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DIARREIA AGUDA: PED ➢ Introdução: Aumento do número de evacuações e/ou diminuição da consistência das fezes. ➢ Conceitos: • 3 ou mais evacuações amolecidas ou líquidas em 24h; • O número de evacuações consideradas normais por dia varia com a idade e dieta da criança; • A percepção materna é extremamente confiável na identificação da diarréia de seus filhos ➢ Classificação: de acordo com OMS • Aguda: pode durar até 14 dias, determina grande perda de fluidos e pode levar a desidratação; • Disenteria: aguda com sangue; • Persistente: diarréia com duração superior a 14 dias. Pode provocar desidratação ou desnutrição • Crônica: diarréia com duração superior a 30 dias ou 3 ou mais episódios de curta duração em intervalo inferior a 2 meses. ➢ A classificação do AIDPI ocorre de acordo com a desidratação. ➢ Etiologia: • Vírus: rotavírus, coronavírus, adenovírus, calicivírus (em especial norovírus) e astrovírus. • Bactérias: E. coli enteropatogênica clássico, E. coli enteroinvasiva, E coli enteroagragativa18, Salmonella, Shigella, Campylobacter jejuni, Vibrio cholerae, Yersinia • Parasitas: Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Crysptoporidium, Isospora • Fungos: Candida albicans • Outras causas: alergia ao leite da vaca, deficiência de lactase, erro alimentar (ex: excesso de carboidrato não vai ser digerido, levando a diarréia osmótica), uso de ATB e laxantes e intoxicação por metais pesados. ➢ A investigação da causa de diarréia não é obrigatória para todos os casos. Deve ocorrer nos casos graves e em pct hospitalizados. ➢ Pct imunocomprometidos ou em uso prolongado de ATB: Klebsiella, C. difficile, Pseudomonas, Cryptosporidium. ➢ Avaliação clínica: • Anamnese: -duração em dias -número diário de evacuações -sangue nas fezes - episódios de vômitos -febre -prática alimentar -casos na escola ou em casa -imunização -uso de medicações -peso recente (porque quando for avaliar a desidratação, se tivermos o peso recente, vai ser importante calcular a perda de liquido (grau de desidratação) baseado nesse peso recente. -diurese (fica diminuída) • Exame físico: -Avaliar hidratação (perda de fluidos) e nutrição (erro alimentar) -estado: alerta, irritada ou letárgica (=manuseia a criança e ela não reage) -aceitação de líquido: criança desidratada tem avidez por líquido -diurese: quando abre a fralda da criança vê-se se tem muito xixi. ➢ Princípios da OMS • Prevenção: - vacinas contra sarampo e rotavirus -aleitamento materno prolongado -suplementação de vit A -melhora nas condições sanitárias (acesso a água de qualidade/ lavagem das mãos/ saneamento básico) • Tratamento: -terapia de reidratação -manutenção da alimentação -terapia com zinco ➢ Avaliação do estado de hidratação para crianças com doença diarréia ➢ Sinal da prega; olhos fundos e secos ➢ Gravidade do quadro: • Nível de alerta • Fontanela baixa (fontanela deprimida em caso de desidratação • Padrão respiratório alterado (acidose) • Ritmo cardíaco acelerado • Extremidades frias • Pulso débil • Tempo de enchimento capilar ➢ Diarreia aguda: esquema de tratamento: • Plano A (pct hidratado) – hidratacao oral em casa • Plano B (desidratação leve) – TRO em unidade de saúde ou hospital • Plano C (desidratação grave) – hidratação endovenosa ➢ Plano A- prevenção a desidratação • Manter a alimentação • Oferecer mais líquido: soro oral após cada evacuação, sopa de frango com hortaliças e verduras, água de coco, água. • Suplementação de zinco: crianças menores de 5 anos, durante 10-14 dias, sendo iniciado a partir do momento da caracterização da diarréia -primeiros 6 meses de vida: 10 mg/dia -maiores de 6 meses: 20 mg/dia • Os sinais de alarme (aumento de freqüência das dejeções liquidas, vômito freqüente, sangue nas fezes, recusa de ingestão de líquidos, febre, diminuição da atividade ou diurese, muita sede). ➢ Orientar para em casa: • Reconhecer sinais de perigo • Preparar e administrar SRO • Medidas para higiene pessoal e alimentar ➢ Quantidade de liquidos que devem ser administrados após cada evacuação diarréica • Menores de 1 ano: 50- 100ml • 1-10 anos: 100-200 ml • Maiores de 10 anos: quantidade que o pct aceitar ➢ Seguimento em 5 dias se não melhorar! ➢ Solucao de reidratacao oral: SRO • SRO modificada: pode adaptar a reconstituição da formula de 90 mEq da OMS. ➢ Plano B – deve ser realizado na Unidade de saúde • Os pct devem permanecer na unidade de saúde ate a reidratacao completa e reinicio da alimentacao • Manter aleitamento materno • SRO até que desapareçam os sinais de desidratacao • Quantidade ingerida dependerá da sede do pct • Orientação inicial: 50-100 ml/kg para ser adm no período de 4h • Durante a reidratacao reavaliar o estado de hidratacao • Desaparecem sinais de desidratacao: passar para o plano A • Continuar desidratado: SNG • Evoluir para desidratacao grave: plano C ➢ Durante a permanência do pct, o acompanhante de serviço de saúde deve orientar a: • Reconhecer os sinais de desidratacao • Adm SRO • Medidas de higiene pessoal e domiciliar ➢ Pct permanecem na unidade de saúde até reidratacao e reinicio da alimentacao ➢ Liberação para domicilio com Plano A ➢ Tratando a criança com diarréia com desidratacao • Dar 75 ml em 4h de 5-5 min ate a diurese abundante • Se a criança vomitar, aguardar 10 min e depois continuar mais lentamente. Caso persistam os vômitos, use ondansetrona (0,2 mg/kg/dose) • Continuar a amamentar no peito sempre que a criança desejar. ➢ Plano C – reidratação venosa • Desidratação grave: perda de peso maior que 10 • CI de TRO (íleo paralítico, abd agudo, alteração do estado de consciência/convulsões) • Choque hipovolêmico • Vômitos biliosos ou de difícil controle • Falha na terapia de reidratacao oral ➢ MINISTERIO DA SAUDE: ➢ Plano C: avaliar • Se pct não melhora da desidratacao ou aumentam as perdas: aumentar velocidade de infusão do soro • Quando o pct puder beber (2 a 3h do inicio da hidratacao venosa): iniciar TRO • Interromper plano C quando o pct ingerir SRO suficiente para se manter hidratado • Observar pct em TRO e sem hidratacao venosa por 6h antes da liberação para domicilio. ➢ Alimentação na doença diarréica: • Manter a alimentacao com oferta energética apropriada • Oportunidade para corrigir erros alimentares • Casos de diarréia persistente: formulas sem lactose • Diarréia persistente que não responde à dieta sem lactose: formula com proteína extensamente hidrolisada ou formula de AA. ➢ Zinco na diarréia aguda: • OMS: usar por 10-14 dias • 10 mg/dia abaixo dos 6 meses de vida • 20 mg/dia maiores de 6 meses de vida ➢ Vit A na diarréia aguda: • Usar nas populações com risco para deficiência dessa vitamina ➢ ATB na diarréia aguda: • s/ indicação na maioria dos casos • usar: casos de cólera, disenteria (shigella), febre e mal estado geral. • Indicados pelo MS e OMS: ciprofloxacino (3 dias), azitromicina (5 dias), ceftriaxone (5 dias) • Metronidazol para giardiase ou amebíase comprovada ➢ Antiemeticos na diarréia aguda: • s/ indicação na maioria dos casos • ondasetrona (0,15-03 mg/K) • ESPGHAN (sociedade européia de gastroenterologia, hepatologia e nutrição em ped) e diretriz iberolatinoamericana • Pode reduzir necessidade de hidratacao venosa e internação hospitalar ➢ Probioticos na diarréia aguda: • Microoganismos vivos que interagem com microbiota intestinal • Sem menção o uso pela MSe OMS • Podem ser usados como coadjuvantes no tratamento (ESPGHAN e diretriz ibero-latinoamericana) • Determinadas cepas reduzem a duração de diarréia aguda ➢ Racecadotrila na diarréia aguda • Inibidor da encefalinase, que leva a maior ação das encefalinas na redução da secreção intestinal de agua e eletrólitos • Pode ser usada como coadjuvante no tratamento para reduzir as perdas de agua e eletrólitos *ESPGHAN e diretriz ibero-latinoamericana • Dose 1,5 mg/k, 3x ao dia, ate que cesse a diarréia • CI para menores de 3 meses de idade.
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