Buscar

Farmacologia: Estudo dos Efeitos dos Fármacos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

É o campo da farmacologia que estuda os efeitos fisiológicos dos 
fármacos nos organismos vivos, seus mecanismos de ação e a relação 
entre concentração do fármaco e efeitos desejados e indesejados. 
 
 
Os alvos proteicos para ação dos receptores: 
 
Receptores 
São componentes de uma célula (organismo) que interage com uma 
molécula ligante e dá início a uma cadeia de eventos bioquímicos, 
gerando efeitos. Muitos fármacos terapeuticamente úteis agem, ou como 
agonistas ou como antagonistas, nos receptores de mediadores 
endógenos conhecidos. 
 
 
 
 
 
 
Canais iônicos 
Portões presentes nas membranas celulares, que, de modo seletivo, 
permitem a passagem de determinados íons, e que são induzidos a se 
abrir ou se fechar por uma variedade de mecanismos. 
Os canais controlados por ligantes e os canais controlados por voltagem 
são dois tipos importantes. 
 
 
 
 
 
 
 
Enzimas 
Com frequência, a molécula do fármaco é um substrato análogo que age 
como um inibidor competitivo da enzima; em outros casos, a ligação é 
irreversível e não competitiva; podem também agir como falsos 
substratos, em que a molécula do fármaco sofre transformações 
químicas, dando origem a um produto anômalo ou ainda podem exigir 
degradação enzimática para convertê-los, de forma inativa, a uma pró-
droga. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transportadores 
Os transportes através da membrana plasmática podem ser feitos por 
proteínas transportadoras, visto que espécies permanentes são, em 
geral, muito polares (insuficientemente lipossolúveis) para penetrar nas 
membranas lipídicas por si mesmas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de receptores 
 
Os receptores evocam muitos tipos diferentes de efeitos celulares. 
Alguns deles são muito rápidos, outros podem demorar horas. De forma 
não surpreendente, muitos tipos diferentes de vínculos entre a ocupação 
do receptor e a subsequente resposta estão envolvidos. Assim, são 
divididos quatro tipos (ou superfamílias): 
 
Tipo 1: Canais iônicos controlados por ligantes (também conhecidos 
como receptores ionotrópicos). 
Tipo 2: Receptores acoplados à proteína G (GPCRs, do inglês G-protein-
coupled receptors). São também conhecidos como receptores 
metabotrópicos ou receptores heptaelicoidais. São receptores de 
membrana que estão acoplados a sistemas efetores intracelulares 
principalmente por uma proteína G 
Tipo 3: Receptores relacionados e ligados a quinases. Esse é um grande 
e heterogêneo grupo de receptores de membrana que respondem 
principalmente aos mediadores proteicos. Apresentam um domínio 
extracelular de ligação de ligante conectado a um domínio intracelular 
por uma hélice única transmembrana. Em muitos casos, o domínio 
intracelular tem natureza enzimática (com atividade proteína quinase ou 
guanilil ciclase). 
Tipo 4: Receptores nucleares. São receptores que regulam a 
transcrição gênica. Os receptores desse tipo também reconhecem 
muitas moléculas estranhas, induzindo a expressão de enzimas que os 
metabolizam. 
 
Mas, obviamente, existem outros tipos ded proteínas que também são 
alvo dos fármaco, como tubulinas, proteínas citosólicas, citocinas, DNA e 
constituintes da parede. 
 
Estrutura molecular dos receptores 
 
Tipo 1: Canais Iônicos Ativados por ligantes 
Um dos receptores mais conhecidos é o receptor nicotínico de 
acetilcolina. A estrutura consistindo em uma montagem em forma de 
pentâmero de diferentes subunidades, das quais existem quatro tipos, 
denominados α, β, γ e δ. 
@waleska112 
Med IX - UFOB 
A estrutura pentamérica (α2 , β, γ, δ) 
possui dois pontos de ligação para a 
acetilcolina, cada um na interface entre 
uma das duas subunidades α e sua 
vizinha. Ambos devem ligar-se a 
moléculas de acetilcolina para que o 
receptor seja ativado. Cada subunidade 
atravessa a membrana quatro vezes, de 
modo que o canal compreende não 
menos de vinte hélices que atravessam 
a membrana circundando um poro 
central. 
A ligação do ligante e a abertura do canal ocorrem em uma escala de 
tempo de milissegundos. 
 
Tipo 2: Receptores acoplados à proteína G 
O primeiro GPCR a ser totalmente 
caracterizado foi o receptor β-
adrenérgico. Sua estrutura engloba sete 
hélices α transmembranares, 
semelhantes às dos canais iônicos, com 
um domínio terminal N extracelular de 
comprimento variável e um domínio 
terminal C intracelular. 
A escala de tempo é de segundos. 
Os GPCRs são divididos em três grupos distintos (se diferenciam 
principalmente no comprimento do terminal –N extracelular e na 
localização do domínio de ligação do agonista). 
 
A: família da rodopsina: 
Receptores para a maioria dos neurotransmissores aminados, muitos 
neuropeptídeos, purinas, prostanoides, canabinoides etc. 
Cauda extracelular (N terminal) curta. O ligante liga-se a hélices 
transmembrana (aminas) ou a alças extracelulares (peptídeos). 
 
B: família dos receptores de secretina/glucagon 
Receptores para hormônios peptídicos, incluindo secretina, glucagon, 
calcitonina. Cauda extracelular intermediária incorporando o domínio de 
ligação ao ligante. 
 
C: família do receptor metabotrópico de glutamato/sensor de cálcio 
Receptores metabotrópicos de glutamato, receptores GABAB, receptores 
sensíveis ao Ca 2+. Cauda extracelular longa incorporando o domínio de 
ligação ao ligante. 
 
 
Proteínas G e sua função 
As proteínas G englobam uma família de proteínas residentes na 
membrana cuja função é reconhecer os GPCRs ativados e transmitir a 
mensagem aos sistemas efetores que geram uma resposta celular. A 
proteína G consiste em três subunidades (α, β, γ) que ficam ancoradas 
à membrana através de resíduos de lipídeos fixos. O acoplamento da 
subunidade α a um receptor ocupado por um agonista promove a troca 
do GDP ligado pelo GTP intracelular; o complexo α-GTP, então, se 
dissocia do receptor e do complexo βγ, interagindo com uma proteína-
alvo (alvo 1, que pode ser uma enzima, como adenil-ciclase ou fosfolipase 
C). O complexo βγ também ativa uma proteína-alvo (alvo 2, que pode ser 
um canal iônico ou uma quinase). Aatividade GTPase da subunidade α 
 
aumenta quando a proteína-alvo é ligada, resultando em hidrólise do GTP 
ligado para GDP, o que faz com que a subunidade α volte a se ligar com 
βγ. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As principais proteínas G e suas ações: 
 
G estimuladora (Gs) Ativa canais de Ca
2+, ativa adenilil ciclase 
G inibitória (Gi) Ativa canais de K
+, inibe a adenilil ciclase 
Go Inibe os canais de Ca
2+ 
Gq Ativa a fosfolipase C 
G12/13 Diversas interações com transportadores de íons 
 
Geralmente as subunidades Gβγ estão associadas a ativação de canais 
de potássio, inibição dos canais de cálcio controlados por voltagem, 
ativação da cascata de proteínas quinases ativadas por mitógenos, 
ativação das GPCR quinases. 
 
Os principais alvos das proteínas G, através dos quais os GPCRs 
controlam diferentes aspectos da função celular, são: 
• adenilil ciclase, uma enzima responsável pela formação de AMPc 
 Aumento da lipólise, redução da síntese de glicogênio, aumenta 
quebra de glicogênio, aumenta força de contração no coração, 
fosforila (inativa) proteína necessárias para contração do 
músculo liso. 
• fosfolipase C, por sua vez, enzima responsável pela formação de 
fosfato de inositol e diacilglicerol (DAG); 
• canais iônicos, particularmente os canais de cálcio e de potássio; 
• Rho A/Rho quinase, um sistema que regula a atividade das muitas vias 
de sinalização que controlam o crescimento e a proliferação celular, a 
contração da musculatura lisa etc.; 
• proteína quinase ativada por mitógenos (MAP quinase), um sistema que 
controla muitas funções celulares, incluindo a divisão celular. 
 
Tipo 3: Receptores ligados a quinases e receptores correlatos 
Medeiam as ações de uma ampla variedade de proteínas mediadoras, 
incluindo fatores de crescimento e citocina, e hormônios como a insulina 
e a leptina. Os principais tipos são os receptorestirosina quinase (RTKs), 
Receptor de serina/treonina quinases e os receptores de citocinas. A 
escala de tempo é de horas. 
Duas vias importantes são: 
– Via Ras/Raf/proteína ativada por mitógenos (MAP) quinase, que é 
importante na divisão, no crescimento e na diferenciação celulares. 
– Via Jak/Stat, ativada por muitas citocinas, controla a síntese e a 
liberação de muitos mediadores inflamatórios. 
Consistem em uma cadeia única de até 1.000 resíduos, com uma única 
região helicoidal transmembranar, a qual liga um amplo domínio 
extracelular de ligantes a um domínio intracelular de tamanho e função 
variáveis. 
@waleska112 
Med IX - UFOB 
Tipo 4: Receptores nucleares 
Os NRs podem interagir diretamente com o DNA. Por esse motivo, 
devemos tê-los em conta como fatores de transcrição ativados por 
ligantes que transformam os sinais ao modificar a transcrição genética. 
Não estão incorporados nas membranas como os GPCRs, mas estão no 
citoplasma ou no compartimento nuclear. 
São proteínas monoméricas. O domínio N-terminal é o que apresenta 
maior heterogeneidade, abrigando o ponto AF1 (função de ativação 1), que 
se liga, de maneira liganteindependente, a outros fatores de transcrição 
específicos da célula e modifica a ligação ou a capacidade regulatória do 
próprio receptor. O domínio central do receptor é altamente conservado 
e consiste na estrutura responsável pelo reconhecimento do DNA e de 
sua respectiva ligação. A região de dobradiça altamente flexível da 
molécula é que lhe permite a dimerização com outros NRs. O domínio C-
terminal contém a ligação ao ligante e é especifíco a cada classe de 
receptor. 
 
No contexto mais geral da biologia celular, o termo receptor é 
empregado para descrever várias moléculas encontradas na superfície 
das células (como os receptores das células T, as integrinas, os 
receptores Toll etc.). Esses receptores diferem dos receptores 
farmacológicos convencionais, uma vez que respondem a proteínas 
fixadas na superfície das células ou em estruturas extracelulares, e não 
aos mediadores solúveis. 
 
Especificidade dos fármacos 
Para que um fármaco seja útil como instrumento terapêutico ou 
científico, precisa agir de modo seletivo sobre células e tecidos 
específicos. Em outras palavras, precisa exibir alto grau de 
especificidade pelo ponto de ligação. 
A especificidade é recíproca: classes individuais de fármacos ligam-se 
apenas a certos alvos, e alvos individuais só reconhecem determinadas 
classes de fármacos. Mas, nenhum fármaco é completamente específico. 
Em muitos casos, ao aumentar a dose de um fármaco, a substância pode 
afetar outros alvos além de seu alvo principal, e esse fato pode levar ao 
aparecimento de efeitos colaterais. 
 
Interações fármaco-receptor 
A ocupação de um receptor por uma molécula de um fármaco pode ou 
não resultar na ativação desse receptor. A ligação e a ativação 
representam duas etapas distintas da geração de uma resposta mediada 
por receptor que é iniciada por um agonista. O fármaco que se liga a um 
receptor sem causar sua ativação e, em consequência, impede que um 
agonista se ligue a esse mesmo receptor recebe a denominação 
antagonista do receptor. 
 
A tendência de um fármaco se ligar aos receptores é 
governada por sua afinidade, ao passo que a tendência 
de um fármaco de, uma vez ligado, ativar o receptor é 
indicada por sua eficácia. 
 
Os agonistas também têm significativa eficácia, enquanto os 
antagonistas apresentam, no caso mais simples, eficácia zero (afinal, 
eles não ativam). Os fármacos que apresentam níveis de eficácia 
intermediários, ou seja, que desencadeiam uma resposta tecidual 
submáxima mesmo quando 100% dos receptores estão ocupados, são 
conhecidos como agonistas parciais, distinguindo-se dos agonistas 
plenos, cuja eficácia é suficiente para desencadear uma resposta 
tecidual máxima. 
 
Ligação de fármaco a receptores 
Em muitas ocasiões, a ligação dos 
fármacos aos receptores pode ser medida 
diretamente com a utilização de moléculas 
de fármacos (agonistas ou antagonistas) 
marcadas com um ou mais átomos 
radiativos. 
 A curva de ligação define a relação 
existente entre concentração e 
quantidade de fármaco ligado (B, 
bound) e, na maioria dos casos, 
ajusta-se bem à relação teoricamente 
prevista, possibilitando a 
determinação da afinidade do fármaco 
pelos receptores, assim como da 
capacidade de ligação (Bmáx ), que 
representa a densidade de receptores 
no tecido. 
 Possível confirmar a hipótese dos receptores de reserva: de modo 
geral, os agonistas ligam-se com uma afinidade um tanto baixa e que 
ocorre um efeito biológico máximo quando a ocupação dos 
receptores é baixa. 
 supersensibilidade de desnervação: o número de receptores tende a 
aumentar, geralmente no decorrer de alguns dias, quando o 
hormônio ou transmissor relevante está ausente ou em pequena 
quantidade, e que esse número tende a diminuir quando essas 
substâncias estão em excesso. 
 
Relação entre concentração e efeito de fármacos 
- curva concentração × efeito (in vitro) ou dose × resposta (in vivo). 
- Tais curvas nos permitem estimar a resposta máxima que o fármaco é 
capaz de produzir (Emáx) e a concentração ou dose necessária para 
produzir 50% da resposta máxima (EC50 ou ED50). É frequentemente 
utilizada uma escala logarítmica para a concentração ou dose, a qual 
transforma a curva hipérbole retangular numa curva sigmoide. 
- Atenção: Embora pareçam semelhantes às curvas de ligação (imagens 
acima), as curvas concentração × efeito não podem ser utilizadas para 
medir a afinidade dos fármacos agonistas a seus receptores, pois a 
resposta produzida não é, via de regra, diretamente proporcional à 
ocupação dos receptores. 
Em geral, isso acontece porque a 
resposta máxima de um tecido 
pode ser produzida por agonistas, 
mesmo que estes estejam ligados 
a menos de 100% dos receptores. 
Nessas circunstâncias, diz-se que 
o tecido possui receptores de 
reserva. 
 
Receptores de reserva 
Descobriu que muitos agonistas plenos eram capazes de desencadear 
respostas máximas em taxas de ocupação muito baixas (inferiores a 1%). 
Isso significa que o mecanismo que liga a resposta à ocupação do 
receptor tem uma capacidade de reserva substancial os receptores 
de reserva. É possível uma economia na secreção de hormônios ou 
transmissores, à custa da disponibilização de mais receptores. 
Antagonismo competitivo 
Na presença de um antagonista competitivo, a ocupação do agonista 
(proporção de receptores aos quais o agonista está ligado) em dada 
concentração desse agonista é reduzida, pois o receptor só é capaz de 
receber uma molécula de cada vez. No entanto, como os dois competem 
entre si, o aumento da concentração do agonista é capaz de restabelecer 
sua ocupação (e, portanto, a resposta do tecido). Nesse caso, diz-se que 
o antagonismo é reversível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Deslocamento da curva log da concentração × efeito do agonista para a 
direita, sem alteração na inclinação ou no efeito máximo (o antagonismo 
pode ser ultrapassado se a concentração do agonista for aumentada). 
 
Antagonismo competitivo irreversível 
Ocorre quando o antagonista se liga ao receptor na mesma posição do 
agonista, mas se dissocia dos receptores muito lentamente, ou não se 
dissocia, o que resulta no fato de não ocorrer alteração na ocupação do 
antagonista quando o agonista é adicionado. Por isso o “irreversível”. Na 
teoria é fácil entender, mas na prática nem sempre é tão claro! Isso 
porque, se a ocupação pelo agonista necessária para produzir a 
resposta biológica máxima for muito pequena (menos de 1%, lembra dos 
receptores de reserva?) então é possível bloquear, de modo irreversível, 
quase 99% dos receptores sem reduzir a resposta máxima. 
O antagonismo competitivo irreversível ocorre com fármacos que 
possuem grupos reativos que formam ligações covalentes com o 
receptor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O efeito da menor ocupaçãodos receptores pelo antagonista será o de 
produzir um deslocamento paralelo da curva log da concentração × 
efeito.  afeta a resposta máxima. 
 
Agonistas parciais 
Falamos rapidamente sobre eles acima (em interações fármaco 
receptor), agora vamos aprofundar um pouco mais. Alguns compostos 
são capazes de produzir uma resposta máxima (a maior resposta que o 
tecido é capaz de dar, são os chamados agonistas plenos), enquanto 
outros produzem apenas uma resposta submáxima (agonistas parciais). 
A diferença entre os agonistas plenos e os parciais reside na relação 
existente entre a ocupação dos receptores e a resposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A fenilefrina é um agonista pleno. Os demais são agonistas parciais com 
diferentes eficácias. Quanto mais baixa for a eficácia do fármaco, mais 
baixas serão a resposta máxima e a inclinação da curva log da 
concentração × resposta. 
 
Agonistas inversos 
Embora estejamos acostumados a pensar que os receptores são 
ativados apenas quando a molécula de um agonista se liga a eles, há 
exemplos em que pode ocorrer um nível apreciável de ativação mesmo 
na ausência de ligantes (ativação constitutiva). Nessas condições, é 
possível para um ligante reduzir o nível de ativação constitutiva; tais 
fármacos recebem a denominação de agonistas inversos. 
Os agonistas inversos podem ser considerados fármacos com eficácia 
negativa, o que os diferencia dos agonistas (eficácia positiva) e dos 
antagonistas neutros (eficácia zero). Antagonistas neutros, ao se ligarem 
ao ponto de ligação do agonista, vão antagonizar tanto agonistas como 
agonistas inversos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Modelos dos dois estados 
O receptor ocupado é capaz de passar de um estado de “repouso” (R) 
para um estado ativado (R*), sendo o R* facilitado pela ligação de uma 
molécula de um agonista, mas não de uma molécula de um antagonista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
@waleska112 
Med IX - UFOB 
Como já descrito, os receptores podem apresentar uma ativação 
constitutiva (então a conformação R* pode ocorrer sem que qualquer 
ligante se una aos receptores), assim o fármaco administrado encontra 
uma mistura com equilíbrio entre R e R*. 
 
Se o fármaco tiver maior afinidade por R* do que por R, causará 
um deslocamento no equilíbrio na direção de R* (então o fármaco 
promoverá a ativação do receptor e será classificado como agonista). 
Se a preferência do fármaco por R* for MUITO GRANDE, quase 
todos os receptores ocupados adotarão a conformação R*, e esse 
fármaco será um agonista pleno (eficácia positiva). 
Se o fármaco mostrar apenas seletividade moderada por R*, 
uma proporção menor dos receptores ocupados irá adotar a 
conformação R*, e este será um agonista parcial. 
Se ele não mostrar nenhuma preferência, o equilíbrio R:R* 
vigente não será perturbado, e esse fármaco será um antagonista 
competitivo (eficácia zero), ao passo que, se preferir R, deslocará o 
equilíbrio em direção a R e será um agonista neutro (eficácia negativa). 
 
Modelo dos dois estados: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Podemos considerar a eficácia como uma propriedade determinada pela 
afinidade relativa de um ligante por R e R*. 
 
Potência e eficácia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Entre A e B, quem é mais potente? 
Observe que A precisa de a concentração ou dose menor para produzir 
50% da resposta máxima (EC50 ou ED50). Ou seja, mais A é mais potente! 
Entre B e C quem é mais eficaz? 
Agora observe que B consegue chegar a resposta máxima, 
diferentemente de C. Ou seja, B é mais eficaz que C! 
 
 
Agonismo tendencioso 
O modelo dos dois estados apresenta um problema importante: os 
receptores não estão, de fato, restritos a dois estados distintos, mas 
possuem uma flexibilidade conformacional muito maior, de modo que há 
mais do que apenas uma conformação inativa e outra ativa. 
Os receptores acoplados a sistemas de segundo mensageiro podem 
acoplar-se a mais do que uma via intracelular efetora, desencadeando 
duas ou mais respostas simultâneas. No entanto, está claro que 
diferentes agonistas podem exibir tendência para gerar uma resposta 
 
 
em vez de outra, ainda que estejam atuando no mesmo receptor, 
provavelmente porque estabilizam diferentes estados conformacionais 
do receptor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Modulação alostérica 
Além do local de ligação do agonista (agora referido como local ou ponto 
de ligação ortostérico), no qual os antagonistas competitivos também se 
ligam, as proteínas dos receptores possuem muitos outros locais de 
ligação (alostéricos) através dos quais os fármacos podem influenciar a 
função do receptor de várias maneiras: aumentando ou diminuindo a 
afinidade dos agonistas pelo local de ligação do agonista, modificando a 
eficácia, ou produzindo eles mesmos uma resposta. 
Dependendo da direção do efeito, os 
ligantes podem ser antagonistas 
alostéricos ou facilitadores alostéricos 
do efeito agonista, e o efeito pode ser a 
alteração da inclinação ou o efeito 
máximo na curva log da concentração 
versus efeito do agonista. 
 
Tipos de antagonismo 
1.Antagonismo farmacológico competitivo: 
a) reversível 
b) irreversível 
2.Antagonismo químico 
3.Antagonismo farmacocinético 
4.Antagonismo funcional ou fisiológico 
5.Antagonismo farmacológico não-competitivo 
 
O antagonismo farmacológico competitivo já foi explicado durante o 
resumo. Agora, falaremos dos outro tipos: 
 
Antagonismo químico 
Duas substâncias se combinam em solução; como consequência, o efeito 
do fármaco ativo é perdido. Exemplos disso incluem o uso de agentes 
quelantes (p. ex., dimercaprol) que se ligam a metais pesados e, dessa 
forma, reduzem sua toxicidade. 
 
Antagonismo farmacocinético 
O “antagonista” reduz de fato a concentração do fármaco ativo em seu 
ponto de ação. Isso pode ocorrer de várias maneiras. A velocidade de 
degradação metabólica do fármaco ativo pode ser aumentada, a 
velocidade de absorção do fármaco ativo no trato gastrointestinal ser 
reduzida, ou a velocidade de eliminação renal ser aumentada. 
 
Antagonismo fisiológico 
Dois fármacos cujas ações opostas no organismo tendem a se anular 
mutuamente. Por exemplo, a histamina age sobre os receptores das 
@waleska112 
Med IX - UFOB 
células parietais da mucosa gástrica estimulando a secreção ácida, 
enquanto o omeprazol bloqueia esse efeito por meio da inibição da 
bomba de prótons. 
 
Antagonismo farmacológico não-competitivo 
O antagonista bloqueia, em algum ponto adiante do local de ligação no 
receptor, a cadeia de eventos que leva à produção de uma resposta pelo 
agonista. Por exemplo, a cetamina entra no poro do canal iônico do 
receptor NMDA, bloqueando-o e, assim, impedindo o fluxo iônico através 
dos canais. Também pode acontecer pela ação do antagonista alostérico. 
 
Dessensibilização e taquifilaxia 
Termos sinônimos utilizados para descrever o efeito de um fármaco 
diminuindo gradualmente quando é administrado de maneira contínua ou 
repetida. 
Tolerância 
É convencionalmente empregado para descrever uma diminuição mais 
gradual da responsividade a um fármaco, que leva horas, dias ou 
semanas para se desenvolver, porém a distinção entre esses termos não 
é muito precisa. 
Refratariedade 
Também é empregado, principalmente em relação à perda da eficácia 
terapêutica. 
Resistência a um fármaco 
É uma expressão utilizada para descrever a perda de eficácia dos 
fármacos antimicrobianos ou antineoplásicos. 
 
Muitos mecanismos diferentes podem dar origem a esse tipo de 
fenômeno. Eles englobam: 
• alteração em receptores; 
• translocação de receptores; 
• depleção de mediadores; 
• aumento da degradação metabólica do fármaco; 
• adaptação fisiológica; 
• extrusão ativa do fármaco das células (relevante principalmente na 
quimioterapia antineoplásica; 
 
 
Índice terapêutico (IT) 
O conceito de índice terapêutico tem por objetivo fornecer uma medida 
da margem de segurança de um fármaco, chamando a atenção para a 
relaçãoentre as doses efetivas e tóxicas: 
 
Índice terapêutico: DL50 
 DE50 
onde DL50 é a dose letal em 50% da população e DE50 é a dose “eficaz” 
em 50%. Obviamente, isso só pode ser medido em animais, e não se 
trata de um guia útil para a segurança de um medicamento em uso 
clínico por vários motivos: 
• A DL50 não reflete a incidência de efeitos adversos no uso terapêutico. 
• A DE50, em geral, não é definível, pois depende da medida de eficácia 
adotada. Por exemplo, a DE50 da aspirina usada para cefaleia leve é 
muito menor do que para seu uso como fármaco antirreumático. 
• A eficácia e a toxicidade estão sujeitas a variabilidade entre indivíduos. 
As diferenças individuais na dose eficaz ou na dose tóxica de um fármaco 
tornam o fármaco inerentemente menos previsível e, portanto, menos 
seguro, embora isso não se reflita no índice terapêutico. 
 
 
Janela terapêutica 
A janela terapêutica é a faixa de doses (concentrações) de um fármaco 
que produz uma resposta terapêutica, sem efeitos adversos inaceitáveis 
(toxicidade), numa população de pacientes. Para fármacos que possuem 
uma pequena janela terapêutica, é preciso efetuar uma estreita 
monitorização dos níveis plasmáticos do fármaco para manter uma dose 
efetiva, sem ultrapassar o nível passível de provocar toxicidade. A janela 
terapêutica pode ser quantificada pelo índice terapêutico (IT). O IT 
fornece um único número que quantifica a margem de segurança relativa 
de um fármaco numa população. Um alto valor de IT representa uma 
janela terapêutica grande (ou larga). 
 
 
 
@waleska112 
Med IX - UFOB

Outros materiais