu escalar = número real • Estas operações devem satisfazer uma lista de 8 propriedades (axiomas). Mais precisamente, para todos os vetores u, v e w de V e para todos os números reais λ, λ₁ e λ₂, os seguintes axiomas são válidos: Lista de axiomas: (A1) u+v = v+u (comutatividade) (A2) u+(v+w)=(u+v)+w (associatividade) (A3) ∃O∊V : u+O=u (vetor nulo) (A4)∃-u∊V: u+(-u)=0 (elemento oposto) (M1) (λ₁+λ₂)u = λ₁u+λ₂u (distributiva 1) (M2) λ(u+v) = λu+λv (distributiva 2) (M3) λ₁(λ₂u)=(λ₁λ₂)u (M4) 1u=u OBS. O vetor O é chamado vetor nulo. Exemplos de Espaços Vetoriais Exemplo 1. Vetor nulo Rn IR ftp.k vn vier kien Up Un 1 4 r Up 14 UntVn Alv vn Av Nr O 0,0 0 u vn p vn Y Un_Un Exemplo 2. M Conj. Matrizes mxn Vetor nulo min Mas a e ir kitten E E t.li L ali L Cú a l 1 t.li I AÍ br Exemplo 3. P conj. dos polinômios grau (p) = grau (q) p=q e Os coeficientes dos termos de mesmo grau são iguais p 2 3É t 7 se 9 x 4K 3kt 4 Pt f R 42 3É 14kt 4 3p m 9 721 0 4 0 Ar vetor nulo p q pcr q a V x.CM f Propriedades que valem em todo Espaço vetorial V número zero (I) u=O vetor nulo vetor qualquer (II) λO=O vetor nulo, λ∊ℝ (III) -u=(-1)u vetor qualquer elemento oposto (IV) O vetor nulo O é unico Justificativa: (I) 0u+0u=(0+0)u=0u (Usando (M1)) (0u+0u)+(-0u)=0u+(-0u)=O (Usando (A4)) (0u+(-0u))+0u=O (Usando (A2)) O+0u=O (Usando (A4)) 0u=O (II), (III), (IV) Basta proceder de modo análogo ao (I). s i Definição 2. (Subespaço vetorial) Um subespaço de um espaço vetorial V é um subconjunto H de V que tem três propriedades: (i) O vetor nulo O está em H; (ii) u+v∊H para todo u∊H e v∊H; (iii) λu∊H para todo λ∊ℝ e u∊H. Proposição 1: Todo subespaço vetorial é um espaço vetorial. Prova. H≠∅ pois O∊H. As operações de adição e multiplicação por escalar de V podem ser colocadas em H porque H é subespaço. Como V é espaço vetorial, as operações de adição e multiplicação por escalar herdam de V os 8 axiomas (A1)-(A4) e (M1)-(M4). Exemplos de subespaços vetoriais Exemplo 4. H={0} subespaço nulo. Prova. Vamos verificar as propriedades (i)-(iii). (i) O∊H (ii) u,v∊H ⟹ u=v=O ⟹ u+v=O+O=O∊H. (iii) λ∊ℝ e u∊H ⟹ u=O ⟹ λu=O∊H. Desta forma, H é um subespaço vetorial. Exemplo 5. Retas que passam pela origem e planos que passam pela origem são subespaços vetoriais do ℝ² e ℝ³. Justificativa. Caso I) H é uma reta que contém O. Nesse caso, da Geometria Analítica, H={O+tv: t∊ℝ}, onde v é o vetor diretor. Vamos verificar (i)-(iii). (i) O∊H pois a reta passa por O. (ii) u,v∊H ⟹ u=t₁v e v=t₂v. Assim u+v=t₁v+t₂v=(t₁+t₂)v=tv∊H t (iii) λ∊ℝ e u∊H ⟹ u=t₁v ⟹ λu=(λt₁)v∊H. Assim, H é subespaço vetorial. Caso II) H é um plano que contém O. É análogo, basta usar que nesse caso H={O+tu+sv: t∊ℝ+s∊ℝ}, u,v vetores diret. Obs. Retas ou planos que não passam pela origem não são subespaços vetoriais pois não contém O. Exemplo 6. As matrizes triangulares inferior de ordem mxn formam um subespaço vetorial de M. Prova. Suponha m=n=2, por exemplo. Então, (i) é verdadeira porque Sejam Então e Exemplo 7. O conjunto de polinômios P de grau≤n formam um subespaço vetorial de P. Prova. (i) é verdadeira pois o polinômio nulo é considerado aqui ter grau -∞. Sejam P:ℝ⇾ℝ e Q:ℝ⇾ℝ polinômios de grau ≤n. Então podemos escrever: Logo, Assim, p+q∊P e λp∊P . Isto mostra que (ii) e (iii) são verdadeiras. n Combinações lineares Definição 3. (combinação linear) Seja V um espaço vetorial. Um vetor b∊V é combinação linear de r vetores v₁, v₂, …, vᵣ se existem números reais 𝓧₁, 𝓧₂, …, 𝓧ᵣ tais que b=𝓧₁v₁ +𝓧₂v₂+…+𝓧ᵣvᵣ Exemplos de combinações lineares: Obs. O vetor nulo é combinação linear de qualquer conjunto de vetores. Exemplo 8. Sejam Determine se b é combinação linear de Resolução: Matriz aumentada hey b ikpvptxzvzlv.nl b 1 2 7 EH D así56 3 I Aplicando o Método de Gauss Conclusão: b é combinação linear de v₁ e v₂. Mais precisamente, ÉL tl E E Htt I 1 Esta Proposição 2. Sejam v₁, v₂, …, vᵣ vetores coluna do ℝⁿ. Dado um vetor coluna b, a equação vetorial b=𝓧₁v₁ +𝓧₂v₂+…+𝓧ᵣvᵣ tem a mesma solução que o sistema linear com matriz aumentada A= [v₁ v₂ … vᵣ | b] Em particular, o vetor b é combinação linear dos vetores v₁, v₂, …, vᵣ se e somente se o sistema linear associado à matriz A tem solução. Definição 4. O conjunto de todas as combinações lineares de r vetores v₁, v₂, …, vᵣ de um espaço vetorial V é denotado por span(v₁, v₂, …, vᵣ). Desta forma, span(v₁, …, vᵣ)={𝓧₁v₁+…+𝓧ᵣvᵣ : 𝓧ᵢ∊ℝ} Exemplo 9. P =span(1,x,x²,…,x ). Justificativa. Um polinômio p é um vetor de P se e somente se o gr au de p é ≤n. Em outras palavras, p está em P se e somente se existem coeficientes reais Desta forma, p∊P se e somente se p∊span(1,x,x²,…,x ). n n n n n n Exemplo 10. ℝ³=span((1,0,0), (0,1,0), (0,0,1)). Justificativa: Span((1,0,0), (0,1,0), (0,0,1)) ={a(1,0,0)+b(0,1,0)+c(0,0,1) : a,b,c∊ℝ} ={(a,0,0)+(0,b,0)+(0,0,c) : a,b,c∊ℝ} ={(a,b,c): a,b,c∊ℝ} =ℝ³. Proposição 3. Sejam v₁, v₂, …, vᵣ vetores de um espaço vetorial V. Então o conjunto span(v₁, v₂, …, vᵣ) é um subespaço vetorial de V denominado subespaço vetorial gerado por v₁, v₂, …, vᵣ. Prova. Basta verificar as propriedades (i)-(iii). (i) O∊span(v₁, v₂, …, vᵣ) pois O=Ov₁+Ov₂ + … + Ovᵣ. (ii) Sejam u = a₁v₁+a₂v₂+…+aᵣvᵣ v = b₁v₁+b₂v₂+…+bᵣvᵣ vetores quaisquer de span(v₁, v₂, …, vᵣ) Então u+v=(a₁+b₁)v₁+(a₂+b₂)v₂+…+(aᵣ+bᵣ)vᵣ Portanto, u+v∊span(v₁, v₂, …, vᵣ) (iii) Se λ∊ℝ e u = a₁v₁+a₂v₂+…+aᵣvᵣ, Então λu = (a₁λ)v₁+(λa₂)v₂+…+(λaᵣ)vᵣ, Logo, λu∊span(v₁, v₂, …, vᵣ) Exemplo 11. Toda reta que passa pela origem é o subespaço gerado pelo seu vetor diretor e todo plano que passa pela origem é o subespaço vetorial gerado pelos seus vetores diretores. Justificativa. Seja r uma reta com vetor diretor r que passa pela origem. Então, do curso de Geometria Analítica, os pontos da reta formam o conjunto H={tv: t∊ℝ}=span(v). Analogamente, se π é um plano com vetores diretores u e v, então do curso de Geometria Analítica, os pontos do plano formam o conjunto H={tu+sv: t∊ℝ e s∊ℝ}=span(u,v).
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