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1 - S aureus e N meningitidis

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Maria Paula M. Mattei | Tutorial 1 UC 5 
1 
 
Cocos: Staphylococcus aureus e Neisseria meningitidis 
Diferenciar as Bactérias Gram Positivas e Gram Negativas 
 
Gram Positivas: 
Parede celular espessa, de múltiplas camadas que consiste principalmente em peptidoglicanos em torno da 
membrana citoplasmática. O peptidoglicano funciona como um exoesqueleto e é suficientemente poroso para 
permitir a difusão de metabólitos até a membrana plasmática. 
O peptidoglicano pode ser degradado por lisozima, enzima presente nas lágrimas e no muco de seres 
humanos, mas é também produzida pelas bactérias e outros organismos. Sem o peptidoglicano, as bactérias 
não resistiriam às grandes diferenças de pressão osmótica ao longo da membrana citoplasmática e lisariam. A 
remoção da parede celular produz um protoplasto que lisa, a menos que seja estabilizado osmoticamente. 
A parede celular também pode incluir outros componentes como proteínas, ácidos teicoicos (polímeros 
ligados ao peptidoglicano que se ligam aos receptores do hospedeiro e importantes fatores de virulência), 
lipoteicoicos e polissacarídeos complexos (geralmente chamados de polissacarídeos C). 
Os ácidos lipoteicoicos estão ancorados na membrana citoplasmática. Estas moléculas são antígenos de 
superfície que distinguem os sorotipos bacterianos e promovem a fixação às outras bactérias e aos receptores 
específicos das superfícies de células de mamíferos. São liberados no meio e no hospedeiro, e podem induzir 
respostas de defesa inata similar à endotoxina, embora de maneira mais fraca. 
O peptideoglicano das estafilococos estão associados à proteína R e o das estreptococos à proteína M. 
A maioria são as cocos. 
 
Gram Negativas: 
Parede celular mais complexa tanto estrutural quanto quimicamente. Não possuem ácidos teicoicos ou 
lipoteicoicos na parede celular. 
A parede celular é atravessada por diversos sistemas de transporte, como os sistemas de secreção dos tipos I, 
II, III, IV, V. Os sistemas de transporte possibilitam a captação e liberação de diferentes compostos. Esses 
sistemas de secreção são produzidos durante a infecção e contribuem para a virulência da bactéria 
transportando moléculas que facilitam a adesão bacteriana ou o crescimento intracelular. 
O sistema de secreção III é o principal fator de virulência para algumas bactérias, com uma estrutura complexa 
que atravessa tanto a membrana interna quanto a membrana externa e pode agir como uma seringa para 
injetar proteínas em outras células. 
Maria Paula M. Mattei | Tutorial 1 UC 5 
2 
 
Estruturalmente contém duas camadas externas à membrana citoplasmática e imediatamente externa à essa 
membrana existe uma fina camada de peptidoglicano. 
Possui uma membrana externa que é como um saco rígido em torno da bactéria, mantendo seu formato e 
forma uma barreira de permeabilidade a grandes moléculas (como a lisozima) e moléculas hidrofóbicas 
(alguns antimicrobianos). Também proporciona proteção contra as condições adversas, como o sistema 
digestivo do hospedeiro. A monocamada interna da membrana externa contém fosfolipídos e a monocamada 
externa é composta principalmente de lipopolissacarídeos (LPS), único local em que as moléculas de LPS são 
encontradas. 
LPS também é chamado de endotoxina, um estimulador de respostas imune. Ele é liberado pelas bactérias nos 
meios no hospedeiro, induzindo febre e podendo causar choque. As Neisserias liberam grandes quantidades 
de uma molécula relacionada, lipoligossacarídeo (LOS), resultando em febre e sintomas graves. 
A área entre a membrana citoplasmática e a membrana exterior é denominada de espaço periplasmático. Esse 
espaço contém componentes do sistema de transporte de ferro, proteínas, açúcares e outros metabólitos, e 
uma variedade de enzimas hidrolíticas (proteases, lipases, nucleases, fosfatases e de degradação de 
carboidratos) que participam da clivagem de macromoléculas para o metabolismo bacteriano. Nas gram 
negativas patogênicas, muitos dos fatores de virulência, como colagenases, hialuronidases, proteases e 
β‑lactamases, localizam‑se no espaço periplasmático. 
 
Na membrana externa existem proteínas transmembranas como as porinas, que formam poros que permitem 
a difusão de moléculas hidrofílicas, como metabólitos e moléculas pequenas de antimicrobianos. Além de 
porinas, possuem proteínas estruturais, moléculas receptoras de bacteriófagos e outros ligantes e 
componentes dos sistemas de transporte e de secreção. 
A membrana externa é conectada à membrana citoplasmática em sítios de adesão e é unida ao peptidoglicano 
através da lipoproteína que fica ligada ao peptidoglicano e é ancorada na membrana externa. Os locais de 
adesão proporcionam uma rota para a liberação de componentes da membrana externa recém‑sintetizados 
para a membrana externa. 
 O rompimento da membrana externa enfraquece as bactérias e permite a permeabilidade de grandes 
moléculas hidrofóbicas. A adição de lisozima às células com uma membrana externa rompida produz 
esferoplastos, que como os protoplastos, são osmoticamente sensíveis. 
Maioria são os bacilos. 
Cocos: 
Maria Paula M. Mattei | Tutorial 1 UC 5 
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• Neisseria gonorrhoea 
• Neisseria miningitidis 
• Haemophilus influenzae 
 
Coloração de Gram: 
Teste que permite a diferenciação entre as duas mais importantes classes de bactérias, permitindo o 
diagnóstico inicial e começar uma terapêutica. 
As bactérias são fixadas pelo calor na superfície de uma lâmina, coradas pelo cristal de violeta ou violeta 
genciana. Lugol é adicionado para precipitar o corante e depois o descorante vai retirar a violeta não ligada ao 
peptidoglicanos. A fucsina é adicionada para corar as bactérias não coradas por violeta genciana. 
As Gram positivas ficam roxas porque o corante fica retido na camada de peptidoglicano,. 
As Gram negativa ficam rosa. 
Compreender as Staphylococcus aureus 
São cocos gram positivos aeróbios, possuem forma esférica e ausência de endósporos. 
As catalases são enzimas que convertem peróxido de hidrogênio em água e oxigênio. Quando uma gota de 
peróxido de hidrogênio é colocada sobre uma colônia bacteriana produtora de catalase, aparecem bolhas 
decorrentes da liberação de oxigênio formado. 
O gênero catalase positivos é Staphylococcus. 
As estafilococos crescem em formato de cacho de uva. 
Podem crescer em ambientes aeróbios e anaeróbios. Estão presentes na pele e nas membranas mucosas dos 
seres humanos. 
As espécies mais comumente associadas a doenças humanas são S. aureus (o membro mais virulento e 
conhecido do gênero), Staphylococcus epidermidis e Staphylococcus saprophyticus. Os membros de S. aureus 
resistentes à meticilina (MRSA) causam infecções graves em pacientes hospitalizados e, também, no ambiente 
extra‑hospitalar em crianças e adultos. As colônias de S. aureus podem apresentar uma coloração 
Maria Paula M. Mattei | Tutorial 1 UC 5 
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amarelo‑ouro e produzem a enzima coagulase, que converte fibrinogênio em fibrina, formando um coágulo 
no plasma. 
 Teste da Coagulase: faz diagnóstico de Staphylococcus aureus que são coagulase +. Permite subdividir 
os gêneros de cocos. 
Fisiologia e Estrutura das Estafilococos: 
➢ Cápsula e Camada Mucoide 
A cápsula recobre a camada mais externa da parede celular. Na S. aureus foram identificados 11 sorotipos 
capsulares. Os sorotipos 5 e 8 estão associados à maioria das infecções humanas. 
A cápsula tem ação protetora porque inibe a fagocitose do microrganismo pelos leucócitos polimorfonucleares 
(PMN). 
A maioria dos estafilococos produz um filme hidrossolúvel (camada mucoide ou biofilme) que possibilita a 
ligação da bactéria aos tecidos, dispositivos médicos ou corpos estranhos, como cateteres, enxertos, próteses 
valvulares, sendo importante para a sobrevivência dos estafilococos coagulase negativos. 
➢ Peptidoglicano: 
O peptidoglicano consiste em camadas de cadeias de glicano construídas por 10 a 12 subunidades alternadasde ácido N‑acetilmurâmico e N‑acetilglicosamina. 
O peptidoglicano das Gram‑positivas consiste em muitas camadas unidas por ligações cruzadas, o que torna a 
parede celular mais rígida. 
As enzimas que catalisam a construção das camadas de peptidoglicano são chamadas de proteínas ligadoras 
de penicilina (PBP), porque são os alvos das penicilinas e outros antimicrobianos β‑lactâmicos. 
A resistência bacteriana à meticilina e às penicilinas relacionadas é mediada pela aquisição de um gene (mecA) 
que codifica para uma proteína ligadora de penicilina alterada (PBP2A), que apresenta baixa afinidade por 
meticilina, penicilinas relacionadas e cefalosporinas. 
O peptidoglicano tem uma atividade semelhante à endotoxina, estimulando a produção de pirogênio 
endógeno, a produção de interleucina 1 (IL‑1) pelos monócitos e a agregação de PMN (um processo 
responsável pela formação de abscesso). 
Quanto mais peptidoglicano tiverem, mais virulentas elas vão ser e mais leucócitos vão ser atraídos no local, 
formando pus. 
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➢ Ácidos Teicoicos 
Ácidos teicoicos são componentes da parede celular e são espécie-específicos ligados aos ácidos N-
acetilmurâmico da camada de peptidoglicano ou aos lipídios da membrana plasmática (ácidos lipoproteicos). 
Apesar de os ácidos teicoicos serem imunógenos fracos, uma resposta de anticorpos específicos é estimulada 
quando eles estão ligados ao peptidoglicano. Ajudam a bactéria a se ancorarem no tecido humano. 
➢ Proteínas de Adesão da Superfície 
Na S. aureus existem grandes quantidades de proteínas de superfície. Elas são importantes para adesão aos 
tecidos do hospedeiro (colágeno, elastina). Em estafilococos, a maioria está ligada ao peptidoglicano da 
parede celular e são denominadas de componentes da superfície microbiana que reconhecem moléculas 
adesivas da matriz ou proteínas. 
Proteína A: presente na superfície das cepas de S. aureus, mas não dos estafilococos coagulase-negativos. Essa 
proteína fica ligada aos peptideoglicanos ou à membrana citoplasmática e se liga nas imunoglobulinas. A 
detecção da proteína A pode ser utilizada como um teste de identificação específica para S. aureus. Vira o 
anticorpo ao contrário, se liga às imunoglobulinas na porção FC (responsável por se ligar nas células do sist.. 
imune e sinalizar presença de bactérias) e se ligando ali inibem esse sistema. 
Coagulase: São fatores de coagulação e estão presentes também na S. aureus. É um importante fator de 
virulência, pois se liga no fibrinogênio e o converte em fibrina insolúvel, fazendo com que os estafilococos se 
agrupem. 
➢ Membrana Citoplasmática 
Consiste em um complexo de proteínas, lipídios e uma pequena quantidade de carboidratos. Funciona como 
uma barreira osmótica para a célula e como ancoradouro para as enzimas celulares biossintéticas e 
respiratórias. 
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Patogênese e Imunidade das Estafilococos: 
A patologia das infecções por estafilococos depende da habilidade da bactéria em evadir da fagocitose, 
expressar proteínas de superfície que medeiam a adesão aos tecidos do hospedeiro, e produzir dano tecidual 
através da elaboração de toxinas específicas e enzimas hidrolíticas. 
A expressão de fatores de virulência em estafilococos está sob o controle de sistemas regulatórios, sendo o 
mais importante o sistema regulador de genes acessórios ou AGR. Esse sistema de controle determina a 
expressão de proteínas de adesão, promovendo a colonização dos tecidos quando a densidade celular 
bacteriana é baixa e de enzimas hidrolíticas e toxinas quando alta. 
➢ Defesas contra a Imunidade Inata 
As estafilococos ativam opsoninas (IgG) do soro, mas a cápsula recobre essas opsoninas e protege a bactéria, 
inibindo a fagocitose por leucócitos. Na presença de anticorpos específicos direcionados contra os 
estafilococos, uma quantidade aumentada de C3 liga‑se a célula bacteriana promovendo a fagocitose. 
A camada mucoide extracelular também protege a bactéria contra fagocitose. A habilidade da proteína A de 
se ligar a imunoglobulinas previne a remoção (clearance) de S. aureus mediada por anticorpos. A proteína A 
extracelular pode também ligar anticorpos, formando, assim, complexos imunes. A proteína A se liga na 
porção FC das imunoglobulinas para inibir o sistema imune. 
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➢ Toxinas Estafilocócicas 
Citotoxinas: 
São hemolisinas, mas a atividade não é restrita apenas às hemácias porque a PVL é incapaz de causar lise em 
eritrócitos. Podem causar lise em neutrófilos, o que resulta na liberação de enzimas lisossômicas que 
danificam o tecido circundante. Todas produzidas por S. aureus 
• Alfa: pode ser codificada no cromossomo e em plasmídeos. Rompe a musculatura lisa dos vasos 
sanguíneos e é tóxica para muitos tipos de células, como os eritrócitos, leucócitos, hepatócitos e 
plaquetas. Causa formação de poros na membrana celular dos humanos, causando efluxo de K+ e 
influxo de Na+ e Ca++, levando ao desequilíbrio osmótico, turgescência e lise celular. É um importante 
mediador de dano tecidual. Muito ruim para o músculo cardíaco por causa de arritmia. 
• Beta: também chamada de esfingomielinase C. Possui especificidade para esfingomielina e 
lisofosfatidilcolina e é tóxica para eritrócitos, fibroblastos, leucócitos e macrófagos. Nas células 
suscetíveis, catalisa a hidrólise dos fosfolipídios de membrana, promovendo a lise celular. 
• Delta: Também produzido por S. epidermidis e S. haemolyticus. É tóxico para as membranas celulares 
das células, atuando como um surfactante, rompendo membranas celulares por meio de uma ação 
semelhante à de um detergente. 
• Gama e Leucocidina Panton-Valentine (PVL): relacionada a infecções pulmonares e cutâneas graves. 
São compostas por componente S e F com potencial para produzir 6 toxinas diferentes que lisam 
neutrófilos e macrófagos e possuem atividade hemolítica. A PVL é leucotóxica mas não possui 
atividade hemolítica. 
*não precisa saber cada uma 
Esfoliativas A e B: 
Causam a síndrome da pele escaldada estafilocócica (que é uma dermatite esfoliativa). Elas são serina 
proteases que quebram desmogleína-1 (um dos membros de uma família de adesão celular – desmossoms). 
Enterotoxinas A a R: 
São associadas à intoxicação alimentar, pois são encontradas em produtos lácteos contaminados e também 
causam enterocolite pseudomembranosa estafilocócica. Elas são estruturalmente perfeitas para causar 
doenças veiculadas por alimentos, porque são termoestáveis a 100 °C por 30 minutos e são resistentes à 
hidrólise pelas enzimas gástricas e do jejuno. São superantígenos, capazes de induzir ativação de células T e 
intensa liberação de citocinas. Causam peristalse muito intensa. 
Superantígeno: antígeno que prova uma resposta muito intensa do sistema imune, o que pode ser danoso, 
porque esse sistema pode causar quadros graves, como uma vasodilatação muito intensa. 
Toxina-1 da síndrome do choque tóxico (TSST-1): 
Também são superantígenos e é uma exotoxina resistente ao calor e proteólise. Atacam o sangue e causam a 
síndrome do choque tóxico, muitas vezes causada pelo uso de absorvente interno. Para serem produzidas 
precisam de um ambiente com muito O2 e pH neutro. Por isso não causam TSS por ferimentos (são 
relativamente anaeróbios e ácidos). Ela possui habilidade de penetrar nas barreiras mucosas estimulando o 
aumento de citocinas. 
➢ Enzimas: 
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Possuem duas formas de coagulase: ligada à parede celular, que pode converter fibrinogênio em fibrina e livre 
que reage com um fator globulina do plasma para formar estafilotrombina, que catalisa a conversão de 
fibrinogênio em fibrina insolúvel. A coagulase serve para criar uma capa de coagulo nas bactérias fazendo elas 
ficarem mais unidas, mas esse coagula é feito com material do nosso corpo, logo ele não identifica essecoágulo como um intruso, sendo uma “capa da invisibilidade”. Apenas a aureus produz. 
Hialuronidase que hidrolisa os ácidos hialurônicos presentes na matriz acelular do tecido conjuntivo. 
Fibrinolisina (estafiloquinase) que dissolve os coágulos de fibrina – exclusiva do aureus. 
Lipases que hidrolisam lipídios e asseguram a sobrevivência dos estafilococos nas áreas sebáceas do corpo. 
Nucleasse para hidrolisar o DNA. 
Epidemiologia 
São presentes em toda a pele, na orofaringe, no trato gastrointestinal e urogenital e nas dobras úmidas vivem 
principalmente as S. aureus. Em recém-nascidos vivem no coto umbilical e na região perineal. 
Alguns adultos saudáveis são portadores persistentes de S. aureus na nasofaringe, com uma incidência maior 
em pacientes hospitalizados, médicos, indivíduos com doenças eczematosas da pele e aqueles que usam 
agulhas regularmente, tanto de forma ilícita quanto por razões médicas. 
São suscetíveis a temperatura alta, desinfetantes e soluções antissépticas; entretanto, podem sobreviver em 
superfícies secas por longos períodos. Crescem em locais com altas concentrações de sal. 
Podem ser transferidos para um indivíduo suscetível através do contato direto ou através do contato com 
fômites (p. ex., vestimentas e roupas de cama contaminadas). 
Doenças 
S. aureus causa doença através da produção de toxinas ou da invasão direta e destruição do tecido, sendo as 
manifestações clínicas quase que exclusivamente resultado das toxinas, mas algumas doenças são da 
proliferação mesmo (infecções cutâneas, endocardite, pneumonia, empiema, osteomelite, artrite séptica). 
Na presença de corpos estranhos (p. ex., pinos, cateteres, derivações, válvulas ou articulações protéticas), um 
número menor de estafilococos é necessário para estabelecer doença. 
Causam em geral: infecções de feridas, do trato urinário, de cateteres e derivações e dispositivos protéticos. 
Doenças Mediadas por Toxinas: 
• Síndrome da pele escaldada ou doença de Ritter (SSS): descamação do epitélio em crianças causadas 
pelas toxinas esfoliativas A e B. Começa com uma vermelhidão (eritema) e inflamação ao redor da 
boca que se espalha para todo o corpo em dois dias. As bolhas contêm um fluido claro, mas não 
apresentam microrganismos ou leucócitos, consistente com o fato de que a doença é causada pela 
toxina bacteriana. O epitélio volta ao normal em 10 dias, quando aparecem anticorpos contra a toxina. 
Não deixa cicatrizes porque só a camada superior da epiderme é destruída. O óbito é resultado de 
infecções bacterianas secundárias nas áreas descamadas – taxa de mortalidade menor que 5%. Ocorre 
mais em crianças e recém-nascidos, em adultos apenas quando estão imunocomprometidos ou com 
doenças renais – nesses casos a taxa de mortalidade é alta. 
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• Intoxicação alimentar estafilocócica: ocorre após o consumo de alimento contaminado com a 
enterotoxina, início rápido com vômito severo, diarreia (aquosa e não sanguinolenta) e dores 
abdominais sem febre. Os alimentos mais comumente contaminados são as carnes processadas, bolos 
recheados com creme, saladas de batata e sorvetes. A contaminação pode ser prevenida não sendo 
permitido que indivíduos com evidência de infecções de pele por estafilococos atuem no preparo de 
alimentos, mas metade dos casos tem origem na colonização de nasofaringe em portadores 
assintomáticos. Após terem sido introduzidos no alimento, (através de um espirro ou de mãos 
contaminadas), ele deve ficar em temperatura ambiente ou aquecido para o microrganismo cresça e 
libere a toxina. O aquecimento no preparo do alimento irá matar a bactéria, mas não inativa a toxina. 
A toxina não é produzida por estafilococos ingeridos, assim a doença é de curso rápido, com os 
sintomas geralmente durando menos de 24 horas. O tratamento é apenas para aliviar os sintomas. 
Não se faz antibioticoterapia porque é causada pela toxina e não pela bactéria. 
• Choque tóxico: intoxicação multissistêmica que causa febre, hipotensão e uma erupção eritematosa 
macular difusa; mortalidade elevada na ausência de terapia antimicrobiana e da eliminação do foco 
de infecção. Tem início com o crescimento localizado de cepas de S. aureus produtor de toxina no 
canal vaginal ou em uma ferida, seguido da liberação da toxina para a corrente sanguínea. Múltiplos 
sistemas de órgãos são envolvidos e a pele inteira descama, incluindo a palma das mãos e a sola dos 
pés. 
 
Infecções Supurativas (com pus e bactéria que realmente causa a doença): 
• Impetigo bolhoso: forma localizada de SSS. Ocorre uma formação bolhosa superficial na pele que 
apresentam uma cultura positiva para o microrganismo. O eritema não se estende para além das 
bordas das bolhas. É altamente contagiosa e também ocorre em bebês e crianças. 
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• Foliculite: infecção de folículos pilosos. A base do folículo fica elevada e avermelhada com pus. Se 
ocorrer onde nascem os cílios, é chamado de terçol. 
• Impetigo: infecção superficial em crianças pequenas e atinge principalmente a face e os membros. 
Surge um pequeno ponto vermelho plano e depois se desenvolve uma vesícula cheia de pus (pústula). 
Após o rompimento da vesícula, aparece uma crosta. São comuns múltiplas vesículas em diferentes 
estágios de desenvolvimento, devido ao espalhamento secundário da infecção para sítios adjacentes 
da pele. 
 
• Furúnculos ou pústulas: São uma extensão da foliculite, nódulos elevados, grandes e dolorosos que 
estão cheios de tecido morto e necrótico. Podem drenar espontaneamente ou por procedimentos 
cirúrgicos. 
• Carbúnculo: quando os furúnculos se unem e se estendem para o tecido subcutâneo mais profundo. 
Os pacientes desenvolvem calafrios e febre porque está ocorrendo uma disseminação sistêmica de 
estafilococos para outros tecidos. 
 
• Bacteremia e endocardite: bacteremia = presença de bactérias na corrente sanguínea. Podem ter um 
foco de infecção identificado como infecção pulmonar, mas também podem não ter, sendo provável 
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por uma infecção de pele. São em sua maioria adquiridos no hospital, após cirurgia. A endocardite é 
grave, e no início possuem sintomas semelhantes ao da gripe mas geram distúrbios do débito cardíaco. 
• Infecções de feridas: ocorrem após um procedimento cirúrgico ou trauma, com os microrganismos 
que colonizam a pele sendo introduzidos na ferida. Não são capazes de estabelecer infecção em um 
indivíduo imunocompetente, a menos que um corpo estranho (p. ex., pontos de sutura, estilhaços, 
sujeira) esteja presente na ferida. 
• Pneumonia e empiema: pode se desenvolver após a aspiração de secreções orais ou pela 
disseminação do microrganismo por via hematogênica, a partir de um sítio distante. Pneumonia por 
aspiração ocorre principalmente em crianças muito jovens, idosos, pacientes com fibrose cística. O 
microrganismo secreta enzimas e toxinas citotóxicas e forma abscessos localizados. Pneumonia por 
disseminação hematogênica é comum em pacientes com bacteremia ou endocardite. 
• Osteomelite: pode resultar da disseminação hematogênica para os ossos, ou pode ser uma infecção 
secundária decorrente de trauma ou da extensão de uma infecção em uma área adjacente. A 
disseminação hematogênica em crianças geralmente resulta de uma infecção estafilocócica cutânea 
e, usualmente, acomete a metáfise de ossos longos, uma área altamente vascularizada de crescimento 
ósseo. Esta infecção é caracterizada pelo aparecimento repentino de uma dor localizada no osso 
acometido e por febre alta. A hemocultura é positiva em aproximadamente 50% dos casos. 
S. saprophyticus: causam infecções do trato urinário em mulheres jovens sexualmente ativas. Elas apresentam 
disúria (dor ao urinar), piúria (pus na urina) e microrganismos na urina. Coagulase negativo. 
S. epidermides: são coagulase-negativos e podem infectar válvulascardíacas, causando endocardite. 
Coagulase negativo. 
Diagnóstico Laboratorial 
➢ Microscopia 
Estafilococos são gram-positivos que formam arranjos em grumos. 
Um número relativamente reduzido de microrganismos é encontrado 
no sangue de pacientes com bacteremia, assim a avaliação de 
preparações coradas pelo Gram não é útil, devendo ser realizado 
cultivo do sangue. 
 
➢ Teste de Cultura 
Espécimes são semeados em ágar-sangue de carneiro. Os estafilococos crescem rapidamente em meios não 
seletivos incubados em atmosfera aeróbia ou anaeróbia, apresentando colônias grandes e lisas que são 
visualizadas em 24 horas. As colônias de S. aureus se tornam amarelas. 
Caso o espécime clínico (p. ex., feridas ou espécime respiratório) apresente diferentes microrganismos, S. 
aureus pode ser isolado seletivamente em vários meios de cultura especiais, como o ágar manitol salgado, 
que é suplementado com manitol (fermentado pelo S. aureus, mas não pela maioria dos demais estafilococos) 
e cloreto de sódio a 7,5% (que inibe o crescimento da maioria dos outros microrganismos). 
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➢ Teste de Identificação: 
Testes com coagulase, proteína A, nucleasse e fermentação do manitol para identificar S. aureus, que vai dar 
positivo para todos. A caracterização dos estafilococos coagulase‑negativos é mais complexa, necessitando 
do uso de sistemas comerciais de identificação ou detecção de genes espécie‑específicos por técnicas de 
sequenciamento de ácidos nucleicos. 
➢ Testes Baseados em Ácidos Nucleicos: 
Testes comerciais para amplificação de ácidos nucleicos. Atualmente a extração do DNA, amplificação e 
detecção do gene‑alvo são realizadas em cartuchos descartáveis, com resultados disponíveis dentro de uma a 
duas horas. 
Compreender a Neisseria 
Neisseria gonorrhoeae e Neisseria meningitidis são os membros mais importantes do gênero Neisseria. 
Fisiologia e Estrutura 
Bactérias gram-negativas, aeróbias e na forma de cocos dispostas em pares (diplococos). 
São oxidase-positivas e a maioria produz catalase. A N. meningitidis produz ácidos pela oxidação de glicose e 
maltose. Outros carboidratos não são oxidados, sendo o perfil de utilização de carboidratos útil para 
diferenciar esses patógenos das outras espécies de Neisseria. 
Ferro é essencial para o crescimento e metabolismo de N. gonorrhoeae e N. meningitidis. Essas Neisserias 
patogênicas são capazes de competir pelo ferro com o hospedeiro humano, pela ligação da transferrina da 
célula do hospedeiro a receptores específicos da superfície bacteriana. 
➢ Parede celular e Proteínas da Membrana Externa 
A estrutura da parede celular de N. gonorrhoeae e N. meningitidis é típica de uma bactéria Gram‑negativa, 
com uma fina camada de peptidoglicano localizada entre a membrana citoplasmática e a membrana externa. 
O principal fator de virulência de N. meningitidis é a cápsula polissacarídica. 
Diferenças antigênicas no polissacarídeo capsular de N. meningitidis são a base para a sorogrupagem desta 
bactéria e representam um papel importante na determinação na capacidade de causar infecção. Atualmente 
são conhecidos 13 sorogrupos (A, B, C, D, H, I, K, L, W‑135, X, Y, Z, 29E), sendo a maioria das infecções causada 
pelos sorogrupos A, B, C, Y e W135. 
As Neisseria possuem pili que tem várias funções, incluindo aderência às células do hospedeiro, transferência 
de material genético e motilidade, e sua presença parece ser importante para a patogênese de N. gonorrhoeae 
e N. meningitidis. A expressão de pili é associada à virulência, em parte porque esse apêndice permite a adesão 
às células epiteliais não ciliadas, conferindo resistência à morte causada pelos neutrófilos. 
Na membrana externa também estão presentes as porinas, codificadas por genes porA e porB. A N. 
meningitidis expressa os dois. O porB não é bom para o desenvolvimento de vacinas porque ele possui muitos 
antígenos, gerando muitas variantes sorológicas, fazendo dele um alvo fraco para o desenvolvimentos de 
vacinas. 
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Possuem proteína Opa (de opacidade) que medeiam a ligação ao epitélio e aos fagócitos, e são importantes 
para sinalização entre as células. 
Proteínas Rmp (modificadas por redução): estimulam anticorpos bloqueadores que interferem na atividade 
bactericida do soro contra Neisserias patogênicas. 
➢ Antígenos e Enzimas 
Lipo-oligossacarídeo (LOS): antígenos composto peloclipídio A e um núcleo de oligossacarídeo, mas não 
expressa o antígeno polissacarídico O da molécula declipopolissacarídeo (LPS). A molécula de lipídio A tem 
atividade de endotoxina. Tanto N. gonorrhoeae quanto N. meningitidis formam vesículas na membrana 
externa (blebs) durante o crescimento celular que contêm LOS e proteínas da superfície, e podem aumentar 
a toxicidade mediada pela endotoxina e proteger a replicação bacteriana pela ligação direta da proteína aos 
anticorpos. 
Protease imunoglobulina (Ig) A1: cliva imunoglobulina fazendo ela inativa. 
Patogênese e Imunidade: 
Penetram nas células, multiplicam-se e formam grandes agregados bacterianos ancorados às células 
hospedeiras. As proteínas da Pili, PorB e Opa medeiam a aderência e a invasão nas células do hospedeiro. 
O meningococo adere‑se seletivamente a receptores específicos para a pilina IV, presentes nas células 
colunares não ciliadas da nasofaringe. Meningococos sem pili são menos capazes de se ligarem às células. 
Algumas horas após a adesão, os pili sofrem modificações pós‑translacionais, levando à desestabilização dos 
agregados. Isto resulta no aumento da capacidade da bactéria tanto para penetrar nas células hospedeiras 
quanto para ser liberada pelas vias aéreas, e, assim, a transmissão pessoa‑pessoa é potencialmente 
aumentada. 
A doença meningocócica ocorre em pacientes que não possuem anticorpos específicos contra a cápsula 
polissacarídica e outros antígenos expressos pela bactéria. Os recém‑nascidos são protegidos pela 
transferência passiva de anticorpos maternos. No entanto, aos seis meses de idade, esta imunidade protetora 
desaparece, fato consistente com a observação de que a maior incidência da doença ocorre em crianças 
menores de dois anos de idade. 
Os meningococos são internalizados dentro do vacúolo fagocítico e são capazes de evitar a morte intracelular, 
replicar‑se e migrar para o espaço subepitelial. A cápsula polissacarídica protege N. meningitidis da fagocitose. 
Os danos vasculares disseminados associados às infecções meningocócicas (p. ex., danos endoteliais, 
inflamação das paredes dos vasos, trombose e coagulação intravascular disseminada) são largamente 
atribuídos à ação da endotoxina LOS presente na membrana externa. 
Epidemiologia 
Os seres humanos são os únicos portadores naturais de N. meningitidis. A prevalência de portadores na via 
oral ou na nasofaringe é mais alta em crianças em idade escolar e em adultos jovens; é alta em populações de 
baixo nível socioeconômico (devido à transmissão pessoapessoa em aglomerações), e não varia com as 
estações, embora a doença seja mais comum nos períodos frios e secos do ano. O estado de portador é 
tipicamente transitório, terminando após o desenvolvimento de anticorpos específicos. 
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A doença meningocócica endêmica ocorre em todo o mundo, e epidemias são comuns em países em 
desenvolvimento. A expansão epidêmica da doença resulta da introdução de uma nova cepa virulenta em uma 
população imunologicamente desprotegida. 
N. meningitidis é transmitida por aerossóis respiratórios entre pessoas com contato prolongado, como 
membros da família que vivem na mesma casa e militares que compartilham o mesmo alojamento. Colegas 
de sala da escola e funcionários de hospitais não são considerados contatos próximos e não têm alto risco de 
adquirir a infecção, a menos que tenham contato direto com secreções respiratórias da pessoa infectada.Doenças da Neisseria meningitidis 
Meningite: inflamação purulenta das meninges que começa abruptamente com dor de cabeça, sinais 
meníngeos e febre. Porém, crianças menores podem apresentar apenas sintomas não específicos, como febre 
e vômitos. A incidência de sequelas neurológicas é baixa, sendo deficiências auditivas e artrites as mais 
comumente relatadas. 
Meningococcemia: infecção disseminada, caracterizada por trombose de pequenos vasos sanguíneos e 
envolvimento de múltiplos órgãos; petéquias cutâneas coalescem em lesões hemorrágicas maiores. 
 
Pneumonia: manifestação menos grave da doença meningocócica, caracterizada por broncopneumonia em 
pacientes com doença pulmonar de base. Os sintomas incluem tosse, dor torácica, estertores, febre e 
calafrios. A maioria dos pacientes apresenta sintomas de faringite. O prognóstico com pneumonia 
meningocócica é bom. 
Diagnóstico Laboratorial 
➢ Microscopia 
N. meningitidis pode ser facilmente visualizada no líquido cefalorraquidiano (LCR) de pacientes com 
meningite, a menos que o paciente tenha tomado antibiótico antes. A maioria dos pacientes com bacteremia 
causada por outros microrganismos possui poucos organismos no sangue e a coloração de Gram não tem valor 
diagnóstico. Por outro lado, pacientes com doença meningocócica grave normalmente possuem um grande 
número de microrganismos no sangue e estes podem ser visualizados quando os leucócitos de sangue 
periférico são corados pela coloração de Gram. 
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➢ Teste de Cultura 
N. meningitidis geralmente está presente em grande número no LCR, sangue e saliva. Embora a bactéria possa 
ser inibida por fatores tóxicos do meio e pelo anticoagulante em hemocultura, N. meningitidis não é tão 
sensível. O crescimento de N. meningitidis em ágar‑nutriente é variável, e N. gonorrhoeae não é capaz de 
crescer nesse meio em função de suas complexas necessidades nutricionais. 
➢ Identificação 
Espécies patogênicas de Neisseria são, preliminarmente, identificadas por serem diplococos Gram‑negativos 
oxidase‑positivos, e por crescerem em ágar‑chocolate ou em meios seletivos para espécies patogênicas de 
Neisseria. A identificação definitiva é feita pelo perfil de oxidação de carboidratos e outros testes selecionados. 
Profilaxia da Meningite 
→bloqueio do meningococo 
Cefotaxima ou ceftriaxona podem ser inicialmente utilizadas para tratar infecções por N. meningitidis. Se for 
demonstrado que o organismo é sensível à penicilina, o tratamento pode ser trocado para penicilina G. 
Quimioprofilaxia é recomendada quando houver exposição significativa a pacientes com doenças 
meningocócicas (definidos como indivíduos com exposição direta a secreções respiratórias ou mais de oito 
horas de contato próximo ao paciente). Atualmente, rifampicina, ciprofloxacina ou ceftriaxona são 
recomendadas para a profilaxia. 
A erradicação pelo uso de antibióticos em portadores assintomáticos de N. meningitidis é ineficaz. Por essa 
razão, os esforços têm se concentrado no aumento da imunidade contra os sorogrupos mais associados à 
doença, por meio do uso de vacinas. 
Infelizmente, o polissacarídeo B é fracamente imunogênico e não pode induzir uma resposta protetora de 
anticorpos. Dessa maneira, a imunidade à N. meningitidis sorogrupo B deve ser desenvolvida naturalmente, 
após a exposição a antígenos com reatividade cruzada. A vacinação com uma suspensão contendo o sorogrupo 
A pode ser utilizada para o controle de surtos epidêmicos, em viajantes nas áreas hiperendêmicas e em 
pessoas com maior risco de adquirir a doença (p. ex., pacientes com deficiência do complemento). 
Profissionais de saúde que atenderam o paciente infectado não necessitam de quimioprofilaxia, exceto 
aqueles que efetuaram procedimentos invasivos, como intubação endotraqueal ou passagem de sonda 
gástrica sem a devida proteção individual, através de equipamentos de proteção individual. 
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No Brasil, para a quimioprofilaxia, é indicado o uso de rifampicina (via oral – VO) como antibiótico de escolha. 
Os pacientes devem ser hospitalizados imediatamente para início de medidas de suporte e de 
antibioticoterapia empírica; 
Todos os casos suspeitos ou confirmados devem ser notificados através da Ficha de Notificação e Investigação 
do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN); 
Realizar quimioprofilaxia de contactantes. Monitorá-los por 10 dias, orientando sobre a necessidade de 
procurar atendimento médico caso surjam sinais e sintomas da doença. Orientá-los sobre as manifestações 
clínicas e para quais serviços os contactantes devem ser direcionados em caso de suspeita da doença; 
Referências: 
MURRAY, Patrick R.. Microbiologia Médica. 7. ed. Elsevier, 2014. 
HIRSCHHEIMER, Mário Roberto. Protocolo Sobre Meningites. Hospital Municipal Infantil Menino 
Jesus, 2016. Disponível em: 
<https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/HIMJ_protocolo_meningites_12547
73684.pdf>. Acesso em: 19 set. 2019. 
TORTORA, Gerard J.. Microbiologia. 12. ed. Artmed, 2017.

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