Buscar

AgenteEpiMod1.pdf

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

A SECTI - Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação e 
Educação Profissional através do Programa QualificarES 
ofereci diversos cursos de formação e novas oportunidades e 
formando o cidadão que procura aperfeiçoar seu 
conhecimento melhorando sua vida. O curso de Agente 
Epidemiológico tem o importante papel, de assistir a 
população e a comunidade na promoção e prevenção da 
saúde. 
Este curso está dividido da seguinte forma: primeiramente 
abordaremos aspectos gerais, como a função do Agente 
Epidemiológico, local de atuação na comunidade, história do 
SUS e Vigilância Epidemiológica, assim como conceitos 
importantes relativos a profissão; posteriormente falaremos 
da ética no trabalho juntamente com a pratica e atenção à 
saúde e por fim sobre doenças transmitidas por vetores que 
mais acometem a população. Começaremos com a parte 
mais densa, pois precisamos conhecer o SUS e nossa função.
 Vamos ao estudo!!!
Agente Epidemiológico 
MÓDULO I 
Entre diversas outras abordagens possíveis para se entender o 
conceito de saúde, apresentaremos uma que nos parece mais útil 
à nossa discussão, a qual tem sido defendida por alguns autores 
(NARVAI et al., 2008). Pode-se então descrever a condição de 
saúde, didaticamente, segundo a� soma de três planos: subindividual, 
individual e coletivo,�apresentados a seguir.
O plano subindividual� seria o correspondente ao nível biológico e 
orgânico, fisiológico ou fisiopatológico. Nesse plano, o processo 
saúde-adoecimento seria definido pelo equilíbrio dinâmico entre a 
normalidade – anormalidade/funcionalidade – disfunções. Assim, 
quando a balança pender para o lado da anormalidade/disfunção, 
podem ocorrer basicamente duas situações: a enfermidade e a 
doença. A enfermidade seria a condição percebida pela pessoa ou 
paciente, caracterizando-a como queda de ânimo, algum sintoma 
físico, ou mesmo dor. A doença seria a condição detectada pelo 
profissional de saúde, com quadro clínico definido e enquadrada 
como uma entidade ou classificação nosológica (NARVAI et al., 
2008).
O plano individual entende que as disfunções e anormalidades ocorrem 
em indivíduos que são seres biológicos e sociais ao mesmo 
tempo. Portanto, as alterações no processo saúde-adoecimento 
resultam não apenas de aspectos biológicos, mas também das 
condições gerais da existência dos indivíduos, grupos e classes 
sociais, ou seja, teriam dimensões individuais e coletivas. Segundo 
essa concepção, a condição de saúde poderia variar entre um 
extremo de mais perfeito bem-estar até o extremo da morte, com 
uma série de processos e eventos intermediários.
O plano coletivo expande ainda mais o entendimento sobre o processo 
saúde-adoecimento, que é encarado não como a simples soma 
das condições orgânicas e sociais de cada indivíduo isoladamente, 
senão a expressão de um processo social mais amplo, que resulta 
de uma complexa trama de fatores e relações, representados por 
determinantes do fenômeno nos vários níveis de análise: família, 
domicílio, microárea, bairro, município, região, país, continente etc. 
(NARVAI et al., 2008). Nessa linha, fica mais fácil compreender a 
definição de Minayo (1994 apud NARVAI et al., 2008) sobre saúde: 
“fenômeno clínico e sociológico vivido culturalmente.”
A saúde é silenciosa: geralmente não a percebemos em sua plenitude; 
na maior parte das vezes, apenas a identificamos quando 
adoecemos. É uma experiência de vida, vivenciada no âmago do 
corpo individual. Ouvir o próprio corpo é uma boa estratégia para 
assegurar a saúde com qualidade, pois não existe um limite 
preciso entre a saúde e a doença, mas uma relação de 
reciprocidade entre ambas; entre a normalidade e a patologia, na 
qual “os mesmos fatores que permitem ao homem viver (alimento, 
No Brasil, pode-se dizer que a história da saúde pública foi, em 
grande parte, marcada pela tentativa de eliminar grandes surtos 
epidêmicos desde períodos coloniais, como o de febre amarela, e 
outros que surgiram posteriormente ao longo dos anos, como 
malária, leishmaniose e doença de Chagas (LIMA, 2002 apud 
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019a).
Barata (1987 apud Ministério da Saúde, 2019a) acredita que as 
epidemias sempre estiveram presentes na história das 
coletividades humanas. E por isso, os contextos sociais dos 
modos de produção, associados aos fatores econômicos, 
condicionaram modificações no ambiente e nas estruturas 
urbanas e rurais que favoreceram e ainda favorecem a sua 
ocorrência. 
Em períodos recentes, pelo grande impacto na morbidade e na 
mortalidade, além das implicações sobre os serviços de saúde, 
destacam-se especificamente as epidemias de arboviroses 
(doenças causadas por arbovírus, do inglês Arthropod Borne 
VIRUS), como dengue, Zika, febre amarela e Chikungunya 
(DONALISIO; FREITAS; VON ZUBEN, 2017 apud MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2019a). 
A interação do homem com o meio ambiente é muito complexa e 
dinâmica, envolvendo fatores conhecidos ou não, que podem 
sofrer alterações ao longo do tempo, ou se modificarem no 
momento em que se desencadeia a ação (FUNASA, 2002).
Como o controle das doenças transmissíveis se baseia em 
intervenções que, atuando sobre um ou mais elos conhecidos da 
cadeia epidemiológica, são capazes de interrompê-la, as 
estratégias de intervenção tendem a ser aprimoradas ou 
substituídas, na medida em que novos conhecimentos são 
aportados, seja por descobertas científicas (terapêuticas, 
fisiopatogênicas ou epidemiológicas), seja pela observação 
água, ar, clima, habitação, trabalho, tecnologia, relações familiares 
e sociais) podem causar doença, se agem com determinada 
intensidade, se pesam em excesso ou faltam, se agem sem 
controle”. (Minayo, 1994 apud NARVAI et al., 2008) 
Essa relação é demarcada pela forma de vida dos seres humanos, 
pelos determinantes biológicos, psicológicos e sociais. Tal 
constatação nos remete à reflexão de o processo 
saúde-doença-adoecimento ocorrer de maneira desigual entre os 
indivíduos, as classes e os povos, recebendo influência direta do 
local que os seres ocupam na sociedade. (BERLINGUER. In: 
BRÊTAS; GAMBA, 2006). Canguilhem e Caponi (1995. In: BRÊTAS; 
GAMBA, 2006) consideram que, para a saúde, é necessário partir da 
dimensão do ser, pois é nele que ocorrem as definições do normal 
ou patológico.
O considerado normal em um indivíduo pode não ser em outro; não 
há rigidez no processo. Dessa maneira, podemos deduzir que o ser 
humano precisa conhecer-se, necessita saber avaliar as 
transformações sofridas por seu corpo e identificar os sinais 
expressos por ele. Esse processo é viável apenas na perspectiva 
relacional, pois o normal e o patológico só podem ser apreciados 
em uma relação.
Nessa dimensão, a saúde torna-se a 
capacidade que o ser humano tem de 
gastar, consumir a própria vida. 
Entretanto, é importante destacar que a 
vida não admite a reversibilidade; ela 
aceita apenas reparações. Cada vez 
que o indivíduo fica doente, está 
reduzindo o poder que tem de enfrentar 
outros agravos; ele gasta seu seguro 
biológico, sem o qual não estaria nem 
mesmo vivo (BRÊTAS; GAMBA, 2006).
sistemática do comportamento dos procedimentos de prevenção e 
controle estabelecidos (FUNASA, 2002).
 
A evolução desses conhecimentos contribui, também, para a 
modificação de conceitos e de formas organizacionais dos 
serviços de saúde, na contínua busca do seu aprimoramento 
(FUNASA, 2002).
2
INTRODUÇÃO
No curso de Agente Epidemiológico iremos abordar assuntos 
relevantes para o bom exercício da profissão. Também, 
abordaremos sobre a Saúde Pública, Vigilância Epidemiológica e 
Sanitária, bem como seus conceitos e funções. 
No cenário atual, o desafio de combate endemias é uma forma 
importantíssima para evitar a emergência e reemergência de 
doenças, através das ações que devem ser desenvolvidas com a 
participação da população. Por meio de informações e trabalhos 
educativos praticados pelos agentes de endemias com vistas a 
difundir junto aos moradores e comunidades, tendo como papel 
fundamental o elo entreo conhecimento do processo saúde e 
doença. 
A situação epidemiológica atual das endemias no país 
caracteriza-se pelas condições favoráveis para seu 
desenvolvimento e distribuição, ocorrendo à vulnerabilidade para a 
população em algumas regiões. Mas através de esforços de 
instituições de ensino, órgãos públicos na prevenção e controle de 
doenças são maneiras de evitar e diminuir os índices de infestação. 
Com esse propósito que o material do Agente Epidemiológico, 
possibilitará a ampliação do processo de conhecimento sobre as 
principais endemias de interesse em saúde pública.
Entre diversas outras abordagens possíveis para se entender o 
conceito de saúde, apresentaremos uma que nos parece mais útil 
à nossa discussão, a qual tem sido defendida por alguns autores 
(NARVAI et al., 2008). Pode-se então descrever a condição de 
saúde, didaticamente, segundo a� soma de três planos: subindividual, 
individual e coletivo,�apresentados a seguir.
O plano subindividual� seria o correspondente ao nível biológico e 
orgânico, fisiológico ou fisiopatológico. Nesse plano, o processo 
saúde-adoecimento seria definido pelo equilíbrio dinâmico entre a 
normalidade – anormalidade/funcionalidade – disfunções. Assim, 
quando a balança pender para o lado da anormalidade/disfunção, 
podem ocorrer basicamente duas situações: a enfermidade e a 
doença. A enfermidade seria a condição percebida pela pessoa ou 
paciente, caracterizando-a como queda de ânimo, algum sintoma 
físico, ou mesmo dor. A doença seria a condição detectada pelo 
profissional de saúde, com quadro clínico definido e enquadrada 
como uma entidade ou classificação nosológica (NARVAI et al., 
2008).
O plano individual entende que as disfunções e anormalidades ocorrem 
em indivíduos que são seres biológicos e sociais ao mesmo 
tempo. Portanto, as alterações no processo saúde-adoecimento 
resultam não apenas de aspectos biológicos, mas também das 
condições gerais da existência dos indivíduos, grupos e classes 
sociais, ou seja, teriam dimensões individuais e coletivas. Segundo 
essa concepção, a condição de saúde poderia variar entre um 
extremo de mais perfeito bem-estar até o extremo da morte, com 
uma série de processos e eventos intermediários.
O plano coletivo expande ainda mais o entendimento sobre o processo 
saúde-adoecimento, que é encarado não como a simples soma 
das condições orgânicas e sociais de cada indivíduo isoladamente, 
senão a expressão de um processo social mais amplo, que resulta 
de uma complexa trama de fatores e relações, representados por 
determinantes do fenômeno nos vários níveis de análise: família, 
domicílio, microárea, bairro, município, região, país, continente etc. 
(NARVAI et al., 2008). Nessa linha, fica mais fácil compreender a 
definição de Minayo (1994 apud NARVAI et al., 2008) sobre saúde: 
“fenômeno clínico e sociológico vivido culturalmente.”
A saúde é silenciosa: geralmente não a percebemos em sua plenitude; 
na maior parte das vezes, apenas a identificamos quando 
adoecemos. É uma experiência de vida, vivenciada no âmago do 
corpo individual. Ouvir o próprio corpo é uma boa estratégia para 
assegurar a saúde com qualidade, pois não existe um limite 
preciso entre a saúde e a doença, mas uma relação de 
reciprocidade entre ambas; entre a normalidade e a patologia, na 
qual “os mesmos fatores que permitem ao homem viver (alimento, 
No Brasil, pode-se dizer que a história da saúde pública foi, em 
grande parte, marcada pela tentativa de eliminar grandes surtos 
epidêmicos desde períodos coloniais, como o de febre amarela, e 
outros que surgiram posteriormente ao longo dos anos, como 
malária, leishmaniose e doença de Chagas (LIMA, 2002 apud 
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019a).
Barata (1987 apud Ministério da Saúde, 2019a) acredita que as 
epidemias sempre estiveram presentes na história das 
coletividades humanas. E por isso, os contextos sociais dos 
modos de produção, associados aos fatores econômicos, 
condicionaram modificações no ambiente e nas estruturas 
urbanas e rurais que favoreceram e ainda favorecem a sua 
ocorrência. 
Em períodos recentes, pelo grande impacto na morbidade e na 
mortalidade, além das implicações sobre os serviços de saúde, 
destacam-se especificamente as epidemias de arboviroses 
(doenças causadas por arbovírus, do inglês Arthropod Borne 
VIRUS), como dengue, Zika, febre amarela e Chikungunya 
(DONALISIO; FREITAS; VON ZUBEN, 2017 apud MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2019a). 
A interação do homem com o meio ambiente é muito complexa e 
dinâmica, envolvendo fatores conhecidos ou não, que podem 
sofrer alterações ao longo do tempo, ou se modificarem no 
momento em que se desencadeia a ação (FUNASA, 2002).
Como o controle das doenças transmissíveis se baseia em 
intervenções que, atuando sobre um ou mais elos conhecidos da 
cadeia epidemiológica, são capazes de interrompê-la, as 
estratégias de intervenção tendem a ser aprimoradas ou 
substituídas, na medida em que novos conhecimentos são 
aportados, seja por descobertas científicas (terapêuticas, 
fisiopatogênicas ou epidemiológicas), seja pela observação 
água, ar, clima, habitação, trabalho, tecnologia, relações familiares 
e sociais) podem causar doença, se agem com determinada 
intensidade, se pesam em excesso ou faltam, se agem sem 
controle”. (Minayo, 1994 apud NARVAI et al., 2008) 
Essa relação é demarcada pela forma de vida dos seres humanos, 
pelos determinantes biológicos, psicológicos e sociais. Tal 
constatação nos remete à reflexão de o processo 
saúde-doença-adoecimento ocorrer de maneira desigual entre os 
indivíduos, as classes e os povos, recebendo influência direta do 
local que os seres ocupam na sociedade. (BERLINGUER. In: 
BRÊTAS; GAMBA, 2006). Canguilhem e Caponi (1995. In: BRÊTAS; 
GAMBA, 2006) consideram que, para a saúde, é necessário partir da 
dimensão do ser, pois é nele que ocorrem as definições do normal 
ou patológico.
O considerado normal em um indivíduo pode não ser em outro; não 
há rigidez no processo. Dessa maneira, podemos deduzir que o ser 
humano precisa conhecer-se, necessita saber avaliar as 
transformações sofridas por seu corpo e identificar os sinais 
expressos por ele. Esse processo é viável apenas na perspectiva 
relacional, pois o normal e o patológico só podem ser apreciados 
em uma relação.
Nessa dimensão, a saúde torna-se a 
capacidade que o ser humano tem de 
gastar, consumir a própria vida. 
Entretanto, é importante destacar que a 
vida não admite a reversibilidade; ela 
aceita apenas reparações. Cada vez 
que o indivíduo fica doente, está 
reduzindo o poder que tem de enfrentar 
outros agravos; ele gasta seu seguro 
biológico, sem o qual não estaria nem 
mesmo vivo (BRÊTAS; GAMBA, 2006).
sistemática do comportamento dos procedimentos de prevenção e 
controle estabelecidos (FUNASA, 2002).
 
A evolução desses conhecimentos contribui, também, para a 
modificação de conceitos e de formas organizacionais dos 
serviços de saúde, na contínua busca do seu aprimoramento 
(FUNASA, 2002).
3
SAÚDE PÚBLICA
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é “um 
estado de completo bem-estar físico, mental e social e não 
somente ausência de afecções e enfermidades”. Também define 
como um direito social, inerente à condição de cidadania, que deve 
ser assegurado sem distinção de raça, de religião, ideologia 
política ou condição socioeconômica, e assim é apresentada como 
um valor coletivo, e um bem de todos (MARQUES et al, 2016).
Baseado nesta definição, muitas providências foram tomadas em 
relação à saúde durante todos esses anos. Muito ainda se tem a 
melhorar e conquistar, mas os primeiros passos já foram dados.
CONCEITO SAÚDE OMS
PROCESSO SAÚDE DOENÇA
Entre diversas outras abordagens possíveis para se entender o 
conceito de saúde, apresentaremos uma que nos parece mais útil 
à nossa discussão, a qual tem sido defendida por alguns autores 
(NARVAI et al., 2008). Pode-se então descrever a condição de 
saúde, didaticamente, segundo a� soma de três planos: subindividual, 
individuale coletivo,�apresentados a seguir.
O plano subindividual� seria o correspondente ao nível biológico e 
orgânico, fisiológico ou fisiopatológico. Nesse plano, o processo 
saúde-adoecimento seria definido pelo equilíbrio dinâmico entre a 
normalidade – anormalidade/funcionalidade – disfunções. Assim, 
quando a balança pender para o lado da anormalidade/disfunção, 
podem ocorrer basicamente duas situações: a enfermidade e a 
doença. A enfermidade seria a condição percebida pela pessoa ou 
paciente, caracterizando-a como queda de ânimo, algum sintoma 
físico, ou mesmo dor. A doença seria a condição detectada pelo 
profissional de saúde, com quadro clínico definido e enquadrada 
como uma entidade ou classificação nosológica (NARVAI et al., 
2008).
O plano individual entende que as disfunções e anormalidades ocorrem 
em indivíduos que são seres biológicos e sociais ao mesmo 
tempo. Portanto, as alterações no processo saúde-adoecimento 
resultam não apenas de aspectos biológicos, mas também das 
condições gerais da existência dos indivíduos, grupos e classes 
sociais, ou seja, teriam dimensões individuais e coletivas. Segundo 
essa concepção, a condição de saúde poderia variar entre um 
extremo de mais perfeito bem-estar até o extremo da morte, com 
uma série de processos e eventos intermediários.
O plano coletivo expande ainda mais o entendimento sobre o processo 
saúde-adoecimento, que é encarado não como a simples soma 
das condições orgânicas e sociais de cada indivíduo isoladamente, 
senão a expressão de um processo social mais amplo, que resulta 
de uma complexa trama de fatores e relações, representados por 
determinantes do fenômeno nos vários níveis de análise: família, 
domicílio, microárea, bairro, município, região, país, continente etc. 
(NARVAI et al., 2008). Nessa linha, fica mais fácil compreender a 
definição de Minayo (1994 apud NARVAI et al., 2008) sobre saúde: 
“fenômeno clínico e sociológico vivido culturalmente.”
A saúde é silenciosa: geralmente não a percebemos em sua plenitude; 
na maior parte das vezes, apenas a identificamos quando 
adoecemos. É uma experiência de vida, vivenciada no âmago do 
corpo individual. Ouvir o próprio corpo é uma boa estratégia para 
assegurar a saúde com qualidade, pois não existe um limite 
preciso entre a saúde e a doença, mas uma relação de 
reciprocidade entre ambas; entre a normalidade e a patologia, na 
qual “os mesmos fatores que permitem ao homem viver (alimento, 
No Brasil, pode-se dizer que a história da saúde pública foi, em 
grande parte, marcada pela tentativa de eliminar grandes surtos 
epidêmicos desde períodos coloniais, como o de febre amarela, e 
outros que surgiram posteriormente ao longo dos anos, como 
malária, leishmaniose e doença de Chagas (LIMA, 2002 apud 
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019a).
Barata (1987 apud Ministério da Saúde, 2019a) acredita que as 
epidemias sempre estiveram presentes na história das 
coletividades humanas. E por isso, os contextos sociais dos 
modos de produção, associados aos fatores econômicos, 
condicionaram modificações no ambiente e nas estruturas 
urbanas e rurais que favoreceram e ainda favorecem a sua 
ocorrência. 
Em períodos recentes, pelo grande impacto na morbidade e na 
mortalidade, além das implicações sobre os serviços de saúde, 
destacam-se especificamente as epidemias de arboviroses 
(doenças causadas por arbovírus, do inglês Arthropod Borne 
VIRUS), como dengue, Zika, febre amarela e Chikungunya 
(DONALISIO; FREITAS; VON ZUBEN, 2017 apud MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2019a). 
A interação do homem com o meio ambiente é muito complexa e 
dinâmica, envolvendo fatores conhecidos ou não, que podem 
sofrer alterações ao longo do tempo, ou se modificarem no 
momento em que se desencadeia a ação (FUNASA, 2002).
Como o controle das doenças transmissíveis se baseia em 
intervenções que, atuando sobre um ou mais elos conhecidos da 
cadeia epidemiológica, são capazes de interrompê-la, as 
estratégias de intervenção tendem a ser aprimoradas ou 
substituídas, na medida em que novos conhecimentos são 
aportados, seja por descobertas científicas (terapêuticas, 
fisiopatogênicas ou epidemiológicas), seja pela observação 
água, ar, clima, habitação, trabalho, tecnologia, relações familiares 
e sociais) podem causar doença, se agem com determinada 
intensidade, se pesam em excesso ou faltam, se agem sem 
controle”. (Minayo, 1994 apud NARVAI et al., 2008) 
Essa relação é demarcada pela forma de vida dos seres humanos, 
pelos determinantes biológicos, psicológicos e sociais. Tal 
constatação nos remete à reflexão de o processo 
saúde-doença-adoecimento ocorrer de maneira desigual entre os 
indivíduos, as classes e os povos, recebendo influência direta do 
local que os seres ocupam na sociedade. (BERLINGUER. In: 
BRÊTAS; GAMBA, 2006). Canguilhem e Caponi (1995. In: BRÊTAS; 
GAMBA, 2006) consideram que, para a saúde, é necessário partir da 
dimensão do ser, pois é nele que ocorrem as definições do normal 
ou patológico.
O considerado normal em um indivíduo pode não ser em outro; não 
há rigidez no processo. Dessa maneira, podemos deduzir que o ser 
humano precisa conhecer-se, necessita saber avaliar as 
transformações sofridas por seu corpo e identificar os sinais 
expressos por ele. Esse processo é viável apenas na perspectiva 
relacional, pois o normal e o patológico só podem ser apreciados 
em uma relação.
Nessa dimensão, a saúde torna-se a 
capacidade que o ser humano tem de 
gastar, consumir a própria vida. 
Entretanto, é importante destacar que a 
vida não admite a reversibilidade; ela 
aceita apenas reparações. Cada vez 
que o indivíduo fica doente, está 
reduzindo o poder que tem de enfrentar 
outros agravos; ele gasta seu seguro 
biológico, sem o qual não estaria nem 
mesmo vivo (BRÊTAS; GAMBA, 2006).
sistemática do comportamento dos procedimentos de prevenção e 
controle estabelecidos (FUNASA, 2002).
 
A evolução desses conhecimentos contribui, também, para a 
modificação de conceitos e de formas organizacionais dos 
serviços de saúde, na contínua busca do seu aprimoramento 
(FUNASA, 2002).
4
Entre diversas outras abordagens possíveis para se entender o 
conceito de saúde, apresentaremos uma que nos parece mais útil 
à nossa discussão, a qual tem sido defendida por alguns autores 
(NARVAI et al., 2008). Pode-se então descrever a condição de 
saúde, didaticamente, segundo a� soma de três planos: subindividual, 
individual e coletivo,�apresentados a seguir.
O plano subindividual� seria o correspondente ao nível biológico e 
orgânico, fisiológico ou fisiopatológico. Nesse plano, o processo 
saúde-adoecimento seria definido pelo equilíbrio dinâmico entre a 
normalidade – anormalidade/funcionalidade – disfunções. Assim, 
quando a balança pender para o lado da anormalidade/disfunção, 
podem ocorrer basicamente duas situações: a enfermidade e a 
doença. A enfermidade seria a condição percebida pela pessoa ou 
paciente, caracterizando-a como queda de ânimo, algum sintoma 
físico, ou mesmo dor. A doença seria a condição detectada pelo 
profissional de saúde, com quadro clínico definido e enquadrada 
como uma entidade ou classificação nosológica (NARVAI et al., 
2008).
O plano individual entende que as disfunções e anormalidades ocorrem 
em indivíduos que são seres biológicos e sociais ao mesmo 
tempo. Portanto, as alterações no processo saúde-adoecimento 
resultam não apenas de aspectos biológicos, mas também das 
condições gerais da existência dos indivíduos, grupos e classes 
sociais, ou seja, teriam dimensões individuais e coletivas. Segundo 
essa concepção, a condição de saúde poderia variar entre um 
extremo de mais perfeito bem-estar até o extremo da morte, com 
uma série de processos e eventos intermediários.
O plano coletivo expande ainda mais o entendimento sobre o processo 
saúde-adoecimento, que é encarado não como a simples soma 
das condições orgânicas e sociais de cada indivíduo isoladamente, 
senão a expressão de um processo social mais amplo, que resulta 
de uma complexa trama de fatorese relações, representados por 
determinantes do fenômeno nos vários níveis de análise: família, 
domicílio, microárea, bairro, município, região, país, continente etc. 
(NARVAI et al., 2008). Nessa linha, fica mais fácil compreender a 
definição de Minayo (1994 apud NARVAI et al., 2008) sobre saúde: 
“fenômeno clínico e sociológico vivido culturalmente.”
A saúde é silenciosa: geralmente não a percebemos em sua plenitude; 
na maior parte das vezes, apenas a identificamos quando 
adoecemos. É uma experiência de vida, vivenciada no âmago do 
corpo individual. Ouvir o próprio corpo é uma boa estratégia para 
assegurar a saúde com qualidade, pois não existe um limite 
preciso entre a saúde e a doença, mas uma relação de 
reciprocidade entre ambas; entre a normalidade e a patologia, na 
qual “os mesmos fatores que permitem ao homem viver (alimento, 
No Brasil, pode-se dizer que a história da saúde pública foi, em 
grande parte, marcada pela tentativa de eliminar grandes surtos 
epidêmicos desde períodos coloniais, como o de febre amarela, e 
outros que surgiram posteriormente ao longo dos anos, como 
malária, leishmaniose e doença de Chagas (LIMA, 2002 apud 
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019a).
Barata (1987 apud Ministério da Saúde, 2019a) acredita que as 
epidemias sempre estiveram presentes na história das 
coletividades humanas. E por isso, os contextos sociais dos 
modos de produção, associados aos fatores econômicos, 
condicionaram modificações no ambiente e nas estruturas 
urbanas e rurais que favoreceram e ainda favorecem a sua 
ocorrência. 
Em períodos recentes, pelo grande impacto na morbidade e na 
mortalidade, além das implicações sobre os serviços de saúde, 
destacam-se especificamente as epidemias de arboviroses 
(doenças causadas por arbovírus, do inglês Arthropod Borne 
VIRUS), como dengue, Zika, febre amarela e Chikungunya 
(DONALISIO; FREITAS; VON ZUBEN, 2017 apud MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2019a). 
A interação do homem com o meio ambiente é muito complexa e 
dinâmica, envolvendo fatores conhecidos ou não, que podem 
sofrer alterações ao longo do tempo, ou se modificarem no 
momento em que se desencadeia a ação (FUNASA, 2002).
Como o controle das doenças transmissíveis se baseia em 
intervenções que, atuando sobre um ou mais elos conhecidos da 
cadeia epidemiológica, são capazes de interrompê-la, as 
estratégias de intervenção tendem a ser aprimoradas ou 
substituídas, na medida em que novos conhecimentos são 
aportados, seja por descobertas científicas (terapêuticas, 
fisiopatogênicas ou epidemiológicas), seja pela observação 
água, ar, clima, habitação, trabalho, tecnologia, relações familiares 
e sociais) podem causar doença, se agem com determinada 
intensidade, se pesam em excesso ou faltam, se agem sem 
controle”. (Minayo, 1994 apud NARVAI et al., 2008) 
Essa relação é demarcada pela forma de vida dos seres humanos, 
pelos determinantes biológicos, psicológicos e sociais. Tal 
constatação nos remete à reflexão de o processo 
saúde-doença-adoecimento ocorrer de maneira desigual entre os 
indivíduos, as classes e os povos, recebendo influência direta do 
local que os seres ocupam na sociedade. (BERLINGUER. In: 
BRÊTAS; GAMBA, 2006). Canguilhem e Caponi (1995. In: BRÊTAS; 
GAMBA, 2006) consideram que, para a saúde, é necessário partir da 
dimensão do ser, pois é nele que ocorrem as definições do normal 
ou patológico.
O considerado normal em um indivíduo pode não ser em outro; não 
há rigidez no processo. Dessa maneira, podemos deduzir que o ser 
humano precisa conhecer-se, necessita saber avaliar as 
transformações sofridas por seu corpo e identificar os sinais 
expressos por ele. Esse processo é viável apenas na perspectiva 
relacional, pois o normal e o patológico só podem ser apreciados 
em uma relação.
Nessa dimensão, a saúde torna-se a 
capacidade que o ser humano tem de 
gastar, consumir a própria vida. 
Entretanto, é importante destacar que a 
vida não admite a reversibilidade; ela 
aceita apenas reparações. Cada vez 
que o indivíduo fica doente, está 
reduzindo o poder que tem de enfrentar 
outros agravos; ele gasta seu seguro 
biológico, sem o qual não estaria nem 
mesmo vivo (BRÊTAS; GAMBA, 2006).
sistemática do comportamento dos procedimentos de prevenção e 
controle estabelecidos (FUNASA, 2002).
 
A evolução desses conhecimentos contribui, também, para a 
modificação de conceitos e de formas organizacionais dos 
serviços de saúde, na contínua busca do seu aprimoramento 
(FUNASA, 2002).
Agente Epidemiológico 
MÓDULO I 
Entre diversas outras abordagens possíveis para se entender o 
conceito de saúde, apresentaremos uma que nos parece mais útil 
à nossa discussão, a qual tem sido defendida por alguns autores 
(NARVAI et al., 2008). Pode-se então descrever a condição de 
saúde, didaticamente, segundo a� soma de três planos: subindividual, 
individual e coletivo,�apresentados a seguir.
O plano subindividual� seria o correspondente ao nível biológico e 
orgânico, fisiológico ou fisiopatológico. Nesse plano, o processo 
saúde-adoecimento seria definido pelo equilíbrio dinâmico entre a 
normalidade – anormalidade/funcionalidade – disfunções. Assim, 
quando a balança pender para o lado da anormalidade/disfunção, 
podem ocorrer basicamente duas situações: a enfermidade e a 
doença. A enfermidade seria a condição percebida pela pessoa ou 
paciente, caracterizando-a como queda de ânimo, algum sintoma 
físico, ou mesmo dor. A doença seria a condição detectada pelo 
profissional de saúde, com quadro clínico definido e enquadrada 
como uma entidade ou classificação nosológica (NARVAI et al., 
2008).
O plano individual entende que as disfunções e anormalidades ocorrem 
em indivíduos que são seres biológicos e sociais ao mesmo 
tempo. Portanto, as alterações no processo saúde-adoecimento 
resultam não apenas de aspectos biológicos, mas também das 
condições gerais da existência dos indivíduos, grupos e classes 
sociais, ou seja, teriam dimensões individuais e coletivas. Segundo 
essa concepção, a condição de saúde poderia variar entre um 
extremo de mais perfeito bem-estar até o extremo da morte, com 
uma série de processos e eventos intermediários.
O plano coletivo expande ainda mais o entendimento sobre o processo 
saúde-adoecimento, que é encarado não como a simples soma 
das condições orgânicas e sociais de cada indivíduo isoladamente, 
senão a expressão de um processo social mais amplo, que resulta 
de uma complexa trama de fatores e relações, representados por 
determinantes do fenômeno nos vários níveis de análise: família, 
domicílio, microárea, bairro, município, região, país, continente etc. 
(NARVAI et al., 2008). Nessa linha, fica mais fácil compreender a 
definição de Minayo (1994 apud NARVAI et al., 2008) sobre saúde: 
“fenômeno clínico e sociológico vivido culturalmente.”
A saúde é silenciosa: geralmente não a percebemos em sua plenitude; 
na maior parte das vezes, apenas a identificamos quando 
adoecemos. É uma experiência de vida, vivenciada no âmago do 
corpo individual. Ouvir o próprio corpo é uma boa estratégia para 
assegurar a saúde com qualidade, pois não existe um limite 
preciso entre a saúde e a doença, mas uma relação de 
reciprocidade entre ambas; entre a normalidade e a patologia, na 
qual “os mesmos fatores que permitem ao homem viver (alimento, 
No Brasil, pode-se dizer que a história da saúde pública foi, em 
grande parte, marcada pela tentativa de eliminar grandes surtos 
epidêmicos desde períodos coloniais, como o de febre amarela, e 
outros que surgiram posteriormente ao longo dos anos, como 
malária, leishmaniose e doença de Chagas (LIMA, 2002 apud 
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019a).
Barata (1987 apud Ministério da Saúde, 2019a) acredita que as 
epidemias sempre estiveram presentes na história das 
coletividades humanas. E por isso, os contextos sociais dos 
modos de produção, associados aos fatores econômicos, 
condicionaram modificações no ambiente e nas estruturas 
urbanas e rurais que favoreceram e ainda favorecem a sua 
ocorrência. 
Em períodosrecentes, pelo grande impacto na morbidade e na 
mortalidade, além das implicações sobre os serviços de saúde, 
destacam-se especificamente as epidemias de arboviroses 
(doenças causadas por arbovírus, do inglês Arthropod Borne 
VIRUS), como dengue, Zika, febre amarela e Chikungunya 
(DONALISIO; FREITAS; VON ZUBEN, 2017 apud MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2019a). 
A interação do homem com o meio ambiente é muito complexa e 
dinâmica, envolvendo fatores conhecidos ou não, que podem 
sofrer alterações ao longo do tempo, ou se modificarem no 
momento em que se desencadeia a ação (FUNASA, 2002).
Como o controle das doenças transmissíveis se baseia em 
intervenções que, atuando sobre um ou mais elos conhecidos da 
cadeia epidemiológica, são capazes de interrompê-la, as 
estratégias de intervenção tendem a ser aprimoradas ou 
substituídas, na medida em que novos conhecimentos são 
aportados, seja por descobertas científicas (terapêuticas, 
fisiopatogênicas ou epidemiológicas), seja pela observação 
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais 
complexos sistemas de saúde pública do mundo, abrangendo 
desde o simples atendimento para avaliação da pressão arterial, 
por meio da Atenção Primária, até o transplante de órgãos, 
garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a 
população do país.
Com a sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal ao 
sistema público de saúde, sem discriminação. A atenção integral à 
saúde, e não somente aos cuidados assistenciais, passou a ser um 
direito de todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, 
com foco na saúde com qualidade de vida, visando a prevenção e a 
promoção da saúde. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019b)
A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e 
5
água, ar, clima, habitação, trabalho, tecnologia, relações familiares 
e sociais) podem causar doença, se agem com determinada 
intensidade, se pesam em excesso ou faltam, se agem sem 
controle”. (Minayo, 1994 apud NARVAI et al., 2008) 
Essa relação é demarcada pela forma de vida dos seres humanos, 
pelos determinantes biológicos, psicológicos e sociais. Tal 
constatação nos remete à reflexão de o processo 
saúde-doença-adoecimento ocorrer de maneira desigual entre os 
indivíduos, as classes e os povos, recebendo influência direta do 
local que os seres ocupam na sociedade. (BERLINGUER. In: 
BRÊTAS; GAMBA, 2006). Canguilhem e Caponi (1995. In: BRÊTAS; 
GAMBA, 2006) consideram que, para a saúde, é necessário partir da 
dimensão do ser, pois é nele que ocorrem as definições do normal 
ou patológico.
O considerado normal em um indivíduo pode não ser em outro; não 
há rigidez no processo. Dessa maneira, podemos deduzir que o ser 
humano precisa conhecer-se, necessita saber avaliar as 
transformações sofridas por seu corpo e identificar os sinais 
expressos por ele. Esse processo é viável apenas na perspectiva 
relacional, pois o normal e o patológico só podem ser apreciados 
em uma relação.
Nessa dimensão, a saúde torna-se a 
capacidade que o ser humano tem de 
gastar, consumir a própria vida. 
Entretanto, é importante destacar que a 
vida não admite a reversibilidade; ela 
aceita apenas reparações. Cada vez 
que o indivíduo fica doente, está 
reduzindo o poder que tem de enfrentar 
outros agravos; ele gasta seu seguro 
biológico, sem o qual não estaria nem 
mesmo vivo (BRÊTAS; GAMBA, 2006).
sistemática do comportamento dos procedimentos de prevenção e 
controle estabelecidos (FUNASA, 2002).
 
A evolução desses conhecimentos contribui, também, para a 
modificação de conceitos e de formas organizacionais dos 
serviços de saúde, na contínua busca do seu aprimoramento 
(FUNASA, 2002).
participativa entre os três entes da Federação: a União, os Estados 
e os Municípios. A rede que compõe o SUS é ampla e abrange tanto 
ações quanto os serviços de saúde. Engloba a atenção primária, 
média e alta complexidades, os serviços urgência e emergência, a 
atenção hospitalar, as ações e serviços das vigilâncias 
epidemiológica, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica. 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019b) 
6
Entre diversas outras abordagens possíveis para se entender o 
conceito de saúde, apresentaremos uma que nos parece mais útil 
à nossa discussão, a qual tem sido defendida por alguns autores 
(NARVAI et al., 2008). Pode-se então descrever a condição de 
saúde, didaticamente, segundo a� soma de três planos: subindividual, 
individual e coletivo,�apresentados a seguir.
O plano subindividual� seria o correspondente ao nível biológico e 
orgânico, fisiológico ou fisiopatológico. Nesse plano, o processo 
saúde-adoecimento seria definido pelo equilíbrio dinâmico entre a 
normalidade – anormalidade/funcionalidade – disfunções. Assim, 
quando a balança pender para o lado da anormalidade/disfunção, 
podem ocorrer basicamente duas situações: a enfermidade e a 
doença. A enfermidade seria a condição percebida pela pessoa ou 
paciente, caracterizando-a como queda de ânimo, algum sintoma 
físico, ou mesmo dor. A doença seria a condição detectada pelo 
profissional de saúde, com quadro clínico definido e enquadrada 
como uma entidade ou classificação nosológica (NARVAI et al., 
2008).
O plano individual entende que as disfunções e anormalidades ocorrem 
em indivíduos que são seres biológicos e sociais ao mesmo 
tempo. Portanto, as alterações no processo saúde-adoecimento 
resultam não apenas de aspectos biológicos, mas também das 
condições gerais da existência dos indivíduos, grupos e classes 
sociais, ou seja, teriam dimensões individuais e coletivas. Segundo 
essa concepção, a condição de saúde poderia variar entre um 
extremo de mais perfeito bem-estar até o extremo da morte, com 
uma série de processos e eventos intermediários.
O plano coletivo expande ainda mais o entendimento sobre o processo 
saúde-adoecimento, que é encarado não como a simples soma 
das condições orgânicas e sociais de cada indivíduo isoladamente, 
senão a expressão de um processo social mais amplo, que resulta 
de uma complexa trama de fatores e relações, representados por 
determinantes do fenômeno nos vários níveis de análise: família, 
domicílio, microárea, bairro, município, região, país, continente etc. 
(NARVAI et al., 2008). Nessa linha, fica mais fácil compreender a 
definição de Minayo (1994 apud NARVAI et al., 2008) sobre saúde: 
“fenômeno clínico e sociológico vivido culturalmente.”
A saúde é silenciosa: geralmente não a percebemos em sua plenitude; 
na maior parte das vezes, apenas a identificamos quando 
adoecemos. É uma experiência de vida, vivenciada no âmago do 
corpo individual. Ouvir o próprio corpo é uma boa estratégia para 
assegurar a saúde com qualidade, pois não existe um limite 
preciso entre a saúde e a doença, mas uma relação de 
reciprocidade entre ambas; entre a normalidade e a patologia, na 
qual “os mesmos fatores que permitem ao homem viver (alimento, 
No Brasil, pode-se dizer que a história da saúde pública foi, em 
grande parte, marcada pela tentativa de eliminar grandes surtos 
epidêmicos desde períodos coloniais, como o de febre amarela, e 
outros que surgiram posteriormente ao longo dos anos, como 
malária, leishmaniose e doença de Chagas (LIMA, 2002 apud 
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019a).
Barata (1987 apud Ministério da Saúde, 2019a) acredita que as 
epidemias sempre estiveram presentes na história das 
coletividades humanas. E por isso, os contextos sociais dos 
modos de produção, associados aos fatores econômicos, 
condicionaram modificações no ambiente e nas estruturas 
urbanas e rurais que favoreceram e ainda favorecem a sua 
ocorrência. 
Em períodos recentes, pelo grande impacto na morbidade e na 
mortalidade, além das implicações sobre os serviços de saúde, 
destacam-se especificamente as epidemias de arboviroses 
(doenças causadas por arbovírus, do inglês Arthropod Borne 
VIRUS), como dengue, Zika, febre amarela e Chikungunya 
(DONALISIO; FREITAS; VON ZUBEN, 2017 apud MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2019a). 
A interação do homem com o meio ambiente é muito complexae 
dinâmica, envolvendo fatores conhecidos ou não, que podem 
sofrer alterações ao longo do tempo, ou se modificarem no 
momento em que se desencadeia a ação (FUNASA, 2002).
Como o controle das doenças transmissíveis se baseia em 
intervenções que, atuando sobre um ou mais elos conhecidos da 
cadeia epidemiológica, são capazes de interrompê-la, as 
estratégias de intervenção tendem a ser aprimoradas ou 
substituídas, na medida em que novos conhecimentos são 
aportados, seja por descobertas científicas (terapêuticas, 
fisiopatogênicas ou epidemiológicas), seja pela observação 
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais 
complexos sistemas de saúde pública do mundo, abrangendo 
desde o simples atendimento para avaliação da pressão arterial, 
por meio da Atenção Primária, até o transplante de órgãos, 
garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a 
população do país.
Com a sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal ao 
sistema público de saúde, sem discriminação. A atenção integral à 
saúde, e não somente aos cuidados assistenciais, passou a ser um 
direito de todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, 
com foco na saúde com qualidade de vida, visando a prevenção e a 
promoção da saúde. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019b)
A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e 
água, ar, clima, habitação, trabalho, tecnologia, relações familiares 
e sociais) podem causar doença, se agem com determinada 
intensidade, se pesam em excesso ou faltam, se agem sem 
controle”. (Minayo, 1994 apud NARVAI et al., 2008) 
Essa relação é demarcada pela forma de vida dos seres humanos, 
pelos determinantes biológicos, psicológicos e sociais. Tal 
constatação nos remete à reflexão de o processo 
saúde-doença-adoecimento ocorrer de maneira desigual entre os 
indivíduos, as classes e os povos, recebendo influência direta do 
local que os seres ocupam na sociedade. (BERLINGUER. In: 
BRÊTAS; GAMBA, 2006). Canguilhem e Caponi (1995. In: BRÊTAS; 
GAMBA, 2006) consideram que, para a saúde, é necessário partir da 
dimensão do ser, pois é nele que ocorrem as definições do normal 
ou patológico.
O considerado normal em um indivíduo pode não ser em outro; não 
há rigidez no processo. Dessa maneira, podemos deduzir que o ser 
humano precisa conhecer-se, necessita saber avaliar as 
transformações sofridas por seu corpo e identificar os sinais 
expressos por ele. Esse processo é viável apenas na perspectiva 
relacional, pois o normal e o patológico só podem ser apreciados 
em uma relação.
Nessa dimensão, a saúde torna-se a 
capacidade que o ser humano tem de 
gastar, consumir a própria vida. 
Entretanto, é importante destacar que a 
vida não admite a reversibilidade; ela 
aceita apenas reparações. Cada vez 
que o indivíduo fica doente, está 
reduzindo o poder que tem de enfrentar 
outros agravos; ele gasta seu seguro 
biológico, sem o qual não estaria nem 
mesmo vivo (BRÊTAS; GAMBA, 2006).
sistemática do comportamento dos procedimentos de prevenção e 
controle estabelecidos (FUNASA, 2002).
 
A evolução desses conhecimentos contribui, também, para a 
modificação de conceitos e de formas organizacionais dos 
serviços de saúde, na contínua busca do seu aprimoramento 
(FUNASA, 2002).
participativa entre os três entes da Federação: a União, os Estados 
e os Municípios. A rede que compõe o SUS é ampla e abrange tanto 
ações quanto os serviços de saúde. Engloba a atenção primária, 
média e alta complexidades, os serviços urgência e emergência, a 
atenção hospitalar, as ações e serviços das vigilâncias 
epidemiológica, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica. 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019b) 
7
Entre diversas outras abordagens possíveis para se entender o 
conceito de saúde, apresentaremos uma que nos parece mais útil 
à nossa discussão, a qual tem sido defendida por alguns autores 
(NARVAI et al., 2008). Pode-se então descrever a condição de 
saúde, didaticamente, segundo a� soma de três planos: subindividual, 
individual e coletivo,�apresentados a seguir.
O plano subindividual� seria o correspondente ao nível biológico e 
orgânico, fisiológico ou fisiopatológico. Nesse plano, o processo 
saúde-adoecimento seria definido pelo equilíbrio dinâmico entre a 
normalidade – anormalidade/funcionalidade – disfunções. Assim, 
quando a balança pender para o lado da anormalidade/disfunção, 
podem ocorrer basicamente duas situações: a enfermidade e a 
doença. A enfermidade seria a condição percebida pela pessoa ou 
paciente, caracterizando-a como queda de ânimo, algum sintoma 
físico, ou mesmo dor. A doença seria a condição detectada pelo 
profissional de saúde, com quadro clínico definido e enquadrada 
como uma entidade ou classificação nosológica (NARVAI et al., 
2008).
O plano individual entende que as disfunções e anormalidades ocorrem 
em indivíduos que são seres biológicos e sociais ao mesmo 
tempo. Portanto, as alterações no processo saúde-adoecimento 
resultam não apenas de aspectos biológicos, mas também das 
condições gerais da existência dos indivíduos, grupos e classes 
sociais, ou seja, teriam dimensões individuais e coletivas. Segundo 
essa concepção, a condição de saúde poderia variar entre um 
extremo de mais perfeito bem-estar até o extremo da morte, com 
uma série de processos e eventos intermediários.
O plano coletivo expande ainda mais o entendimento sobre o processo 
saúde-adoecimento, que é encarado não como a simples soma 
das condições orgânicas e sociais de cada indivíduo isoladamente, 
senão a expressão de um processo social mais amplo, que resulta 
de uma complexa trama de fatores e relações, representados por 
determinantes do fenômeno nos vários níveis de análise: família, 
domicílio, microárea, bairro, município, região, país, continente etc. 
(NARVAI et al., 2008). Nessa linha, fica mais fácil compreender a 
definição de Minayo (1994 apud NARVAI et al., 2008) sobre saúde: 
“fenômeno clínico e sociológico vivido culturalmente.”
A saúde é silenciosa: geralmente não a percebemos em sua plenitude; 
na maior parte das vezes, apenas a identificamos quando 
adoecemos. É uma experiência de vida, vivenciada no âmago do 
corpo individual. Ouvir o próprio corpo é uma boa estratégia para 
assegurar a saúde com qualidade, pois não existe um limite 
preciso entre a saúde e a doença, mas uma relação de 
reciprocidade entre ambas; entre a normalidade e a patologia, na 
qual “os mesmos fatores que permitem ao homem viver (alimento, 
No Brasil, pode-se dizer que a história da saúde pública foi, em 
grande parte, marcada pela tentativa de eliminar grandes surtos 
epidêmicos desde períodos coloniais, como o de febre amarela, e 
outros que surgiram posteriormente ao longo dos anos, como 
malária, leishmaniose e doença de Chagas (LIMA, 2002 apud 
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019a).
Barata (1987 apud Ministério da Saúde, 2019a) acredita que as 
epidemias sempre estiveram presentes na história das 
coletividades humanas. E por isso, os contextos sociais dos 
modos de produção, associados aos fatores econômicos, 
condicionaram modificações no ambiente e nas estruturas 
urbanas e rurais que favoreceram e ainda favorecem a sua 
ocorrência. 
Em períodos recentes, pelo grande impacto na morbidade e na 
mortalidade, além das implicações sobre os serviços de saúde, 
destacam-se especificamente as epidemias de arboviroses 
(doenças causadas por arbovírus, do inglês Arthropod Borne 
VIRUS), como dengue, Zika, febre amarela e Chikungunya 
(DONALISIO; FREITAS; VON ZUBEN, 2017 apud MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2019a). 
A interação do homem com o meio ambiente é muito complexa e 
dinâmica, envolvendo fatores conhecidos ou não, que podem 
sofrer alterações ao longo do tempo, ou se modificarem no 
momento em que se desencadeia a ação (FUNASA, 2002).
Como o controle das doenças transmissíveis se baseia em 
intervenções que, atuando sobre um ou mais elos conhecidos da 
cadeia epidemiológica, são capazes de interrompê-la, as 
estratégias de intervenção tendem a ser aprimoradas ou 
substituídas,na medida em que novos conhecimentos são 
aportados, seja por descobertas científicas (terapêuticas, 
fisiopatogênicas ou epidemiológicas), seja pela observação 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
O Sistema Único de Saúde foi criado pela Constituição Federal de 
1988 com a finalidade que toda a população brasileira tenha 
acesso ao atendimento público de saúde. Anteriormente, a 
assistência médica estava a cargo do Instituto Nacional de 
Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), e era restrita 
às pessoas que contribuíram com a previdência social. E os 
demais eram atendidas apenas em serviços filantrópicos.
A Constituição Federal é a lei maior de um país, superior a todas as 
outras leis. Em 1988, o Brasil promulgou a sua 7ª Constituição, 
também chamada de Constituição Cidadã, pois houve ampla 
participação popular na sua elaboração e, especialmente, porque 
ela é voltada para a plena realização da cidadania (SILVA, 2019), 
tem por finalidade máxima construir as condições políticas, 
econômicas, sociais e culturais que assegurem a concretização ou 
efetividade dos direitos humanos, num regime de justiça social 
(ZANETTI, 2013).
Em relação à saúde, a Constituição Federal de 1988 apresenta 
cinco artigos – os de nº 196 a 200. O artigo 196 diz que: 
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais 
complexos sistemas de saúde pública do mundo, abrangendo 
desde o simples atendimento para avaliação da pressão arterial, 
por meio da Atenção Primária, até o transplante de órgãos, 
garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a 
população do país.
Com a sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal ao 
sistema público de saúde, sem discriminação. A atenção integral à 
saúde, e não somente aos cuidados assistenciais, passou a ser um 
direito de todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, 
com foco na saúde com qualidade de vida, visando a prevenção e a 
promoção da saúde. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019b)
A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e 
água, ar, clima, habitação, trabalho, tecnologia, relações familiares 
e sociais) podem causar doença, se agem com determinada 
intensidade, se pesam em excesso ou faltam, se agem sem 
controle”. (Minayo, 1994 apud NARVAI et al., 2008) 
Essa relação é demarcada pela forma de vida dos seres humanos, 
pelos determinantes biológicos, psicológicos e sociais. Tal 
constatação nos remete à reflexão de o processo 
saúde-doença-adoecimento ocorrer de maneira desigual entre os 
indivíduos, as classes e os povos, recebendo influência direta do 
local que os seres ocupam na sociedade. (BERLINGUER. In: 
BRÊTAS; GAMBA, 2006). Canguilhem e Caponi (1995. In: BRÊTAS; 
GAMBA, 2006) consideram que, para a saúde, é necessário partir da 
dimensão do ser, pois é nele que ocorrem as definições do normal 
ou patológico.
O considerado normal em um indivíduo pode não ser em outro; não 
há rigidez no processo. Dessa maneira, podemos deduzir que o ser 
humano precisa conhecer-se, necessita saber avaliar as 
transformações sofridas por seu corpo e identificar os sinais 
expressos por ele. Esse processo é viável apenas na perspectiva 
relacional, pois o normal e o patológico só podem ser apreciados 
em uma relação.
Nessa dimensão, a saúde torna-se a 
capacidade que o ser humano tem de 
gastar, consumir a própria vida. 
Entretanto, é importante destacar que a 
vida não admite a reversibilidade; ela 
aceita apenas reparações. Cada vez 
que o indivíduo fica doente, está 
reduzindo o poder que tem de enfrentar 
outros agravos; ele gasta seu seguro 
biológico, sem o qual não estaria nem 
mesmo vivo (BRÊTAS; GAMBA, 2006).
sistemática do comportamento dos procedimentos de prevenção e 
controle estabelecidos (FUNASA, 2002).
 
A evolução desses conhecimentos contribui, também, para a 
modificação de conceitos e de formas organizacionais dos 
serviços de saúde, na contínua busca do seu aprimoramento 
(FUNASA, 2002).
1. A saúde é direito de todos. 
2. O direito à saúde deve ser garantido pelo Estado. Aqui, deve-se 
entender Estado como Poder Público: governo federal, governos 
estaduais, o governo do Distrito Federal e os governos municipais.
3. Esse direito deve ser garantido mediante políticas sociais e 
econômicas com acesso universal e igualitário às ações e aos 
serviços para sua promoção, proteção e recuperação e para 
reduzir o risco de doença e de outros agravos. 
Conforme está expresso na Constituição, a saúde não está 
unicamente relacionada à ausência de doença. Ela é determinada 
pelo modo que vivemos, pelo acesso a bens e consumo, à 
informação, à educação, ao saneamento, pelo estilo de vida, 
nossos hábitos, a nossa maneira de viver, nossas escolhas. Isso 
significa dizer que a saúde é determinada socialmente (CF, 1988). 
participativa entre os três entes da Federação: a União, os Estados 
e os Municípios. A rede que compõe o SUS é ampla e abrange tanto 
ações quanto os serviços de saúde. Engloba a atenção primária, 
média e alta complexidades, os serviços urgência e emergência, a 
atenção hospitalar, as ações e serviços das vigilâncias 
epidemiológica, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica. 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019b) 
8
Entre diversas outras abordagens possíveis para se entender o 
conceito de saúde, apresentaremos uma que nos parece mais útil 
à nossa discussão, a qual tem sido defendida por alguns autores 
(NARVAI et al., 2008). Pode-se então descrever a condição de 
saúde, didaticamente, segundo a� soma de três planos: subindividual, 
individual e coletivo,�apresentados a seguir.
O plano subindividual� seria o correspondente ao nível biológico e 
orgânico, fisiológico ou fisiopatológico. Nesse plano, o processo 
saúde-adoecimento seria definido pelo equilíbrio dinâmico entre a 
normalidade – anormalidade/funcionalidade – disfunções. Assim, 
quando a balança pender para o lado da anormalidade/disfunção, 
podem ocorrer basicamente duas situações: a enfermidade e a 
doença. A enfermidade seria a condição percebida pela pessoa ou 
paciente, caracterizando-a como queda de ânimo, algum sintoma 
físico, ou mesmo dor. A doença seria a condição detectada pelo 
profissional de saúde, com quadro clínico definido e enquadrada 
como uma entidade ou classificação nosológica (NARVAI et al., 
2008).
O plano individual entende que as disfunções e anormalidades ocorrem 
em indivíduos que são seres biológicos e sociais ao mesmo 
tempo. Portanto, as alterações no processo saúde-adoecimento 
resultam não apenas de aspectos biológicos, mas também das 
condições gerais da existência dos indivíduos, grupos e classes 
sociais, ou seja, teriam dimensões individuais e coletivas. Segundo 
essa concepção, a condição de saúde poderia variar entre um 
extremo de mais perfeito bem-estar até o extremo da morte, com 
uma série de processos e eventos intermediários.
O plano coletivo expande ainda mais o entendimento sobre o processo 
saúde-adoecimento, que é encarado não como a simples soma 
das condições orgânicas e sociais de cada indivíduo isoladamente, 
senão a expressão de um processo social mais amplo, que resulta 
de uma complexa trama de fatores e relações, representados por 
determinantes do fenômeno nos vários níveis de análise: família, 
domicílio, microárea, bairro, município, região, país, continente etc. 
(NARVAI et al., 2008). Nessa linha, fica mais fácil compreender a 
definição de Minayo (1994 apud NARVAI et al., 2008) sobre saúde: 
“fenômeno clínico e sociológico vivido culturalmente.”
A saúde é silenciosa: geralmente não a percebemos em sua plenitude; 
na maior parte das vezes, apenas a identificamos quando 
adoecemos. É uma experiência de vida, vivenciada no âmago do 
corpo individual. Ouvir o próprio corpo é uma boa estratégia para 
assegurar a saúde com qualidade, pois não existe um limite 
preciso entre a saúde e a doença, mas uma relação de 
reciprocidade entre ambas; entre a normalidade e a patologia, na 
qual “os mesmos fatores que permitem ao homem viver (alimento, 
No Brasil, pode-sedizer que a história da saúde pública foi, em 
grande parte, marcada pela tentativa de eliminar grandes surtos 
epidêmicos desde períodos coloniais, como o de febre amarela, e 
outros que surgiram posteriormente ao longo dos anos, como 
malária, leishmaniose e doença de Chagas (LIMA, 2002 apud 
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019a).
Barata (1987 apud Ministério da Saúde, 2019a) acredita que as 
epidemias sempre estiveram presentes na história das 
coletividades humanas. E por isso, os contextos sociais dos 
modos de produção, associados aos fatores econômicos, 
condicionaram modificações no ambiente e nas estruturas 
urbanas e rurais que favoreceram e ainda favorecem a sua 
ocorrência. 
Em períodos recentes, pelo grande impacto na morbidade e na 
mortalidade, além das implicações sobre os serviços de saúde, 
destacam-se especificamente as epidemias de arboviroses 
(doenças causadas por arbovírus, do inglês Arthropod Borne 
VIRUS), como dengue, Zika, febre amarela e Chikungunya 
(DONALISIO; FREITAS; VON ZUBEN, 2017 apud MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2019a). 
A interação do homem com o meio ambiente é muito complexa e 
dinâmica, envolvendo fatores conhecidos ou não, que podem 
sofrer alterações ao longo do tempo, ou se modificarem no 
momento em que se desencadeia a ação (FUNASA, 2002).
Como o controle das doenças transmissíveis se baseia em 
intervenções que, atuando sobre um ou mais elos conhecidos da 
cadeia epidemiológica, são capazes de interrompê-la, as 
estratégias de intervenção tendem a ser aprimoradas ou 
substituídas, na medida em que novos conhecimentos são 
aportados, seja por descobertas científicas (terapêuticas, 
fisiopatogênicas ou epidemiológicas), seja pela observação 
O Sistema Único de Saúde foi criado pela Constituição Federal de 
1988 com a finalidade que toda a população brasileira tenha 
acesso ao atendimento público de saúde. Anteriormente, a 
assistência médica estava a cargo do Instituto Nacional de 
Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), e era restrita 
às pessoas que contribuíram com a previdência social. E os 
demais eram atendidas apenas em serviços filantrópicos.
A Constituição Federal é a lei maior de um país, superior a todas as 
outras leis. Em 1988, o Brasil promulgou a sua 7ª Constituição, 
também chamada de Constituição Cidadã, pois houve ampla 
participação popular na sua elaboração e, especialmente, porque 
ela é voltada para a plena realização da cidadania (SILVA, 2019), 
tem por finalidade máxima construir as condições políticas, 
econômicas, sociais e culturais que assegurem a concretização ou 
efetividade dos direitos humanos, num regime de justiça social 
(ZANETTI, 2013).
Em relação à saúde, a Constituição Federal de 1988 apresenta 
cinco artigos – os de nº 196 a 200. O artigo 196 diz que: 
 
O QUE É SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais 
complexos sistemas de saúde pública do mundo, abrangendo 
desde o simples atendimento para avaliação da pressão arterial, 
por meio da Atenção Primária, até o transplante de órgãos, 
garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a 
população do país.
Com a sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal ao 
sistema público de saúde, sem discriminação. A atenção integral à 
saúde, e não somente aos cuidados assistenciais, passou a ser um 
direito de todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, 
com foco na saúde com qualidade de vida, visando a prevenção e a 
promoção da saúde. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019b)
A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e 
água, ar, clima, habitação, trabalho, tecnologia, relações familiares 
e sociais) podem causar doença, se agem com determinada 
intensidade, se pesam em excesso ou faltam, se agem sem 
controle”. (Minayo, 1994 apud NARVAI et al., 2008) 
Essa relação é demarcada pela forma de vida dos seres humanos, 
pelos determinantes biológicos, psicológicos e sociais. Tal 
constatação nos remete à reflexão de o processo 
saúde-doença-adoecimento ocorrer de maneira desigual entre os 
indivíduos, as classes e os povos, recebendo influência direta do 
local que os seres ocupam na sociedade. (BERLINGUER. In: 
BRÊTAS; GAMBA, 2006). Canguilhem e Caponi (1995. In: BRÊTAS; 
GAMBA, 2006) consideram que, para a saúde, é necessário partir da 
dimensão do ser, pois é nele que ocorrem as definições do normal 
ou patológico.
O considerado normal em um indivíduo pode não ser em outro; não 
há rigidez no processo. Dessa maneira, podemos deduzir que o ser 
humano precisa conhecer-se, necessita saber avaliar as 
transformações sofridas por seu corpo e identificar os sinais 
expressos por ele. Esse processo é viável apenas na perspectiva 
relacional, pois o normal e o patológico só podem ser apreciados 
em uma relação.
Nessa dimensão, a saúde torna-se a 
capacidade que o ser humano tem de 
gastar, consumir a própria vida. 
Entretanto, é importante destacar que a 
vida não admite a reversibilidade; ela 
aceita apenas reparações. Cada vez 
que o indivíduo fica doente, está 
reduzindo o poder que tem de enfrentar 
outros agravos; ele gasta seu seguro 
biológico, sem o qual não estaria nem 
mesmo vivo (BRÊTAS; GAMBA, 2006).
sistemática do comportamento dos procedimentos de prevenção e 
controle estabelecidos (FUNASA, 2002).
 
A evolução desses conhecimentos contribui, também, para a 
modificação de conceitos e de formas organizacionais dos 
serviços de saúde, na contínua busca do seu aprimoramento 
(FUNASA, 2002).
1. A saúde é direito de todos. 
2. O direito à saúde deve ser garantido pelo Estado. Aqui, deve-se 
entender Estado como Poder Público: governo federal, governos 
estaduais, o governo do Distrito Federal e os governos municipais.
3. Esse direito deve ser garantido mediante políticas sociais e 
econômicas com acesso universal e igualitário às ações e aos 
serviços para sua promoção, proteção e recuperação e para 
reduzir o risco de doença e de outros agravos. 
Conforme está expresso na Constituição, a saúde não está 
unicamente relacionada à ausência de doença. Ela é determinada 
pelo modo que vivemos, pelo acesso a bens e consumo, à 
informação, à educação, ao saneamento, pelo estilo de vida, 
nossos hábitos, a nossa maneira de viver, nossas escolhas. Isso 
significa dizer que a saúde é determinada socialmente (CF, 1988). 
participativa entre os três entes da Federação: a União, os Estados 
e os Municípios. A rede que compõe o SUS é ampla e abrange tanto 
ações quanto os serviços de saúde. Engloba a atenção primária, 
média e alta complexidades, os serviços urgência e emergência, a 
atenção hospitalar, as ações e serviços das vigilâncias 
epidemiológica, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica. 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019b) 
9
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais 
complexos sistemas de saúde pública do mundo, abrangendo 
desde o simples atendimento para avaliação da pressão arterial, 
por meio da Atenção Primária, até o transplante de órgãos, 
garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a 
população do país.
Com a sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal ao 
sistema público de saúde, sem discriminação. A atenção integral à 
saúde, e não somente aos cuidados assistenciais, passou a ser um 
direito de todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, 
com foco na saúde com qualidade de vida, visando a prevenção e a 
promoção da saúde. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019b)
A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e 
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS
Universalização:�a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas 
e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às 
ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, 
independentemente de sexo, raça, ocupação ou outras 
características sociais ou pessoais.
Equidade:�o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar 
de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas 
não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras 
palavras, equidadesignifica tratar desigualmente os desiguais, 
investindo mais onde a carência é maior.
Integralidade:� este princípio considera as pessoas como um todo, 
atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a 
integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção 
de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o princípio 
de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras 
políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre 
as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade 
de vida dos indivíduos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019b)
PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS DO SUS
União:�a gestão federal da saúde é realizada por meio do Ministério 
da Saúde. O governo federal é o principal financiador da rede 
pública de saúde. Historicamente, o Ministério da Saúde aplica 
metade de todos os recursos gastos no país em saúde pública em 
todo o Brasil, e estados e municípios, em geral, contribuem com a 
outra metade dos recursos. O Ministério da Saúde formula 
políticas nacionais de saúde, mas não realiza as ações. Para a 
realização dos projetos, depende de seus parceiros (estados, 
municípios, ONGs, fundações, empresas, etc.). Também tem a 
participativa entre os três entes da Federação: a União, os Estados 
e os Municípios. A rede que compõe o SUS é ampla e abrange tanto 
ações quanto os serviços de saúde. Engloba a atenção primária, 
média e alta complexidades, os serviços urgência e emergência, a 
atenção hospitalar, as ações e serviços das vigilâncias 
epidemiológica, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica. 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019b) 
Regionalização e Hierarquização:� os serviços devem ser organizados em 
níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma 
determinada área geográfica, planejados a partir de critérios 
epidemiológicos e com definição e conhecimento da população a 
ser atendida.
A regionalização é um processo de articulação entre os serviços 
que já existem, visando o comando unificado destes. 
Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e 
garantir formas de acesso a serviços que façam parte da 
complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos 
disponíveis numa dada região.
Descentralização e Comando Único:� descentralizar é redistribuir poder e 
responsabilidade entre os três níveis de governo. Com relação à 
saúde, descentralização objetiva prestar serviços com maior 
qualidade e garantir o controle e a fiscalização por parte dos 
cidadãos. No SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser 
descentralizada até o município, ou seja, devem ser fornecidas ao 
município condições gerenciais, técnicas, administrativas e 
financeiras para exercer esta função. Para que valha o princípio da 
descentralização, existe a concepção constitucional do mando 
único, onde cada esfera de governo é autônoma e soberana nas 
suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a 
participação da sociedade.
Participação Popular: a sociedade deve participar no dia a dia do 
sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as 
Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e 
avaliar a execução da política de saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 
2019b).
função de planejar, elaborar normas, avaliar e utilizar instrumentos 
para o controle do SUS.
Estados e Distrito Federal: os estados possuem secretarias específicas 
para a gestão de saúde. O gestor estadual deve aplicar recursos 
próprios, inclusive nos municípios, e os repassados pela União. 
Além de ser um dos parceiros para a aplicação de políticas 
nacionais de saúde, o estado formula suas próprias políticas de 
saúde. Ele coordena e planeja o SUS em nível estadual, 
respeitando a normatização federal. Os gestores estaduais são 
responsáveis pela organização do atendimento à saúde em seu 
território.
Municípios:�são responsáveis pela execução das ações e serviços de 
saúde no âmbito do seu território. O gestor municipal deve aplicar 
recursos próprios e os repassados pela União e pelo estado. O 
município formula suas próprias políticas de saúde e também é 
um dos parceiros para a aplicação de políticas nacionais e 
estaduais de saúde. Ele coordena e planeja o SUS em nível 
municipal, respeitando a normatização federal. Pode estabelecer 
parcerias com outros municípios para garantir o atendimento 
pleno de sua população, para procedimentos de complexidade que 
estejam acima daqueles que pode oferecer.
Conselhos de Saúde: o Conselho de Saúde, no âmbito de atuação 
(Nacional, Estadual ou Municipal), em caráter permanente e 
deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do 
governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, 
atua na formulação de estratégias e no controle da execução da 
política de saúde na instância correspondente, inclusive nos 
aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão 
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada 
esfera do governo.
Cabe a cada Conselho de Saúde definir o número de membros, que 
obedecerá a seguinte composição: 50% de entidades e 
movimentos representativos de usuários; 25% de entidades 
representativas dos trabalhadores da área de saúde e 25% de 
representação de governo e prestadores de serviços privados 
conveniados, ou sem fins lucrativos.
Comissão Intergestores Tripartite (CIT): foro de negociação e pactuação 
entre gestores federal, estadual e municipal, quanto aos aspectos 
operacionais do SUS. 
Comissão Intergestores Bipartite (CIB):� foro de negociação e pactuação 
entre gestores estadual e municipais, quanto aos aspectos 
operacionais do SUS.
Conselho Nacional de Secretário da Saúde (Conass):�entidade representativa dos 
entes estaduais e do Distrito Federal na CIT para tratar de matérias 
referentes à saúde.
Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems):� entidade 
representativa dos entes municipais na CIT para tratar de matérias 
referentes à saúde.
Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems): são reconhecidos como 
entidades que representam os entes municipais, no âmbito 
estadual, para tratar de matérias referentes à saúde, desde que 
vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma que 
dispuserem seus estatutos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019b) 
10
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais 
complexos sistemas de saúde pública do mundo, abrangendo 
desde o simples atendimento para avaliação da pressão arterial, 
por meio da Atenção Primária, até o transplante de órgãos, 
garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a 
população do país.
Com a sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal ao 
sistema público de saúde, sem discriminação. A atenção integral à 
saúde, e não somente aos cuidados assistenciais, passou a ser um 
direito de todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, 
com foco na saúde com qualidade de vida, visando a prevenção e a 
promoção da saúde. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019b)
A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e 
ESTRUTURA DO SUS
União:�a gestão federal da saúde é realizada por meio do Ministério 
da Saúde. O governo federal é o principal financiador da rede 
pública de saúde. Historicamente, o Ministério da Saúde aplica 
metade de todos os recursos gastos no país em saúde pública em 
todo o Brasil, e estados e municípios, em geral, contribuem com a 
outra metade dos recursos. O Ministério da Saúde formula 
políticas nacionais de saúde, mas não realiza as ações. Para a 
realização dos projetos, depende de seus parceiros (estados, 
municípios, ONGs, fundações, empresas, etc.). Também tem a 
participativa entre os três entes da Federação: a União, os Estados 
e os Municípios. A rede que compõe o SUS é ampla e abrange tanto 
ações quanto os serviços de saúde. Engloba a atenção primária, 
média e alta complexidades, os serviços urgência e emergência, a 
atenção hospitalar, as ações e serviços das vigilâncias 
epidemiológica, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica. 
(MINISTÉRIODA SAÚDE, 2019b) 
Regionalização e Hierarquização:� os serviços devem ser organizados em 
níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma 
determinada área geográfica, planejados a partir de critérios 
epidemiológicos e com definição e conhecimento da população a 
ser atendida.
A regionalização é um processo de articulação entre os serviços 
que já existem, visando o comando unificado destes. 
Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e 
garantir formas de acesso a serviços que façam parte da 
complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos 
disponíveis numa dada região.
Descentralização e Comando Único:� descentralizar é redistribuir poder e 
responsabilidade entre os três níveis de governo. Com relação à 
saúde, descentralização objetiva prestar serviços com maior 
qualidade e garantir o controle e a fiscalização por parte dos 
cidadãos. No SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser 
descentralizada até o município, ou seja, devem ser fornecidas ao 
município condições gerenciais, técnicas, administrativas e 
financeiras para exercer esta função. Para que valha o princípio da 
descentralização, existe a concepção constitucional do mando 
único, onde cada esfera de governo é autônoma e soberana nas 
suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a 
participação da sociedade.
Participação Popular: a sociedade deve participar no dia a dia do 
sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as 
Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e 
avaliar a execução da política de saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 
2019b).
O Sistema Único de Saúde (SUS) é composto pelo Ministério da 
Saúde, Estados e Municípios, conforme determina a Constituição 
Federal. Cada ente tem suas co-responsabilidades.
Ministério da Saúde
Gestor nacional do SUS, formula, normatiza, fiscaliza, monitora e 
avalia políticas e ações, em articulação com o Conselho Nacional 
de Saúde. Atua no âmbito da Comissão Intergestores Tripartite 
(CIT) para pactuar o Plano Nacional de Saúde. Integram sua 
estrutura: Fiocruz, Funasa, Anvisa, ANS, Hemobrás, Inca, Into e oito 
hospitais federais.
Secretaria Estadual de Saúde (SES)
Participa da formulação das políticas e ações de saúde, presta 
apoio aos municípios em articulação com o conselho estadual e 
participa da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) para aprovar e 
implementar o plano estadual de saúde.
Secretaria Municipal de Saúde (SMS)
Planeja, organiza, controla, avalia e executa as ações e serviços de 
saúde em articulação com o conselho municipal e a esfera 
estadual para aprovar e implantar o plano municipal de saúde.
função de planejar, elaborar normas, avaliar e utilizar instrumentos 
para o controle do SUS.
Estados e Distrito Federal: os estados possuem secretarias específicas 
para a gestão de saúde. O gestor estadual deve aplicar recursos 
próprios, inclusive nos municípios, e os repassados pela União. 
Além de ser um dos parceiros para a aplicação de políticas 
nacionais de saúde, o estado formula suas próprias políticas de 
saúde. Ele coordena e planeja o SUS em nível estadual, 
respeitando a normatização federal. Os gestores estaduais são 
responsáveis pela organização do atendimento à saúde em seu 
território.
Municípios:�são responsáveis pela execução das ações e serviços de 
saúde no âmbito do seu território. O gestor municipal deve aplicar 
recursos próprios e os repassados pela União e pelo estado. O 
município formula suas próprias políticas de saúde e também é 
um dos parceiros para a aplicação de políticas nacionais e 
estaduais de saúde. Ele coordena e planeja o SUS em nível 
municipal, respeitando a normatização federal. Pode estabelecer 
parcerias com outros municípios para garantir o atendimento 
pleno de sua população, para procedimentos de complexidade que 
estejam acima daqueles que pode oferecer.
Conselhos de Saúde: o Conselho de Saúde, no âmbito de atuação 
(Nacional, Estadual ou Municipal), em caráter permanente e 
deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do 
governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, 
atua na formulação de estratégias e no controle da execução da 
política de saúde na instância correspondente, inclusive nos 
aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão 
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada 
esfera do governo.
Cabe a cada Conselho de Saúde definir o número de membros, que 
obedecerá a seguinte composição: 50% de entidades e 
movimentos representativos de usuários; 25% de entidades 
representativas dos trabalhadores da área de saúde e 25% de 
representação de governo e prestadores de serviços privados 
conveniados, ou sem fins lucrativos.
Comissão Intergestores Tripartite (CIT): foro de negociação e pactuação 
entre gestores federal, estadual e municipal, quanto aos aspectos 
operacionais do SUS. 
Comissão Intergestores Bipartite (CIB):� foro de negociação e pactuação 
entre gestores estadual e municipais, quanto aos aspectos 
operacionais do SUS.
Conselho Nacional de Secretário da Saúde (Conass):�entidade representativa dos 
entes estaduais e do Distrito Federal na CIT para tratar de matérias 
referentes à saúde.
Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems):� entidade 
representativa dos entes municipais na CIT para tratar de matérias 
referentes à saúde.
Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems): são reconhecidos como 
entidades que representam os entes municipais, no âmbito 
estadual, para tratar de matérias referentes à saúde, desde que 
vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma que 
dispuserem seus estatutos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019b) 
11
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais 
complexos sistemas de saúde pública do mundo, abrangendo 
desde o simples atendimento para avaliação da pressão arterial, 
por meio da Atenção Primária, até o transplante de órgãos, 
garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a 
população do país.
Com a sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal ao 
sistema público de saúde, sem discriminação. A atenção integral à 
saúde, e não somente aos cuidados assistenciais, passou a ser um 
direito de todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, 
com foco na saúde com qualidade de vida, visando a prevenção e a 
promoção da saúde. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019b)
A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e 
RESPONSABILIDADE DOS QUE COMPÕEM O SUS
União:�a gestão federal da saúde é realizada por meio do Ministério 
da Saúde. O governo federal é o principal financiador da rede 
pública de saúde. Historicamente, o Ministério da Saúde aplica 
metade de todos os recursos gastos no país em saúde pública em 
todo o Brasil, e estados e municípios, em geral, contribuem com a 
outra metade dos recursos. O Ministério da Saúde formula 
políticas nacionais de saúde, mas não realiza as ações. Para a 
realização dos projetos, depende de seus parceiros (estados, 
municípios, ONGs, fundações, empresas, etc.). Também tem a 
participativa entre os três entes da Federação: a União, os Estados 
e os Municípios. A rede que compõe o SUS é ampla e abrange tanto 
ações quanto os serviços de saúde. Engloba a atenção primária, 
média e alta complexidades, os serviços urgência e emergência, a 
atenção hospitalar, as ações e serviços das vigilâncias 
epidemiológica, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica. 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019b) 
O Sistema Único de Saúde (SUS) é composto pelo Ministério da 
Saúde, Estados e Municípios, conforme determina a Constituição 
Federal. Cada ente tem suas co-responsabilidades.
Ministério da Saúde
Gestor nacional do SUS, formula, normatiza, fiscaliza, monitora e 
avalia políticas e ações, em articulação com o Conselho Nacional 
de Saúde. Atua no âmbito da Comissão Intergestores Tripartite 
(CIT) para pactuar o Plano Nacional de Saúde. Integram sua 
estrutura: Fiocruz, Funasa, Anvisa, ANS, Hemobrás, Inca, Into e oito

Outros materiais