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Atividade Avaliativa I 
Seminário Temático III 
Prof. Coord. Marina Cordeiro 
 
Disciplina: Seminário Temático III 
Nome da Atividade: Atividade Avaliativa I 
Nome do aluno: Juliana Cristina Ribeiro 
Pólo: Darcy Ribeiro – VRE Matrícula: 17113110247 
 
Parte 1 – Tabela: Artigo e seus elementos básicos 
 
Artigo – Elementos Básicos 
Título 
“Ciência, senso comum e revoluções científicas: 
ressonâncias e paradoxos”. 
Autores e instituição 
Marivalde Moacir Francelin – PUC 
Pontifícia Universidade Católica – Campinas. 
Tema de interesse Ciência, senso comum e revoluções científicas 
Palavras-chave (até cinco) Ciência; Filosofia da ciência; Senso comum 
Problema 
(definição do objeto) 
As incertezas em abordar a temática, podendo salientar 
várias interpretações. 
Objetivos 
Revisar alguns aspectos da constituição do conhecimento 
cientifico e descrever algumas características de eventos 
que se desenvolveram e ainda se desenvolvem a partir de 
novos conceitos em torno da própria ciência. 
Justificativa - argumentação 
do(s) autor(es) 
Tais questões estabelecem que a gênese científica se 
relaciona às manifestações cotidianas, modificando-se e 
distinguindo-se em suas múltiplas interpretações, 
justificando a necessidade de uma aproximação com o 
senso comum. 
 
Parte 2 – Resenha Crítica 
 
REFERÊNCIA: 
FRANCELIN, Marivalde Moacir. Ciência, senso comum e revoluções científicas: ressonâncias e paradoxos. Ci. 
Inf., Brasília, set./dez. 2004, v.33, n.3, p.26-34. 
O artigo “Ciência, senso comum e revoluções científicas: ressonâncias e paradoxos” da 
autora Marivalde Moacir Francelin, publicado na revista Ciência da Informação no ano de 2004, 
trata-se do percurso sobre as diversas definições que a ciência foi ganhando ao longo dos tempos, 
levantando aspectos interessantes a respeito da relação, muitas vezes conflituosa, entre senso 
comum e conhecimento científico. 
A autora possui mestrado em Biblioteconomia e Ciência da Informação pela Pontifícia 
Universidade Católica de Campinas (2004) e doutorado em Ciência da Informação pela 
Universidade de São Paulo (2010). Atualmente é professora doutor da Universidade de São 
Paulo. Tendo experiência na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação, atuando 
principalmente nos seguintes temas: Ciência da Informação; Biblioteconomia; Estudos 
Epistemológicos e Metodológicos da Ciência da Informação; Ética, Razão e Ciência; Pesquisa e 
Metodologia do Trabalho Científico; Organização do Conhecimento; Estudos de informação; 
Teoria do conceito. 
O texto de Francelin (2004) é constituído de nove páginas e de dois tópicos que deixa 
evidente alguns conceitos sobre ciência, senso comum e revoluções cientificas, e posteriormente, 
relaciona algumas discussões sobre os temas. Além de destacar o papel da ciência enquanto 
agente em diversas esferas do conhecimento, bem como sua relação com outros tipos de saberes e 
eventos. 
A autora explica que o contexto científico se mostra variável, devido a interferência do 
ambiente ao qual está inserido, ou seja, tais influências podem ser interpretadas de diferentes 
maneiras dentro de um mesmo contexto, mesmo sendo observadas pelo mesmo agente. E 
exemplifica através das revoluções científicas que passaram por enfoques de diferentes filósofos. 
Primeiramente, a autora levanta a questão de quão é difícil definir e conceituar a temática 
“ciência”. Fato que cita, segundo Freire-Maia (1998), como sendo uma atividade que em geral os 
filósofos preferem abster-se por três motivos: pelo fato de toda definição ser incompleta; pela 
própria complexidade do tema; e pela falta de acordo entre as definições. O autor ainda propõe 
abster-se de conhecimentos e crenças limitadoras e fazer uso de princípios elementares através de 
metodologia científica para ir além de algumas definições já existentes sobre ciência. Para o 
autor, é pertinente esclarecer que ciência transcende o "conjunto de descrições, interpretações, 
teorias, leis, modelos etc., visando ao conhecimento de uma parcela da realidade [...]" ou 
segundo Morais (1988), a ciência é “mais do que uma instituição, a ciência é uma atividade, é 
um conceito abstrato”. Para este autor, o que hoje podemos considerar “concretamente” seriam 
os cientistas e o resultado de seus trabalhos. E ainda completa ao expor que “ciência não se reduz 
a experimentos, pelo contrário, é extremamente abrangente e complexa. 
Neste sentido, a autora confirma a posição de Morais (1988), expondo que o pensamento 
científico não se forma nem se transforma apenas por um experimento. Para ela, antes de se 
chegar ao desenvolvimento do conhecimento, e aos possíveis desdobramentos e consequências 
que estes possam trazer, o experimento irá além das características que estão relacionadas e inter-
relacionadas a uma primeira ideia ou conceito, será através do uso da “filosofia da ciência” que 
tais discussões em torno de qualquer assunto vão se desenvolver em “conhecimento do 
conhecimento” e por fim chegar ao pensamento científico. A autora completa o sentido citando 
Whitehead (1946), segundo o autor “filosofia e ciência se aproximam para que o pensamento 
científico, por meio de uma filosofia conciliadora, constitua-se a partir de uma “harmonização” 
das ciências”, propondo assim, um princípio básico, o “conceito unificador”. Já o filósofo 
Bachelard (1991), propõe um “pluralismo filosófico” para caracterizar a filosofia das ciências, o 
autor entende que “só é possível abordar “experiência e teoria”, em seus variados níveis de 
maturidade, por meio de uma filosofia que acompanhe essa multiplicidade”. 
Historicamente, filosofia e ciência nem sempre estiveram em lados opostos. Segundo Moles 
(1971), filosofia e conhecimento científico estavam na mesma linha de pensamento da filosofia 
natural. A ruptura ocorreu após o Renascimento, quando a filosofia tomou um caráter mais 
abrangente, “englobando até a ética individual e social e as partes mais subjetivas de reflexão do 
homem sobre si mesmo”. Segundo a autora, “a ciência tornava-se mais específica e operacional, 
criando para si um mundo próprio, passível de ser explicado, experimentável e dominável”, 
sendo assim, não se precisava mais da filosofia, pois a ciência possuía a respostas para todas as 
dúvidas. 
Passando por diversas modificações, entre o final do século XIX e o início do século XX, o 
conceito em relação a filosofia deu lugar a uma nova revolução científica, mudando-a de uma 
concepção de verdade absoluta em pressuposições científicas modernas. Segundo Francelin 
(2004), foi neste momento que se refez a relação entre ciência e filosofia, estabelecendo assim, 
uma espécie de teoria científica, construída e constituída pelo fato do cientista se dar conta que 
sua visão não era a única e suficiente para lidar com os problemas levantados pelo próprio meio 
científico. 
Finalizando o primeiro tópico, Francelin (2004) faz menção sobre os caminhos percorridos 
da filosofia, que por muito tempo foram trilhados pela religiosidade e crença em um Deus para se 
explicar todos os questionamentos da humanidade. Embora esse imaginário fizesse parte da 
condição do viver e do sobreviver humano, assim como a filosofia, a ciência também se 
distanciou de crenças religiosas, e se estruturou num conhecimento autônomo e independente. 
No segundo tópico, Francelin (2004) aborda a temática do senso comum. Para a autora os 
conceitos que formam a base para qualquer estudo ou discussão do conhecimento, podem ser 
construídos ao longo do tempo por diferentes comunidades científicas, segundo a autora “os 
conceitos nascem no cotidiano, são apropriados pelo meio científico e tornam-se científicos ao 
romperem com esse cotidiano, com esse senso comum”. 
Para Francelin (2004), um conceito bastante atraente é a visão que Boaventura de Sousa 
Santos traz em seu livro “Um discurso sobre as ciências”, onde apresenta a ideia deque os 
conceitos filosóficos surgem do senso comum e que o presente momento histórico aponta para 
uma ruptura da hierarquia entre conhecimento científico e conhecimento popular, este último 
definido como o menor denominador comum daquilo que um grupo ou um povo acredita. 
Portanto, ao contrário da ciência moderna, que desconsiderava o senso comum, as pesquisas pós-
modernas devem incorporar também o conhecimento popular. Para Santos (2000) “o 
conhecimento científico somente é possível mediante o rompimento com o conhecimento vulgar, 
com o senso comum”. Ainda, segundo o autor, a valorização filosófica do senso comum surgiu no 
século XVII com à ascensão da burguesia ao poder, o que foi essencial para o surgimento e 
fortalecimento das ciências sociais no século XIX. Porém, a relação entre ciências sociais e senso 
comum dá-se de forma complexa e ambígua. 
A autora encerra o tópico conectando senso comum e o conhecimento científico ao 
cotidiano humano, e explica que, embora possam relacionar-se entre si, sempre serão distintos. 
Francelin (2004) afirma que “a pesquisa científica tem início no conhecimento vulgar, oriundo 
do senso comum, cujo critério orbita a falta de fundamentação sistemática", ou seja, quando o 
agente recebe em seu cotidiano informações, acaba emitindo opinião sem saber o porquê e o que 
significam, normalmente tal fato, levando consigo ideias falsas, parciais ou preconceituosas. A 
grande diferença é que no meio científico deve haver plena consciência de que uma pesquisa que 
leva a um novo conhecimento não é definitiva, enquanto no senso comum as opiniões podem se 
apresentar de forma verdadeira e definitiva. 
Por fim, a autora, inicia sua exploração sobre os ensinamentos de Thomas Kuhn e Karl 
Popper, acerca do paradoxo das revoluções científicas. Ambos, pensadores da ciência do século 
XX, deram grande contribuição ao pensamento científico. Francelin (2004) inicia o contexto 
explicando a crítica de Popper quanto ao positivismo lógico do Círculo de Viena que defendia o 
princípio do verificacionismo, que pregava que para uma hipótese ser científica, deve ser 
considerada "verificável". Para Popper, as hipóteses serão científicas se forem falseáveis, 
originando a chamada "falseabilidade". Além disso, prega que a ciência se desenvolve a partir de 
revoluções constantes, ou seja, renovando-se permanentemente. Assim, a ciência se 
desenvolveria a partir da busca e na tentativa de encontrar lacunas para falsear uma teoria. Em 
sendo possível o falseamento, a mudança seria constante. Já para Kuhn, contrariando o 
pensamento de Popper, prega que a ciência se desenvolve a partir de revoluções científicas que 
ocorrem em determinados intervalos de tempo, dando-se início a um período de transição. 
Segundo Kuhn, depois de certo tempo, a ciência entra em crise, por meio das metodologias, 
teorias, valores e conceitos, aspirando por novas concepções paradigmáticas, iniciando, assim, a 
revolução científica. 
Conclui a autora, nesse contexto, que as revoluções científicas propostas pelos teóricos 
podem ocorrer de tempos em tempo, a todo momento, separada ou concomitantemente. 
Entretanto, ressalta que nenhuma das teorias possui a essência da ciência, uma vez que 
concebidas exclusivamente com o ponto de vista dos teóricos, não sendo tais conceitos aceitos 
em outras áreas das ciências exatas e biológicas ou da natureza. 
Por fim em sua ‘conclusão’ Francine (2004) apresenta que a ciência e a filosofia necessitam 
do senso comum, assim como as revoluções dependem de uma suposta verdade, criada pelo ser 
humano para alcançar o conhecimento científico. Todos possuem relação entre si, e se dependem 
para construção do conhecimento. 
Ao longo do texto, Francine (2004), faz um breve percurso sobre as diversas definições que 
a ciência foi ganhando ao longo dos tempos. Primeiro apresenta as definições de ciência, filosofia 
e senso comum. Em seguida discute evolução do pensamento e conhecimento cientifico no 
decorrer dos séculos, mostrando as opiniões de outros pensadores do século. 
A obra é indicada a todos aqueles estudiosos interessados na discussão sobre ciência e 
senso comum 
Conforme o artigo “Ciência, senso comum e revoluções científicas: ressonâncias e 
paradoxos”, não é de hoje que as pessoas usam o senso comum para se precaver ou solucionar 
problemas cotidianos, porém dentro do senso comum não se investiga a veracidade de um fato, 
esta ideia acaba sendo transmitida de geração a geração como verdade absoluta, ou seja, essa 
convicção não tem base num conhecimento racional. Já a ciência necessita de veracidade, indo 
desde a construção de um pensamento até sua comprovação como conhecimento científico. 
Porém, ambos seguem a mesma ordem, a mesma finalidade, que é a solução dos problemas do 
dia-a-dia. Tanto o senso comum quanto a ciência buscam juntar e relacionar situações e ideias 
que ajudem a melhorar a vida do homem. 
Portanto, é possível concluir que embora o senso comum, tenha em sua particularidade, de 
certa forma verdadeira e absoluta, é de extrema importância na construção do processo de 
desenvolvimento do conhecimento científico. Todos os elementos estão inter-relacionados, senso 
comum, filosofia, conhecimento, todos de certa forma, unificados para se obter a ciência e o 
conhecimento científico. 
 
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